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História Um dia será para sempre. - Um dia será para sempre.


Escrita por: Tai555

Capítulo 31 - Um dia será para sempre.


 

 

Okari voltou a entrar na casa após a conversa com o jovem Zakk. Não tinha notado que, momentos antes, Corvo tinha saído. Por isso, não imaginava os eventos que estavam prestes a ocorrer. Era melhor assim, ele poderia ter sua conversa com Mark sem ter algo o preocupando.

 

Deu um longo suspiro antes de dar mais um passo, chamando o nome de Mark pela residência. — Mark? —  o chamou de uma forma meio tremida, revelando uma certa ansiedade em sua voz. Estava um pouco preocupado com a ideia de que o castanho estivesse tão magoado a ponto de não querer mais vê-lo.   

 

— Estou aqui — Uma voz veio da cozinha com um ar de melancolia. O castanho tinha chorado um pouco no quarto, seus olhos entregavam isso. Agora, ele estava sentado sobre a mesa, querendo apenas aproveitar a xícara de café que tinha em mãos, aquilo o ajudaria a pensar. Escutou passos cada vez mais próximos dele, até sentir aquela presença parar ao seu lado. Sim uma presença que fazia seu coração disparar e o enchia de amor, porém, ele não virava o rosto para encarar o ruivo, quiçá estivesse com medo de uma conclusão triste entre eles.  —  Você quer algo, Okari? —  Perguntou, ainda sem encará-lo.  

 

Okari notou o fato de o humano não querer olhá-lo. Novamente suspirou, lembrou vagamente de Reish o dizer uma vez que não é bom que demônios fiquem suspirando pelos cantos. Oh, bem, Mark já tinha o feito quebrar todas as coisas que ele tinha aprendido durante sua vida, o ruivo já até estava esquecendo que era um demônio. 

 

—  Eu te amo Mark. —  Aquelas palavras saíram com vontade, ao ponto de nem mesmo o castanho acreditar quando as ouviu. Arregalou os olhos, era a primeira vez que ouvia palavras tão fortes serem ditas pelo demônio e, ele ainda não tinha terminado. — Eu fui ensinado a seguir meus objetivos, a nunca desviar meu caminho e, se fosse preciso, nunca olhar para trás para dizer o quanto eu amo alguém. Meu pai me ensinou isso, Reish também me ensinou isso. Mas, eu acho que percebi que não importava o caminho que eu seguisse, não importava se eu continuasse andando com um objetivo ou apenas caminhando às cegas, tudo sempre me levaria até você. Eu não nasci apenas para derrotar Hake e fazer toda a liderança dele em ruínas, eu nasci para te encontrar Mark, para aprender que tudo bem eu amar alguém mais do que ter vontade de continuar lutando nessa guerra, apenas achando que não tem problema se eu morrer.  Então, me desculpe por ser meio frio as vezes, eu ainda estou aprendendo um pouco. — No final, Okari soltou um sorriso de canto, um pouco sem jeito com tudo. 

 

O ruivo virou um refém do silêncio por alguns segundos. Talvez tivesse falado demais? Mark ainda estava irritado? Quando pensou em virar as costas, viu o castanho se levantando bruscamente da cadeira e agarrando-o com força. O abraço dele estava quente, o demônio não queria sair dali. 

 

—  Seu demônio problemático... — Falou Mark, se negando a soltá-lo —  Não vou mentir que fiquei chateado quando pensei na possibilidade de você realmente me abandonar. Mas, esse não é você, Okari. Mesmo se fizesse isso, o que acredito que não, eu iria atrás de você. Todo esse tempo que passamos longe um do outro, até você finalmente resolver dar as caras outra vez, acha mesmo que eu deixaria você ir assim? Eu te procuraria, nem que se passasse mais quinze anos! —  Os braços do castanho ao redor do ruivo o pressionavam, agora mais forte. 

