História Um Mundo Escuro - Quando ela se foi.

  Fizemos as compras no shopping super "bem", Talita estava com um desanimo tão grande que nem deu opiniões nas roupas. Ela estava agindo estranho. Dormi durante o caminho para casa, as duas não devem ter trocado se quer uma palavra. Não queria me preocupar. Não devia ser da minha conta.

  O anjo se deitou na cama assim que subimos, para me fazer compania. Ficamos abraçadas.

  - Lilith. 

  - Sim! - Ela respondi.

  - Acho que precisamos de um tempo. - O anjo franziu a testa, meio confusa. - Aconteceu tudo muito rápido. Desculpe, não é o momento mas, preciso falar disso.

  - Você não me ama né? - Ela disse se levantando. - Sra. Maggie, diga que cai à toa.

  - Amor... não quis dizer isso. - Coloquei a mão em seu rosto. - É que... Tem uma semana.

  - Maggie. Estarei lhe esperando na casa azul. Vou te esperar. - A chamei várias vezes, mas o anjo nem olhou para trás. Hesitei em correr atrás, achei justa a sua ação. 

  A casa azul, já mais organizada, deu um bom lar para Lilith, por outro lado, devia ser o meu refúgio. Sim, foi horrivel ficar sem ela, mas se não fosse assim, eu tomaria a atitude errada.

  Passaram-se 1, 2, 3 meses. E eu continuava ali, sem entender porquê não tinha voltado para o anjo, e mesmo com tanta saudade, continuei. Me perguntava a cada segundo, minuto, hora e dia, se o meu anjo ainda morava na casa azul, e enquanto ela morava lá, frequentemente passava algumas noites na casa da Talita, ela adorava claro! Fui totalmente amigavel, pintamos as unhas, fizemos os cabelos uma da outra, cozinhamos e etc. Óbvio.. Talita tentou me beijar algumas vezes, a rejeitei em algumas tentativas, em outras cedi. Realmente não queria ficar com ela, mas por falta do meu anjo, Talita é uma garota bem atraente, mas,Lilith tem olhos que tudo vê, e também não havia a esquecido. Passei dias com ela, dormiamos na minha casa ou na casa dela, sim, foram ótimos dias. Porém depois destes dias, me deparei em uma situação de melancolia, não saia, mal comia e Marta sempre trabalhando, não poderia me ajudar.

Com três semanas para finalizar o ano, fui aprovada no primeiro ano do ensino médio, ou seja, era apenas esperar os feriados e datas comemorativas. Pensei em como iria apresentar Lilith para Marta e como ela reagiria.

Se passara mais uma semana, decidi ve-la. Não aguentava de saudades do meu anjo, e ás 8h da noite de um sábado, peguei alguns lanches e roupas, com esperança de passar dias na casa azul. Chegando no "lar do anjo caido"...

- Lilith!! - Chamei em todos os quartos.

O que eu não havia deduzido...

Deitei na grama do jardim.

Era que...

Coloquei as mãos no rosto.

Ela já poderia ter partido.

E chorei. Durante toda a noite, eu chorei. Por falta de algo que poderia ter sido meu, ou nunca foi. Naquele momento liguei para Marta.

- Alô? - Ela atendi.

- Mãe? A senhora está em casa?

- Sim estou. Maggie, você tá chorando? Vem pra casa, fiz uma sopa pra você. - Comecei a chorar mais alto. - Não quer sopa? - Ela deu uma pausa. - Sem sopa então. Vai vir?

- Sim! Me espera. - Reapondi.

Já em casa, Marta estava sentada no sofá, esperando a sopa ferver, sentei ao seu lado e deitei no seu colo.

- Para que servem os sonhos ruins? - Perguntei.

- Eu não sei meu bem. Isso foi amor? - Ela se referiu ao choro. Assenti com a cabeça.

- As pessoas são tão... Falsas e desumanas... - Ela passou a mão entre meus cabelos.

- Eu sei amor. Quer sopa? - Não respondi. - Na verdade é caldo-verde, fiz com bacon. - Rapidamente a expressão de tristeza sumiu e abri um sorriso de orelha a orelha. - Sabia! Vamos comer! - Ela disse se levantando. Comi três pratos cheios, não comia direito a um bom tempo. Passara uma hora, Marta já havia se deitado para dormir. Entretando, a minha tristeza aumentava, sorrateiramente, e Lana Del Rey - Summertime Sadness me confortava, entre outras musicas que me fazia pensar. E dormir naquela noite, se tornava um desafio, seguido de tortura.Podia eu, ser esquecida por Lilith? Sim! Porém, não consigo esquece-la. No momento em que a conheci, já sabia que a amaria mais que tudo, porventura, como um bom trouxa, sofri por amor.