Rin estava com seu pijama confortável, caminhando com dificuldades pelos corredores. Gastar muito chakra, rapidamente e sem repouso causava problemas inimagináveis. Ajudando Kakashi ela acabou ganhando vários problemas que iam além do que apenas um cansaço espiritual.
Mesmo assim, ela não se arrependeu, afinal, ela faria o mesmo por Izumi ou Obito.
Mas independentemente do que faria pelos seus outros companheiros, curar Kakashi era sempre mais especial para a Nohara, e desta vez, tinha sido ainda mais.
Apesar do beijo ter sido sob a máscara do Hatake, significava tudo para Rin. Ela tinha que entregar o remédio para ele, e por isso iria aproveitar a deixa para de alguma forma criar coragem e perguntar sobre.
Depois de muito andar, Rin viu Izumi vindo em sua direção ao lado de Konan. Elas estavam conversando, e a médica gostou daquilo. Desde que chegaram, a Uchiha pareceu um pouco distante dos três discípulos de Jiraya. Mas agora ela aparentava estar começando a sentir-se confortável ao lado deles, ou ao menos dela.
No entanto, Rin tinha em suas mãos o frasco do remédio no qual Kakashi precisava, e de forma alguma poderia deixar que Izumi visse aquilo. A Nohara então escondeu-se atrás de uma porta e esperou as duas passarem. Para sua sorte, elas não estavam indo até seu quarto, afinal, haviam acabado de sair de lá minutos atrás.
Depois que a poeira baixou, a jovem médica correu discretamente até o quarto do Hatake, abriu a porta e entrou, fechando-a atrás de si. Com a sua costa escorada na porta, Rin ficou de frente para Kakashi, que estava sentado sob sua cama em pose de meditação. Ele rapidamente se desfez de sua concentração diária para olhar nos olhos da garota confuso
- Por que está sendo tão furtiva? - Kakashi percebeu que a garota respirava rapidamente aliviada.
- Eu ainda não recebi permissão de sair do meu quarto... - Respondeu enquanto finalmente recuperava seu fôlego.
- E por que você saiu? - O grisalho perguntou, e como resposta a Nohara o-mostrou o frasco de comprimidos. De longe, Kakashi assentiu com a cabeça, sem demostrar nenhuma emoção, mesmo estando por dentro extremamente aliviado.
Depois de encher um pequeno copo plástico de água, ela deu alguns passos até finalmente estar de pé ao seu lado, entregando-o um comprimido. Ele o-engoliu, fazendo careta de amargura.
Por alguns segundos Rin perdeu-se olhando diretamente para o rosto de seu amigo.
Ele conseguia ser bonito até mesmo fazendo careta.
- Obrigado, por tudo. Estou te devendo essa... - O Hatake finalmente agradeceu enquanto entregava o copo vazio nas mãos da médica.
Ela pôs a palma de sua mão direita em sua testa, e apenas analisando o fluxo de chakra pôde perceber que o garoto ainda estava mal, mas muito melhor em relação ao dia passado.
- Não precisa me agradecer... Mas e então? Como se sente?
- Bem, eu acho. - O grisalho observou de cima a baixo sua companheira de equipe. Ele tinha que admitir, ela ficava extremamente atraente com aquele pijama.
- Acha?
- Muito melhor do que ontem... Disso eu tenho certeza.
- Uhm... Entendo. - Rin sussurrou enquanto fuçava nas gavetas do quarto o que estava querendo encontrar, e em poucos segundos, achou. Ela retirou de um pote de vidro um pedaço de algodão, e delicadamente tampou o nariz do rapaz. Ela sabia que naquelas condições ele não poderia usar sua máscara, e sabia também da sensibilidade do olfato dele com produtos químicos em grande quantidade nos hospitais.
- Assim está melhor?
- Bem melhor. - Kakashi sentiu-se aliviado. Por mais que dificultasse um pouco sua respiração, não sentir mais o ardor dentro de sua narina era relaxante.
- Kakashi... Quem era aquela garota de cabelos vermelhos? Ela parecia tão... Preocupada com você...
