Ana Beatriz Rossetti. POV // 09:40 am. Hospital Central de Madrid. In Madrid, Espanha.
Finalmente acordei de meu sono profundo e só acordei porquê estava preocupada demais com a minha filha para poder dormir o dia todo. Confesso que as vozes também me interromperam. E eu já estava com toda aquela preocupação de mãe, sobre quem vai tocar e pegar na minha filha, se vão postar alguma foto dela, se ela está adaptada à encubadora, que aliás, Wilson garantiu que ela não ficaria por muito tempo.
— Amor — Isco disse se levantando e vindo até mim. Notei que eram Marco e Alice.
— Oi — Eu digo fazendo uma careta após me sentar na cama.
Olhei diretamente para Daniela que estava no colo da madrinha. Toda encolhida e com tudo coberto, minha filha dormia plenamente.
— Agora é a vez da mamãe, dessa princesa linda — Alice murmura e caminha lentamente até mim com Daniela. — Obrigada por me dar a honra de apadrinhar essa pequena. Ela é iluminada.
— Eu que agradeço por ter aceitado fazer parte da vida dela. Nós te amamos — Eu disse sorrindo para Alice.
— Eu também amo vocês — Ela antes de deixar Daniela em meu colo, deixou um beijo em minha cabeça.
Não nunca cansaria de encarar essa princesa. Ela é realmente uma mistura entre mim e Isco, apesar do cabelo loiro ser meu e os olhos verdes com um tom de castanho serem meus também, o resto era de Isco. A boca, o nariz, até as bochechas e o formato do rosto. Mesmo que as características principais fossem minhas, ela ainda é a cara do pai.
— Filha — Eu a encarei emocionada. Não podia acreditar que eu tinha gerado um ser tão gracioso, tão bonito e cheio de luz. — Te amo tanto.
Já disse que ela é incrivelmente linda? Repito, ela é muito linda.
— Marco — Chamei o moreno que logo se prontificou ao meu lado. — Obrigado pelo que fez por mim e pela Daniela. Já está exercendo o seu papel de super padrinho desde o primeiro dia — Completei rindo.
— Qualquer coisa pela minha princesinha — Ele disse sorrindo enquanto encarava a afilhada dormir.
— Onde o Isco estava? — Eu perguntei a Marco o quê não saía da minha mente.
— Eu estou aqui no quart...
— Cala a boca — Eu disse encarando Francisco. Apesar de ter chegado a tempo do nascimento da nossa filha, ela se atrasou e eu quase passei por isso sozinha. Não tão sozinho porquê meu irmão estava comigo, mas mesmo assim seria diferente. Passei mal e senti dor por horas até a hora do parto, e Isco jurou naquele iate estar comigo em todos os momentos da gravidez.
— Bea... — Marco disse nervoso e encarou Isco que o olhava com um olhar cúmplice.
— Fale agora, Marco Asensio! — Eu disse realmente brava e Marco me olhou assustado e nervoso.
— Eu estava em uma cafeteria e meu celular estava descarregado — Isco explicou com cautela e eu revirei os olhos.
— Você nunca deu um mole desse, Román — Eu disse completamente brava e só me acalmei por causa da minha filha que ainda dormia serena em meu colo. — Durante toda a minha gestação, você sempre levava bateria extra pra rua, porquê tinha medo de acontecer alguma coisa comigo ou com Daniela.
— Amor. Para com isso — Ele disse nervoso. O idiota já está se entregando.
— Quem estava tirando sua atenção aponto de não se importar em manter o celular ligado para saber se sua filha estava bem? — Eu perguntei. Talvez eu estivesse exagerando mas eu queria mesmo saber. Quando me dão motivos, eu sou a pessoa mais neurótica do mundo.
— Não tinha...
— Fala Francisco — Marco interrompeu a fala do amigo.
— Asensio — Isco repreendeu Marco.
— Fala agora, senão eu falo — Marco disse e saiu do quarto, nós deixando a sós com nossa filha.
