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História Um Namorado Para Lee Jeno - norenmin - 01. Lee Jeno vai a cinco encontros diferentes


Escrita por: justasmstan

Notas do Autor


E até que eu demorei bem menos do que eu pensei rsrs

Mas eu queria realmente postar esse capítulo nesse dia tão especial que é o famoso #JenoDay. Hoje faz 20 aninhos que o mundo tem essa criaturinha sorridente que nos traz tanto amor.

Mas vamos ao capítulo e parar de enrolação. Leiam com carinho, porque talvez eu demore um pouco mais pra atualizar (ou talvez não né, quem sabe dá um pico de criatividade aqui e sai um capítulo de 10 mil palavras, quem sabe)

Boa leitura para vocês

Capítulo 2 - 01. Lee Jeno vai a cinco encontros diferentes


CAPÍTULO 1 - Lee Jeno vai a  cinco encontros diferentes 


– Então, como você disse que se chamava mesmo? – perguntei para o homem sentado em minha frente. Aquele era o meu primeiro encontro com os escolhidos pela equipe de Donghyuck, e tudo aquilo era muito… desconfortável, no mínimo.

– Eu não disse. – o praticamente desconhecido respondeu, me fazendo ficar ainda mais tímido. – Sou Kim Doyoung. Tenho vinte e nove anos e sou cantor em casas noturnas.

– Ah, sim… vinte e nove – tomei mais um gole do ice americano que havia pedido. 

Vejam bem, eu não via problema algum em me relacionar com homens mais velhos, não era esse o ponto. Mas Doyoung parecia tão mais experiente do que eu, que eu apenas conseguia vê-lo como um irmão mais velho ou algo do tipo.

Apesar disso, estávamos tendo o nosso primeiro contato, e as coisas ainda poderiam se mostrar bem diferentes, então não era certo tirar conclusões logo nos primeiros minutos do nosso encontro. 

– Hm… e como é no seu trabalho? – perguntei, tentando quebrar o gelo. Sabia que Donghyuck me mataria se logo o primeiro episódio gravado da temporada desse baixa na audiência porque eu não conseguia manter um diálogo. 

A temporada havia estreado muito bem. Estava sendo bem recebida por boa parte do público, e até mesmo os comentários negativos – que não eram tão poucos assim – eram praticamente irrelevantes levando em consideração a repercussão do primeiro episódio, que havia sido recorde de audiência para a emissora e até mesmo a transmissão no YouTube. 

Então durante toda a semana, eu teria um encontro com cada um dos participantes – que eram cinco no total – e o local seria escolhido por eles. Eu seria acompanhado pelas câmeras durante todos eles, e os editores teriam o período do sábado para pegarem as melhores partes de cada um e fizessem uma espécie de compilação, que seria basicamente o episódio transmitido no domingo a noite. Aquilo tudo era um tanto estranho e estressante para todos, mas o público parecia gostar e era tudo o que importava. 

– É… normal. Eu trabalho durante o período da noite, principalmente nos fins de semana. – ele parecia mais empolgado enquanto explicava sua rotina – então nos outros momentos eu dou aulas de canto online. 

– Isso é legal. Aposto que a demanda deve ter crescido bastante depois de terem anunciado a sua participação no programa. – sorri, tentando parecer gentil. 

– Sim, cresceu bastante. Mas esse não foi o motivo para eu ter me inscrito no programa, na verdade. – ele tomou o seu café, um tanto tímido. – Eu posso me considerar um grande fã do seu trabalho, Lee Jeno. Cabulei muitas aulas da faculdade para assistir os seus doramas. – o mais velho confessou, me fazendo rir. 

– Bem corajoso da sua parte, expor isso para todo mundo ficar sabendo. – brinquei – Ah… ainda não me acostumei com as pessoas se dizendo fãs do meu trabalho, e olha que escuto isso há dezoito anos.

– Você deve escutar isso bastante… me sinto muito sortudo por estar realizando esse sonho de te conhecer, e ainda ter um encontro desses. Espero não estar sendo entediante demais para você, ainda sou meio inexperiente com esse negócio de encontros e de câmeras para todos os lados. 

– Não está não. – sorri mais uma vez. Eu tenho a tendência de sorrir bastante, quando tento tornar o ambiente mais agradável, não sei se isso é algo ruim ou não, mas as pessoas geralmente elogiam o meu sorriso, então acho que não deve ser uma prática tão irritante assim. – Você é um cara divertido, Doyoung. Nunca teve um encontro antes? – perguntei, ao menos era aquilo que eu havia entendido de sua fala. 

