Horas se passaram e eu já podia ver o sol se por no horizonte e se eu não fizesse um abrigo rápido e ascendesse uma fogueira eu iria morrer congelado com o pouco de forças que me restava eu fui até a caverna de Apollo afim de me abrigar e lá improvisei uma fogueira e adormeci até o dia nascer novamente. Foi a noite mais difícil da minha vida, eu só podia usar um dos braços e o meu braço quebrado doía como o inferno e para piorar toda vez que eu respirava as minhas costelas me causavam muita dor, foi uma noite difícil mas eu consegui ver o sol nascer e no dia seguinte comecei a me preparar para viagem de volta para o acampamento comi folha de coca para diminuir a dor coloquei o meu ombro no lugar e usei um galho de tala para manter o meu braço alinhado, comi grandes pedaços de Apollo principalmente a sua gordura e por fim cortei a sua cabeça com a lâmina quebrada que deixei em seu pescoço e tornei a subir a montanha.
A subida foi ainda mais difícil e demorada do que eu esperava pois a cada passo o meu corpo me pedia para parar e quanto mais eu subia mais a dor se acumulava e depois de quatro dias tortuosos eu finalmente consegui chegar ao acampamento e lá estava o meu pai sentado no mesmo lugar com bec-mec ao seu lado e quando eu cheguei perto da fogueira com o corpo ainda trêmulo eu apaguei. Quando eu acordei já havia passado muito tempo pois a minha barba estava grande eu olhei para o meu braço machucado e ele estava enfaixado e derrepente o meu pai surgiu e me deu um remédio com gosto horrível eu quase cuspi fora mas ele segurou a minha boca me forçando a engolir.
- você teve sorte - disse U'greb se sentando - você sangrou muito e o seu braço quase ficou inútil, se tivesse demorado mais um dia eu teria que corta-lo fora.
- e-eu vou ficar bem?
- vai, vai sim.
O meu pai passou o resto do inverno cuidando de mim e aproveitou o tempo para fazer um elmo com a cabeça de Apollo para mim, e quando a neve derreteu e a primavera começou eu já estava totalmente curado e pronto para voltar para casa. Quando chegamos na tribo fomos recebidos com olhares receosos até que o chefe da tribo veio até nós e junto a ele estava o xamã mestre da tribo.
- Vejo que você conseguiu de novo irmão - disse o líder para U'greb.
- desta vez eu não fiz nada quem matou Apollo o sanguinário foi o meu filho - disse ele em um tom de orgulho.
Logo todos começaram a coxichar sobre isso, não acreditando nas palavras de meu pai, até que o xamã fez um sinal para todos se calarem.
- imenso o que diz é verdade?
- sim! Eu juro pelos deuses.
- então o menino deve vir até a minha cabana para receber o seu nome pelo próprio Gruunsch.
Eu segui o xamã ostentando o elmo de Apollo em minha cabeça e quando entrei em sua cabana ele se sentou e pediu para que me sentasse a sua frente e então ele começou a misturar um monte coisas em um pote de barro e então um brilho começou a se ascender do pote e o unico olho do xamã começou a se revirar até ficar branco e então ele começou a falar em uma voz profunda e assustadora.
- você é filho de U'greb o imenso, você é a criança que matou o urso sanguinário em troca de um braço e algumas costelas - disse o xamã sério - a sua jornada ainda não acabou, pois você ainda vai perder muito mais e no dia do olho de Gruunsch quando não tiver mais nada, você enfrentará um sono que irá atravessar os anos, você ficará e até lá você não será mais chamado de meio-sangue e sim de Krejack pele de ferro até finalmente conquistar tudo o que lhe foi tomado.
O xamã desabou e lá ficou, aquelas palavras me gelaram a alma e quando saí de sua cabana a tribo inteira me recebeu em comemoração e alí eu não sabia ainda mas seria a última vez que eu iria celebrar com eles, seria a última comemoração da tribo dos gurka-khan.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.