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História Um Lance Perfeito - Taekook (ABO) - 09 - Que merda.


Escrita por: yoonsilva

Notas do Autor


Oii pessoas bonitxs ❤️
Como cês tão?!

Dia de att!!
Hoje vai ser no dia certo KKKKKK, semana passada acorreu por causa de imprevistos, mas agora tá tudo nos conformes.

Recomendações 🔴
Your window pain — Kirsch & Bass
Shadow — Austin Mahone
I told you so — Ryn Dean
Quase sem querer — Maria Gadú
Segredo — Mano Gavassi, Chay Suede
Where's my love — SYML

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Um Lance Perfeito|| Tae&JK🥀, nome oficial.
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Um Lance Perfeito || Tae&JK🥀

Obs: Perdoe-me pelos erros ortográficos.

Boa leitura~❤️.

Capítulo 10 - 09 - Que merda.


Fanfic / Fanfiction Um Lance Perfeito - Taekook (ABO) - 09 - Que merda.


Capítulo 09:🥀

Jungkook, José 

Escritório do Jeon, Paraisópolis, Zona Sul, São Paulo, Brasil.

08 de agosto; 09:47 a.m.

— Manda essa porra de volta! — O Gui disse nervoso para o Chan que se retirou rapidamente da sala.

— Cê tá brabo?! — Disse rindo alto. — Sussega mano.

Ele revirou os olhos e se jogou no sofá com força.

— Não começa com suas gracinhas, eu tô noiado. — Cobriu o rosto com os braços. — Como você consegue ficar relaxado com tudo isso despencando na sua cabeça?! Puta merda, José.

— Só o meu magrelinho pode me chamar assim. — Apontei para ele. — Olha bebê, se você esquentar com as ameaças daquele arrombado, aí sim, que vai subir a catinga de chifre queimado.

Ele arremessou a almofada na minha direção e bufou.

— Tá me chamando de corno, filha da puta?! 

— Mas tu é! Lembra da gaia da Luciana não?! — Gargalhei alto. 

— Moleque do caralho! — Levantou puto e caminhou até a porta. — Assina essa merda e vaza daqui.

— Pode crê cachorro! — Levantei os dois joinhas na sua direção. — Meu nego tá chegando na quebrada, não quero ficar olhando pra fuça feia de vocês não.

— Vai sentar num canavial de rola! — Apontou o dedo do meio e bateu a porta com força.

Sorri e puxei os documentos para ler.

— Cadê o José?! — Tirei a atenção do papel, quando ouvi a voz conhecida da minha tia, na parte de baixo do escritório.

Levantei rápido e caminhei para as escadas. Assim que a mesma me viu deu um sorriso largo.

— Minha bença! 

— Deus te abençoe, meu filho! — Beijou a minha cabeça deixando o sinal da cruz.

— Que satisfação! O que trás a senhora pra essas bandas?! — Apoiei o seu braço entre o meu e a guie para um local mais afastado. — Aconteceu alguma coisa com a senhora ou as meninas?! 

— Não, não! Tá tudo tranquilo. — Ela me soltou e deu uns passos na minha frente. 

Ela estava usando um vestido de alça preto, com as costas meio nuas, dando um destaque grande pra tatuagem de dragão que ela tinha nas costas.

— Fiz o seu bolo favorito… e queria trazer um pedaço. — Se virou para mim e apontou para a pequena vasilha em sua mão. 

— Valeu demais! O magrelinho ama os seus bolos… — Peguei a vasilha e coloquei ao meu lado, perto de umas madeiras. 

— Esse garoto é o que está sempre por aqui?! — Perguntou curiosa.

— É o meu namorado! Faz uns meses que o pai aqui desencalhou com o homem mais lindo do mundo. — Sorri bobo e ela concordou.

— É sério mesmo então?! — Cruzou os braços e me encarou.

— E porquê não seria?! 