— Você estava tomando café com alguma mulher? — Eu perguntei a Isco que me olhou nervoso.
— Beatriz — Ele fez uma pausa e suspirou. — Como a essa altura do campeonato, já devem ter postado alguma coisa, sim! Eu fui tomar café com uma amiga.
— Essa amiga é a Sara Sálamo? — Eu perguntei o encarando profundamente e eu mesma engolindo o seco temendo sua resposta. Isco me encarando bem surpreso.
— C-Como você sabe? — Ele até gaguejou.
— Você acha que eu não te stalkeio não? Eu vi você curtindo várias fotos dela, comentando até! Vi que se seguiram. Ela também curtia as suas postagens. Até curtiu umas fotos minhas com você — Eu digo encarando Daniela, para ver se a paz invade meu coração, porquê agora estava com raiva.
— Ela é uma amiga. Tem sido ótima nesses últimos dias — Francisco disse e revirei os olhos.
— E por que não falou nada sobre ela?
— Estava com medo da sua reação — Ele disse e transmitia sinceridade.
— Olha Francisco, eu não vejo mal nenhum em você ter amigas mulheres, até porquê eu sou cercada de homens... Mas eu não omito nada sobre os meus amigos. Eu sou uma pessoa muito neurótica e mesmo que eu não suporte isso, eu tenho a mente muito maldosa. Não falo nada, apenas penso! Então, não me esconda nada se não quiser que eu fiquei criando especulações — Eu dei um sermão nele e ele assentiu. — E só pra você saber, por enquanto o seu castigo é ficar sem falar com a sua amiguinha por tempo indeterminado. E o chá de boceta que eu ia te dar depois que saísse daqui... Sinto muito, mas não vai ter mais.
— Não amor — Ele me encara praticamente apavorado e eu quase ri, mas não o fiz para não dar confiança. — É sério, eu tô semanas sem transar. Tô ficando duro com qualquer coisa. Eu preciso muito gozar.
— Francisco — Eu levemente inclinei Daniela para ele se tocar das besteiras que estava falando na frente da nossa filha.
— Ela nem entende nada, Beatriz — Ele revirou os olhos. — Mas voltando, quando sairmos daqui você vai me dar minha transa, sim. Chá eu já dúvido um pouco.
Eu não acredito que esse viado disse isso. É, ele realmente disse que eu não sou capaz de transar tão bem, aponto de ser um chá.
— Tá duvidando das minhas habilidades na cama, Francisco? — Eu perguntei séria.
— Claro que não, meu amor! Mas vamos combinar que depois da gravidez a gente nunca mais transou a noite toda, em várias posições...
— Francisco! Me poupe né. Você queria o quê? Que eu transasse de cabeça para baixo com uma barriga enorme? É isto? — Eu pergunto e ele gargalha baixo.
— Tudo bem, amor! Me deixou sem evidências — Ele levantou as mãos. — Mas quando sairmos daqui, você vai ter que me dar esse chá aí. E quero copo cheio.
— Meu amor, temos uma filha agora, tá bom? — O lembrei de nossa pequena cria. Ainda tinha Isquinho que iria voltar para casa depois de passar uma semana na casa da mãe.
— Sua mãe poderia ficar com ela — Ele disse se aproximando e tocando meu pescoço. — A gente vai pra casa e eu tiro toda a sua roupa — Ele sussurrou em meu ouvido enquanto acariciava minha nuca. — Daí já sem roupa, eu te fodo a noite toda. Em todas as cavidades.
Já estava ficando molhada e isso é muita errado. Estamos com nossa filha.
— Já faz um tempo que você tá jogando essas das cavidades, aí — Eu disse o encarando enquanto ele se sentava no sofá do quarto.
— Tire suas próprias conclusões — Ele levantou as mãos.
— Tá querendo que eu te dê o cu, não é possível — Eu disse brincando e rindo, mas parei assim que ele me encarou com um sorriso malicioso e com uma das sombrancelhas arqueada. — É sério?