 

—  N-não abraça tão forte, e-eu — O demônio não estava incomodado com o abraço, na verdade. O problema era que podia sentir o cheiro de Mark muito bem e, seu falo estava despertando. Agora que já teve sexo pela primeira vez com a pessoa que amava, o sangue de demônio que corria em suas veias o estava deixando louco. Não que não ocorresse a mesma coisa em humanos, mas em demônios, era algo bem mais forte, principalmente por causa de seu olfato aguçado e por serem mais selvagens quando o assunto era sexo. Ah! Quem estava querendo enganar? Tinha reprimido isso por um bom tempo, agora, queria apenas aproveitar e fazer com aquele que tinha seu coração. — Mark… sente-se na cadeira. —  Disse baixinho, deixando o humano confuso. 

 

Mark o obedeceu sem rodeios. Desfez o abraço e puxou a cadeira de antes um pouco mais para seu lado. Quando se sentou, quase perguntou o motivo para esse pedido da parte de Okari, entretanto, seus olhos se fixaram no demônio tirando suas vestes das partes de baixo. 

 

— Okari,voc- 

 

— Apenas fique quieto e tire as suas também, por favor. — O ruivo dizia com certa autoridade, fazendo até Mark ficar sem jeito com a situação, e claro, não demorava em seguir suas ordens. 

 

No momento que o humano abaixava sua calça até os joelhos, o demônio colocava o próprio indicador nos lábios, pretendendo deixá-lo bem molhado com saliva enquanto já se encontrava sem uma parte das roupas. O ruivo tentava não parecer sem jeito, mesmo estando corado, mas seu rosto ruborizado o deixava extremamente fofo aos olhos de Mark. 

 

Okari terminava o primeiro ato, levando seu indicador que antes estava em sua boca, até seu local mais secreto. Sim, ele estava se preparando por conta própria, isso tudo na frente do castanho. O membro já descoberto de Mark se animava, era impossível não ter uma ereção com uma cena daquelas. Assistia sem piscar o demônio, conhecido por ser intocável e perigoso, preparando-se e brincando com o próprio traseiro bem na sua frente. —  O-Okari, desse jeito... — Disse um Mark impaciente com a situação.

 

—  Calma, eu tenho que me preparar antes. Eu também estou extremamente impaciente, você não faz ideia o quanto o meu corpo pede por isso. —  Okari ofegava um pouquinho, colocando mais um dedo em sua entrada que, mesmo tendo recebido algo bem maior fazia um curto período, já se encontrava apertada. 

 

Então, o demônio terminou, já estava bom, ele não poderia mais suportar a linha vermelha que o puxava para o humano. Com cuidado, sentou-se no colo do castanho enquanto segurava o mastro dele, pretendendo guiá-lo até a entrada. Okari não deixava de sentir um pouco de vergonha, ao mesmo tempo que poderia sentir um pouco de seu orgulho ser levado pelo vento. Esquecia tudo no momento que sentiu a glande entrar, seguindo de todo o membro. 

 

Mark queria falar alguma coisa, mas estava surpreendido com a forma que o demônio agia. Antes que pudesse dizer qualquer palavra curta, os braços dele se envolviam em volta do seu pescoço, cavalgando rapidamente no falo do castanho. O demônio queria contato e o humano o daria, trocando carícias, tocando com as pontas dos dedos as cicatrizes que o demônio levava no corpo, em batalhas passadas. Dessa vez, não falavam muito, o único trabalho de seus lábios eram a troca de beijos entre ambos, seguidos de pequenos gemidos de prazer. As línguas se entrelaçaram com fúria, como se todos os toques recebidos não fossem o suficiente para a saciar o fogo em seus corpos. Assim era o amor deles, sendo mostrado com ações e movimentos antes do estopim. Quase uma despedida, porém, uma despedida tão doce...Eles não faziam ideia que seria logo. 

 

Okari aumentava o ritmo das cavalgadas, enquanto Mark pressionava com força suas nádegas. Estavam próximos do ápice e sabiam bem, apenas pelos rápidos movimentos que ambos os corpos faziam. Outra vez, nada foi dito, eles chegaram ao limite juntos, com um forte gemido de prazer ecoando pelo cômodo. 