— Jungkook… eu te conheço, filho. — Suspirou e segurou uma das minhas mãos. — Eu soube que esse rapaz é rico e…

— Pó parar! Que isso, tia?! Tá me estranhando? — Me afastei dela.

— Quem não te conhece que te compre, José Jeon! — Revirou os olhos e se aproximou segurando os meus ombros.

— Engraçado que eu sempre sou o errado, parece até que vou matar o menino. — Virei o boné para trás, cruzando os braços na altura do peito.

— Eu não sei! Mas você também não é santo. — Passei por ela e encarei a janela do meu lado. — Só não quero que você se machuque… você sempre se mostrou totalmente dependente de atenção, principalmente depois que seus pais morreram. A sua mãe sempre dizia que você era mimado demais…

— Não termina! Aquela mulher nunca gostou de mim. — Me virei pra ela e apontei para o seu rosto. — Já disse que minha mãe tem um nome e se chama dona Samantha Solar! Mesmo que você não goste de mim, minha mãe é você.

— Me perdoa! — Ela avançou na minha direção e me abraçou forte. — Sim! Você é meu filho. Eu não queria falar isso, minha irmã nunca assumiu o peso de mãe… 

Abracei a sua cintura com força e afundei o rosto no seu pescoço. 

— Você que deveria ter casado com ele…

Ela riu anasalado e beijou o meu ombro.

— Não diga isso, ele sempre amou ela… não podia interferir nisso, meu bem. — Ela me afastou e esfregou o polegar na minha bochecha. — Mas no final, eu ganhei você de presente para me deixar com vários cabelos brancos.

Beijou a minha bochecha e sorriu.

Minha tia era tudo na minha vida, ela me criou, minha mãe não ligava com nada. Fez um inferno para separar a irmã do meu pai e no final o bobão caiu.

Parecia até que quem estava grávida era minha tia, ela ficou mega empolgada com o meu velho.

Quando o acidente aconteceu, ela tinha acabado de descobrir a gravidez da Ryujin, mas mesmo assim, não contou conversa e me levou para morar com ela. Tudo isso influenciou na sua separação com o meu “tio". Mas não perdeu nada, aquele cara era um bêbado nojento.

— Eu preciso ir, leve o seu namorado na confeitaria. — Sorriu e me deu outro beijo no rosto. — Quero conhecê-lo.

— Deixa comigo, vai com cuidado.

Ela sorriu e começou a caminhar na direção da porta.

Peguei o bolo e caminhei na direção contrária até os fundos, onde ficava as motos. Montei na minha e fui na direção de casa.

[...]

Parte dos fundos, Cafofo do Jeon, Paraisópolis, Zona Sul, São Paulo, Brasil.

08 de agosto; 10:09 a.m.

Pedi para a Wheein comprar umas coisas pra fazer uma pequena surpresa pra ele. Tinha chocolate, umas minhoca doce que ele gostava, um buquê de rosas vermelhas frescas e uma pulseira das mais caras que ela conseguiu encontrar.

Ele merece tudo e muito mais. 

Guardei o bolo na geladeira e deu uma arrumação no que eu consegui.

Como ele só vem à tarde, resolvi descer pra dar uma treinada. Os meus meninos me acompanharam e ficaram brincando perto do pé jabuticaba.

Tirei a camisa e coloquei as faixas ao redor das mãos.

— Vai dar uns murros no sacão?! — Youngjae disse, escorado na porta de ferro me encarou.

— Quer ficar no lugar dele?! — Brinquei e ele rapidamente arrumou a postura. — Relaxa cara, tô zuando.

— Não brinca com essas coisas, em nome de Cristo! — Gargalhei e iniciei os golpes no saco de areia.

Nunca fugi de briga. Quando era criança, vivia sendo suspenso da escola por causa de confusões aleatórias, envolvendo comida ou canetas. 

Tia Solar não tinha mais nem cara pra aparecer na diretoria. 

