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História Um Estranho no Natal - O Caos é a escada. (Richard) P1


Escrita por: DamnGirl

Notas do Autor


Olá fantasmas, vampiros (as) e outras coisas!! Tudo bem? Estou meia sem criatividade para ficar falando que nem uma doida nas notas como geralmente faço, então vamos ao capitulo. Vamos assim mesmo sem revisão enquanto ninguém me toma o computador porque antes de ontem meu notebook começou a apitar e já era! Agora vou ter que dividir o PC com o meu marido até comprar outro :(

ah, o cap não está revisado, não deu não, mal to conseguindo escrever sem que ele queira jogar. Então me desculpem adiantadamente. E boa leitura!!!

Capítulo 7 - O Caos é a escada. (Richard) P1


          O fantasma era um ser ardiloso, de longe podia sentir o aroma podre de sua maldade. Se um humano normal como Christian possuía instintos que lhe diziam isto, os meus instintos mais apurados então, gritavam comigo de uma maneira que eu não poderia ignorar. E antes que pudesse pensar no quanto seria estranho para os humanos, antes que pudesse ponderar as consequências ou até mesmo perceber a leve tontura que me abatia ignorei as ordens do Mediador e saltei do alto da escadaria mágica.  

          Tantos humanos já faleceram por minha causa. De maneira alguma iria arriscar perder os deste mundo para um perturbado qualquer.

          Ao pousar em solo o fantasma me encarou com um misto de fascínio, medo e alguma coisa sinistra em seu olhar que não soube de imediato identificar, mas que lembrou muito ao meu antigo inimigo, o ser repugnante e mais detestável que conheci em toda minha existência e minha garganta queimou com a revolta guardada durante séculos contra aquele que destruiu todo meu futuro como rei de WindHearth.

          Balancei a cabeça tentando afastar esse tipo de pensamento sobre meu passado sombrio. Não era o momento de reviver algo que acontecera há muito tempo e Jaynet chegou flutuando e se acomodando ao meu lado com os punhos cerrados. Sua presença espectral me distraiu de meus devaneios. Diferente de antes, vi a singela camada de luz que a cobria e a diferenciava dos humanos presentes. A luz do fantasma era acinzentada e o cheiro dele era de algo pútrido, como de um cadáver ainda em decomposição embora não possuísse um corpo que tornasse isso possível.

          Jaynet me encarou de esguelha com seus olhos azuis esverdeados que muito recordavam os de minha antiga aliada e seguro de que ela era confiável, tentei transmitir meus pensamentos a si com meus poderes mentais, elaborar uma estratégia prévia, mas nossa comunicação se resumiu a olhares, gestos, expressões confusas e desencontradas.

          Por alguma razão meus poderes psíquicos não estavam funcionando nem a curta distância, motivo pelo qual talvez o Criador não me respondera algumas horas atrás. 

          E num gesto não tão rápido saquei a espada que guardava na bolsa esquisita do mediador que carregava em meus ombros. Ela pesou como há muito não pesava e secretamente comecei a questionar se eu deveria ou não estar realmente ali, já que não me sentia muito bem. Mas a possibilidade de ignorar tudo e ir embora foi definitivamente apagada pela sua postura confiante e os olhos estreitos com o qual me encarava. 

- Desista e vá com o Mediador de volta para o círculo, fantasma. 

         Mostrei minhas presas propositalmente e ele deu um passo para trás aturdido, um pouco abalado com a veracidade da ameaça. Os olhos estreitaram ainda mais e vi estampados uma centelha de raiva e determinação. Enquanto ele me encarava, Jaynet começou a circundar pela esquerda a movimentos lentos, esperando uma oportunidade para cercá-lo. 

- Por um momento pensei que essa condição de fantasma tivesse me deixado louco, mas você é mesmo um vampiro.  - Ele correu o próprio corpo com as mãos de cima a baixo e se pôs a flutuar. - Depois disso, eu acredito em qualquer coisa. Mas eu não tenho medo de você. Eu já estou morto e você não pode me ferir sanguessuga. Nem mesmo o Mediador pode.

