História Um Hibrido Chamado JungKook - O Ladrão De Macarrão Instantâneo!

Levantei da cama com o barulho escandaloso do meu despertador, bufei e o soquei com força para parar com aquele barulho todo, em seguida bocejei e me levantei para mais um miserável dia de trabalho. Me arrastando para o banheiro tomei banho e fiz minha higiene matinal, em seguida, quando terminei, voltei para o quarto e peguei minha roupa de trabalho me vestindo, olhei para a janela e vi o sol começando a querer nascer preguiçosamente logo atrás dos prédios, suspirei cansado.

Fui para a cozinha e coloquei água para ferver, em seguida segurei meu celular com a tela trincada e estreitei os olhos.

-Aquele filho da mãe vai ter que me dar um novo – Murmurei me lembrando do culpado por ter quebrado meu celular, em seguida me voltei para a água quente e peguei no armário um pacote de macarrão instantâneo e o abri jogando o macarrão dentro da panela, esperei para que ficasse pronto e joguei o tempero dentro, me recostei no balcão ao lado do fogão e bocejei novamente, olhei para meu relógio de pulso e suspirei, chegaria atrasado, outra vez.

Desliguei o fogo e coloquei uma tampa qualquer na panela, peguei minha mochila que ficava em cima do sofá e saí de casa, nisso corri para perto do meu inseparável meio de transporte, uma bicicleta, já um pouco velha, no estilo de corrida, coloquei a mochila nas costas e subi na magrela disparando para meu ambiente de trabalho.

[..]

-Está atrasado...DE NOVO! – Me encolhi levemente com a cabeça baixa, meu chefe logo a frente gritava e chamava a atenção das pessoas ao redor, enquanto que eu não podia se quer dizer nada, eu estava atrasado afinal – Já não disse para colocar um despertador?! Porque tem sempre que chegar atrasado?! Você sabe o quanto as pessoas gostariam de trabalhar no seu lugar?! Se acha tão importante assim para chegar atrasado no seu emprego?! – Gritava, mas eu tinha despertador, eu tinha cinco despertadores, mas por incrível que pareça eu só desperto no último, a culpa não é minha, eu estava extremamente cansado.

-Sinto muito, eu prometo melhorar – Resmunguei envergonhado com os olhares dos meus colegas de trabalho e de algumas pessoas ao redor, ele, com uma touca em mãos, bateu em minha cabeça, me fazendo encolher ainda mais.

-É sempre a mesma coisa! Você sempre diz que vai melhorar e mesmo assim nunca muda! É melhor dar seus pulos, pois para trocar você por outra pessoa é daqui para ali! Agora vai trabalhar moleque! – Exclamou bufando e voltando para sua salinha minúscula, suspirei desistente, em seguida senti alguém colocar a mão em meu ombro.

-Não fique assim Jiminnie, ele só está em um dia ruim...você não pode ser substituído tão facilmente, afinal...você é o melhor daqui... – Comentou com um sorriso belo em seu rosto, sorri de lado.

-Obrigado Hyung, mas eu preciso mesmo tomar cuidado, não posso me dar ao trabalho de perder esse emprego, já foi difícil encontra-lo, perde-lo agora...seria uma catástrofe – Suspirei olhando para meu chefe em sua mesa, em seguida olhei para meu colega de trabalho, ele sorriu de lado.

-Não se preocupe, ele sabe muito bem que você está precisando de grana, e apesar de se parecer mal, ele é um cara bacana e não vai deixar você desamparado agora, tenho certeza – Jin hyung disse enquanto dava alguns tapinhas em meu ombro e voltava ao trabalho, confirmei coçando a nuca e fui em direção ao meu lugar de trabalho, entrei na salinha de faxina e peguei o rodo e o balde que usava, em seguida saí e olhei em volta.

Eu trabalhava em um dos mais incríveis restaurantes da cidade e meu sonho era poder ser um grande chefe, mas enquanto não conseguia isso, eu apenas era o garoto da limpeza. Enchi o balde com água e fui em direção do salão onde ficava as mesas e comecei a arrumar o lugar para a hora de abrir o restaurante, ele era extremamente grande, um dos mais ricos e grande de Seul, dizia-se que o dono dele era um cara extremamente rico e que ninguém nunca se quer viu seu rosto, aquele cara estressado que cuidava de mim, era apenas um gerente do restaurante, algumas pessoas dizem que ele conhece a real face do dono do restaurante, mas ele nunca confirmou isso.