 

O líquido quente do seu parceiro preenchia o seu interior, fazendo Okari arfar e revirar um pouco seus olhos pelo prazer. Ele também ejaculava, sujando Mark, que não se importava. O castanho ficava feliz em saber que estava dando prazer ao demônio. O ruivo desabava sobre ele, deitando sua cabeça no ombro do rapaz. Precisava de um descanso. 

 

Gentil como sempre, Mark o segurou firmemente, levando-o até o quarto com cautela. O ruivo estava cansado, precisava mesmo da ajuda do humano para caminhar até lá e desabar na cama. Talvez, o estresse que estava antes e a forma que se livrou dele, fez o seu corpo se cansar ainda mais. Mark deitou-se ao seu lado, tomaria um banho depois que descansasse um pouco, o humano também tinha sentindo uma onda de frustração antes deste ocorrido e, agora, precisava descansar ao lado do parceiro.

 

Sem muitos problemas, ambos se entregam a Morfeu. Naquele momento, Okari teve sonhos felizes. 

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Um barulho alto, uma explosão. O sinal que o Chacal tanto esperou. Um golpe estava para se iniciar. Ele acordou, seguido de um Mark assustado pelo som estrondoso, acompanhado de pessoas gritando. 

 

—  Que diabos?! —   Disse o humano assustado, sem entender o que estava acontecendo. 

 

—  É isto...—  Okari soltou um pequeno sorriso, como se mais nada pudesse ser feito. Ele se levantou de uma vez da cama, assustando o castanho que queria respostas. 

 

O ruivo não falou nada. Tomou um banho calmo, vestiu-se sem pressa. Era roupa que usava sempre quando tinha que fazer missões perigosas. Um casaco de couro, para não rasgar tão fácilmente, mas que  ainda não o deixava lento para se movimentar. Uma calça, botas, estas também de couro e claro, suas adagas, o presente de Reish, aquele que para ele, foi seu verdadeiro pai.  

 

Nesse meio tempo, Mark vestia as calças rapidamente, esperando Okari se aprontar para lhe pedir respostas. Mas, antes que pudesse dizer algo, o demônio foi até a porta para sair. Ainda não era de manhã, mas ele queria fazer algumas coisas antes de partir.  Okari só queria seguir o seu caminho, fazer o que deveria fazer, tinha dado alguns passos para fora de casa, até ouvir um grito atrás dele. O humano não aceitaria esse tipo de comportamento. 

— PARA ONDE VOCÊ VAI, SEU IDIOTA?! — Mark gritou, não entendendo aquele jeito de agir do nada. — VOCÊ DISSE QUE ME AMAVA! VAI ASSIM SEM DIZER NADA? 

 

Os passos do demônio paravam. Lembrou outra vez de seu pai biológico, de sua mãe...Todos se foram sem ao menos pensar nas consequências. Nunca disseram Adeus. O vento forte soprava, movimentando os cabelos ruivo e. com aquele silêncio, parecia que ele voltaria a seguir seu caminho, mas então, ele se virou, olhando fixamente para o castanho.  

 

— EU VOLTAREI! ESPERE POR MIM, SEU GRANDE BOBO!  — Disse o ruivo, com confiança. Queria ter ouvido essas mesmas palavras, mesmo que fosse mentira. Ele não cometeria o mesmo erro que seus pais. Aquela seria sua última missão e, depois disso, voltaria para Mark. — EU VOLTAREI, NÃO IMPORTA O QUE ACONTEÇA! NEM QUE EU PARE O TEMPO E ENGANE O DESTINO! — Gritou uma vez mais, fazendo Mark arregalar os olhos com aquelas palavras. 

 

Estava apenas usando calça, entretanto, não pensou duas vezes em correr pela rua e abraçar o demônio. A cidade já estava um caos de todas as maneiras, ver um humano apenas de calças abraçando um demônio era o de menos para o pessoal da cidade.  

 

— Idiota...— Mark sussurrou

 

— Eu sei...— Okari confirma, sorrindo. 

 

Enquanto isso, no quarto no andar de cima, Adrian, também acordado pela explosão, olhava pela janela. Ele não estava prestando atenção em Okari e Mark, mas sim esperava o retorno de Corvo. 