Não vi a necessidade daquilo tudo, só porque eu joguei a bolsa do carinha no córrego… sem importância né?!

— Onde tá a molecada?! — Disse enquanto acertava socos de direita na lateral do saco.

— Era pra tá na escola. — Ele acendeu um de seus cigarros suspeitos e me encarou. — Como sei que gazearam, devem estar na lan house da dona Clara. 

Sorri e me afastei, tirando o suor que estava no meu rosto.

— Tô pra colocar o Sebastião pra adoção, moleque vagabundo… — Deu um trago forte e soltou a fumaça no ar.

— E você é muito certo, né?! — Me olhou confuso. — Deveria agradecer que ele não tá na droga como foi o seu caso.

— Sem comentários! — Deu as costas e saiu na direção dos carros.

Tem que compra o óleo de peroba pra passa nessa cara de pau pobre.

— Cadê o Jungkook?! — Ouvi uma voz feminina na parte de dentro da oficina e logo os paços da sandália ficaram mais próximos.

Levantei a vista e dei de cara com Joy sorrindo.

— Tá fazendo o que na minha área?! — Disse, voltando a me exercitar.

— Não posso mais visitar um amigo?! — Desceu os degraus se aproximando de mim.

Kiko se levantou e rapidamente ficou mais perto de mim, a encarando desconfiado.

Ele nunca gostou muito da Joelma, sempre rosnava ou se afastava quando ela vinha me ver.

No tempo que nós dois namoramos, ele ficou sumido por dias, só apareceu quando ela tinha parado de vir aqui.

O cachorro é mais inteligente que o dono.

— Pelo amor, anda, fala logo o que você quer. — Ela estalou a língua e segurou o saco. 

— Dá pra olhar pro meu rosto?! — Revirei os olhos. — Porra, Jungkook! A gente era mó próximo… 

— A gente era! Falou bem.

— Enfim! — Disse num tom irritado e puxou um envelope da bolsa. — Toma!

Segurei o papel rosado e abri rápido.

— É o que?! — A encarei confusamente.

Aquilo era um convite de casamento dela. 

E adivinha com quem… exatamente! O nojento do ex do magrelinho.

— Você vai casar com esse cara?! — Ela assentiu sorridente.

— Vamos casar no fim do mês que vem! — Arrumou a postura e apoiou as mãos na cintura. — E eu vim aqui te convidar para ser meu padrinho! 

Que palhaçada é essa?! 

— Eu já tinha planos para te colocar com uma amiga minha, mas como sei que você vai recusar, acabei aceitando em você levar o Taehyung. — Pegou o celular e me mostrou uma foto de casal. — Fala que ele vai ter que usar vestido, não vai ficar legal os dois de terno…

— Pó parar! — A cortei. — Não é possível… cê tá locona garota?! 

— Como assim?! — Me olhou como se nada tivesse acontecido.

Gente… tem que manda internar.

— Como assim?! Tu tá me zuando, só pode. — Cruzei os braços soltando um riso anasalado. — Vou compra o óleo pra passar na tua cara! Que palhaçada ridícula, Joy.

— Não tô entendendo o piti… — Coçou a cabeça e guardou o telefone. — A gente tá tentando incluir vocês na nossa vida.

— Ah! Vai pra inferno garota! — Amassei o papel e caminhei até a pequena pia que tinha ali perto.

— Porque você tá agindo assim comigo?! — Veio atrás de mim. — Porra! Eu tô tentando ser legal.

— Enfia a bondade no cu! — Me virei e a olhei desacreditado. — Cês fumaram com Youngjae?! Depois de tudo que aquele idiota fez pro Taehyung, vocês acham mesmo que vamos esquecer tudo e apoiar esse casamento Idiota?! 

— Jungkook… você nunca falou assim comigo… — Os olhos dela marejaram. — Esse cara realmente tá fazendo a sua cabeça… ele não é uma boa influência.

