Jungkook e eu logo começamos a andar em direção a minha casa, eu o guiando em alguns momentos, já que ele não sabia onde eu estava residindo.
- Seria praticamente impossível eu andar pelas ruas da minha antiga cidade a esse horário.
- Meia noite? – Jungkook olhou o relógio em seu pulso. – Por que?
- No mínimo... eu seria assaltada. – Olhei pra ele enquanto caminhávamos pelas calçadas de uma rua cheia de casas.
- Sério? O Brasil é tão ruim assim?
- Não é que seja ruim, Jungkook, lá tem tantas coisas boas, mas outras tantas ruins. Por exemplo, os políticos... eu ouso dizer que eles são a pior coisa que nós temos, já o povo... o povo é ótimo, eles te recebem bem e te tratam como um deus. É um povo que sofre muito por causa de má administração governamental.
- Se o governo de um país vai ruim, todo seu povo vai ruim.
Assenti para suas sábias palavras.
Juntei minhas mãos e as levei até minha boca para me aquecer, pois não conseguia aguentar o frio. Jungkook percebendo o meu sofrimento puxou minhas mãos para si, então ele as envolveu com as suas, e assoprou seu hálito quente para nos aquecer. Nós tínhamos parado um de frente para o outro.
- Toma. – Me entregara um par de luvas pretas.
- Não. Usa você! Tá muito frio. – Falei batendo os dentes.
- Você tá tremendo. Usa logo. – Ele riu e eu resolvi não recusar mais.
- Não imaginava que hoje fosse fazer tanto frio. Eu tava me virando com todo o frio da semana mas é difícil pra mim, eu venho de um lugar que em sua maioria é muito quente, quando eu tenho que ficar exposta ao frio... É horrível. – Falei pondo suas grandes luvas em minhas mãos.
- Tudo bem, um outro dia você me devolve.
- Então, é aqui que eu moro... Com meus avós. Obrigada Jungkook.
- De nada (S/N). Te vejo segunda!
Ele se virou e foi embora.
Quando cheguei em casa, percebi que Namjoon havia me ligado três vezes mas eu estava tão cansada que resolvi apenas dormir.
(...)
O domingo passou rápido. Eu acho que quando a gente tem a rotina muito pesada (escola das 07:30 às 17:00) e de repente um dia de folga... Ele passa voando. Apesar de ter estudado durante apenas uma semana, eu senti a pressão que seria esse ano escolar.
Tudo de bom que eu fiz no domingo foi comer, dormir, estudar (não tão bom assim). E no final da noite, conversei com Jimin via kakaotalk.
(S/N): Jimin, tá tudo bem?
Jimin: Que vergonha (S/N), por favor, não pense que eu sou um alcoólatra.
(S/N): Hahaha, imagina! Todo adolescente tem que passar por isso.
Jimin: Então você já passou?
(S/N): Não, Jimin... para toda regra há exceções.
Jimin: Puff
(S/N): O Jungkook que te acha um alcoólatra hahahaahha
Jimin: —‘
(S/N): Brincadeira, seu bobo. Ninguém acha nada.
Jimin: Hj eu acho que tive uma ressaca, inclusive, ainda tô muito cansado.
(SN): Nossa, coisa típica de alcoólatra Hahaha
Jimin: Não enche!!!
(S/N): Brincadeira... vai lá descansar.
Jimin: Ok, boa noite e obrigada por ter cuidado de mim.
(S/N): De nada, o Jungkook me ajudou muito.
Fim de domingo à noite com direito a uma série, que no caso não vi mais do que dez minutos e acabei dormindo.
“ - Eu quero muito esquentar o seu corpo junto do meu.
- Você tem certeza que podemos? Eu estou com o Namjoon, Jungkook.
Ele me beijou.”
Acordei assustada. Que sonho mais estranho foi esse? Por que isso acontece? Por que que a gente sonha com umas pessoas nada a ver com a nossa vida? De acordo com minha experiência de sonhos com pessoas nada a ver, isso só aconteceu porque eu passei um bom tempo junto a ele num curto espaço de tempo. Segue em frente (S/N), pois a segunda ia ser cheia e o relógio já marcava 06:15. Que horror. Eu odeio acordar mais cedo que o despertador, não importa se é só 15 minutos antes. Eu odeio!
(...)
Quando eu cheguei na sala de aula, avistei Jungkook e logo fui ao seu encontro lhe devolver as luvas. O professor chegou e as três aulas correram tranquilas.
- Você vai comer com a gente?
- Vou.
- E por que você não comeu semana passada? Só segunda?
- Ham... Eu tava... Estudando.
- Então, vamos? Os meninos já devem estar lá.
Nós comemos juntos, Jungkook ficou bem mais solto do que na primeira vez. Dessa vez, nós quatro interagimos bastante.
(...)
1 mês depois
- Vamos (S/N). – Namjoon que estava em pé, me abraçou por trás e beijou minha bochecha. – O que eu vou fazer lá sem você?
- Tá bom, seu chato. - Eu olhei para cima e lhe dei um selinho.
A garota que havia chegado ao nosso lado junto de duas amigas disse que nos esperaria em sua casa esta noite, e então saiu de lá, voltando para sua mesa.
