Ao invés de dormir fiquei a noite toda pensando no que deveria fazer para o Felix, mas ando de cabeça tão distante que não sei no que pensar. Pensei em levá-lo para um hotel, andar de cavalo, que aliás, não vi nenhum cavalo por aqui ainda. Enfim, em um café, restaurante, pescar, escalada, rapel, asa-delta, saltar de paraquedas, luau, pensei em até levá-lo em um show do Nu'est, mas... não cola. Passou pela minha cabeça também a ideia de regravar o beijo do homem-aranha com a Mary Jane, eu seria a Mary Jane, claro, e ele o loucão das teias, porque se eu ficar de cabeça pra baixo passo mal, mas isso também foi descartado.
Meus pensamentos estavam a mil por hora, e não sai nada decente de dentro de mim. Seria mais fácil se eu fosse bom em algo, como ele sabe dançar e eu só sei babar nele. Na verdade, ganhei concursos de poesias na minha antiga escola, mas não sei se escreveria algo para ele, já faz algum tempo que não escrevo. Se bem que, Felix gosta quando sou romântico, talvez eu possa mudar de ideia e escrever algo para ele.
Quando amanhece me levanto antes do loirinho e vou procurar os cavalos, encontro um logo que saio, o Minho.
-Bom dia – ele me olha todo sorridente, pelo visto a noite foi boa –Já viu os cavalos?
- Estou vendo um agora na minha frente – sorrio e ele ri, fico meio sem entender já que sua risada parecia bem real para quem acabou de ser xingado
- É engraçado porque se você respondesse que não eu diria que estava vendo um na minha frente. Mas você pensou mais rápido, engraçadinho.
Caminhamos juntos pela fazenda procurando os santos cavalos e sorrimos quando os encontramos, mas acabou que vimos os porcos e mudamos de sentindo, indo ver os suínos. Eles eram grandes, e bonitos, Minho passava a mão e eu observava de longe
- Vem ver eles, que fofos – o outro falava sorrindo e eu caminho até ele, passo a mão no porquinho, que gracinha
- Iti Malia – falo ao olhar para trás e ver uma vaquinha. Geralmente tem alguém cuidando daqui, mas Jeongin fez seu pai liberar o funcionário para que pudéssemos vir. Me lembrei da surpresa e me desanimo, Jisung chega do nada e fica me encarando
- Ânimo! O que houve?
- Eu queria fazer uma surpresa para Felix, mas não sei o que!
- Que tipo de surpresa?
- Algo, sei lá. Diferente, queria algo que nos desse um clima bem louco
- Se você quiser eu pergunto para ele onde ele gostaria de ficar com você, para isso serve os amigos- Jisung dá de ombros –Já volto – ele sai correndo e eu coro, não acredito que ele vai fazer isso mesmo.
Eu estava fazendo carinho na vaca enquanto conversava com o Minho sobre o seu trabalho, ele está trabalhando numa floricultura, especialmente na parte de ervas e temperos, exatamente do que ele gosta. Isso me deixa mais motivado para tentar correr atrás do que quero.
- Bin, Bin -Jisung gritava enquanto voltava correndo, ele para na minha frente com as mãos nos joelhos, ofegante
- Fala logo que até eu quero saber – Minho sorria
- Barco, ele gostaria de fazer em um barco no mar
- No mar? – pergunto surpreso –O mar é longe daqui. Mas e o barco? Eu não tenho dinheiro para alugar um barco, ninguém me emprestaria. Meu deus, não vai dar certo. Que ideia boba, por que um barco? Qual a graça de ficar em um barco? Preferia refazer a cena do beijo do homem-aranha com a Mary Jane
- Cala a boca, mano. Você está nervoso! – o mais velho grita comigo e eu me toco que estava em desespero. Mas realmente a ideia de arranjar um barco me deixou enroscado, é algo que ele deseja, quero fazer isso.
- Meu irmão tem um barco- Jisung dá de ombros, incrível como meus amigos sempre me dão a solução –Se falar com jeitinho ele te empresta, afinal, ele só usa para a pesca.
Deve ser sorte, ou sei lá o que, mas o irmão do Jisung deixou eu usar o barco, ainda para um momento tão romântico. Agora penso no que vou escrever, pensei em fazer um rap, se der certo e rolar o clima, ficamos, se não, comemos a comida mesmo. Ou será que primeiro comemos e depois eu mostro meus versos para ele? Ou será que primeiro ficamos e depois fazemos o resto? Não sei, não irei me precipitar, porque se algo não der certo como planejei irei me decepcionar, mas se algo surpreendente bom acontecer irei ficar feliz, então deixa fluir naturalmente. Não estaremos tão necessitados, então acho que primeiro mostrarei o que irei escrever para ele, e depois resolvemos o resto. Acho interessante já que é um barco no mar, ter algo tipo, peixes, para comermos, só que eu não vou muito com a cara de coisas marinhas.
- Changbin, te achei – Felix me abraça
- Bom dia, dormiu bem?
- Sim – ele sorri – Você viu o Jisung por ai?
- Ele estava aqui até agora, mas foram ver os cavalos com o Minho
- Esse louco chegou em mim e perguntou onde eu gostaria de transar contigo, do nada – Felix ri e eu entro na onda, rindo de nervoso –Eu respondi ele
- E aonde seria, hein? – pergunto pegando em sua cintura fazendo nossos corpos se encostarem
- Não vou te falar, você vai rir de mim – ele ri e eu já começo a rir só de lembrar –Viu só? Nem te falei e você já está rindo, Binnie!
- Desculpas- o solto, mas ele me puxa de novo iniciando um beijo
- Vamos para a praia qualquer dia desses? – Felix é bom em indiretas, merecia um prêmio
- Não sei, não curto muito a praia – finjo uma cara feia e o loirinho suspira
- Ah, está bem então – ele fala cabisbaixo
- Me fala onde você gostaria de fazer aquilo comigo
- Tanto faz – dá de ombros, ele está de birra.
Almoçamos e começamos a arrumar as coisas para voltar pra casa, meu tio e o pai do Jeongin irão vir nos buscar. Felix continuava triste comigo só porque eu disse que não queria ir a praia, agora vejo o quanto ele realmente quer essa ideia do barco, por mais boba que seja. Mas é claro que não irei negar essa para ele, farei ser especial cada segundo desse dia, por mais estranho que eu ache.
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