— Pelo amor de Deus, menina! — Bati contra a pia deixando ela assustada. — Você não tem o direito de pronunciar ele nessa boca nojenta! Nem você, muito menos aquele filha do puta. 

— Não fala assim do meu noivo! — Avanço na minha direção.

Olha… eu nunca agrediria uma mulher, jamais. 

É errado em todos os níveis possíveis… mas essa garota merecia! Sabe aquele tapa bem dado na fuça, pronto.

— Vaza daqui! — Dei as costas e voltei a lavar o meu rosto. — Some, antes que a minha paciência acabe de vez.

— Seu Idiota! — Apanhou o papel do chão e saiu batendo o pé.

— Minha nossa senhora… — Suspirei fundo e me virei na direção do cão, que me encarava confuso. — Tu entendeu alguma coisa, filho?! 

O cachorro tombou a cabeça pro lado e saiu andando até o lugar que estava deitado antes.

Que porra! O povinho sem noção.

[...]

Mais tarde…

Terminei de arrumar a surpresa pra ele e todo o quarto, passei até o perfume que ele gosta na cama. Tomei um banho gostoso também, e dei banho nos meus meninos. Tem que tá apresentável.

Ele me disse que estava trazendo o Yeontan também, então já mandei a real pra cambada.

— Nada de cagar na sala, Coração! — Apontei para o Rottweiler que escondeu a cara dentro da cama. — Sem palhaçada! Pelo amor de deus…

Resolvi preparar uma janta pra nós dois. Macarrão com salsicha e uma carninha assada, Oh! Uma delícia.

Ouvi o rastro do pneu do lado de fora, soltei o pano de prato, desliguei as bocas e me olhei no espelho próximo da porta do quarto.

— Tá bonitão! Arrasa meu garoto. — Pisquei para o meu reflexo e corri até a porta.

Saí até a plataforma e vi o mesmo entrando pelo portão grande com o pequeno no colo e uma mochila média nas costas.

Ele usava uma calça moletom branca, uma blusinha curta preta e uma sandália e seus óculos redondos de grau, o cabelo bagunçado e caído sobre os olhos… esse garoto me deixa sem ar com tão pouco.

Assim que ele me viu, abriu aquele sorriso quadrado radiante e subiu as escadas correndo.

— Amor! — Me abraçou forte. — Estava morrendo de saudades.

— Eu também estava, magrelinho. — Coloquei o pequeno no chão e ergui o seu corpo no ar.

Ele prendeu as pernas ao redor da minha cintura e os braços no meu pescoço.

Deixei um beijo singelo no seu pescoço e subi para aquela boquinha linda.

— Tá pronto pro fim de semana?! — Disse baixinho e ele sorriu novamente.

— Esperei muito por isso! — Distribuiu beijos pelo meu rosto e desceu do meu colo. — Tá tão cheiroso…

— Tomei um banho caprichado! — Ele riu e se abaixou para pegar o Yeontan novamente. 

Abri a porta para ele passar e rapidamente os garotos vieram na nossa direção.

Kiko, que é mais apegado ao magrelinho, subiu no mesmo e cheirou a cabeça do pequeno Yeontan, o pequeno fechou os olhinhos e deu uma lambida no focinho do grandão.

Colocou o peludo no chão, devagar, e ele começou a se cheirar com os outros e aparentemente se deram bem.

— Achei que seria pior… — Ele sorriu e abraçou a minha cintura. — Vão ser ótimos amigos!

Sorri e beijei o topo da sua cabeça.

— Tenho uma surpresa pra você! — Disse empolgado e o mesmo me olhou desconfiado.

— Deveria me preocupar?! — Sorriu cruzando os braços.

— Que nada, vem! — Segurei a sua mão e levei ele até o quarto. — Fecha os olhos!

— Jeon… — Levantou a sobrancelha. — Olha lá…

Ele me obedeceu, fechou os olhos com força e eu sorri.

Segurei suas mãos novamente e com cuidado levei ele até perto da cama.