– Não exatamente. – respondeu, olhando para baixo – As pessoas costumam falar que eu sou uma pessoa um tanto tediosa, então acabo nem tentando nada. 

– As pessoas não deveriam dizer isso. – respondo quase instantaneamente. – Isso é rude demais, e você é uma pessoa doce, Doyoung. Eu estou me divertindo bastante, ok? – pergunto, segurando a sua mão. O mais velho sorri timidamente e me agradece. Vejo um dos caras da produção fazer alguns gestos para que eu continuasse com aquilo, eu sabia que o público gostava de demonstrações de afeto. 

Faço contato visual com o Kim, sorrindo enquanto ainda segurava a sua mão. 

– Você tem mãos quentes, Kim Doyoung. – comento, o fazendo corar ainda mais. 

– Estou um tanto nervoso ainda, pode ser por causa disso. 

– Não deveria. Eu prometo que não vou te morder. – tento descontrair, e ele ri. Confesso que ele fica bem mais bonito quando parece mais relaxado, mas sei que isso é algo que ele aprenderá com o tempo. Até mesmo eu ainda ficava intimidado pelas câmeras e toda a história de aparecer na televisão para milhares de pessoas me assistirem. 

O resto do encontro passa sem que eu me desse conta. Confesso que havia me divertido bem mais do que esperava, o que era um ponto positivo para o Kim e para o programa. Talvez toda aquela história de arranjar um namorado por um programa de TV não seja algo tão ruim assim, já que ao menos eu estava tendo a oportunidade de conhecer pessoas legais e conseguir um pouquinho de audiência também. 

Quando cheguei em casa, tive que aguentar um tal de Lee Donghyuck me enchendo de perguntas sobre como havia sido o meu primeiro encontro no programa. Donghyuck era uma pessoa bem ocupada, então era meio óbvio que ele não acompanharia as gravações do programa, mesmo sendo do seu melhor amigo, e aquilo era perfeitamente normal. 

Eu e Donghyuck não morávamos juntos, mas além de sermos vizinhos, o Lee passava tanto tempo em minha casa que era como se realmente morássemos juntos. Eu tinha um gato preto com algumas manchinhas brancas pelo corpo e que adorava ganhar um carinho, e como eu estava ocupado na maior parte do tempo, Donghyuck costumava passar o tempo livre com ele, para que meu pequenino não se sentisse tão solitário assim. 

– Pode ir me contando tudo. – Donghyuck ignora os meus pedidos de espaço e privacidade e pula em minha cama, enquanto saio do banho e procuro um pijama decente em meu closet. – E não me venha com essa de “não aconteceu nada demais” ou “você vai ver quando o episódio for ao ar” – tentou imitar o meu jeito de errar, o que eu particularmente achei que não fiquei nem um pouco parecido. 

– Mas realmente não teve nada demais. – respondo, vestindo uma camiseta velha em seguida – Ele é gente boa, mas acho que não vai ser o escolhido. 

– Ah… você sempre sendo super exigente, não é Senhor Perfeição? – ele zomba do meu jeito mais arrumadinho. Não tenho culpa se Donghyuck é um completo caos. – O garoto era tão chato assim? Ele parecia interessante quando fiz as entrevistas.  

– Ele é interessante. Mas passou tanto tempo apenas dizendo que era meu fã desde antes de eu me tornar famoso… e eu sinceramente não me sinto muito confortável namorando um cara que é tão fã assim. É estranho, Hyuck. 

– Você é maldoso. Queria que o garoto se inscrevesse para um encontro com Lee Jeno e não conhecesse o seu trabalho?! – ele pergunta com ironia. – Você é bem popular. É meio difícil achar uma alma viva, principalmente um homem gay, que não seja fã do seu trabalho. 

– Não é esse o problema. É que… não sei explicar. – me sentei na beirada da cama, já completamente vestido – E você não pode falar nada, você é mais exigente do que eu. 

Donghyuck riu. 

– Olha pra esse rostinho aqui. – apontou para o próprio rosto – Você acha que eu mereço qualquer coisa? É óbvio que eu tenho que ser exigente. 

– Você é impossível mesmo. – rio de sua reação – Agora se você puder me dar licença, eu preciso dormir para poder gravar mais um encontro amanhã e te fazer ganhar dinheiro. 

– Eu concordo. Quanto mais dinheiro você me der, melhor será para a nossa amizade. – ele brinca, se levantando da cama e fechando a porta do quarto. Donghyuck possui a chave, então me preocupo em ter que me levantar e trancar a porta. 


•°Um Namorado Para Lee Jeno°•



– Kim Jungwoo, não? – pergunto, mesmo já sabendo o seu nome. 