— Claro que é! Quase dois anos juntos e você ainda não deu — Ele diz exageradamente. Cara, eu realmente preso os meus orifícios e ele só pode estar querendo que eu fique sem andar, literalmente.
— E assim continuarei — Eu digo rindo e ele revira os olhos. — Se você já reclama que minha boceta é apertada e te machuca, imagine o cu. — Eu digo rindo alto. É incrível como trocamos de assunto tão rapidamente. Antes eu estava dando um sermão nele por estar saindo com uma mulher que não sou eu, agora estamos falando das minhas cavidades e sexo anal. Eu amo a gente.
— Às vezes me machuca mesmo, mas se você tivesse um pinto, você iria enteder. É um prazer do caralho — Ele se explica e quase deu pena da forma que ele dizia.
— Amor, depois a gente vê isso tá bom? — Eu digo e ele me olha esperançoso. Coitado.
— Tá bom.
[...]
— Mãe, sem postar fotos da Daniela — Eu digo para minha mãe. Às vezes eu realmente não tenho paciência com ela. Ela parece uma adolescente, ou se faz.
Minha família estava presente. Enquanto Isco foi em casa buscar roupas para mim, minha família veio. Meu pai, minha mãe, meus irmãos, minha cunhada e minha prima.
— Não sei o porquê dessa palhaçada — Minha mãe diz irritada.
— Maísa. Daniela é filha dela, ela sabe o quê é melhor para a nossa neta. E se ela disse que não é para postar fotos, você não vai postar — Meu pai disse irritado. Eles estavam brigando muito ultimamente. Realmente, minha mãe é muito chata na maioria do tempo. Lorenzo diz que ela está desse jeito porquê todos os filhos “abandonaram” ela. Mas não é verdade, apenas estamos formando nossas famílias.
— Vocês são insuportáveis — Minha mãe rosnou.
— Minha sobrinha é tão linda — Lorenzo disse quando pegou na mãozinha da minha filha que estava no meu colo, acordada. Me encarava atentamente.
— Linda da mamãe — Eu brinquei com ela que abriu a boquinha em um sorriso. — Ai meu Deus!
— Não acredito que registrei esse momento — Helena diz animada e eu a encarei confusa. Lena virou o celular para mim e eu pude ver a foto linda que ela tinha tirado. Eu e Daniela estávamos sorrindo. Estava muito pura e perfeita.
— Aff, que linda — Eu disse sorrindo mais apaixonada ainda. — Me manda Lena.
— Tá bom — Lena disse mexendo em seu celular.
— Lukas, cadê a Sophia? - Eu perguntei a Lukas.
— Está na faculdade — Ele diz simples e todos focaram nele. — O que foi?
— Já marcou o casamento? — Meu pai pergunta nos fazendo rir.
— Que casamento o quê, tá louco? — Lukas pergunta assustado.
— Uma hora você vai ter que sossegar, Lukinhas — Alexia disse e eu concordei.
— Pois é. Aproveita a oportunidade, irmão! Sophie é linda demais e tem um corpo que você não merece — Lorenzo disse fazendo todo mundo rir e levou alguns socos de sua mulher.
— Tá com inveja de mim, é maninho? Sabe que minha mulher é linda e tu tá com um trambolho desse aí, né? — Lukas questionou e todos rimos muito. Se tem uma coisa que Lukas não tem, é limites.
— Lukas, eu vou te arrebentar — Alexia disse irritada.
— Estou brincando cunhadinha. Você é um espetáculo — Lukas abraçou Alexia por trás e beijou sua bochecha. Alexia apenas revirou os olhos.
— Lukas, dois segundos pra você soltar minha mulher — Lorenzo deu um soco no braço de Lukas.
Eles são tão crianças.
— Mas é sério, Lukas! Por quê não assume um relacionamento sério com Sophie? Ela é incrível — Lena diz entrando na assunto.