— Pode abrir! — Ele foi abrindo os olhinhos devagar e me encarou surpreso.

— Meu Deus… que lindas! — Pegou o buquê e acariciou as pétalas com delicadeza. — Você não existe!

— É claro que existo! Óia eu aqui. — Ele sorriu e me beijou. — Olha dentro da caixinha…

Se aproximou da cama novamente e pegou a pequena caixa de veludo preto, abriu devagar e seus olhinhos brilharem.

— Jeon… que coisa perfeita… — Tirou a pulseira com cuidado da caixa e posicionou em seu braço esquerdo. — Amor do céu! Obrigado, obrigado!

Pulou no meu pescoço e distribuiu vários beijos pelo meu rosto.

— Não foi nada, magrelinho! — Agarrei a sua cintura e segurei seu queixo. — Só quero mimar você…

— Desse jeito eu vou ficar mal acostumado… — Sorriu e me beijou rápido.

Encarei o seu rosto por alguns segundos e o beijei de novo. 

Tô boiola família, aí aí…

— Vamo comer?! — Perguntei e ele assentiu rapidamente. — Tem um macarrãozinho com salsicha, que oh! Uma delícia.

— Seus dotes culinários me surpreendem toda hora. — Sorriu e saiu na minha frente do quarto. — Tem alguma coisa que eu possa usar para colocar as flores?! 

— Tem uns pote no armário! Acho que serve. 

Ele mandou um joinha com o polegar e foi na direção da cozinha, o acompanhei para terminar a comida.

— Minha tia quer te conhecer! — Ele me olhou surpreso.

— Sério?! — Colocou as flores no recipiente e levou para a sala. 

— Vamos na confeitaria amanhã, vocês vão se dar bem.

— Acha mesmo?! Eu tô nervoso… — Se aproximou e sentou na bancada da pia. — E se ela não gosta de mim?!

— É impossível isso acontecer! Você é o ser humano mais gente fina que eu já conheci, e além do mais, é meu namorado! — Suas bochechas ficaram vermelhas.

— Cuida aí! Tô com fome! — Desviou o olhar para o outro lado.

[...]

— Isso tá muito bom! Nossa senhora. — Ele disse com a boca cheia de macarrão.

Depois que terminei o jantar, ele pediu para ver o céu que eu tanto falava. Então resolvemos comer no sofazinho da garagem.

A noite estava bonita e bem iluminada, e os loucos tinham ido para o patachoca, então tínhamos sossego e silêncio.

— Falei que tu aí curtir. — Disse sorrindo enquanto o moreno concordava.

— Eu curto tudo que vem de você! — Escorou a cabeça no meu peito e sorriu ao ver os cachorros brincando entre si. — Estava precisando disso… minhas férias estão próximas, mas ainda tem muita coisa pra fazer na empresa.

— Falando nisso… — Ele levantou a vista. — A Joy apareceu aqui hoje com um convite de casamento.

— Casamento?! — Ele levantou rápido. — Ela vai casar com o Hoseok?! Assim do nada?!

— Eu também não entendi nadinha, ela chegou aqui como se nada tivesse acontecido, me chamando para ser o padrinho dela. — Ele me olhou totalmente desacreditado e balançou a cabeça em negação.

— Essa garota não bate bem da cabeça.— Disse soltando um riso baixo.

— É doida! Eu neguei na hora e mandei ela embora. — Dei a última garfada e larguei o prato. — Ela até falou que os dois estavam fazendo um esforço pra encaixar a gente na vida deles de boa. Cê acredita?!

— Ela não é só a palhaça, mas sim a circa inteira. — Revirou os olhos e deitou no meu peito novamente. — Essa história tá muito esquisita… tudo bem que ele fez quase a mesma coisa comigo, nos conhecemos e com pouco tempo ele me pediu em casamento. É da vibe caótica dele.