– S-Sim. – ele se curva para me cumprimentar. 

– Não precisa de tudo isso… – tento me manifestar, mas percebo que as coisas não mudariam muito – Bem… para onde vamos?

Ele se levanta, sorrindo para mim. 

– Eu pensei em irmos ao cinema. – ele respondeu, mas tive que fazer um grande esforço para entender o que ele estava dizendo. Sua voz era bem suave. – a produção conseguiu uma sessão apenas para nós dois. 

– Interessante… – sorri. Não era exatamente o que eu queria, já que estava tão acostumado com aquele ambiente que o lugar onde eu menos queria estar era em um cinema, mas ao menos eu estaria lá para relaxar, então não era um grande problema. 

Comprei pipoca para nós dois e acompanhei o Kim até a sessão. Ele era bonito, não podia negar. Tinha cabelos tingidos num tom de vermelho escuro, e um sorriso que conseguia aquecer qualquer coração. 

Assim como Doyoung, Jungwoo também era razoavelmente tímido, mas sabia ser bem engraçado, o que eu realmente não esperava vindo dele. 

Entramos na sessão. Ainda não havíamos realmente conversado desde que eu o havia encontrado no ponto em que ele escolhera. Realmente a ideia de ir para um cinema não era a melhor, já que dificilmente conseguiriamos conversar naquele ambiente. E conversar era justamente o que mais precisávamos fazer, ao menos na minha visão. 

O filme havia sido escolhido pela produção do programa, mas provavelmente seria algum filme que estivesse em cartaz naquela semana, para que eles pudessem fazer uma pequena pub em cima dele, algo perfeitamente normal. 

Eu não costumava ser o maior fã de filmes românticos, o que era de certa forma meio irônico levando em conta que a maioria dos filmes em que eu atuava eram justamente desse gênero, mas não tenho culpa se é isso que vende, estou apenas fazendo o meu trabalho. Apesar disso, se pudesse escolher entre algum outro gênero, eu preferia muito mais filmes de super heróis – como o completo nerd que eu sou – ou até mesmo algo de terror, mas infelizmente eu não estava numa posição de escolha. 

Nos primeiros cinco minutos já pude perceber que o filme seria aquele típico filme clichê romântico, e Jungwoo parecia estar adorando tudo aquilo. Nos momentos em que eu parava de prestar atenção no filme para ver a sua reação, ele estava sorrindo tanto que parecia estar assistindo o melhor filme da sua vida. 

Em certo momento, acabamos pegando a pipoca ao mesmo tempo, e quando percebi que estava rolando um pequeno clima, fiz questão de segurar a sua mão e ficamos assim durante boa parte do filme. 

Aparentemente a história teria um final triste, já que no meio do filme a protagonista descobriu que tinha uma doença terminal e que tinha pouco tempo de vida – algo que acontece em vários filmes do gênero, mas pelo que parecia Jungwoo estava bem entretido com toda aquela história super clichê – e em determinado momento percebi que o Kim iria começar a chorar. 

– Ela vai morrer. – ele comentou, com sua voz suave e os olhos marejados. 

– É apenas um filme, Woo. – respondi, limpando suas lágrimas com o polegar. 

– Mas mesmo assim. – o ruivo se aproximou, deitando em meu ombro. 

Ao menos o filme estava começando a ficar interessante do meio para o final, e Donghyuck não teria do que reclamar, já que daquele encontro sairia vários momentos de fanservice que fariam os fãs irem a loucura. 

Eu havia gostado de Jungwoo. Ele era uma pessoa fácil de se conviver, e fofo o suficiente para que você sentisse vontade de protegê-lo do mundo, mas ainda assim não sentia que era a pessoa que eu estava esperando. Tudo aquilo soava muito artificial, e por mais que eu soubesse desde o início que programas como aquele precisavam ser daquela forma para agradar o público, não era como se eu estivesse sendo eu mesmo em nenhum momento. Tanto meu encontro com Doyoung quanto a tarde no cinema com Jungwoo haviam sido divertidas, mas não era aquilo que eu queria para mim. 

– V-Você se divertiu? – o Kim perguntou, enquanto saiamos do cinema. 

– S-Sim. – respondi, não estava exatamente mentindo, mas também não estava sendo completamente honesto com o mais velho. 

Tudo o que eu queria fazer naquele momento era chegar em casa e me entupir de sorvete enquanto meu felpudo deitava em meu colo. Só queria esquecer aquela história de encontros múltiplos por um segundo sequer, mas aparentemente aquilo seria a última coisa que eu conseguiria fazer naquele momento. 