- Ela me salvou do meu algoz, mas não significa muita coisa. Trabalha com Orochimaru, e por algum motivo eles me querem vivo. - Ele respondeu suspirando levemente de dor. Por mais que estivesse a salvo, ele ainda sim não estava nem perto de estar totalmente recuperado, isto é, na mesma forma física que se encontrava antes de seu embate com Hidan
- Isso que me preocupa... Eles precisam de um motivo para tanta proteção
- Rin eu preciso te contar uma coisa... - O Anbu disse, olhando agora a Nohara nos olhos em tom sério.
- C-Claro, estou ouvindo.
- Lembra de quando fomos para uma missão em Jomae?
- Como esquecer? Foi lá que eu descobri esse remédio que você toma e também foi lá que eu quase perdi o Obito... Odeio aquele lugar.
- É... Sobre o Obito... Aquela garota que você viu, foi ela quem fez aquilo. - Kakashi pronunciou pausadamente, esperando uma resposta amarga da garota.
- O que? - Rin deu dois passos para trás, sem conseguir acreditar no que havia acabado de ouvir. Ela continuou olhando nos olhos dele, esperando que fosse uma brincadeira, mesmo sabendo de que o Hatake era a última pessoa no mundo que brincaria com aquilo.
- V-você só pode... Kakashi? - Ela falou incrédula
- Orochimaru me aproximou dela, e por mais que ela tenha feito aquilo eu não a-odeio. E além do mais não é como se eu pudesse escolher ficar longe dela. Não ajudo Orochimaru por admira-lo ou seguir seus ideais, eu apenas o-faço pelo simples fato de que minha vida depende dele. - O Hatake explicou, sem muita preocupação.
Se Rin não o-perdoasse com aquilo, ele ficaria abatido, mas não seria o fim do mundo.
- Você passou todo esse tempo convivendo com uma pessoa que tentou assassinar seu melhor amigo tranquilamente? - Ela indagou, sem conseguir acreditar naquilo. Rin sabia o quão frio era seu amor de infância, mas não imaginava que pudesse receber como companheira alguém que tentou, sem mais nem menos, matar seu amigo de forma fria.
- Ela me salvou.
- Sim, ela te salvou agora, mas e antes? O que ela fez para você olha-la como uma companheira e não como uma inimiga?
- Você fala como se eu pudesse confrontar Orochimaru. Se por algum motivo ele não quiser mais me ajudar, eu estou morto. - Ele respondeu, com seus cabelos prateados cobrindo seus olhos desanimados. Kakashi odiava aquilo, ele não queria depender de ninguém, sempre foi assim e sempre será, e a Nohara sabia disso.
- Você precisa sair dessa Kakashi. O mais depressa possível... Eu juro que estou lutando contra mim mesma para não contar tudo para Minato-sensei... - Ela choramingou, voltando a ficar próxima fisicamente do rapaz.
Ele não respondeu, pois não sabia o que falar.
- As vezes eu penso que se você tivesse feito essa promessa com Izumi, ela saberia te ajudar melhor do que eu...
- Você não deveria se preocupar comigo, Rin. - O Hatake respondeu com orgulho, sem deixar cair sua reputação de lobo solitário. Entretanto, não funcionou. A médica era insistente. Ela não estava tão focada naquilo por ama-lo, mas sim por se preocupar com seu companheiro de equipe.
Se fosse Obito ou até Izumi naquela mesma situação, ela faria a mesma coisa.
- Eu acho que sei como resolver isso. O local mais bem vigiado em Konoha é o complexo Uchiha, sem sombra de dúvidas. E mesmo assim você conseguiu roubar informações de lá uma vez, certo? Você poderia tentar fazer a mesma coisa, mas no laboratório de Orochimaru desta vez.
- Por que eu iria roubar informações de Orochimaru?
- Todo cientista guarda suas receitas. Orochimaru certamente tem em documento o que usa para fazer seu remédio... Se você conseguir a receita, eu tentarei produzir. É muito perigoso fazer isso... Talvez, se você for pego, perca toda confiança dele e tornar isso de volta será praticamente impossível... Por isso não sei se é o ideal a se fazer, mas no momento eu não tenho outra coisa em mente.
