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História Um Homem de Família - Um Homem Que Não Tem Direitos


Escrita por: palomamyo

Notas do Autor


Oi meus anjos
demorei, mas hoje não ia ficar sem capítulo

AINDA NÃO QUEBRAMOS O RITMO

Capítulo 3 - Um Homem Que Não Tem Direitos


Fanfic / Fanfiction Um Homem de Família - Um Homem Que Não Tem Direitos

Um Homem de Família

Cap. 03: Um Homem Que Não Tem Direitos

A M A R O

 

 

Kyungsoo se assustou com uma batida na porta tão cedo do dia, estranhando ainda mais quando viu Jongin ali parado. De preto da cabeça aos pés, uma expressão fechada e um perfume amadeirado, era como se o tempo para ele sequer passasse, aqueles olhos negros chegavam a ser assustadores quando se olhava mais de perto. O ômega Do tinha muitas dúvidas a respeito do pai de seu filho, e ele ter aparecido ali naquela manhã o deixou um enorme ponto de interrogação na cabeça.

— Bom dia, Jongin. — cumprimentou, ainda meio confuso — Algum problema?

— Eu vim falar com você sobre... — estava prestes a terminar sua frase quando percebeu Mingyu passar correndo atrás de Kyungsoo, o garoto ainda estava de pijama — Por que ele está em casa?

O ômega olhou para trás, encontrando o filho brincando no chão com um boneco de ação.

— Ah, eu não tive mais como pagar a escola, mas já estou resolvendo isso.

— É sobre isso que eu vim falar. — interrompeu a possível explicação que o ômega daria — Andei pesquisando algumas escolas na cidade e encontrei algumas que podem ser muito boas para o Mingyu, inclusive um amigo me indicou uma delas e eu marquei uma visita hoje de manhã.

Kyungsoo queria dizer um sonoro “Sem me perguntar nada?”, mas achou que seria muito mal-educado de sua parte, afinal, Jongin poderia sim ter a melhor das intenções com aquilo. Estava um pouco inseguro quanto a acatar algo da vontade do alfa, ele não queria que Jongin interferisse em nada com relação a Mingyu, inclusive, não era nem para o alfa estar ali.

— Tudo bem. — se limitou a apenas isto. — Sente um pouco, eu vou vestir o Mingyu.

O ômega entrou casa à dentro levando o menino com ele, enquanto o alfa ficou sentado no sofá apenas o esperando. Ficou observando o número de caixas espalhadas pela casa, ele já estava com tudo pronto para se mudar, o que o fizera lembrar de que tinha que alugar um apartamento para os dois o mais rápido possível, de preferência em um prédio que não morasse ninguém conhecido, para que pudesse aparecer sem ser visto por ninguém.

Alguns minutos depois o garoto apareceu já arrumado, se aproximando “disfarçadamente” do sofá em que ele estava, Mingyu tinha uma expressão curiosa em seu rosto.

— Qual o seu nome? — ele perguntou.

— Kim Jongin.

— Por que o senhor está aqui?

— Eu vou dar uma carona pra vocês.

— Ah. — o menino balançou a cabeça afirmando ter entendido, parecia que iria se afastar, mas novamente voltou a encarar o mais velho — E pra onde vamos?

Jongin abriu a boca para responder, mas ouviu o barulho de Kyungsoo saindo do quarto e preferiu ficar quieto. O ômega se aproximou dos dois esperando que o maior se levantasse. O Kim ficou de pé e os três seguiram para o lado de fora do apartamento, onde Kyungsoo fechou a porta. Os três passaram a descer as escadas em silêncio, enquanto Mingyu cantarolava baixo.

Entraram no carro e seguiram um caminho um pouco longo até a escola em questão. Mingyu ficara o tempo todo olhando para o retrovisor, parecia encantado em olhar para as feições concentradas do alfa mais velho.

Quando chegaram, a boca do menino se abriu em um perfeito “O”, ele parecia ter se encantado logo de cara com a aparência do lugar. Kyungsoo segurou sua mão enquanto entravam, com o menorzinho sempre olhando para tudo em redor, achando cada coisa muito bonita. Uma mulher veio falar com eles e lhe ajudou a encontrar a sala da diretora, uma mulher alta e muito bonita, o cheiro forte indicando ser uma alfa.

— Bom dia, você deve ser o Sr. Kim. — ela sorriu lhe indicando as cadeiras da frente — É uma honra receber sua família em nossa escola. — a mulher esticou a mão cumprimentando os dois e só então notando a presença um pouco acanhada de Mingyu, que estava muito entretido olhando para os troféus em uma prateleira — Mas que garoto lindo, qual seu nome?

— Do Mingyu.

Ela pareceu ter estranhado ao ouvir o sobrenome do garoto.

— Mi Cha, querida, leve Mingyu para conhecer a escola.

A moça que estava até então parada na porta, sorriu gentil para o garoto e pediu para que o mesmo a acompanhasse, o garoto segurou em sua mão e saiu com ela. A alfa, encarava o casal à sua frente um pouco confusa, mas lembrou-se que quando recebeu a ligação de Jongin, ele não havia dito que matricularia seu filho ou sobrinho, havia apenas pedido para recebe-lo.