 

— Kai...— Sussurrava o seu nome verdadeiro, olhando distante. Ele era seu primeiro amor, pensou que tinha sido Mark, mas estava enganado.  Agora, só podia esperá-lo. 

 

Okari se separava de Mark, com o pensamento que aquela seria a última despedida deles. Faltava pouco para o amanhecer, ele queria passar no bar, ouvir uma canção antes de chegar em seu objetivo. 

 

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O bar não tinha praticamente ninguém, alguns bêbados e uma cantora no pequeno palco de madeira. o Ruivo escolhia uma mesa, pedia uma bebida forte e, após a jovem terminar a primeira canção, ele pedia a que estava em mente. Sua canção preferida, aquela do chacal amaldiçoado pela gentileza do seu amor. Mas, não importava o quanto longe um Chacal fosse, ele sempre voltava para casa, afinal, eram animais monogâmicos. Naquele momento, aquele conhecido como um Chacal, queria voltar para o seu parceiro.  Aquele não seria sua última canção. 

 

Quando os primeiros raios de sol entravam pela janela de várias casas, poderia se ouvir lá fora, uma marcha. Demônios do Sul invadiam a cidade, mas, diferente dos humanos, eles não invadiam as casas de pessoas inocentes para saquear e estuprar mulheres indefesas, a atenção deles era totalmente voltada a Hake. Saindo do bar e caminhando até a mansão, o ruivo encontrava corvo, parado e olhando para o horizonte, onde se encontrava a grande casa de Hake. 

 

— Eu posso ajudá-lo, Chacal. Meu trabalho não precisa acabar assim, eu poss- 

 

— Não...Você já fez o suficiente, Corvo. Volte para Adrian...Você se arriscou bastante, não quero que corra o risco. — Disse o ruivo após interromper o meio demônio.  

 

— Eu não gosto de deixar as coisas assim, simplesmente ir embora e deixar você para enfrentar Hake, me sinto um covarde fazendo isso...— Corvo não queria abandonar o ruivo, eles começaram isso juntos e, por mais que não fosse parte do trato, o rapaz de cabelos pretos não queria ver o amigo indo sem sua companhia, queria ajudá-lo nesse momento tão importante. 

 

A conversa dos dois era interrompida pelo jovem Zakk, correndo em direção aos maiores, querendo saber quando começaria a ação.  

 

— Quando iremos chutar Hake, Sr Okari? — Dizia, não sabendo bem sobre a gravidade da situação, sua mente jovem não deixava isso.  

 

Foi então, que Okari teve uma ideia. Olhou fixamente para Corvo disse com seriedade: 

 

— Eu aceito uma coisa...Quero que cuide de Zakk pra mim. Não o deixe viver da forma que vivemos...Que ele brinque, faça amigos...Ele ainda está na idade perfeita para isso. 

 

— NADA DISSO SR OKARI! EU IREI COM VOCÊ, VOU LUTAR AO SEU LADO! — Zakk insistir, querendo fazer parte de tudo aquilo e, lutar ao lado daquele que ele mais admirava, para ele, o que o demônio estava fazendo era um grande erro, novamente, ele não entendia o que Okari queria passar para ele naquele momento. 

 

— Escute Zakk...— Okari se agachava, para ficar na altura do mais novo. —  Eu quero que você viva! Quero que corra pelas ruas em liberdade, sem preocupações, que tenha pessoas lhe esperando quando você voltar para casa. Então, você irá crescer, vai ser um bom homem, irá encontrar seu primeiro amor, possivelmente vão ter problemas, você terá seu primeiro porre, mas sei que voltará e pedirá  desculpas para a pessoa que ama pois é esse tipo de pessoa que sei que você é! Terá amigos, entrará em algumas confusões e não irá se preocupar, pois eles vão ficar ao seu lado quando tudo complicar. — O demônio pausou por alguns instantes e sorriu levemente, continuando — Não queira viver dessa maneira, em brigas e corações partidos. Lembra do que eu te disse? É um caminho com romances quebrados...Você é melhor que tudo isso. 