•°Um Namorado Para Lee Jeno°•


– Nós vamos fazer o que? – perguntei mais uma vez, não entendendo, ou melhor não conseguindo acreditar, que iria mesmo fazer aquilo. 

– Bungee Jump. – o garoto que descobri que se chamava Wong Yukhei e era um chinês que estava na Coreia há três anos respondeu. – Espero que goste.

Não, não e não. Tudo o que eu menos queria era sair do conforto da minha enorme casa para sair por aí pulando de lugares extremamente altos amarrado em uma cordinha. Esse garoto só podia ser maluco se pensava que eu iria para um lugar daqueles. 

– V-Vamos. 


… 


– Você vai adorar, é sério. – o Wong dava tapinhas em meu braço e sorria, tentando passar confiança. 

– Quantas vezes exatamente você já fez isso? – perguntei um tanto incomodado. 

– Ah… pelo menos umas cinco vezes. Eu adoro esse tipo de coisa, a adrenalina que esse tipo de atividade me causa é de outro mundo. 

“Você só pode ser de outro mundo” pensei. Ou aquele cara estava querendo me matar, ou realmente não tinha noção do que era realmente uma boa atividade para um encontro. 

Nos poucos minutos em que conversamos no caminho até o lugar onde realizaríamos o nosso encontro, Wong Yukhei provou ser uma verdadeira caixinha de surpresas. Ele falava coisas estranhas, tinha um sotaque que – por mais que fosse algo completamente normal, já que ele não era coreano – era muito difícil de se entender e tinha um hábito muito engraçado e esquisito ao mesmo tempo de misturar inglês, coreano e cantonês em apenas uma frase. Apesar disso tudo, ao menos ele era autêntico, o que era um ponto positivo para ele. 

Descobri que tínhamos quase a mesma idade, mas o Wong ainda era alguns meses mais velho, por mais que não parecesse. Não que ele parecesse mais novo, até porque ele tinha um rosto – extremamente lindo, quase como um príncipe da Disney – mais maduro e uma voz bem grossa e… atraente. Ele com certeza fazia o meu tipo fisicamente, mas era extravagante demais para uma pessoa tão cautelosa e tranquila como eu. 

Yukhei foi o primeiro a colocar a roupa especial. “Veja e aprenda” ele brincou, enquanto terminava de colocar o equipamento. A equipe de filmagens fez questão de focar bem em minha expressão completamente amedrontada, e tinha certeza de que eles usariam essa parte nos cortes finais justamente para fazerem o público rir de mim. Bem previsível. 

E o garoto parecia realmente não ter medo de tudo aquilo. Ele era tão corajoso que chegava a me incomodar, como é que uma pessoa conseguia ser daquela forma? E desde quando coisas como aquela passaram a ser vistas como diversão? Diversão para mim era jogar um bom videogame, ou passar a tarde inteira na cama, descansando com sons de ASMR tocando no celular, mas não era como se meus passatempos poderiam ser feitos em um encontro, então era até “entendível”. 

– Você é o próximo. 

Um dos caras da produção chamou a minha atenção, me lembrando de que eu não estava ali apenas para assistir um homem de vinte e quatro anos com a mentalidade de dezesseis e um físico de vinte e oito. Eu também teria que fazer tudo aquilo, e só de pensar nisso eu tinha vontade de sair correndo. 

Terminei de colocar o equipamento e senti vontade de chorar. A equipe havia instalado uma câmera no capacete que eu estava usando, o que significava que teríamos filmagens bem explícitas da minha cara de choro para a Coreia toda ver. 

– Não consigo. – gritei para Yukhei, que estava distante de mim, mas que conseguiu me escutar. 

– Consegue sim. – ele gritou de volta – Quando terminar, podemos ir comer alguns frutos do mar. Eu conheço um lugar perfeito para isso. 

Respirei fundo, tomando coragem. Eu precisava fazer aquilo, por mais que tivesse uma vontade igual a zero. Senti meus olhos começarem a lacrimejar, mas não desisti. 

Lembro de ter gritado bastante, o que provavelmente arrancaria umas boas risadas dos telespectadores, o que era o objetivo. Tive muito medo, gritei até minha voz acabar, mas ao menos consegui, e quando encontrei Yukhei após toda aquela experiência super traumática, nos abraçamos e eu comecei a chorar. 

Are you crying, bro? – ele perguntei em inglês, enquanto me abraçava – Neomu Kiyowo. – o chinês completou, rindo. 

