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História UM COREANO PRA CHAMAR DE MEU (em edição) - 02. É ela.


Escrita por: missling

Notas do Autor


*Park Dan na mídia*

Capítulo 2 - 02. É ela.


Fanfic / Fanfiction UM COREANO PRA CHAMAR DE MEU (em edição) - 02. É ela.

·Park Lili·

  Eram quase nove horas e eu estava terminando de preparar meu café da manhã. Não era lá grande coisa, mais eu tinha aprendido algumas coisas. 

Dan não me deixava contratar uma empregada. Eu só pedi uma vez e ele disse um não. Eu sou tão orgulha quanto ele, por isso comecei a preparar umas besteiras pra poder sobreviver, e se não, eu pedia algo por aplicativo.

Apaguei o fogo e despejei o chocolate quente da panela para uma caneca que Senhor Chin havia me dado de aniversário a uns anos. Ele foi o único que lembrou. Ele sempre lembrava e me dava uma lembrancinha quando podia, ou queria. Ele era um boa pessoa, uma das poucas que se importavam comigo e meu bem estar. 

Afastei as lembranças mais que melodramáticas e me sentei junto ao balcão, para saborear uma das poucas coisas que eu fazia bem; chocolate quente. Eu era quase que péssima fazendo qualquer coisa comestível, mas, com chocolate quente era diferente. Eu sabia fazer.

Meu momento de paz foi interrompido por uma tosse forçada trás de mim. Me virei rapidamente e vi Park Dan atrás de mim.

- Bom dia. - o homem disse.

- Bom dia. - respondi, tentando não parecer tão surpresa quanto eu estava. - Não vai trabalhar hoje? - me atrevi a perguntar.

- Temos um almoço para ir, achei melhor ficar em casa. - respondeu sentando-se ao meu lado. Fiquei pálida. Que almoço? - O almoço na casa dos meus tios. Lembra-se? É o aniversário de alguém importante. A tia... - parei de ouvi nessa parte, eu tinha desistido de decorar os nomes de todos os parentes dele e pra falar a verdade, não era do meu interesse, tendo em vista que a maioria eu só via naqueles jantares de três em três meses, quatro vezes ao ano e agradecia isso. Eles eram tão insuportáveis. 

- Ah. - eu encarei minha caneca vermelha e em seguida encarei Dan. O que ele ia comer? Ele nunca comia em casa. Ottoke? Ottoke?  - Quer comer algo? - sussurrei, esperando receber um não, só que em vez disso eu recebi um "SIM". - O que você come? - perguntei na cara dura. 

Ele riu sem graça. Ergui a sobrancelha.

Esse dia está cada vez mais estranho. Pensei ouvindo ele pedir que eu fizesse o que saísse mais rápido. No fim acabei fazendo um mine-café americano, com ovos, bacon e torradas, coisa que eu não fazia nem pra mim! 

***

Me olhava no espelho meio desconfortável. Eu não gostava de usar roupas formais ou de alisar meu cabelo. Só que eu tinha que fazer isso sempre que tínhamos que sair. Era coisa minha. Quanto menos atenção eu chamasse, melhor pra mim e por Park Dan também, ele podia não dizer nada, mais não era feliz, em relação a nada sobre mim, principalmente quando o assunto era a minha aparência não-coreana.

Eu vestia um vestido tubinho nude, - O tecido fazia minha pele parecer mais clara, mais não tanto quanto as das coreanas tão adoradas por todos - sapatilhas pretas envernizadas e um colar com um pingente de estrela, que eu usava para dar um brilho a roupa quase sem cor, embora mau fizesse diferença. 

Meeu cabelo, ai meu cabelo. Era a parte que eu menos gostava. Ele estava liso. Isso me incomodava, mas, receber olhares cheio de julgamentos também não era tão legal, então, uma dor no lugar de outra. Depois eu fazia uma hidratação e ele, o meu cabelo, no caso, me perdoaria. 

- Como a mamãe está, docinho? - perguntei agachando para conseguir acariciar o pescoço peludo da minha Biscoito, que miou preguiçosa, se aproximando mais. Ela era meu benzinho, tratava como filha e ela era mais midada que muita criança por ai. 

Saí do quarto e ao descer as escadas, encontrei Dan falando ao celular, ele desligou o mesmo assim que me viu.