 

Se levantando, o ruivo deixa o jovem com Corvo que o segurava para ele não seguir o demônio. 

 

— Cuide dele até meu retorno, Corvo. 

 

— Kai...Esse é meu nome, Okari. Eu o usarei a partir de hoje — Corvo, agora Kai, disse com um sorriso, enquanto se afastava. 

 

— Kai é um ótimo nome. — Okari responde o sorriso e coloca sua atenção em Zakk — Seja forte até eu voltar, Zakk. 

 

Assim, o ruivo se virou e se foi ,ouvindo os gritos altos de Zakk o chamando desesperadamente, ainda sendo segurado pelo meio demônio. 

 

— NÃO VÁ SR OKARI, NÃO VÁ! — Dizia com os olhos cheios de lágrimas, agora sendo levado por Kai para um lugar seguro, longe de toda aquela confusão que estava acontecendo. 

 

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Soldados caíam em frente a mansão, o som dos toques de espadas era o som mais alto agora. Era tão inútil eles tentando defender o seu líder fracassado, sendo que eram minorias, a maioria já tinha o traído, vendo que escolher ficar ao lado de Hake era como escolher ficar em um barco furado. Okari passava tão elegantemente pelo caos, no meio de todo o derramamento de sangue naquela manhã. Não era difícil, seus aliados e exército limpavam o caminho até o grande líder inútil. O demônio não queria perder tempo matando seus seguidores fanáticos, ele só queria Hake, apenas ele. A lâmina de sua adaga implorava por seu sangue. 

 

Infelizmente, não o encontrava em lugar algum. Invadiu a mansão com sede de justiça, mas não importava o quanto abrisse cada cômodo, Hake não estava em lugar algum. Mas, ainda faltava um lugar. O enorme jardim dos fundos ainda não tinha sido explorado, era o único canto que o ruivo não tinha colocado seus olhos. Caminhou em passos calmos, cauteloso como sempre, pensando que o inimigo poderia pular de um canto escuro e atacá-lo por trás. Por sorte, o caminho até lá foi tranquilo e sem interrupções. Servos e mulheres já tinham fugido a muito tempo e todo o caos acontecia lá fora. 

 

Sentiu o vento quando pisou no jardim, tinha várias flores por todos os lados e, o demônio sussurrou algo que a forte ventania levou com ela. Parado, bem em sua frente, estava o temível líder do norte. 

 

Usava uma armadura prateada, feita com os melhores materiais encontrados pelo norte e Sul. O mesmo poderia se dizer da espada que empunhava, forjada pelo melhor ferreiro da cidade. 

 

— Acabemos com isso, cachorrinho — Hake zombava, por Okari ser conhecido como o Chacal. 

 

Não tinha muito o que dizer, não teria discursos, nem conversas longas de um herói, aquilo era apenas ódio. O ódio em todo o seu esplendor, que não tinha tempo para diálogos e nem papos moralistas. O demônio empunhou suas adagas, ainda não atacando, primeiro estudava cada passo do inimigo, mas era difícil dizer algo. Era um patife, entretanto, Hake era habilidoso com sua espada.

 

Não tinha jeito, apertou firmemente o cabo da adaga, iniciando o primeiro ataque, este extremamente desajeitado, sentindo o impacto de suas lâminas batendo no aço nortista. Era uma defesa perfeita, sem tirar nem pôr. Poderia conseguir cortar sua garganta em um piscar de olhos? A única parte descoberta por aquela armadura mestiça. Recordava dos ensinamentos de Reish, sobre paciência e observação. Todos davam um deslize no momento certo, seria possível atravessar aquela defesa e toda a combinação perfeita entre a armadura e a espada que Hake levava consigo? Não teria tempo para pensar no passado, por segundos, a lâmina do norte vinha em sua direção, sua agilidade em assassinatos o salvou de ser partido ao meio e causar uma enorme chuva de sangue, que pintaria os lírios brancos do jardim, sendo assim, sua última essência. O grandalhão disparou múltiplos golpes na direção do ruivo que, só desviava de todos com certa dificuldade. Não era uma simples luta, ambos, Okari e Hake, tinham naquele momento, uma enorme vontade de viver, mais do que muitos outros que lutaram antes tiveram. 