– Eu não quero fazer isso nunca mais. – choraminguei, ainda o abraçando. Não podia deixar de pensar em quanto o seu abraço era reconfortante, eu poderia ficar daquela forma o dia inteiro e não reclamaria. 

– Você é muito fofo. – ele beijou os meus fios de cabelo – Mas agora temos que ir, prometi que te levaria para comer, e você merece uma recompensa. 

Talvez sair com Wong Yukhei não fosse uma ideia tão ruim, não é mesmo. 

– Hm… então, com o que você trabalha? – perguntei, tentando quebrar o gelo. Era impressionante a minha capacidade de não ter assunto.

– Sou personal trainer – agora o físico de atleta fazia bem mais sentido – Eu e meus pais achamos que essa era uma das únicas profissões em que eu conseguiria gastar toda a minha energia – que não era pouca, diga-se de passagem – então acabei optando por isso. E também dou aulas de dança durante as férias. 

– Você é realmente bem energético. – comentei, não estava mentindo – Mas eu não vejo isso como algo ruim. 

– A maioria das pessoas vêem, mas eu me sinto bem sendo dessa forma. Eu sinto que eu animo as pessoas ao meu redor, então acho que estou satisfeito. 

– Gosto da sua maneira de pensar. Acho que deveria pensar da mesma forma também, mas é difícil quando eu acho que estou sempre incomodando. 

– Às vezes você até pode estar, mas isso não é de todo um problema. Não deveria tentar mudar o seu jeito para agradar as outras pessoas. – o Wong sabiamente respondeu, antes de dar uma garfada em uma comida que eu nem ao menos sabia o nome. 

– Essa conversa está ficando bem mais profunda do que eu pensei. – brinquei. 

– Também acho. – ele sorriu e céus, como aquele homem era extremamente atraente. A cada sorriso ou a cada vez que nossos olhos se encontravam, mais o ambiente ficava quente, e não era por causa do sol que estava do lado de fora. – Então mudando de assunto, quer dizer que você tem medo de altura?

– Não só de altura. Eu… não gosto dessas coisas super extravagantes. – confessei, com um pouco de vergonha. 

– Isso é muito fofo. – ele sorriu mais uma vez. Daquela forma Yukhei parecia uma criança gigante – Você devia acrescentar mais emoção na sua vida. Isso é importante também. 

– Aquilo não foi emoção não, ao menos não positivas. Foi puro terror e desespero. – respondi, fazendo com que os dois rissem em seguida. 

– É que você não está acostumado. Você parece ser tão certinho, Lee Jeno. É essa a imagem que quer passar para os seus fãs? – perguntou descontraído.

– Eu não sou certinho… – fiz uma cara emburrada. 

– Então me diga a coisa mais extravagante que você já fez? – ele me encarava, me incentivando a continuar. 

Pensei durante algum tempo. 

– Eu… pular de bungee jump já é algo extravagante o suficiente. 

– Yah. Isso não vale. – ele apontou para mim, parecendo indignado – Nós fizemos isso hoje, e foi só porque eu escolhi. Você é certinho sim, Jeno. 

– Então o que eu faço para não ser certinho, Senhor Extravagante? – perguntei com ironia.

Ele sorriu.  

– Quer mesmo saber? – assenti com a cabeça – Posso te dar umas aulinhas nos nossos próximos encontros. 

– Que deus me ajude. – clamei, e ele riu como uma hiena. Mas eu não estava brincando, eu ia precisar de muita ajuda para lidar com as ideias loucas e mortais de Wong Yukhei. 

– Prometo que você vai se divertir. 

Se eu sobreviver, não é mesmo? 


•°Um Namorado Para Lee Jeno°•


Juro que não era a minha intenção, mas acabei me atrasando para o meu quarto encontro. Eu e Donghyuck havíamos ido dormir tarde porque ficamos jogando Overwatch quase a madrugada inteirinha, e eu simplesmente não tinha ânimo nem força de vontade nenhuma para levantar na manhã seguinte. Mas aparentemente Donghyuck tinha toda a força de vontade que estava faltando em mim, já que fez questão de me ligar mais de quinze vezes apenas para me acordar. 

De acordo com ele, aquele era o candidato que mais parecia com o meu tipo ideal. Eu não sabia se deveria realmente acreditar nele, ainda mais depois de descobrir que esse tal participante tinha alguma ligação com Mark Lee, o maior amor da vida de Donghyuck, mas como eu estava literalmente sendo pago para isso, não tinha porque não ir. 