- Se eu roubar, você tem certeza que conseguiria reproduzir isso?
- Se eu não conseguir, lhe prometo que estudarei o máximo para fazer isso. Você não tem outra opção Kakashi... Aliás, nós não temos outra opção.
- Não existe "nós" Rin, se algo acontecer, fique de fora. É um problema meu. - O Anbu recitou, sendo direto. Entretanto, se surpreendeu quando a garota puxou a manga de seu pijama, mostrando o selo que fez com o Hatake
- Agora que tenho essa marca, é impossível ficar de fora.
- Do que você está falando?
- Kakashi, esse jutsu que Hanare lhe ensinou... Não é nada simples. É um jutsu proibido. Quando você estava ferido, eu senti muita dor, e a medida que seu chakra se esvaziava, eu também sentia meu chakra ir embora, junto do seu. Quando cheguei onde você estava com aquela garota, eu só possuía metade da minha reserva de chakra.
- Além disso, na medida em que você foi se recuperando aqui, eu também me recuperei... Manter promessas é apenas um disfarce desta técnica Kakashi... Se você morrer, eu morro também. É como se nossos chakra's fossem um só agora.
- É apenas uma teoria sua, não é uma prova.
- Sim, você tem razão. Mas conectando os pontos é bem provável que eu esteja certa, e você sabe disso Kakashi...
Ele sabia perfeitamente.
Aquilo não poderia continuar com eles, e por isso, ele tinha convicção que tinha que fazer algo.
- Eu preciso descobrir com Hanare como que quebro isso... Não posso ficar com essa marca de morte. Eu vivo em missões Anbu. Toda missão pode ser um atestado de morte para mim. - Kakashi falou, agora preocupado. Ele tentou se levantar, mas a garota o-impediu
A Nohara tinha que concordar. Ela também era frágil, e se um inimigo descobrisse desta técnica que os-ligavam, focariam mata-la para que ceifasse a vida do Hatake de uma maneira muito mais fácil. De qualquer forma, aquilo faria mal em todas as circunstâncias, e eles tinham que interromper aquilo.
- Primeiro, você se recupera, segundo, você tira suas próprias conclusões sobre o meu plano. Terceiro, você vai até Jomae e fala com Hanare sobre este jutsu. Tudo bem? - Ela afastou a franja do rapaz para olha-lo nos olhos. Kakashi concordou acenando com a cabeça. Ele sentia-se inútil.
Ela levantou seu queixo recaído com os dedos, formando um sorriso para o rapaz.
- Acho que eu não tenho muitas opções... - Ele respondeu cabisbaixo, mas logo suspirou e voltou ao seu estado natural de sempre. Talvez ele tivesse de fato outras opções, mas sem dúvidas alguma Rin estava certa.
- Bom, eu tenho que voltar para o meu quarto... Mas antes... O que v-você achou sobre aquilo que eu fiz? - A garota perguntou, completamente tímida e um pouco vermelha. Ela estava referindo-se formalmente ao beijo que deu no rapaz.
- O que você fez? - Kakashi arqueou sua sobrancelha direita, e Rin se espantou. Ela sabia que o garoto não estava mentalmente coordenado quando o-beijou, mas não imaginava que ele sequer se lembrasse do beijo.
- V-você n-não lembra de nada? - Ela suspirou decepcionada.
- Eu não me lembro de quase nada... Mas se você me explicar, talvez eu possa dizer se gostei. - Mesmo que Kakashi pedisse para que ela lhe contasse, ela não conseguiria. Rin sempre foi melhor agindo do que explicando, e naquele momento ou ela o-beijava, ou ela criaria alguma desculpa para que ele pudesse esquecer de seu comentário
- E-esquece... E-eu te vejo mais tarde, quando receber minha autorização de saída... Se cuida. - Ela falou enquanto se distanciava aos poucos de Kakashi, que por sua vez, estava agora curioso no que Rin se referia, mas decidiu que deixaria sua companheira livrar-se tranquilamente.