 

Outrora, aprendera que Hake era fraco no lado esquerdo, sendo um pouco lento ao mover sua espada em tal direção. Porém, quando pensava em um pouco, era realmente pouco, mínimo do mínimo, se assim pudesse explicar. Tinha quer ser mais rápido, era quase suicídio, mas se quisesse mudar a cidade e quisesse uma vida ao lado de quem amava, teria que apostar em sua estratégia. 

 

Ele tentou, movendo-se graciosamente para a esquerda, segurando o punho de sua arma como se estivesse segurando seu futuro, o que não deixava de ser verdade. Infelizmente, foi um ataque falho. Hake nem usou a defesa de antes, apenas virou habilidosamente em direção ao ruivo, disparando todo o puro aço contra seu corpo. O desvio de Okari, dessa vez, foi mais lento do que ele esperava, cortando seu casaco de couro junto a sua pele. Estava sangrando, a dor em seu braço poderia atrapalhar a forma que segurava sua arma. 

 

Não poderia fazer nada, sua estratégia antiga continuava sendo sua única saída. Não conseguiria penetrar nenhuma parte que não fosse aquela, o líder do norte estava extremamente protegido, claro, tinha a pequena brecha em seu pescoço. 

 

Pela primeira vez, em anos, O demônio rezou em sua mente. Aquele seria seu último ataque. O corte em seu braço tinha sido profundo, a dor o deixava desorientado e o sangue pingava sobre a grama verde daquela manhã , falando nisso, que bela manhã. Sorriu, fixou bem seu olhar no ponto que deveria acertar. Hake correu em sua direção, ele apenas correu para cima do inimigo também. Um grito, sangue, E como em um abrir e piscar de olhos, estava tudo terminado.  Era o fim. 

 

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— Três moedas de ouro, é sério isso? —  O homem reclama do preço das ervas medicinais. 

 

— Estou vendo aqui que você é um dos clientes que mais enrola no pagamento, diz que vai pagar depois, mas nunca o faz, já que é assim, vai ficar com suas dores nas costas. —  Kai sorri maliciosamente, fazendo o homem pagar, mesmo que reclamando. Adrian, que também cuidava da loja, sorri com toda a situação.  

 

— Desde que você começou a trabalhar aqui, alguns clientes que antes davam trabalho, passaram a se comportar. — Ria baixinho, se aproximando do companheiro e envolvendo os braços ao redor do seu pescoço.  

 

Kai não segurava e dava um beijo rápido nos lábios do loiro que devolvia o ato de carinho no mesmo momento. 

 

— Fico feliz por seu pai ter voltado atrás com o que disse...Me pergunto se a morte de Hake tenha influenciado de alguma maneira. —  Dizia Kai pensativo, 

 

fazia um mês desde a queda do líder do Norte. Ron, o único filho do tirano que agora estava morto, assumiria o poder em breve. Ainda era muito jovem, entretanto, já se dizia preparado para governar. Prometendo que as guerras entre Sul e Norte chegariam ao fim. Agora, os demônios e meios demônios poderiam andar livremente pela cidade, terem emprego e formar família. 

 

Nisso, Zakk passou correndo pelos dois, iria para a escola. 

 

—  Zakk! Tome cuidado! — Dizia Adrian, vendo o jovem correr até a porta de saída. 

 

— Terei sim Pai- quer dizer, Adrian... Eu terei cuidado...—  O jovem corria, envergonhado pelo que disse, mas Adrian não conseguia esconder o sorriso bobo que tinha nos lábios. 

 

— Você é mesmo um ótimo pai. —  Kai brincava, não deixando de demonstrar o quando estava feliz. 

 

— Você também é...— O loiro fala envergonhando. 

 

O meio demônio corava automaticamente, voltando a abraçar Adrian. Sim, eles realmente seriam ótimos pais, era questão de tempo para Zakk passar a chamar ambos de pai. Isso aquecia o coração do rapaz de cabelos pretos. 