E sem dúvidas eu estava devendo umas para o meu bom e velho amigo, porque assim que cheguei no local onde encontraria meu pretendente, já me deparei com a visão de um anjo. O rapaz em questão tinha fios de cabelo num tom de rosa claro, quase como um algodão doce bem fofinho, ele era alto e com um corpo bem atlético, não era igual o de Wong Yukhei, mas era o suficiente. Ele era perfeito. 

– Prazer, Na Jaemin. Pode me chamar só de Nana, se quiser. – ele sorriu, e eu nunca havia visto um sorriso tão lindo como aquele. Tudo o que eu queria era chamá-lo de amor da minha vida, mas era cedo demais para isso. 

– Bem… Lee Jeno. – sorri timidamente. 

– Você é bem mais bonito pessoalmente, Lee Jeno. E olha que eu nem pensei que era possível isso acontecer. – ok, eu estava definitivamente apaixonado. Tudo naquele garoto era digno dos deuses. – Mas não vou ficar enrolando aqui, acho que deve estar curioso para saber para onde vamos. 

– Na verdade eu estava ocupado demais te admirando para sequer pensar nisso. – confessei, e ele riu. – Mas pode me contar. 

Nós nos encaramos. 

– Bom, já vou começar te dizendo que sou fotógrafo e amo muito o meu trabalho. Eu fotografo desde que me conheço por gente, e a maioria dos meus ensaios tem algo em comum. São feitos ao ar livre. 

– Isso é… interessante?! – eu não sabia muito bem o que falar. Jaemin realmente falava muito bem. 

– Como gosto de passar a maior parte do tempo em contato com a natureza, pensei que nada melhor do que fazermos um piquenique para você conhecer melhor a minha personalidade. – finalmente um encontro que não envolvesse passar a tarde numa sala de cinema ou quase morrendo – Espero que goste da comida, fiz com muito amor e dedicação, Lee Jeno. 

Fiquei perplexo. 

– Você fez tudo isso? – perguntei, apontando para a grande cesta que ele trazia consigo. 

– Sim. É uma das coisas que eu mais faço no meu tempo livre, e de acordo com o meu irmãozinho eu sou muito bom. 

– Seu irmãozinho tem quantos anos? 

– Dezoito. – começamos a rir – Ok, talvez ele não seja realmente um irmãozinho mais, mas pra mim ele sempre será apenas uma criança. Só eu que sei o trabalho que dava cuidar desse moleque. – revirou os olhos e deu um longo suspiro. 

– Vocês dois são próximos? – perguntei, pegando um sanduíche com geleia em seguida. 

– Sim. Ele é meu único irmão, então nós temos que ser próximos, ao menos essa é a visão que eu tenho. – Jaemin sorriu. 

– Bem, eu sou filho único então meio que me acostumei a ser mais solitário. Deve ser legal ter um irmão. – ele assentiu – ao menos eu tenho o meu melhor amigo, que é quase como um irmão mais novo. Ao menos ele age como um. 

– Isso é fofo. – foi a minha vez de sorrir – Você tem um sorriso único, Lee Jeno. Nunca vi um tão bonito. 

– Assim você me deixa com vergonha. – olhei para baixo, tímido. 

– Vergonha? Você deve estar acostumado com esse tipo de comentário, por que isso te deixaria com vergonha?! – o de cabelos rosa riu. 

– As pessoas não costumam ter coragem de dizer isso pessoalmente. A maioria dos fãs quando entram em contato direto comigo apenas me abraçam ou começam a chorar. – nós dois começamos a rir – É fofo, mas também é engraçado. 

– Então está me dizendo que tem vergonha porque as pessoas não costumam flertar com você diretamente? – ele perguntou com ironia. Não sabia o porquê, mas aquilo havia soado extremamente sensual. Na Jaemin era sexy demais para que eu conseguisse lidar sem ter no mínimo um gay panic. 

– Então estamos flertando? – perguntei, entrando em seu jogo. 

– Pensei que havia deixado isso óbvio, Lee Jeno. – ele mordeu os lábios, e senhor amado eu não estava sabendo lidar com Na Jaemin. 

Desviei o olhar, rindo de nervoso. 

– Você é intenso. 

– Mas você parece estar gostando de tudo isso, Lee Jeno. – ele segurou o meu queixo, me fazendo encará-lo mais uma vez – Ou eu estou errado? 

E foi naquele momento que minha vida passou diante dos meus olhos. 

– Ah… – mais uma vez eu estava sendo atacada pelo gay panic. Eu não costumava ser daquela forma, mas aquele garoto estava conseguindo extrair reações que eu nem ao menos sabia que meu corpo poderia ter – Esse tom de rosa combina muito com você. Te deixa parecendo um anjo. – revelei, tentando disfarçar a timidez. 