— Bem, já decidiram se irão mesmo matricular o... — ela não sabia se “o filho de vocês” seria o termo correto — Mingyu em nossa escola.

— Me parece ser uma boa escola. — Kyungsoo comentou.

— Nós temos os melhores planos de estudo, além de oferecermos uma opção de língua estrangeira e esporte, claro, tudo de acordo com o plano que vocês escolherem. — ela explicou enquanto estendia panfletos explicativos a respeito dos planos de estudo — Eu garanto que Mingyu terá a melhor educação do país.

Kyungsoo achava aquilo um exagero, o garoto mal tinha acabado de aprender a ler e já queriam lhe enfiar um monte de coisas, Mingyu ficaria muito bem tento um estudo mais simples, não precisava de tudo aquilo. Já Jongin parecia pensar diferente, ele estava concentrado lendo um dos folhetos e com uma cara de quem estava aprovando tudo.

— Vou ficar com o plano A. — o alfa devolveu os panfletos, parecia muito satisfeito.

— Ótimo. — ela se alegrou — Preciso apenas dos documentos do garoto e do responsável, o histórico escolar vocês podem trazer depois.

A mulher começou a digitar rápido no computador, enquanto ela não olhava para eles, que Kyungsoo aproveitou para agarrar o braço do Kim, falando baixinho perto dele.

— Você não acha que isso é muito exagero? — ele estava um tanto exasperado — Mingyu só tem sete anos.

— Eu só tô tentando dar uma boa educação pra ele. — respondeu baixinho e calmo.

Kyungsoo não estava calmo.

— E quem disse que eu quero?

— Eu não vou perder meu tempo discutindo com você. — Jongin fez questão de cortar logo a provável discussão que começaria bem ali, nunca fora de discutir na frente de estranhos. Era falta de classe — Se prefere que o seu filho estude em um colégio qualquer, eu não ligo.

O ômega murchou um pouco, fez um bico, sentia que havia perdido aquela batalha. A escola parecia boa demais, certamente que uma passagem por ali marcaria a vida acadêmica de seu filho para sempre.

— Tudo bem, ele vai estudar aqui. — se rendeu.

Entregou seus documentos e os documentos do filho para a alfa, que sorriu pela decisão, começando a digitar extremamente rápido no computador. Enquanto digitava, fazia algumas perguntas e também algumas exigências quanto ao que precisaria, incluindo uma ficha médica. Era coisa demais. Kyungsoo estava incomodado, mas se fosse o melhor para o seu filho, ele ficaria quieto, só não entendia o motivo de Jongin de repente de importar com a educação acadêmica de Mingyu, ele não se importava nem com o filho. Era estranho.

— Assine aqui como o responsável do garoto. — a mulher estendeu uma prancheta para Kyungsoo, que assinou — Preciso de mais um número para ligar em caso de emergência.

— Pode colocar o meu. — Jongin se ofereceu antes que Kyungsoo dissesse alguma coisa.

Jongin forneceu seu número e ela anotou.

— E qual sua relação com o garoto?

Foi durante essa pergunta que Kyungsoo olhou bem sério para o Kim esperando o que ele iria dizer. Jongin ainda desviou o olhar e pareceu ter pensado um pouco. A alfa os encarando sem entender aquela conversa muda que existiu naqueles dois olhares distintos.

— Pai.

Agora ela parecia ter juntado as peças, especialmente ter entendido o motivo dos dois se olharem daquela maneira e agirem como se não gostassem um do outro. Ela terminou de aprontar tudo e se despediu do casal. Quando os dois saíram da sala, Mingyu estava sentado em um banco ao lado da moça que havia saído com ele, o garoto se levantou no momento em que os viu e saiu correndo na direção dos mesmos.

— Omma, aqui é muito bonito! — ele exclamou animado — Eu vou estudar aqui?

— Vai sim, querido.

— Eu já o medi e irei confirmar o uniforme, ligaremos quando o mesmo estiver pronto. — a moça os informou e seguiu seu caminho pelo corredor.

Mingyu estava muito feliz, sorria o tempo todo.

 

 

[...]

 

 

— Essa criança vai me custar uma fortuna.

Jongin suspirou e tirou seus olhos da tela do notebook, ChanYeol o encarou com as sobrancelhas arqueadas, olhando de soslaio para o que ele estava olhando. Os dois estavam no apartamento do Kim, Jongin lhe pedira ajuda para pesquisar um bom condomínio onde Kyungsoo pudesse morar com Mingyu, um lugar que também fosse discreto. E com “pediu ajuda”, significava que ChanYeol só ficaria bebendo suas bebidas caras enquanto lhe fazia companhia, porque o ruivo não ajudava em nada.

Era apoio moral, torcida.

— Olha o Anexo B, são os livros. — o Park informou, deitando seus pés sobre o sofá largo — O colégio é bom, mas é muito caro em absolutamente tudo, espera só pelo valor dos passeios.

— Passeios?