- Vamos? - perguntou.

- Vamos.

***

O caminho até a casa dos tios de Park Dan foi um completo silêncio, como o de costume. Era incrível o quanto a companhia um do outro não fazia diferença alguma. Ele não falava, muito menos eu. 

Senhor Chin parou o carro em frente à uma mansão. Os Park adoravam exibir o poder que tinham em mãos, isso de certa forma me enojava. Park Dan saiu primeiro, abriu a porta para mim, me estendeu a mão e me ajudou a sair. 

Sua pele era tão fria quanto pálida, parecia que minha mão estava sob uma pedra de gelo, sem cor ou emoção, eu poderia jurar que alo não corria sangue.

Caminhamos pela calçada ainda de mãos dadas. Dan gostava de demonstrar carinho em público.

Ri sem humor. Eu havia sido criada em um país tão liberal, onde cada um fazia o que bem queria da própria vida, mais acabei sendo despachada para um em que beijar em público é praticamente um crime.

A porta foi aberta pela tia Dan, a qual eu não me recordava o nome. A mulher alta, esbelta e de cabelos negros, podia se passar por irmã do meu marido, não tia, sorriu.

- Dan! Lili! Que bom que vieram! - exclamou. Ela era tão falsa quanto o resto da família. Depois de iam sessão de abraços e beijos, seguimos a mulher para dentro. O lugar estava cheio com apenas alguns familiares de Dan, mais eram tantos que eu não lembrava o nome nem da metade.

Fomos - eu fui - quase obrigados a cumprimentar todos que estavam ali. Dan era gentil e as vezes até sorria, enquanto eu me segurava para não revirar os olhos toda vez que alguém ali me olhava torto e escondia isso com um sorriso mais falso que o meu.

Quando sentamos para comer, fiquei aliviada ao ver talheres ali.  Esperamos o avô paterno de Dan ser servido e começar a comer para podermos nos servir. Eu estava mais preocupada em encher meu prato com aquela comida quase americanizada do que em prestar atenção no que eles conversam.

- Então, Dan, como vai o casamento? - uma mulher perguntou, chamando a atenção de todos para nós. Eu já estava acostumada com aquilo, sempre tinha alguém querendo saber como era estar casado com uma brasileira, por isso ignorei ela e continuei com a atenção em meu bife, que estava uma delícia.

- Vai bem, obrigada. - Dan respondeu vagamente. Ele também estava acostumado.

- Já pensam em ter filhos? O G.P precisa de novos herdeiros logo. - a mesma mulher perguntou.

- Estamos pensando no assunto. - eu quem respondi. Dan diria um não. E os pais, os avós, os tios, os primos e até mesmo as empregadas dele queriam um sim. Eu estava apenas evitando mais e mais falatório. - Dan me falou que a empresa anda precisando muito dele ultimamente, ele não teria tempo agora para mimar uma criança...

- Mais é o dever da mulher cuidar dos filhos, não o contrário.

Eu apenas sorri engolindo o xingamento junto com um gole de suco de laranja. Cuida da sua vida abusada.

- Ainda acho que é cedo. - Dan disse dando um ponto final naquela história. - Coma logo. - sussurrou apenas para que eu ouvisse. - Tenho coisas a fazer.

Assim que terminamos, nos despedimos e saímos. Quando colocamos o pé fora da casa, demos de cara com uma mulher de cabelo meio alaranjado  e que era quase duas vezes o meu tamanho.

- Dan! Querido! - Ela sorriu. Um sorriso tão largo que eu jurava que o seu rosto iria se rasgar ao meio. 

- Xai Jie? O que faz aqui? - Dan disse, parecendo nervoso.

- Sua tia me convidou para o almoço, eu cheguei um pouco atrasada, porque estava trabalhando... Já está indo, meu amor? - ela fez beicinho e eu juro que tentei, mais eu revirei os olhos.

- Eu tenho coisas a fazer.

- Então, nos vemos mais tarde. - A loira lançou um olhar nada sutil para Park Dan e entregou na casa, ignorando totalmente minha existência.

Nem me dei o trabalho de olhar para Park Dan para confirmar nada. Larguei sua mão e andei sozinha até o quarto. 

É ela. 

 E Park Dan sabia que eu sabia que era ela.



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