– Você é muito fofo. – Jaemin começou a rir. 

– E você é bem mais intimidador do que parece, Na Jaemin. 

Jaemin tocou a minha mão. 

– Espero que isso não seja um problema. 

– Não, não é. 


Passamos o resto daquele encontro flertando. Eu nem sequer me lembrava que estávamos sendo filmados, e como Jaemin já tinha certo envolvimento com essa área, também não parecia incomodado com tudo aquilo. 

Na Jaemin era bem interessante. Ele poderia estar falando sobre qualquer coisa, mas havia algo nele que conseguia cativar a minha atenção, o que era algo bem difícil de acontecer, ao menos não daquela forma. 

Talvez fosse a sua postura, que era bem mais confiante do que os outros participantes. Talvez fosse o seu tom de voz, que conseguia se impor e ao mesmo tempo soar de forma doce. Na Jaemin era realmente surpreendente. 

Nem me dei conta de que o tempo estava passando, enquanto quando começou a escrever e a equipe nos deu um pequeno aviso de que precisávamos terminar aquele encontro, eu me senti como se não tivesse tido o suficiente. Eu precisava conhecer mais de Na Jaemin, ele era cativante demais para que eu pudesse tê-lo por apenas algumas poucas horas. 

– Eu… posso te acompanhar até a sua casa. Se não for um incômodo. 

– Você faz isso com todos os participantes ou eu estou sendo uma exceção? – ele ainda me olhava da mesma forma intimidadora e ao mesmo tempo sedutora de quando as câmeras estavam ligadas. 

– Eu não fiquei até entardecer com os outros participantes. Já que tomei tanto do seu tempo, me sinto no dever de ao menos te levar para casa. 

– Você é um verdadeiro cavalheiro, Lee Jeno. 

E então eu o acompanhei. 

Não tivemos que andar tanto assim, já que aparentemente ele havia escolhido um lugar próximo de sua casa para o nosso encontro, o que era maravilhoso, já que eu não gostava de andar demais. 

Jaemin não parecia o tipo de cara que vivia numa casa super luxuosa, mas também não parecia ter pouco dinheiro, até porque pelas nossas conversas e pelo que Donghyuck havia me contado – sim, Donghyuck já o conhecia – ele era um fotógrafo até que bem respeitado para sua pouca idade. 

Tínhamos a mesma idade, porém Jaemin era uns três ou quatro meses mais novo, o que era surpreendente levando em conta o tanto de presença que o Na já tinha. Ele era realmente bem diferente dos outros. 

Como o esperado, sua casa era o meio termo. Ficava num bairro seguro porém sem muitos luxos. Era uma casa aparentemente grande, mas com um ar muito mais "natural" do que as mansões que eu estava acostumado a frequentar. Já na entrada da casa era possível ver uns três tipos de plantas diferente, e olha que eu não sou o maior expert no assunto. 

– Está entregue. – segurei a sua mão. Nos encaramos durante alguns minutos. 

– Não vai me deixar entrar? – ele perguntou, não parecendo realmente querer fazer aquilo. 

Sorri de canto. 

– Não sabe o tamanho da vontade que eu estou de te beijar. Eu poderia fazer isso agora mesmo. – umedeci meus lábios. 

Então faça. 

Me aproximei para beijá-lo. Não acreditava que realmente estava tomando coragem para isso, mas aparentemente estava acontecendo. 

Lentamente toquei os seus lábios e passei a ouvir a sua respiração. Jaemin parecia estar segurando o ar, o que poderia indicar que ele estava tão nervoso quando eu, por mais que fosse muito bom em disfarçar. 

Quando estava me preparando para aprofundar as coisas, Jaemin se afastou. 

Até o próximo encontro, Lee Jeno. 


Voltei para casa com um misto de sentimentos. Não sabia se ficava frustrado pela forma como havia terminado o dia, ou feliz também pela forma como havia terminado o dia. Na Jaemin estava conseguindo me confundir mais do que eu gostaria de admitir. 

Abri a porta e já me deparei com o meu melhor amigo sentado no meu sofá e com aquela mesma cara de "quero saber de todos os detalhes", que ele ficava toda vez que eu voltava de um dos encontros. Mas daquela vez era ainda pior, já que ele havia colocado altas expectativas no meu encontro com Na Jaemin. 

Não dei atenção a ele. Deixei Donghyuck sozinho na sala assistindo seja lá o que fosse na minha TV e fui para o quarto, tudo o que eu precisava era tomar um bom e longo banho para que meu corpo pudesse relaxar e assimilar tudo o que eu estava sentindo. Precisava dizer a Wong Yukhei que aquele era o tipo de adrenalina que eu gostava. 

