História Um Dos Únicos - Yaoi - "Jane e Mary"

- EU SABIA! - Dei um tapa na mesa de madeira que ficava na cozinha de Yago. - EU SEMPRE SOUBE! - Eu gritei, comemorando. Finalmente Yago e Mason decidiram falar comigo sobre oque aconteceu no gramado da minha casa no dia anterior. 

- Vai colocar no jornal? - Yago perguntou, fazendo sua famosa "PokerFace".

- Deveria. Pararam de cu doce, finalmente. - Eu Cruzei os braços, fingindo um semblante de chateação. - Falando em cu doce, eu posso dormir aqui hoje?

- Pera, o que isso tem haver com Cu Doce? - Perguntou Mason, confuso.

- Ah, sei lá, mas eu posso? - Eu perguntei, animada. Eu queria ficar o mais longe possível da minha casa. 

- Por mim tudo bem. Você também, Mason? - Ele deu um sorriso gentil para Mason, o que me fez dar um gritinho interno de tanta Fofura. 

- Meu Deus, meu casal Yaoi favorito interagiiiindoooo! - Eu disse, com uma voz irritantemente aguda, em seguida, indo abraçar (ou melhor, esmagar) os dois ao mesmo tempo.

- T-Tudo bem. - Mason disse, depois de eu dar um espaço para eles respirarem. Eu dei meu maior sozinho.

- Oh Meu Deus, ele gaguejou! Que punitinho! - Eu me abaixei, na intenção de ficar na altura do Mason, já que ele sentado é obviamente mais baixo que eu (O problema é quando ele levanta). 

- Enfim, você trouxe roupa? - Yago perguntou. 

- Não, mas eu posso ir pegar algumas minhas na casa da Jane. Eu durmo lá de vez em quando então tem roupa minha lá pra montar um closet inteiro. - Eu peguei minha mochila (com coisas extremamente desnecessárias dentro) e andei até o lado de fora, subindo na minha bicicleta. Dei um tchauzinho com a mão enquanto pedalava até a casa de Jane, que era Relativamente perto da casa de Yago. 

Momento biografia: Jane é filha única de uma mulher chamada Mariette, e seu nome completo é Janece Jordon. Sim, incrivelmente pequeno. Ela não tem o nome de seu pai, já que ninguém sabe quem é. A mãe dela trabalhava em uma casa de dança e prostituição como... Você sabe oque. 

Enfim, depois que Jane nasceu, ela deu um tempo no trabalho pra cuidar da menina, mas nunca deu a devida atenção, já que Jane nunca foi muito amada pela mãe. Isso nunca deixou ela abalada, contudo. 

Eu e Jane nos conhecemos em um parquinho quando eu era criança, ela era a única gringa em todo o PlayGround. Acho que foi por isso que fiz amizade com ela. Nesse mesmo parquinho, conhecemos a Mary, mas ela era muito tímida na época - não que ela já não seja agora, mas a timidez diminuiu muito de lá pra cá - e demorou um pouco mais pra nos aproximarmos.

Bom, sobre a Mary:

O nome dela é Anne Mary Charlie e ela é o melhor exemplo de filha mais velha de uma família praticamente perfeita. Ela tem uma irmãzinha de 6 anos chamada Rose e ela é a coisa mais fofa desse mundo. A mãe dela também é incrivelmente gentil, mas o pai dela é meio severo com a menina. 

A Jane e a Mary sabem falar português pelo mesmo motivo, as duas tem familiares brasileiros e se mudaram pra cá quando eram muito novas. 

Jane mora em uma casa relativamente grande. A casa tem dois andares, como a de Yago. As paredes foram pintadas de vermelho escuro. É um ambiente bem mais calmo. 

Chegando a casa dela, eu pude vê-la conversando com um garoto moreno,  de cabelos pretos e cacheados. 