Com Rin finalmente fora do quarto, o garoto levantou-se, livrando-se de todos os equipamentos médicos conectados a sua veia e seu peito. Ele procurou por todo momento seus equipamentos Anbu's, mas não encontrou.
Sendo assim, sem camisa, ele abriu a janela do quarto onde ficava. Mesmo não estando chovendo tão forte quanto normalmente chovia em Amegakure, a neblina era alta, tornando o ambiente perfeito para o Hatake.
Ele pulou da sacada, e logo caiu no solo. Olhando para os lados, Kakashi percebeu que a visão ali era turva e fraca por causa da névoa, e por este motivo saiu caminhando tranquilamente até o portão, saindo formalmente da aldeia. Mesmo ainda sim estivesse sentido forte dores, ele odiava esperar.
Paciência era um dom do Hatake para assassinar, mas era um problema quando se tratava de sentar e esperar algo.
Saindo da vila, ele continuou a andar, adentrando a escura, densa, molhada e nebulosa floresta do país da chuva. Ele havia tido uma refeição adequada a pouco mais da uma hora, e por isso, não se preocupou com seu estado físico quando se tratava da falta de nutrientes que um quarto de hospital poderia lhe proporcionar.
Repetindo os movimentos de retirar o sangue de si próprio, ele invocou apenas o Pakkun, para que pudesse se comunicar com clareza e rapidez.
O cão saltou depois de sair da cortina de fumaça que sua invocação trazia, e logo olhou preocupado ao perceber que o lugar que estava não era um hospital, mas sim uma floresta. Pakkun olhou atrás de seu ombro e encarou seu dono, que claramente não estava totalmente recuperado de sua recente missão.
Ele possuía faixas cobrindo seus diversos ferimentos que ainda não haviam sido totalmente cicatrizados, e o animal pôde facilmente perceber que seu chakra ainda estava se recuperando aos poucos.
"Por que ele sempre da um jeito de correr riscos?" O pequeno cachorro se perguntava.
- O que você pensa que está fazendo Hatake-sama?
- Tenho que resolver uma coisa em Jomae. Não é tão longe daqui, se sair agora, chego lá nas próximas horas... Eu só te chamei para que você pudesse avisar a Izumi que eu voltei para Konoha.
- Entendo sobre seus sentimentos, mas não acha que eu deveria avisar isso para a Nohara e o garoto Uchiha também? - O cãozinho respondeu, e Kakashi balançou a cabeça murmurando algo inaudível.
- Não é isso. Rin sabe para onde vou... Ela não sabe sobre minha saída, mas quando descobrirem que eu fugi, ela saberá para onde eu fui. Obito é meu amigo, mas não se preocupa tanto comigo quanto Izumi. - Kakashi explicou. Pakkun se impressionou, já que foi a primeira vez em que o seu dono referia-se a Obito como seu amigo.
- Tem certeza que não deveria esperar mais um pouco para fazer o que quer fazer? Digo... Você tem plena convicção de que não está recuperado. Um ninja que antes você venceria de olhos vendados pode ser um problema para você nestas condições.
- Eu não vou lutar. Prometo que vou fazer de tudo para evitar qualquer briga... Eu só preciso me livrar desta marca... Hanare me contou que era uma ligação visual de promessas, mas pelo que eu e Rin analisamos isto está mais para um conector de chakra. Com outras palavras, se eu morrer, ela morre também; Vice-versa.
- Isso é péssimo... Acha que Hanare é uma pessoa para se confiar?
- Acho que sim...
- Tome cuidado Hatake-sama... As coisas nunca são tão fáceis para você. Irei realizar minha missão no qual você me propôs. - Pakkun reverenciou seu dono, e logo saiu, sem muita pressa.
Kakashi então voltou a caminhar, buscando trilhar o caminho para Jomae, buscando poder ter uma conversa com Hanare e desativar aquele selo o mais rápido possível.