 

No caminho até a escola, o jovem Zakk esbarrava com Mark. O castanho, vendo a animação do mais novo, inicia uma pequena conversação. 

 

— É seu primeiro dia de aula, certo Zakk? —  Perguntava Mark 

 

—  Sim, Sr Mark, estou muito animado, mas também um pouco nervoso. —  Zakk sorria, mas então, seu sorriso se desfez, parecia pensativo, recordado de algo que o deixava inquieto. —  Ele já voltou? Perguntava, meio tímido. 

 

— Ainda não...Mas, ele irá voltar logo, não se preocupe — Mark dizia o que vinha em sua cabeça, só que, no fundo, não sabia exatamente o que dizer. 

 

— Eu espero que sim...Estou com saudades dele. Eu irei para a escola agora, não quero chegar atrasado! Foi bom vê-lo, senhor Mark! —  O menor corria, se despedindo do castanho que, seguia seu caminho. 

 

No banco que ambos se despediram na infância, o humano se sentou. No lugar onde eles disseram Adeus, eles se encontrariam. Sim, Hake tinha sido morto, mas Okari não foi encontrado em lugar nenhum. Poucos dias atrás, conversou com Kai e, o meio demônio apenas disse para o Castanho não se preocupar, pois ele iria voltar, o rapaz de cabelos pretos tinha certeza disso.  

 

Por alguns instantes, Mark fechou os olhos, tentando ouvir algum sussurro trazido pela ventania. Acabava que rindo sozinho desse seu desespero. Mesmo assim, não importava quanto tempo levasse, ele continuaria esperando. No começo, pensou em aguardar em sua casa, mas algo e seu coração, o levava ao banco do parque da cidade. 

 

As horas passavam e o pôr do sol pintava o céu com uma cor alaranjada. Mark sorriu, ele não chegaria hoje também estava prestes a voltar para casa novamente, quando ouviu alguém gritar o seu nome, quase o uivo de um chacal que retornou para seu parceiro. 

 

— MARK! —  Com o braço direito enfaixado por causa do corte, o rapaz com os cabelos ruivos ao vento, quase fez o humano chorar. 

 

— IDIOTA, IMBECIL, SEU, SEU….—  Poderia xingá-lo de todos os nomes possíveis, mas correr até ele e abraçá-lo era o que poderia fazer. Abraçava tão forte que parecia querer que ambos se tornassem um. 

 

—  Me perdoe Mark...Eu demorei, não foi? Não pretendia...Fui muito ferido por Hake na luta e meus companheiros me levaram para o nosso acampamento. Consegui acertá-lo, mas ele também me feriu no ataque final, além de que antes, já tinha atingido meu braço. A recuperação foi mais demorada do que pensei. — Okari se desculpava várias e várias vezes, mas continuou — Agora tudo acabou...Eu não irei mais a lugar nenhum, eu quero viver aqui com você, Mark, quero viver ao seu lado para sempre. 

 

— Eu também, Okari, achei que você nunca mais fosse voltar, mas, eu confiei em você, quando me disse que voltaria, não importasse o que acontecesse, eu iria ficar aqui mesmo que se passasse mil anos. 

 

Então, agora livres de um tirano e com sua liberdade de viver pelas ruas, Okari e Mark se beijavam, não ligando mais se estavam na rua, não tendo medo dos perigos que tinham antigamente e nem se importando com as pessoas que passavam. Eles podiam, podiam demonstrar seu amor um pelo outro sem medo. Iriam se encontrar com Adrian, Kai e Zakk, eles também esperavam o retorno do demônio. Okari estava feliz em está de volta, dessa vez, para sempre. Sim, finalmente tinha chegado o dia. O dia que seria para sempre. 


Notas Finais


Eeeer....Eu sei que demorou muito escrever o final, não se irritem çç. Eu realmente estava pensando em um bom final, não sei exatamente se esse ficou bom, mas eu queria mesmo um final feliz, principalmente para Okari e Corvo que sofreram muito. Espero que tenham gostado de ler essa história, foi a primeira que postei aqui e não deixaria ela sem um fim. Novamente, desculpem toda essa demora.


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