História Um fim de Inverno para não se esquecer - Especial: Kurosaki

Não. 

Eles não eram uma família convencional e muito menos pacífica. Não mesmo... A forma pacífica de resolver tudo era na base dos gritos e da pancadaria. 

Não. 

Os vizinhos não chamavam a polícia e estavam até acostumados com os barulhos que começavam às 6:00 da manhã. 

Não. 

Eles não se odiavam ou almejavam se matar. Eles só gostavam de uma disputa saudável entre família. Mas a disputa era saudável para quem mesmo?!  

Não. 

Ele não era um garoto metido a valentão, malvado e indiscriminado de jeito impertinente. Ele não era bagunceiro e causador de problemas com complexos e aversão à palavra "não".

Não. 

Ela não era parecida com sua irmã gêmea. Ela não era fofa, meiga e apreciadora de coisas de menininhas. Ela não era parecida com seu irmão mais velho  e metida a sabichona.

Não. 

Ela não era ingênua, doce e infantil em comparação à sua irmã. Ela não era fraca e indefesa. Ela não era considerada o bebê do papai. Ela não era desligada e não precisava ser salva.

Não.

Ele não era um pai sério e ditador. Não era um pai idiota e babão. Não era um pai que tinha um complexo com a foto da esposa morta no meio da sala no qual contava toda a intimidade da família para a fotografia na frente de estranhos. Não ele não era um pai que vivia ouvindo conversas atrás da porta com um copo de vidro.

Não. 

Ele não culpava seu precioso e determinado filho pelo o que aconteceu há anos atrás. Ele jamais poderia fazer algo assim.  Ele amava seus filhos acima de tudo e aquilo foi um trágico acidente. 

Sim. 

Ele insistia em proteger e educar seus filhos de uma maneira mais livre que os demais pais.  Sua maneira era algumas vezes livres até demais, mas quem ligava?!  O seu amor por seus filhos não mudaria nunca. 

Sim. 

Ele teve que assumir muito cedo a função de ser pai, mãe e provedor da casa com três crianças pequenas que sentiam falta da mãe que estava morta.

Sim. 

Ele criou de uma forma diferente o seu filho, o ensinando a lutar e a se defender de valentões por meio de o atacar quando o mesmo estava distraído. Mas tudo foi para o ensinar a se defender sozinho e para não ser tão dependente. 

Sim. 

Ele ensinou as filhas golpes de defesas pessoais e a arte de desconfiarem de todos. Tudo isso por amá-las demais e temer perdê-las. 

Sim. 

Eles tinham orgulho do pai que possuíam porque os ensinou a serem fortes e destemidos.  Os preparando para o futuro cruel e imprevisível e deixando-os escolherem seus próprios caminhos no momento certo. 

Sim. 

Ele sabia do amor de seus filhos para com ele, mas ainda assim se sentia um péssimo pai por não ter passado mais tempo ou contado toda a verdade para seus filhos de quem eles realmente eram. Sim,  ele se sentia péssimo em ter escondido as suas origens, mas ainda que isso lhe pertubasse toda noite, ele tinha a certeza que os filhos o amavam. 

Feliz dia dos pais

Isshin Kurosaki. 

Continuaaa***