Depois disso, o Hatake querendo ou não, teria que fazer aquilo que Rin lhe pediu: Cortar de vez os laços com Orochimaru. Por mais orgulhoso que fosse, ele tinha que admitir que a Nohara, as vezes, era muito mais estrategista que ele.
Algumas horas se passaram, e o rapaz de cabelos brancos já estava de frente ao portão de Jomae. Ele planejava encontrar alguma forma ilegal de entrar na vila, mas para sua surpresa, os guardas que ficavam de vigia na portaria da cidade o-recepcionou como se fosse de fato alguém importante.
O Hatake não sabia o porquê, mas também não estava interessado em saber os motivos. Ele entrou, e logo teve que lhe dar com olhares curiosos para si.
Diferente de Konoha no entanto, não eram olhares de ódio.
Kakashi procurou em seu bolso, e logo encontrou algumas notas de dinheiro que deixava guardado consigo. Após isso, entrou em uma bonita loja que vendia roupas. Ele precisava de algo para cobrir seu torso, já que em uma vila tradicional e militar como aquela, seria um desrespeito caminhar nas ruas despido de uma camisa.
Ele escolheu a primeira coisa que viu: uma regata preta, e uma capa vermelha que esquentava suas costas.
- Com licença senhor, gostaria de levar estas peças. - O grisalho pronunciou de frente ao vendedor da loja. Para a surpresa do Anbu, o homem ficou paralisado, olhando para seu rosto. Kakashi sentia-se estranho com aquele olhar. Não era um olhar de amor nem de ódio, os que ele estava tipicamente acostumado a receber.
- De forma alguma eu iria cobrar algo do senhor, Hatake. Você pode levar sua mercadoria. - Ele curvou sua cabeça. Kakashi soou frio ao ouvir seu sobrenome. Como aquele senhor sabia sobre isso?
- Eu não faço ideia do porquê de não me cobrar uma peça de sua loja, mas para mim não importa. Eu irei pagar, apenas diga-me o preço. - O grisalho insistiu, colocando toda sua quantia na bancada. Mesmo assim, o senhor continuou a insistir, e o garoto se irritou, pegando seu dinheiro e saindo da conveniência.
Não tinha tempo para perder convencendo um civil a aceitar seu dinheiro.
Vestindo-se, ele foi até onde era a mansão do pai de Hanare. Mais uma vez, ele teve que lhe dar com olhares, e alguns até mesmo apontavam discretamente. Bom, não discreto o suficiente para que os bons olhos do grisalho percebesse.
- É ele... - Muitos sussurravam, e o rapaz, mesmo irritado, fingiu que nada acontecia. Ele estava acostumado a ser odiado, mas aclamado era estranho.
Depois de alguns minutos, Kakashi finalmente estava de frente a mansão. Horas caminhando naquele estado físico sem dúvidas o-deixou extremamente cansado. Seu fôlego estava baixo, e seus músculos doíam. Naquele momento, muito provavelmente já haviam descoberto que o garoto havia fugido do hospital, mas ele não estava preocupado, afinal, confiava em Pakkun.
Uma moça que aparentava ser a jardineira da grande casa percebeu a presença do rapaz, e então foi até ele, recepcionando-o com cortesia.
- H-Hatake Kakashi? Seja bem vindo... Ninguém esperava você por aqui de repente...
- Esqueça essa formalidade. Você saberia me informar onde está Hanare? Faz um tempo que eu não a vejo, mas preciso falar com ela. É um pouco urgente. - Ele pediu, um pouco desorientado. A moça sorriu, e logo apontou para a porta da mansão
- Ela está lá dentro. Fale com um dos mordomos para que chame-a, e ela com toda certeza virá quando ouvir que você esta esperando por ela. Fala de você direto, chega a ser insuportável. - Ela bufou enquanto voltava a seus afazeres. Kakashi observou tudo aquilo com um olhar completamente confuso, mas logo seguiu seu rumo para onde a moça teria lhe dito para ir.
Finalmente entrando no que mais parecia ser um castelo do que propriamente uma casa, Kakashi observou um homem bem vestido, aparentando ser um guarda do local. Mas antes mesmo que pudesse chama-lo, o Hatake escutou uma voz feminina completamente entusiasmada.