- Ei Jane, posso pegar umas roupas minhas aqui na sua casa? - Ela se virou pra mim e assentiu com a cabeça. 

Eu adentrei a casa e andei até o quarto. As paredes da maior parte de dentro da casa da Jane são brancas, se você não considerar a cozinha, que tem as paredes vermelhas. A casa está vazia na maior parte do tempo. 

Depois de pegar minhas coisas, eu voltei pra casa de Yago, mas antes de entrar, eu parei em frente a janela da cozinha. Da janela, pude ver Mason e Yago conversando, eles pareciam estar bem. Algum tempo depois, Yago deu um beijo demorado na testa de Mason. Eu dei gritinhos internos e um enorme sorriso. Ah, como eu amo esse casal! ♥

- Quem é meu casal preferido?? - Eu disse, adentrando o local. Pude ver o Mason ruborizar e o Yago soltar uma risadinha anasalada. Eu deixei minhas coisas em cima da mesa. 

- Você trouxe alguma rede também? O Yago só tem mais um colchão vago fora a cama dele, que é a beliche de cima. - Disse Mason, com um semblante tranquilo. 

- Eu não vou dormir com nenhum de vocês dois por que se não eu chuto quem quer que seja pra fora do meu espaço. - Eu disse. - Eu luto karatê enquanto eu durmo, viu?! - Terminei minhas reclamações, arrancando uma risadinha Yason (Yago Mason).

- Espera... Então... - Mason adquiriu um tom avermelhado nas bochechas antes de terminar a frase. 

- Exatamente. - Eu disse, lentamente e com a cara mais maliciosa que consegui fazer. Yago acabou ruborizando também, sem sair de seu semblante comportado, por mais que segurasse um pouco o riso. 

- Chata. - Ele mostrou a língua para mim, e subiu as escadas. Eu murmurei um "Birrento." que ele provavelmente não foi capaz de ouvir. Yago se demorou um pouco mais na cozinha. 

- Eve, você acha que é muito cedo pra pedir o Mason em namoro? - Eu engasguei com minha própria saliva de tão surpresa que estava, mas consegui me conter. 

- Bom, conhecendo o Mason do jeito que conheço, sei que ele não vai tomar nenhuma iniciativa, ele é realmente muito orgulhoso pra fazer qualquer coisa, mas sugiro que vá com calma por agora. - Ele fez um semblante confuso. - O Mason ainda não está acostumado com isso tudo, ele sempre aprendeu a sentir atração por garotas, por mais que nunca tenha gostado delas de verdade. Ele cresceu em meio a essa visão deturpada de que namorar alguém do mesmo sexo é algo digno de vergonha. Por mais que ele esteja feliz, não está sendo tão fácil pra ele quanto você ou eu imaginamos, pois ao contrário de nós, ele nunca teve experiência com alguém do mesmo sexo, entende? - Eu comecei a cortar um pimentão em picadinhos enquanto falava. Dar conselhos tinha se tornado algo natural para mim desde que passei a observar as coisas. 

- Você é bem sábia pra sua idade. - Ele disse, se sentando no banco que ficava em frente a mesa de jantar onde eu cortava os legumes para a refeição. - E com isso, eu quero dizer que você é muito sábia para o seu tamanho, que, se me permite dizer é diminuto igual sua paciência. - Ele disse, debochando.

- Como é que é? Eu tô armada, sabia? - Eu disse, apontando a faca amolada para ele, que recuou, rindo. - Tu não tem medo da morte não? Olha que eu mordo seu cotovelo, viu? - Disse, em um falso tom ameaçador. 

- Owt, que gracinha, parece um Pintcher! - Kai brotou do interior da terra no meio da porta dos fundos, que dava pra cozinha. 

- Ah, vagabundo! - Eu saí correndo atrás de Kai. - Tu vai ver quem é o Pintcher, sua versão magra de Shreck! - Ríamos,  derrubando quase tudo no meio da sala. 

                   (***)

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