— E do nada virou o papa?! Ah, pelo amor de Deus. — Disse enquanto brincava com os seus fios. — Espero que casem e se mudem pro quinto dos infernos.

— Para Jeon! — Ele disse rindo.

— Oxe! É verdade. — Dei de ombros.

Ele sorriu e me puxou para um beijo.

— Tu não existe… — Gargalhou. — Vem! Bora entra, tá ficando tarde.

Levantou rápido e estendeu a mão pra mim. Sorri e agarrei forte.

Ele recolheu os pratos e subimos as escadas.

— Vai entrando, eu vou colocar os peludos pra dentro e fechar a porta.

— E os meninos?! — Disse sem me encarar.

— Foram pra farra porque quiserem, vão dormir no Yoongi. — Desci as escadas e ouvi a risada baixa do moreno.

Me aproximei do portão e dei um assobio alto, rapidamente os três grandões aparecerem, mas não vi nenhum sinal do pequeno Yeontan.

— Vem pra casa peludinho! — Sai do portão e olhei ao redor.

Estava escuro e não dava pra enxergar muito bem, ia ser difícil vê ele.

— Kiko! Vem garoto! — O grande cachorro preto se aproximou e começou a andar ao meu lado. — Yeontan! Chega menino! 

Dei a volta no prédio e nada, estava começando a ficar preocupado.

Quando voltei para a frente da garagem, senti meu peito arder em ansiedade. Como eu vou contar pro Taehyung que o cachorrinho dele sumiu…

Sai dos meus pensamentos, quando o grande cão ao meu lado, saiu correndo até um pequeno amontoado de mato e depois ouvi um grunhido baixinho vindo de lá.

— Yeontan! — Corri na mesma direção e quando me aproximei vi o pequeno cãozinho preso numa espécie de corda. — Que merda é essa?

Tirei o nó e peguei o pequeno no colo, conferir se não tinha nenhum machucado e suspirei aliviado.

— Quem fez isso com você carinha… — Olhei para a parte de baixo da rua e vi duas figuras paradas como se estivessem me encarando.

Rapidamente os dois saíram andando e sumiram no escuro. 

— Espero muito que não seja você! Seu arrombado de merda. — Voltei para a garagem e fechei as portas rapidamente.

Resolvi deixar os cães de guarda e subi as escadas com o pequeno nos braços, todo encolhido.

— Que demora! Aconteceu alguma coisa?! — Ele disse saindo do quarto. 

— Não foi nada! O carinha aqui se perdeu…

— Se perdeu?! — Ele veio até o pequeno e o pegou no colo. — Oh meu bebê! Você está machucado?

Conferiu o cachorrinho e deixou um beijinho na cabeça dele.

— Fica tranquilo! Ele tá bem. — Sorri e me aproximei. — Vamo deitar?!

— Vamos… — Deu sorriso e segurou minha mão.

Deixamos o Yeontan na cama e seguimos para o banheiro. Tomamos banho juntos, e por azar foi só um banho inocente.

Sai primeiro, coloquei minha calça moletom e o medo ficou fazendo o processo de pele dele.

Deitei na cama e peguei meu celular.

Chat: Arrombado💩

| Tá acordado?! 

[Enviado às 21:07]

✓✓

Arrombado💩

| Tô, manda a bomba.

[Enviado às 21:08]

| Acho que o Jay tá na área. Eu vi uma movimentação estranha na rua de baixo daqui, e também achei o cachorro do Taehyung amarrado pelo pescoço… 

[Enviado às 21:08]

✓✓

Arrombado💩

| Puta merda… eu falei pra você desgraça. Mas relaxa, mando fazer uma vistoria bem cedo. Qualquer coisa eu te aviso.

| Não deixa ele sozinho pra nada, se ele tiver mesmo por aqui é perigoso.

[Enviado às 21:09]

| Não precisa nem falar, vou visitar minha tia amanhã e passo a visão pra ela, vou mandar uma guarda pra lá.