- Então é um tolo ignorante - respondi. Jaynet estava a poucos passos de suas costas. Seu semblante preocupado dizia que o que o fantasma falava não era o que ela queria ouvir dele. Mantive a voz firme e dei um passo para a frente, exigindo a atenção dele para mim ao passo que ela terminava de se aproximar. -Posso rasgar você com apenas uma mordida.

- Vamos ver sanguessuga!

          No momento em que ele avançaria em mim Jaynet passou o braço pelo seu pescoço numa chave de braço. Ele deu um solavanco e seu cheiro se intensificou conforme tentava se erguia e tentava se libertar. Ele sacudiu o corpo fazendo Jaynet voar de um lado ao outro ainda agarrada as suas costas e concertei toda minha força nos punhos, acertando-o no centro do estômago antes que se libertasse. Ambos voaram em direção a vidraça que separava a parte interna e a externa do shopping, contudo antes que houvesse o impacto ele desaparecera levando consigo a fantasma loira. 

          Ignorei os olhares curiosos dos humanos e expus meus olhos vermelhos, buscando ao redor. Não demorou muito e a voz de Jaynet me alertou vinda do ar pouco acima de minha cabeça, acompanhada pelo impacto de algo sólido em meu rosto. Eu não compreendia muito sobre fantasmas, mas sabia perfeitamente que tinha sido lançado em ao centro da pista de patinação por um poder sobrenatural que eu não poderia subestimar. Espalmei ambas as mãos no gelo e me impulsionei para cima aproveitando de sua própria força antes que eu caísse e girei em pleno ar, pousando com os joelhos flexionados. 

         Um sorriso sacana surgiu em seu rosto e eu corri com toda velocidade até ficar do seu lado. O fantasma assustado ergueu as mãos abertas frente ao seu corpo no último segundo e uma barreira invisível me repeliu, jogando-me no ar. Em seguida vi de esguelha quando um objeto branco retangular voou em minha direção. Era um dos bancos nos quais os humanos assistiam quem patinava que ficavam colados no chão. A peça de madeira parou abruptamente a centímetros de meu rosto e flutuou de volta ferozmente até seu dono, o atingindo sem piedade no meio do torso. O Fantasma se desequilibrou e caiu no piso escorregadio, deslizando vários metros e colidindo com uma das plantas que serviam de decoração. Olhei para Jaynet e ela também tinha as mãos na mesma posição. Suas estavam quase unidas pelo esforço que fazia e ela parecia prestes a desmaiar. 

- Obrigado. - Gritei enquanto erguia o monte de merda pelo colarinho e o socava no meio de seu semblante covarde. 

          Espadas não funcionariam com aquele monte de massa não sólida do qual chamavam de espírito, então ergui meu punho e deferi outro soco e mais um e o senti vacilar. Os humanos se agitaram ao meu redor num burburinho crescente conforme percebiam minha verdadeira condição enquanto o maldito auto falante anunciava a ameaça de bomba uma outra vez. Jaynet ergueu outro banco do chão atirou na cabeça do fantasma que eu segurava. Ele urrou de dor desconcertado e quando se lembrou que o que ela fazia não o machucava realmente voltou a encara-la com raiva.

- Cadê a porra da bomba?! 

- Pergunte ao seu Mediador, vadia oferecida. Você devia estar do meu lado e não do lado desses lixos.

          O ar preencheu meus dedos e ele a segurou pelos cabelos, ignorando seus gritos e a arrastando-a em direção ao ar. 

- Você ia deixar ele me exorcizar, justo você! Deve dar para o mediador todo dia

- Ele faz o que é o certo! Fantasmas como você não merecem ficar no meio dos vivos.. - respondeu em meio gemidos de dor.