— Vou assumir um relacionamento sério com você, delícia — Lukas diz nos fazendo gargalhar, apenas nossos pais ficaram sérios. Lukas é muito cara de pau, e mesmo que seja incesto, eu não duvido nada que ele pegaria Helena se tivesse oportunidade.
— Só vem — Helena brincou e ele foi até ela e a abraçou por trás. — Mas estava falando sério Lukas. Sophie é uma garota muito legal, é linda, tem um corpo ótimo, é gentil, é engraçada e simpática. É simples e não está interessada em seu patrimônio de milhões. Além de gostar verdadeiramente de você e do seu filho. Cara, eu fiquei toda feliz vendo ela com Arthur. Ela cuida dele como se fosse dela, fala dele com brilho nos olhos. Primo, forma logo essa família, vai.
— Ótimas palavras, Lena — Meu pai disse sorridente.
— Já podemos marcar a data? — Minha mãe pergunta animada.
— Vai com calma gente, não quero meu irmãozinho casando agora não. Ele conhece ela a pouquinho tempo — Eu digo olhando para Lukas.
— Sete meses é pouquinho tempo? — Lorenzo pergunta e eu abro a boca.
— Você contou para Lorenzo primeiro? — Perguntei desacreditada para Lukas que riu.
— A gente tem um relacionamento complicado, Beatriz! Como ela é toda princesinha e eu sou um ogro possessivo, decidimos manter nosso relacionamento em segredo, porquê conforme nossos amigos iam descobrindo, tudo ia se complicando. Nós realmente queríamos fazer dar certo. Lorenzo só foi o primeiro a saber, porquê descobriu.
— Se você quiser o nome da loja que o Isco comprou meu anel de noivado — Eu digo com ironia e ele ri. — É sério. Os anéis de noivado de lá são lindos. Só custam uma fortuna.
— Como se isso fosse problema — Lukas revirou os olhos.
— Humildade mandou abraços — Eu digo.
— Para, que você é bilionária também — Lorenzo revirou os olhos.
— Deixa de drama que você é o mais rico dos filhos — Meu pai diz e eu e Lukas o encaramos.
— Mas eu tenho mais filiais que ele — Lukas disse indignado.
— Ele tem filiais na América, meu filho — Meu pai diz.
— Esse viado deve ganhar milhões com a filial no Estados Unidos — Lukas disse enquanto fazia um sinal de negação com a cabeça.
— Na verdade, bilhões — Diz Lorenzo.
— Cala a boca — Eu digo rindo. — Pai, eu estou pensando em comandar umas filiais.
Todos me encararam. Eu estava com planos de construir uma instituição, instituto para crianças órfãs e de baixa renda. Gosto de usar meu dinheiro com esse tipo de coisa, que realmente vale apena. Mas para criar uma instituição da maneira que quero é preciso dinheiro. Apesar de eu ser em rica, não tenho o dinheiro de meus irmãos. Isso porquê não tenho minhas filiais.
— Apesar de estar surpreso... Eu estou pensando em colocar mais algumas lojas aqui na Europa. França, Itália e Inglaterra — Ele diz e eu assinto. — Eu vou até ligar para os engenheiros que vão comandar a obra.
— Beatriz, você sabe que só vai poder fazer isso depois de um tempo, né — Lorenzo questiona.
— Óbvio. O tempo das lojas estarem prontas, é o tempo de Daniela já estar grandinha — Eu digo acariciando a barriguinha de Daniela que estava muito calma, ainda não tinha chorado para mamar.
— Você também tem que conversar com seu marido — Minha mãe me lembrou.
— Noivo — Eu digo rindo e ela revira os olhos.
— Daqui a dois meses se casam — Ela rebate como se não fizesse diferença.
Confesso que a minha gravidez me fez esquecer do meu casamento. A única coisa que eu já resolvi é a igreja e o salão onde será a festa. Ainda tenho que ver vestidos, bufê, decoração. É tanta coisa que minha cabeça até doí. Mas eu vou me dedicar mais, é o meu casamento, eu quero tudo perfeito.
Eu preciso começar a agitar as coisas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.