[Enviado às 21:10]

✓✓

Arrombado💩

| Tô doido pra por minhas mãos nesse infeliz, enfim, vou dormir. Nós se fala amanhã.

[Enviado às 21:10]

— Jeon?! — Tirei a visão da tela e encarei o magrelinho parado na frente da porta do banheiro enquanto secava o cabelo com a toalha. — Tá tudo bem?!

— Tá sim! Vem, deita aqui… — Bati no colchão e o mesmo soltou a toalha e engatinhou até mim.

Deitou confortavelmente no meu peito e agarrou a minha cintura.

— Cê tá tão cheiroso… — Disse enquanto me deliciava no cheiro dos seus cabelos. — Esse shampoo se mistura bem com o seu cheirinho natural…

— Hum… — Ele murmurou e afundou mais o rosto na minha pele.

Sorri e envolvi nossos corpos no lençol azul, abracei mais o seu corpinho frágil e assim o sono nos pegou.

[...]

Mesas externas, Confeitaria da Solar, Paraisópolis, Zona Sul, São Paulo, Brasil.

09 de agosto; 09:07 a.m.

Acordamos um pouco cedo, então resolvemos arrumar a casa juntos e organizar a louça suja de ontem.

Treinei um pouco e meu magrelinho ficou o tempo todo comigo e rindo das histórias de cachaça do Youngjae. 

Como estava na hora da vistoria diária, disse que poderíamos aproveitar para ir ver a minha tia e ele saltou da alegria. Se arrumou todo e montou um pequeno arranjo com as flores que eu dei pra ele.

É muito fofo.

Deixamos os cachorros com o Seungmin e Jeongin, já que estavam sem fazer nada na oficina.

Descemos até o centro da comunidade e caminhamos tranquilamente de mãos dadas até a fachada da confeitaria.

— Eu acho o design daqui tão agradável! — Ele disse enquanto admirava tudo atentamente.

— Minha tia é bem detalhada. — Me senti à sua frente e logo o Bocão se aproximou.

— Bom dia! O que vai querer hoje?! — Pegou o caderninho e nos encarou.

— Bolo de chocolate! — O magrelinho disse animado.

Eu sorri bobo, que ser humano mais preciso.

— Trás dois e chama a minha tia, faz favor. — Ele assentiu e voltou para dentro.

— Você gosta de vir aqui?! — Ele disse rápido. 

— Gosto! Minha tia é uma ótima companhia… — Sorri e desviei o olhar para a rua agitada. 

— Eu também gosto de visitar minha mãe, conversar com ela me deixa leve. — Se encostou na cadeira e olhou para baixo. — Gosto de desabafar com o tio Jin, às vezes ele me entende melhor…

— Eu nunca tive muito essa liberdade. Conversava com o meu pai mas nunca confissões e segredos, ele não ligava muito, mas mesmo assim era bom. — Sorri e voltei a olhar pra ele.

— Mas agora você tem a mim, e pode me contar o que quiser! — Me encarou e mandou um beijinho na minha direção.

— Que bela surpresa! — Minha tia disse se aproximando.

Nos levantamos e a mesma veio nos abraçar.

— É um prazer te conhecer, meu jovem. — Sorriu para o Tae, que retribuiu com um de seus sorrisos quadrados.

— Ah! Isso é pra senhora. — Pegou o pequeno arranjo e estendeu na direção da loira.

Ela pegou as flores toda feliz e o abraçou novamente.

— Que menino de ouro tu foi arranjar, José! — Ela disse animada. 

— Eu que tive sorte, tia, esse magrelo é incrível.

Ele me olhou envergonhado e voltou a encarar a mais velha.

— Que tu fez com esse menino, meu filho, tá todo sentimental. — Bateu no meu ombro e eu desviei o olhar. — Tá envergonhado, José?!

— Oh! Vocês dois tem mania de me chamar assim, é esquisito. — Os dois se entreolharam e sorriram.