Era Hanare que vinha em sua direção, o-abraçando com um sorriso no rosto. Ele sussurrou para que ela parece de aperta-lo, pois seus músculos ainda doíam.
- Você aparenta estar péssimo!! O que aconteceu?
- É uma longa história... Mas infelizmente não tenho tanto tempo. - O prateado respondeu, e ela concordou. Ele deu uma rápida olhada de cima para baixo. Ela havia crescido um pouco mais desde a última vez que a viu.
- Kakashi... Na próxima vez você precisa avisar quando vir... Eu iria mandar prepararem um jantar especial para sua recepção... Você está ainda mais bonito sábia? - Ela tocou em seu rosto gélido, alisando-o com sua mão coberta por uma luva. Kakashi no entanto afastou um pouco a mão da garota.
- Hanare, será que podemos falar um pouco a sós? É sobre isso. - Ele apontou para sua mão e seu pulso, mostrando-a a marca.
- Oh, isso... Venha. - Ela deu as costas e o levou até um lugar que parecia ser o lugar mais isolado. Era uma escadaria que se pegava em um quarto afastado, dando a entender que se tratava de um porão ou algum túnel abaixo da mansão. Finalmente, eles estavam completamente sozinhos.
Com isso, Hanare puxou o braço do garoto para olhar a marca.
- Com quem fez um pacto? - Ela perguntou um pouco desapontada. Ela teria ensinado aquela técnica ao garoto para que ele fizesse com ela, e não outra pessoa. Sentiu seu peito queimar, sem saber se era ciúmes ou ódio.
- Foi com a Rin. Eu quero de alguma maneira interromper o jutsu. - Kakashi logo respondeu, querendo ser direto.
- É meio óbvio... A marca é de promessa, é só um dos dois quebrar a promessa que o jutsu irá se desfazer. Eu te expliquei sobre isso, não expliquei?
- Sim, mas eu imaginei que fosse apenas um jutsu para manter promessas, e não algo maior. Eu me feri muito, ainda estou me recuperando, e neste tempo ela ficou quase tão mal quanto eu. Tive uma missão de alto ranking, e nesta missão acabei conhecendo um homem forte... Me distrai e acabei sendo golpeado fatalmente. Nesse tempo em que fiquei extremamente ferido, Rin me contou que sentia fortes dores também, mesmo estando intacta. Seu chakra também despencou...
- Oh... Acho que deveria ter lhe avisado sobre isso... É só você ou ela quebrar a promessa que a marca irá sumir. Sobre o que foi? - Ela parecia não muito preocupada, e por isso, Kakashi suspirou aliviado. Ele tinha medo de que o simples ato de quebrar a promessa pudesse ocasionar em algo pior, afinal, ele já não conhecia mais sobre aquela técnica.
- Um segredo. Eu contei para ela um segredo meu, e assim por diante.
- Bom sendo assim é o mais fácil a se fazer. É só você me contar este segredo que a marca dela sumirá. Eu deveria ter te explicado melhor... Este é um jutsu muito antigo... Jomae é uma aldeia extremamente militar e rígida, então eles criaram uma forma de ter certeza e garantia de uma promessa...
- Vamos fazer isso rápido. - Ele falou, sendo direto.
- Eu tenho uma doença teoricamente mortal desde meus doze anos. Segundo Orochimaru é uma doença que veio da minha mãe... Com o tempo foi ficando insuportável aguentar seus sintomas, então eu me tornei um parceiro dele. Realizava missões, como roubar informações, localizar ninjas, enfim... Tudo isto em troca do remédio. Depois, eu falei isso para Rin e pedi sigilo. Ela também me contou que escutou uma conversa sua, com o seu pai, falando sobre mim... Algo assim. - Kakashi contou todo seu segredo, resumindo tudo em pouquíssimos minutos.