Demorei mais do que eu pensei que faria, então quase tinha a porta arrombada pelo imprestável do meu melhor amigo, que insistia em ficar me enchendo de perguntas sobre aquele bendito encontro. 

Terminei meu banho e me troquei como de costume. Disse para Donghyuck que precisava comer alguma coisa, e por isso fomos os dois para a cozinha, já que provavelmente acabaríamos conversando sobre o assunto Na Jaemin ali mesmo. 

– E então? – me perguntou pelo que deveria ser a centésima vez. 

– O que quer saber, Hyuck? 

– Não é óbvio? Tudo. Pode começar contando todos os detalhes que esse seu sorrisinho aí já te entrega. 

Eu nem ao menos havia percebido o quanto estava sorrindo. 

– Ah, foi… bom. Muito bom. – senti que Donghyuck iria me estrangular se eu resumisse todo o meu encontro com apenas uma palavra – Ele é interessante. Digo, ele parecia estar bem mais a vontade do que os outros, e a forma como ele me olhava… acho que nunca flertei tanto com alguém em toda a minha vida. 

– Típico dele. – Donghyuck sorriu. – Acha que vai ser ele? O escolhido. 

– Não tenho dúvidas disso. – abri a geladeira, procurando algo para comer. – E nós também meio que… 

– "Meio que" o que, Lee Jeno? 

Senti minhas bochechas queimarem. 

– N-Nós nos beijamos. Eu o acompanhei até a casa dele, e acabou acontecendo.  – sorri inconscientemente ao me lembrar da cena que havia acontecido há não tanto tempo assim. 

– Você beijou Na Jaemin? – eu assenti timidamente – Vocês foram rápidos, não. Parece que a gente realmente só conhece as pessoas de verdade nessas situações, não é mesmo? Quem diria que Lee Jeno tomaria alguma atitude tão rápido assim. 

– Era impossivel me segurar com aquele homem. Na Jaemin é perfeito. 

Donghyuck fez uma careta. 

– Nah, ele não é tudo isso. Mark Lee é muito melhor, mas se ele pelo menos me desse atenção… – o mais novo parecia triste. Eu sabia que os dois já haviam tido algum envolvimento, mas Donghyuck se negava a falar sobre a situação, e eu não o ficava pressionando. – Bem, mas fico feliz por te ver assim. Ao menos um de nós dois tem que dar certo no amor, não? 

– Você também vai, Hyuck. Quando menos esperar, vai aparecer um homem bonito, inteligente e engraçado que vai te dar tudo o que você merece. – me aproximei do Lee, beijando suas bochechas. 

– Se esse homem não for Mark Lee eu não vejo graça alguma. – sorriu ainda com um ar triste. – Mas você vai ver, no futuro ainda estaremos eu, você, Mark Lee e Na Jaemin, todos sentados em uma mesa e falando sobre os nossos relacionamentos que vão estar perfeitamente bem. Guarda as minhas palavras. 

– Tudo bem, profeta Lee Donghyuck. 

Donghyuck dormiu comigo naquela noite. Ele sempre ficava um pouco mais sensível quando tocava no quesito relacionamentos, e eu sabia que lá no fundo ele só queria ser correspondido, assim como eu também. 

Eu também não costumava me dar muito bem na minha vida amorosa, mas felizmente Na Jaemin estava ali para isso. 

Ainda tinha um quinto encontro, mas não importava quem fosse a pessoa, já que dificilmente eu sentiria a mesma coisa que estava sentindo por Na Jaemin. Minha escolha já estava feita, e era tudo o que importava. 

Mas mais uma vez eu estava errado, e seria um certo chinês de fios de cabelo cor de laranja e dentinhos tortos que me mostraria que não, as coisas não estavam tão decididas assim como eu pensei que estavam. 







Notas Finais


Confesso que eu adorei escrever esses encontros. Principalmente a parte do Lucas, porque aquilo era exatamente a forma como eu imaginava o Lucas em um encontro, principalmente ele misturando coreano e inglês e criando o próprio idioma dele.

Na Jaemin já chegou mostrando que é o dono da xxxx@ toda né meninxs. Um ícone.

O que aconteceu com o nosso pobre Hyuck para ele ficar tão machucadinho?? Estava pensando em fazer um extra contando a história de Markhyuck na visão do Hyuck, mas isso só se vocês quiserem.

Eu até ia incluir o encontro do Renjun, mas aí o capítulo ia ficar beem grande, então achei melhor deixar pro próximo.

Kissus de chocolate e até a próxima.


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