— Vem! Vamo comer lá dentro, assim conversamos melhor. — Segurou no braço do moreno e saiu puxando o mesmo para dentro da loja.

Arrumei as cadeiras e quando ia adentrar avistei o Bocão na esquina conversando com um cara… 

— Puta merda! — Soltei assim que consegui ver o rosto do tal cara. — Que porra o Johnny tá fazendo aqui…

Sem pensar muito, comecei a caminhar na direção dos dois e assim que o Bocão notou a minha presença se distanciou.

— A que deve a honra? 

O mesmo sorriu debochado e me encarou. 

— Quanto tempo, senhor Jeon… — Apoiou as mãos na cintura. 

— Que merda você tá fazendo aqui?! Já disse que queria tua fuça bem longe. 

— Ele veio atrás de dinheiro, senhor… — O jovem rapaz disse e abaixou a cabeça.

— Volta lá pra dentro, anda! — O garoto assentiu e correu na direção da confeitaria.

— Tu não mudou nada… — Sorriu de canto e coçou a tatuagem de caveira enorme em seu pescoço. — Sempre se achando o dono de tudo.

— Eu não me acho, eu sou! — Cruzei os braços e sorri. — Agora enfia o rabinho no cu! E volta pro buraco de onde você saiu.

— José! — Ouvi a voz do Taehyung atrás de mim. — Quem é esse cara?!

— Carne nova?! — Olhou para ele de cima a baixo e mordeu os lábios.

Filho da puta… filho da puta…

Avancei pra cima dele o acertando bem no maxilar, fazendo com que seu corpo caísse igual a bosta no chão.

— Olha pra ele assim de novo e eu arranco esse seu pau e dou prós porcos… — Segurei a gola da sua camisa.

— Desgraçado… — Bufou. — Você vai pagar, Jeon buceta… vai pagar bem bonitinho…

Sorri de canto e me levantei.

— Vamos ver então! — Ele se ergueu e caminhou para longe dali.

Me virei e vi o Taehyung estatístico na calçada.

— Jeon…

— Fica tranquilo, magrelinho, tá tudo sob controle. — O puxei para um abraço e beijei a sua testa. — Preciso que fique aqui com a minha tia um pouquinho… eu preciso resolver uma coisinha rápida.

Levei ele até a loira que me olhava torto.

— Que merda é essa?! — Perguntou brava.

— O Johnny! — Ela arregalou o olho. — Olha o Tae pra mim, por favor.

Me despedi dele com um beijo rápido e montei na garupa da primeira moto que passou ali.

Assim que cheguei no escritório, mandei o Chan ligar para todo mundo e chamar o Yoongi na minha sala.

Subi rápido e logo o ruivo adentrou o ambiente.

— Eu sabia que era aquele filho da puta! — Disse raivoso. — Ele tava rondando o meu cafofo. Ah! Que ódio.

A voz de alfa saiu sem querer.

— Ele fez alguma coisa com você?! — Yoongi perguntou nervoso.

— Não, mais vai! Eu bati nele. — O ruivo abriu a boca e coçou a nuca. — E sinceramente não me arrependo, deveria ter quebrado a cara dele. Ele tava olhando pro Tae…

— Você é idiota?! — Bateu forte contra a mesa de madeira. — Ele agora sabe o seu ponto fraco, que moleque burro…

Me sentei com força na cadeira levando as mãos até a cabeça.

— Volta pra perto dele e se possível tira o carinha daqui. — Yoongi disse encarando a janela. — Ele vai continuar correndo perigo, mas pelo o menos vai está longe.

— Não posso deixar ele no apartamento… 

— Se virar! Mas aqui é mais perigoso. — Apoiou o corpo sobre a mesa e me encarou sério. — Isso é sua responsabilidade, seu moleque.

Deu as costas e saiu da sala.

Suspirei cansado e senti lágrimas escorrendo…

Porra que merda eu fiz…


Notas Finais




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