De qualquer forma, eu sonhava em poder colocar um chapéu de chefe e poder fazer os melhores pratos que o mundo já provara, queria ser o melhor cozinheiro da Coréia e depois quem sabe do mundo, era um sonho enorme, ainda mais para um garoto com vinte anos e que nem ao menos havia terminado o ensino médio, sempre que eu falava sobre meu grande sonho as pessoas riam e diziam o quanto eu era sonhador, outras diziam para parar de apenas sonhar e começar a olhar para a realidade, dizendo cruelmente que eu jamais conseguiria isso, mas eu sabia que podia conseguir pois eu era o melhor.

Depois que eu limpei o salão das mesas do restaurante, voltei para a cozinha e guardei o rodo, o pano na salinha e joguei a água suja do balde fora, voltei para a cozinha e arregaçando as mangas de meu uniforme me coloquei de frente para a pia começando a lavar as pilhas de pratos e talheres que já estavam por ali, o dia todo era uma verdadeira correria, mesmo que o restaurante ainda nem mesmo havia aberto, os cozinheiros chefes e seus ajudantes corriam de um lado a outro escolhendo ingredientes, colocando galões de água para ferver e muitas outras coisas, era como ver um formigueiro cheio de formiguinhas correndo de um lado a outro repetindo todos os dias as mesmas coisas.

Sorri me voltando para a pia e continuando a lavar, nisso ouvimos o soar de um assovio e logo a melhor parte do dia começava, enquanto os cozinheiros e ajudantes faziam sua correria, faziam barulhos com a boca, imitando sons de instrumentos e em um estouro a porta da sala do chefe se abriu e sua voz explodiu em uma canção animada e que fazia os mais novos vibrarem enquanto continuavam com seu trabalho, nosso chefe caminhava por entre nós cantando sua música preferida, deixando o ambiente do trabalho mágico.

Eu poderia me sentir extremamente cansado, tanto que as vezes chegava a sentir dores terríveis em meu corpo por conta do trabalho árduo no restaurante, principalmente por eu ser alguém de baixa estatura e um tanto anêmico, ninguém dava muito por mim e eu mesmo achava o mesmo, mas quando começava a trabalhar e esses momentos aconteciam, eu ficava extremamente feliz em estar trabalhando aqui, os meus colegas de trabalhos eram sempre animados, viviam caçoando um do outro, fazendo piadas e cantando enquanto preparavam pilhas de pratos dentro daquela cozinha quente.

E era nesses momentos que eu me deixava relaxar enquanto trabalhava ao lado deles e me permitia sonhar em ter um restaurante assim, animado, feliz e que eu pudesse cozinhar para as pessoas, era o que eu mais queria e todos os dias, graças a esses caras, eu renovava esse sonho e o fortalecia dentro de mim.

-É ISSO AÍ, VAMOS DAR NOSSO MELHOR HOJE TAMBÉM! – Exclamou o cozinheiro chefe entrando na cozinha e acompanhando todos nós na cantoria, o nosso dia enfim começava.

[...]

-Uaa, hoje foi mesmo um dia daqueles... – Jin hyung comentou ao meu lado massageando seu ombro, sorri retirando meu avental preto e confirmando.

-Foi mesmo intenso, hoje o dia foi bem cheio..., mas fiquei feliz por ter ajudados meus hyungs ao menos um pouco – Comentei sorrindo e olhando para o Jin, ele riu suavemente e se levantou do banco onde estava sentado e tocou meu ombro.

-Você é muito importante para todos nós, obrigado por cuidar de todos nós esse tempo todo, Jimin – Meu Hyung disse sorrindo para mim e eu ri sem jeito, não era acostumado a receber elogios dessa forma, ainda mais sendo de Jin hyung que foi o primeiro com quem conversei quando comecei a trabalhar aqui, cerca de um ano atrás, suspirei.

-Obrigado por dizer isso, me deixou feliz hyung – Comentei e Jin confirmou sorrindo.

-Mas agora vamos para casa, estou morrendo de sono..., mas antes vou passar no mercadinho comprar algo para comer – Murmurou pensativo, em seguida sorriu e acenou – Até segunda, Jiminnie...e procure não se atrasar! – Exclamou saindo do vestiário acenando, confirmei suspirando, seria difícil, mas acho que vou ter que me esforçar.