— Todos os meses eles realizam passeios com os alunos, sabe, pra eles se divertirem um pouco e relaxarem da rotina de estudos, sempre é pra algum lugar caro. — a cada palavra que ChanYeol dizia, mais arrependido Jongin ficava, deveria ter ouvido Kyungsoo, aquele escola era exagero — Mas dinheiro não é um problema pra você, lembre-se “o futuro dos filhos em primeiro lugar”.  Mas me conta, o que te fez dar uma de “pai” de uma hora pra outra?

Nunca que ele diria que estava com peso na consciência.

— Bom.

— Tinha que ser. — o ruivo tirou os pés do sofá, se ajeitou — Você só escuta ela e mais ninguém. O que ela te disse?

— Disse pra você parar de se meter nessa história. — respondeu sério, com os olhos grudados na tela do notebook — Vou mandar minha secretária comprar essas coisas.

— Por que você mesmo não vai? — sugeriu — Aliás, por que não leva o Mingyu para comprar todo o material? Criança adora essas coisas, o dia mais feliz da vida do Seokmin é o dia de comprar o material, ele gosta mais do que o aniversário dele.

— Só vai de mar trabalho, além disso eu não quero tanta aproximação.

— Não precisa ser “O pai dele” logo de cara, só tenta ser um amigo, vá devagar, deixa as coisas acontecerem, se aproximar do seu filho vai ser bom, seu braço não vai cair se fizer isso.

 

 

[...]

 

 

O convite não havia sido pra ele, mas Kyungsoo se recusava a deixar seu filho sozinho com Jongin, e sim, ele realmente não confiava nele. Por isso, quando o Kim apareceu em sua porta, convidando Mingyu para ir comprar o material novo, o ômega fez questão de colocar um casaco e ir junto. O pequeno alfa estava muito feliz, pulava o tempo todo no banco e não parava de perguntar se já estavam chegando.

Quando chegaram à papelaria, grande e bonita, o menino quase saiu correndo, precisou ser segurado para não fazer isso. Jongin pegou um dos carrinhos que ficavam do lado de fora e entrou com Mingyu grudado nele, Kyungsoo vinha logo atrás. O garoto olhava tudo com os olhos brilhando.

— Você pode escolher o que quiser. — disse o alfa, alegrando o coração do garoto, que abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Sério? — o alfa balançou a cabeça afirmando.

O menino foi direto onde estavam os cadernos, vibrando com todas aquelas opções. Demorou um pouco até escolher com que caderno ficaria, escolhendo um de “Como Treinar Seu Dragão”, mais tarde o Kim descobriria que o menino era um grande fã.

Tudo que Mingyu pegava, ele olhava para Jongin esperando sua aprovação ou uma confirmação de que poderia mesmo pegar, como o alfa não dizia nada, ele entendia como um “sim” e colocava no carrinho. Depois de quase duas horas com o pequeno alfa correndo de um lado para o outro e um carrinho mais cheio do que seria necessário, os três pararam de frente para onde ficavam as mochilas.

Mingyu parou olhando pra elas. Jongin parou ao seu lado, viu que o garoto apenas olhava sem pegar em nada.

— Você quer uma? — perguntou, tentando não parecer muito interessado.

— A minha ainda está novinha, omma disse que não preciso de uma nova todos os anos.

— Mas você quer?

— Quero!

— Então pode pegar.

O garoto ficou feliz e correu para escolher a que queria. Kyungsoo olhou feio para Jongin, não havia gostado nada daquilo. Quando Mingyu se afastou, ele se aproximou do alfa.

— Não pode ficar dando tudo o que ele quer. — ralhou, encarando o alfa com uma expressão de raiva.

O Kim pareceu não ligar para o que o ômega dizia.

— Por que não? — questionou, mas nem olhou pra ele.

— Porque ele vai crescer achando que pode ter tudo o que quer!

— É só uma mochila, Kyungsoo. — o alfa afobou-se, o menor estava levando muito à sério um ato simples.

Mas Jongin não entendia, para ele podia ser uma simples mochila, mas não era todo mundo que tinha dinheiro para comprar uma mochila nova todos os anos, ele queria que Mingyu crescesse sabendo que a vida não é fácil e que ele precisava dar valor a tudo quanto tinha, pois tudo havia sido conquistado com muito suor e trabalho duro.

— Começa com uma mochila, mas e depois? — estava pronto para começar a discutir, mesmo que as pessoas estivessem olhando — E se ele pedir qualquer outra coisa dessa loja, você vai dar?

O alfa estava incomodado, mas não valia a pena discutir aquilo ali.

— Onde quer chegar com isso?

— Não é assim que eu crio meu filho. — cruzou os braços, não queria mais discutir — Não fique interferindo, você não tem esse direito.

O que poderia dizer? Não tinha nenhum argumento contra quem criou aquela criança a vida toda, ele havia acabado de chegar e precisava respeitar as decisões do verdadeiro pai daquele garoto, a única pessoa que tinha moral para decidir o que era ou não bom para o menino. Revirou olhos, não disse mais nada.

 

 

 

 


Notas Finais


O Jongin parece uma barata tonta
"vou me meter"
"Não vou me meter"
ele tá perdidinho


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