- Sério, Jungkook eu acho que ela tá afim de você. A menina não parou de te olhar enquanto fazia o convite. – Jimin opinou passando os dedos pelos ouvidos de Jungkook.
- Eu tenho certeza que ela convidou nós três apenas pra ter um pretexto pro Jungkook ir. – Namjoon falou se referindo a mim, Jimin e ele ter sido convidado para uma festa de aniversário da Nam Goong Min, uma garota da sala de Jimin, que nem ele mesmo conhecia.
- Não enche vocês. E cheguem cedo nessa festa. – Jungkook falou com seu ar tímido de sempre afastando os dedos de Jimin.
- Eu vou chegar cedo Jungkook. – Falei para ele não se preocupar.
(...)
Hoje é sexta-feira e eu tenho que ir para uma festa de aniversário de uma garota que eu mal conheço. O importante é que vai ter comida. Então, foco. Me arrumei e comprei um singelo pacote de chocolate para ela. Foram bem caros, espero que ela goste.
Quando eu cheguei a tal festa, entreguei o presente para a menina e quase a abracei. Costume brasileiro. Ela se curvou para mim e eu fiz o mesmo. Ainda não me acostumei com esse negócio de se curvar quase sempre.
- (S/N)!
- Hey Jungkook, você chegou aqui faz muito tempo?
- Não, nesse instante. Eu tava sem nenhum conhecido por perto. Ainda bem que você chegou.
- E o Namjoon? Jimin?
- O Namjoon não vem. Ele mandou uma mensagem pro meu celular e pediu que eu te avisasse. O Jimin eu não sei.
- Tudo bem. Depois falo com ele. E aí, tem comida por aqui? Salgadinho? Docinho?
- Ham... Não, mas tem muita bebida.
- Eu não acredito que não tem nem uma coxinha? O que eu tava pensando né... Que ia ser um aniversário brasileiro?
- Vem, vamos beber hoje?
- O que? Você quer beber?
- Só um pouco, só pra me soltar um pouco. Não ficar igual ao Jimin... Só beber um pouco.
- Quem é você e o que você fez com Jeon Jungkook? – Ele riu alegre e eu também.
Os sorrisos de Jungkook eram quase como um pedido obrigatório para quem quer que estivesse ao seu lado também sorrisse tamanha era o encanto. Eu definitivamente adorava fazer Jungkook sorrir. Era extremamente fofo.
(...)
Nós estávamos bebendo o segundo copo de cerveja sentados na escadaria que havia ao lado da sala da casa da aniversariante. E a bebida causa desejo, desavergonhamento na cara e também cria uma coragem em você para fazer aquilo que normalmente não teríamos coragem.
- Eu quero beijá-la.
- Quem?
- Por que você ainda não me chama de Kook?
- Tudo bem, então será Kook. Na verdade, eu acho que estava esperando você me autorizar a isso. – Ele brindou seu copo no meu, enquanto sorria. Ah, a bebida...
- Eu quero beijar a aniversariante.
- Então beija, ué.
- Não é tão simples.
- Aquele dia que você apanhou... Aquela garota... Ela foi sua primeira? – Ele balançou a cabeça positivamente com muita vergonha.
- Vem cá. – Segurei sua mão e subimos as escadas muito cautelosos para que ninguém nos visse, já que a grande concentração de gente estava na sala e jardim. Não havia ninguém lá em cima. Entramos em um quarto escuro, procurei o banheiro e entramos, acendi a luz.
O rosto de Jungkook era uma expressão de medo, timidez (como sempre) e dúvida. O banheiro era quente, e eu pude perceber a transpiração em sua pele.
- Kook, você não teve um primeiro beijo ainda. – Peguei o copo que ele estava segurando e coloquei em cima da pia junto ao meu. – Eu vou te dar o seu primeiro beijo porque sou sua amiga.
- E o Namjoon?
- Ele não vai saber, e esse beijo só será um beijo.
Nós ficamos calados.
Me aproximei de Jungkook e fiquei o encarando, podíamos sentir a respiração um do outro.
E então, o beijei. Calmo como o momento em que eu adormeço. Inicialmente deixei meus lábios junto dos seus sem movimento algum até que comecei a dar selinhos rápidos, fazendo aos poucos com que nossas bocas fossem se abrindo devagar. Chupei seu lábio inferior lentamente e ele pôs uma de suas tímidas mãos em minha cintura. Nós brincamos um pouco com os lábios e pedi passagem com a língua, Jungkook cedeu e logo senti sua tenra e úmida língua brincar com a minha. Nós sentimos cada centímetro da boca um do outro.
Até que paramos. Não foi algo longo, nem algo curto. Eu diria que foi um beijo perfeito.
- Pronto, esse foi o seu primeiro beijo. Com alguém que gosta de você, e você não terá que apanhar. Esqueça aquela noite.
Ele não falou nada. Peguei meu copo, e o puxei pela mão, descemos novamente para a escada onde estávamos.
- Kook, agora você pode beijar a aniversariante sem medo algum. Eu aposto que ela quer. – Dei um gole na bebida.
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