-Bem, por sorte amanhã é sábado, então...vou poder descansar muito bem nesse final de semana – Comentei fechando meu armário e sentindo uma paz apenas de pensar nisso, uma folga, era tudo o que eu precisava, sem maiores problemas, respirei fundo segurando minha mochila e a jogando nas costas após pegar meu celular.

Saí para fora do restaurante pelas portas do fundo e fui em direção de minha bicicleta, me abaixei para destrancar o cadeado e em seguida montei sobre ela começando minha volta para casa, as ruas estavam movimentadas por ser final de pico e todos voltavam aos montes para casa, mas eu ficava feliz, feliz porque eu também era um que voltava para casa depois de um dia cansativo de trabalho, saber que eu estava incluso na sociedade trabalhista me deixava...orgulhoso de mim mesmo, ainda mais porque fazia o que gostava, bem, quase isso, mas eu chegaria lá, seria com toda certeza um grande chef.

Virei na rua de casa e já sorria novamente ao ver a minha pequena casa, queria chegar logo, tomar um banho, me jogar na cama e dormir até a tarde de amanhã se possível, só Deus sabe o quanto estou cansado. Assim que desci da bicicleta já em frente à minha casa, eu franzi o cenho levemente vendo a luz da cozinha acesa, uma espécie de alerta socou minha mente me fazendo achar que teria um ladrão dentro de casa, trancando a respiração olhei em volta e a rua estava vazia, engoli em seco e com cuidado e sem fazer barulho, entrei na casa pela porta da garagem e me esgueirando sobre os móveis e corredores cheguei na parede de entrada da cozinha, respirei fundo contando até dez e olhei em volta procurando alguma coisa que me servisse de arma e só achei meu abajur, acho que podia servir.

Engoli em seco novamente e confirmei comigo mesmo que eu precisava salvar minhas coisas e minha casa, trincando os dentes me virei rapidamente pronto para acertar quem quer que tivesse ali.

-AAAAAAAAAH!! – Gritei assustado e ouvi um grito junto ao meu, abri os olhos, que eu não sei quando teria fechado, e olhei o ladrão a minha frente, ele estava encolhido entre o fogão e o armário de alimentos, sua boca e mãos sujas com o macarrão que eu havia deixado sobre o fogão mais cedo e estava extremamente assustado, pisquei algumas vezes e baixei o abajur, o fato dele ser um ladrão de macarrão instantâneo desapareceu da minha mente quando vi um par de orelhinhas negras em sua cabeça e um pequeno rapinho felpudo atrás de si quando ele se encolheu ainda mais.

-Quem...é você? – Perguntei franzindo o cenho para o hibrido a minha frente, ele engoliu em seco e olhou para suas mãozinhas todas sujas, em seguida lambeu os lábios sujos e tentou limpá-los com as magas de sua blusa de mangas compridas, em seguida olhou em volta tentando achar uma saída, mas sabia que não tinha – Você invadiu a minha casa... – Comecei e ele voltou seus olhos assustados para mim, ele até que era fofo – Você tem alguém? – Perguntei e ele me encarando por alguns segundos desviou os olhos para uma pequena mochila de algum desenho animado que não me lembrava de ter visto, ele voltou seus olhos e eu suspirei indo até a pequena mochila que, com toda certeza, era pequena para alguém do tamanho que ele tinha.

Assim que a peguei ele tentou passar por mim para fugir, mas eu o garrei pela parte de trás de sua gola o fazendo grunhir.

-Não tente fugir rapazinho, você fez algo errado e eu preciso que seu responsável saiba disso... – Comentei e ele me olhou suplicante, seus olhos pareciam ter crescido de tamanho enquanto ele me olhava como um cachorro perdido ou caído da mudança...se bem que ele era um coelho, né – Não adianta me olhar dessa forma, irei chamar seu responsável – Comentei e suas bochechas logo tomaram uma cor rosada e foram inflando enquanto ele se emburrava, segurei uma risada achando ele extremamente fofo, o puxei até a sala e o fiz se sentar no sofá enquanto abria sua mochila – Vamos ver se encontramos seu responsável... – Vasculhei sua mochila atrás de algum nome que possivelmente fosse o dono do hibrido, mas quanto mais fuçava menos encontrava algo de útil, as únicas coisas que eu encontrava eram brinquedos e peças pequenas de roupas, suspirei e olhei para ele – Sem identificação...quem é seu dono afinal? – Perguntei para o hibrido emburrado no sofá sem dizer uma palavra.