Hanare obviamente já sabia de cada palavra dita pelo Hatake. Ela só não imagina que Rin tivesse a ousadia de escutar uma conversa sua com seu próprio pai. Mesmo assim, ela fingiu sentir-se surpresa e preocupada com tudo aquilo.
- M-meu Deus! Por qual motivo não me avisou sobre essa doença? Em Jomae temos bons ninjas médicos que produzem alguns remédios... Talvez eles possam ajudar?
- Não, esqueça. Meu remédio é algo único, segundo Orochimaru... Mas eu penso em tomar isto dele...
- Tomar? Conte-me mais sobre. - Hanare agora sorriu disfarçadamente. Ele não fazia ideia que ela participava diretamente com o principal plano de Orochimaru, e sabendo disso, ela se dispôs a escutar todo o seu plano.
- Eu preciso sair dessa. O clã Uchiha não é tão bem visto por ele... E quando parei para investigar, eu vi que eles realmente omitem várias coisas de Konoha. Mas eu não posso continuar... Não é para mim, e além do mais, Itachi está disposto a cuidar desse lado. Ele é melhor que eu em várias coisas, e investigar o clã Uchiha é uma delas.
- E-eu lamento por tudo isso... Então o que pretende fazer? Matar Orochimaru?
- Não preciso matar. Só quero roubar a receita do meu remédio, para Rin tentar produzi-lo. Vai ser perigoso.. Mas eu estou disposto a arriscar. - Ele explicou.
Por um momento, ele esqueceu do kekkei genkai da garota, que encarava profundamente seus olhos, lendo suas emoções.
- Você continua frio... Mas é mais humano agora. Não sei se isso te deixa mais atraente ou menos... - Ela se aproximou do garoto, com um sorriso com segundas intenções estampadas em sua face
- Enfim... Eu sei onde Orochimaru fica. Aquela caverna antes era uma guilda secreta, e meu pai participava frequentemente. Por isso ele tem em um quarto secreto um mapa inteiro de lá... Por dentro, onde provavelmente ele deva guardar suas papeladas é extremamente grande, e um pouco confuso de se movimentar. Se tiver um mapa, vai ser perfeito...
- Seria ótimo... Agradeço sua ajuda. - Ele logo respondeu. Sua ansiedade era tanta que sequer parou para pensar na tamanha coincidência que era Hanare saber exatamente onde o secreto esconderijo de Orochimaru ficava. Mesmo sendo princesa de uma nação, filha de um poderoso homem, era estranho que soubesse de tudo aquilo.
- Então vamos lá em cima buscar... - Ela falou enquanto enrolava seus dedos em seu próprio cabelo, olhando para o rapaz.
- Siga-me. - Kakashi a-seguiu até o suposto quarto, que estava entreaberto. Entrando no cômodo, Kakashi notou que o lugar, apesar de ser considerado uma dispensa de coisas antigas, era extremamente bem arrumado.
Hanare finalmente encontrou em uma das gavetas o suposto mapa, e abriu-o sobre a mesa de madeira.
- Essa é a entrada principal, e este é o corredor que interliga todas as entradas. Meu pai chegou a dizer que muitas salas estão completamente abandonadas, Orochimaru escolheu as maiores para por em prática seus experimentos... Acredito que o que você procura esteja por aqui. - Ela falou, colocando seu dedo indicador em cima do que parecia ser o maior cômodo da caverna.
- Isso vai me ajudar muito. Obrigado, Hanare.
Ela logo sentou-se em cima do balcão, o-provocando. Mas suas investidas eram sempre sem sucesso. Mesmo assim, ela estava contente, afinal, tudo que precisava era ter a confiança dele, para que pudesse realizar seu plano de poder domina-lo mentalmente, como planejado com Orochimaru.
- Antes de sair você poderia comer um pouco... Ou se aquecer. Está começando a ficar frio lá fora.
- Não precisa... Mas eu agradeço. - Ele dobrou e guardou o mapa em seu bolso. O Hatake aproveitou para checar sua marca, que ainda estava em sua mão, mas aparentava estar sumindo aos poucos.
Naquela altura, ele imaginava que Rin já estivesse sabendo que ele havia conseguido.
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