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História Um dia será para sempre. - Partida


Escrita por: Tai555

Capítulo 2 - Partida


Tudo estava realmente silencioso naquela manhã, não poderia se ouvir nem os sons dos pássaros. No canto da velha casa, Okari estava sentando, ele olhava fixamente para sua mãe. Algumas horas atrás, ele pensou que deveria esquecer tudo isso de gangue. O melhor talvez fosse ficar naquele fim de mundo, cuidando da sua mãe. Ele realmente pensou sobre isso, mas agora, esse desejo se tornou algo distante, apenas um devaneio de horas atrás. Ele teve um sonho a noite. Sonhou que seu pai tinha voltado para casa, que sua mãe recuperava sua felicidade, que a guerra finalmente tinha chegado a seu fim. E então, ele acordou com um fio de esperança pela manhã, pulou da cama, planejava abraçar sua mãe e dizer para ela que tudo ficaria bem, que a guerra era apenas uma loucura temporária, ele queria mesmo ter dito isso, infelizmente, a vida queria mostrar para Okari que nada seria fácil para ele. Ele sorria um pouco ao pensar sobre tudo isso, ainda olhando para os olhos verdes de sua mãe, a mesma cor de seus olhos. Ela estava ali, sobre o chão, parada, sem respirar. Ela estava morta. “Mamãe se matou por não conseguir viver longe do papai, mas por algum motivo, mamãe e papai acharam que eu conseguiria viver sem eles” Foi o que ele pensou. Era oficial, não tinha mais nada que o prendia naquela pedaço de mundo, estava sozinho. Levantou-se e caminhou até a porta, assim como seu pai, ele não olhou para trás. Aquela casa estava vazia, não tinha mais nada, nem memórias.  O grandalhão do Reish já estava na porta do bar, a noite tinha sido longa, tinha certeza que o garoto tinha tomado juízo e não aceitou o desafio. Seus capangas o apressavam para irem embora logo, mas, por alguma razão, o assassino sentia que algo o prendia ali, que não poderia ir embora ainda.

– Ele não virá, Reish. É perda de tempo – Dizia o capanga, em tem um tom entediado. – Se ele for inteligente, não virá. Além do mais, não temos tempo para ser babá de criança.

Reish bufava a cada palavra que ele dizia. Não era um tolo, se fosse apenas um garoto, ele não teria proposto o desafio. Tinha algo naquele jovem que lembrava um pouco a sua juventude. Algo que de alguma forma, tocou um pouquinho seu coração, mesmo ele afirmando que não tivesse um. Então, conseguiu ver, se aproximando cada vez mais, o jovem demônio dos cabelos vermelho. Seu olhar estava diferente, talvez fosse ódio? Se fosse, seria ótimo. Okari não parecia mais tão relutante como antes, quando falou com Reish pela primeira vez, ele estava com passos firmes, mostrava determinação. Aquele era o primeiro passo para o grandalhão o transformar em um assassino.

– Estou aqui, Sr Reish, como disse que estaria. Farei todo o possível para cumprir o desafio. Então, não seja bonzinho comigo, me der algo perigoso, algo que me faça provar o meu valor.

– Não seja um moleque convencido – Resmungou Reish. – Te darei um desafio que o fará desistir e correr para a casa logo, feito uma garotinha.

Todos os capangas riam das palavras de seu líder, o que fez Reish levantar sua destra, um sinal para eles calarem a boca de vez. Ele sabia que não muito longe dali, havia um acampamento de humanos, possivelmente mandados para espionar os demônios da região. Aquela maldita bandeira que aqueles humanos carregavam para um lado e para o outro o irritava, colocavam bandeira por toda Hayo para mostrar que os humanos mandavam ali a partir de agora. Reish se enchia de ódio só de pensar naquilo. Lembrava das histórias onde diziam que há milhares de anos, os demônios eram imortais, mas tudo acabou quando Ashull resolveu abandonar tudo e viver na terra, então os demônios perderam sua imortalidade. Se fosse como antes, com certeza ganhariam a guerra fácil, fácil.