Falaria mais alguma coisa, mas meu celular tocou em meu bolço e eu bufando atendi, nem ao menos olhei para a tela para saber quem era, mas assim que ouvi sua voz suspirei.

-Jiminnie! – Sua voz estava alta e bastante contente, nada de diferente do de sempre.

-Taehyung! Quero um celular novo! Você quebrou o meu! – Exclamei no telefone e logo ouvi uma risada.

-Estou sabendo, mas...mais importante que isso! Você está em casa? – Perguntou do outro lado e ouvi um barulho de água, como se alguém tivesse pulado em uma piscina, ou coisa assim.

-Estou, acabei de chegar e estou tentando resolver um problema, um hibrido invadiu minha casa e estou tentando descobri quem é o responsável – Suspirei olhando para o garoto que lambia suas mãos nos lugares que ainda estava sujo, ouvi uma risadinha que não me deixou melhor.

-Pois não precisa procurar mais pelo dono...o dono sou eu­ – Taehyung comentou enquanto ria do outro lado, demorei alguns segundos para assimilar tais palavras.

-Seu?! E o que ele está fazendo aqui invadindo minha casa?! – Perguntei ficando irritado, era só o que faltava, além de ter quebrado meu celular agora colocava o hibrido para roubar minha comida?! – Aliás, quando foi que o encontrou? Não, melhor...porque ele invadiu minha casa para comer minha comida?! Você não tem alimentado seu hibrido Kim Taehyung?! – Perguntei ainda mais irritado, ouvi sua risada novamente e em seguida um suspiro.

-Não é nada disso seu babo! Ele é alimentado bem, mas deve ter ficado com fome quando chegou aí e viu que não tinha ninguém...escuta, estou em um cruzeiro até o Hawaii e não pude levar o Kook, então mandei ele para sua casa até eu voltar, e como você é um ótimo meio irmão, achei que aceitaria cuidar do meu hibrido até eu voltar – Novamente demorei alguns segundos para captar tais palavras, olhei para o coelho sentado no sofá e ele voltou seus olhos para mim, aquilo só pode ser brincadeira.

-Você o que?! Acha que eu tenho tempo para cuidar de um hibrido Taehyung?! Não tenho tempo nem de cuidar de mim!! Pode vir buscar seu hibrido, não posso cuidar dele, ainda mais se for para que você saia de férias por aí e for se divertir!! – Exclamei caminhando de um lado a outro na sala, Tae, do outro lado da linha, bufou.

-Qual é Jimin, me ajuda, eu também não posso voltar, estou aqui com o intuito de conseguir uma vaga melhor no meu emprego, sabe como é....papai sempre faz esse tipo de coisa, me manda para algum encontro de “férias” da empresa apenas para que eu me enturme com os demais acionistas, estou a trabalho também, então...quebra esse galho maninho, é só por alguns meses, logo estarei de volta, e com seu celular novinho, que tal?!­ – Grunhi irritado, levei minha mão a cabeça sentindo que logo teria uma dor tremenda.

-Droga Tae, espero que esse celular seja o melhor de todos, porque isso vale pelo menos sua alma e estou deixando no preço de um celular, então...saiba o preço de sua alma – Comentei suspirando desistente, eu precisava aprender como dizer não, ele sempre tira proveito disso, droga.

-Ah! Eu sabia que podia contar com você maninho!! Obrigado, e pode deixar que vou trazer o melhor celular do mundo para o melhor meio irmão do mundo...ah! E antes que eu esqueça, deixei um e-mail dizendo tudo o que precisa saber do Kook, então leia com atenção que você vai ver que será bem fácil cuidar dele...até mais maninho! Nos vemos daqui alguns meses!! – Taehyung desligou e eu suspirei pesaroso, enquanto meus olhos voltavam-se para o hibrido, ele me encarava com seus olhos brilhantes e curiosos, tudo bem, serão só alguns meses, vai passar rápido e então eu poderei voltar a minha rotina normal, só alguns meses Park Jimin, pensa no melhor celular do mundo que vai ganhar, foco no seu celular!