          Imediatamente peguei impulso e saltei em direção a eles, agarrando-o com minhas unhas no tornozelo. Ele praguejou e começou a sacudir o pé freneticamente e quando soltou Jaynet e a mim nós três começamos a lutar e enquanto caíamos em direção da multidão desenfreada. A esta altura eu tinha plena ciência de que alguns me observavam  com estranhamento por estar lutando "sozinho" pelos comentários que ouvia, mas nada podia fazer.

          Muitos deles ainda achavam que eu era o tal ator de cinema pelas presas e olhos que eu não conseguia mais esconder e que aquilo era alguma promoção de algum filme, o que era imensuravelmente ruim para a segurança deles já que boa parte dos humanos estava parando de correr para observar o que eu fazia, e havia ainda a tal bomba - que eu não tinha a menor ideia do que era, mas que parecia ser algo terrível pelo jeito que Jaynet estava ansiosa por saber a localização.

          Ela o pressionou durante todo nosso embate e o fantasma no entanto, permaneceu irredutível. 

- Você está blefando, não há bomba alguma. - Ela o acusou, ao passo que tentava acertá-lo com um chute.

- Mais um minuto e você saberá.

          Eu não consegui ler seus pensamentos tampouco as batidas de seu coração já que não o possuía, contudo sua feição era demonstração suficiente de que ele falava sério. Comecei a pensar numa maneira de assustar as pessoas quando Christian apareceu ofegante. O fantasma aproveitou para se desvencilhar de Jaynet e escapar para o andar superior.

- Porra, eu acabei de descer!!  

          Imaginei as coisas pelas quais ele constantemente passava e tive pena do humano. Christian lutava contra essas coisas com um corpo tão limitado, ainda assim fazia o melhor para proteger a todos. Por um instante desejei que ele tivesse poderes assim como eu, mas o Criador sempre dizia que pena não era motivação a ninguém então montei minha máscara de indiferença da melhor maneira que pude e disse, sem qualquer emoção em minha voz já de olho na escada mágica e desanimado pela quantidade de humanos que se aglomerava nela:

- Demorou muito por sinal.

          Christian agarrou meu braço antes que eu pudesse correr. E uma coisa ficou certa: eu estava ficando mais lento ou mais distraído, pois em um dia normal ele jamais conseguiria me segurar. 

          Então me dei conta de que eu estava fazendo papel de tolo correndo atrás do fantasma como o humano que eu não era mais. E provavelmente era isto que estava atrapalhando meus sentidos de caçador. Eu tinha que agir como o vampiro, tornaria tudo mais fácil e de qualquer maneira o disfarce de humano não estava funcionando mais.

- Vem, eu posso saltar e levar a ambos lá para cima. - murmurei e minha voz saiu mais cansada do que me sentia. 

-Não, não pode! As pessoas vão ficar mais apavoradas se verem você fazendo isso. Já ficaram quando você desceu daquele jeito insano. E elas podem fazer alguma coisa com você ou comigo. -  Suas pupilas dilataram urgentes e apavoradas. Fiquei com receio de me meter no meio da multidão não por mim, mas por ele que apesar de tudo é ainda um mero adolescente, e acabei concordando com a cabeça e deixando que me guiasse.

           Enquanto Jaynet seguiu o fantasma pelos ares, Christian e eu tomamos um caminho diferente, seguindo rumo a uma escada pouco utilizada pelos humanos que corriam de maneira descoordenada. Foi quando ouvi um estrondo seco e meus instintos desordenados finalmente começaram a funcionar.

           Tudo passou a se mover mais lentamente graças a minha visão diferenciada ao passo que uma fumaça branca cobria todo aquele vão de gelo, piso, vidro e lojas que nos circundava. Grãos daquela massa cinza que formavam as paredes e as vigas começaram a se desfazer e cair de maneira sutil em meu rosto, e imediatamente virei a cabeça para Christian - que continuava firme no objetivo de chegar a escada e alheio ao que acontecia ao seu redor. 


Notas Finais


Continua amanhã


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