– Quero que você roube uma certa bandeira para mim.

– Uma bandeira, Sr Reish?

– Tem um acampamento de Humanos há pouco passos daqui. Traga-me a bandeira deles e eu deixarei você fazer parte do grupo. Ou...Você tá amarelando, garotinho?

– N-nunca, Senhor! Eu trarei a Bandeira!

O Assassino sorria de canto e apontava em qual direção o mais jovem deveria ir. Okari engolia seco, estava nervoso e em determinado momento, achou que talvez fosse uma má ideia, agora era tarde. Seguia o caminho indicado por Reish enquanto sua cabeça estava cheia de pensamentos. Sua vida tinha dado uma reviravolta, um dia desses estava ajudando sua mãe em casa e agora estava indo roubar uma bandeira, não foi assim que planejou as coisas. O ruivo conseguiu ver os humanos, estavam bêbados logo pela manhã, pensaram que não tinham motivos para se preocupar, talvez. O acampamento estava cheirando a cerveja, era melhor do que o cheiro de humanos, segundo Okari. Se aproximava com as pontas dos pés, tentando não fazer nenhum barulho. A bandeira estava cada vez mais perto, só mais um pouquinho e conseguiria pega-la. Também tentava controlar sua respiração, sua ansiedade aumentava cada vez que ele chegava perto. Esticava a mão para pegar a bandeira que se encontrava em cima de um caixote, estava dobrada, com certeza eles iriam marcar mais um território com ela quando acordassem. Agora era só voltar para Reish e tudo estaria bem. Se virava devagar para voltar até pisar em uma garrafa jogada no chão, acontecendo a pior coisa que poderia acontecer naquele momento. Ele caiu.

– Droga...

Olhava para trás e conseguia ver os humanos se mexendo

– Que porra de barulho é ess...Ei! Quem diabos é você???

Okari se levantava de uma vez, correndo como se não tivesse amanhã. Os humanos levanta-se e corriam atrás dele, cambaleavam um pouco por causa do excesso de bebida. Reish ouviu o barulho, aquilo fez ele dar um sorriso malicioso, o tampinha tinha conseguido no final das contas. O garoto conseguiu chegar, mas queria mostrar que os humanos não o assustavam. Mordeu a bandeira com força e escalou uma das casas que se encontravam ali. Era um garoto, mas também era um demônio, era muito mais ágil do que aqueles seres fracos. Outros demônios saiam de sua casa para ver o que estava acontecendo e então viam, o rapaz dos cabelos de fogo, em cima de uma casa, rasgando a maldita bandeira para todos verem. Todos gritavam e lhe davam razão, o ódio aumentava mais e mais, fazendo todos irem para cima dos humanos que o perseguiam.

– ESSA TERRA É NOSSA! A TERRA DE ASHULL!

Gritavam enquanto espancavam os soldados do Norte. A guerra estava longe fim. Reish gargalhava alto da confusão, batendo palmas por Okari não só ter roubado a bandeira como ter feito um motim. O jovem descia do telhado e ia a encontro de Reish, que o esperava logo a baixo.

– Você é mesmo uma figura garoto, Haha. Estou impressionado.

– Isso quer dizer que...

– Posso ser um cafajeste as vezes, mas tenho palavra. Você está com a gente agora. Além do mais, um demônio nunca deve morrer no conforto de um lar. Lembre-se disso.

– Um demônio nunca deve morrer no conforto de um lar...

Okari repetia aquela frase. A partir de agora, ele faria dela parte de sua vida. Se fosse para viver naquela guerra, que fosse lutando, iria morrer assim. Era o que ele planejava. Porém, quando se tratava do Jovem demônio, algo sempre acontecia para estragar seus planos, ele só não esperava que isso ocorresse. O grupo partia de Hayo, Reish começou a conversar mais com Okari e também o treinaria. Ele sabia que aquele garoto iria se tornar alguém no futuro, alguém perigoso.



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