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História Um novo futuro (DraMione) - Capítulo II


Escrita por: aflmmart

Capítulo 2 - Capítulo II


(POV Hermione)

Nos dias seguintes eu não o vi, provavelmente ele já tinha voltado para Bristol sem se despedir. E não era isso que me surpreendia, mas sim saber que eu me sentia para baixo com essa atitude.  

Voltei a ficar trancada no quarto de hotel, remoendo as mesmas coisas da semana passada. Parecia um ciclo sem fim, sem qualquer destino aparente. Eu estava perdida, e odiava me sentir assim, insuficiente. Porque no fundo eu sabia que a culpa pelo fim do casamento não podia ser exclusivamente minha, mas meu emocional insistia em buscar por atitudes erradas que eu podia ou não ter cometido que pudessem levar o Rony a simplesmente desistir.  

Nada como um problema mal resolvido para me tirar o sono. E esse era um baita problema.  

(...)

Era véspera de ano novo e mesmo trancada no sexto andar eu podia ouvir a movimentação do lado de fora. Os londrinos estavam se preparando para a virada do ano, provavelmente passariam ao lado dos seus desejando um ano próspero e repleto de amor. Olhei de relance para o vestido que eu tinha comprado no mês anterior, animada para poder usar na virada do ano ao lado da família Weasley. Talvez o ser humano tivesse uma tendência masoquista, porque eu ainda não entendia qual o sentido de ter tirado aquele vestido da mala e estendido sobre a cama.  

Mas ali estava eu lamentando por algo que NÃO ERA MINHA CULPA. Talvez se eu gritasse isso a cada cinco minutos para mim mesma meu subconsciente absorvesse a veracidade dessas palavras. Uma batida na porta me tirou dos meus devaneios.  

— Posso ajudar?  

— Senhorita Granger?  

— Sim, sou eu.  

— Chegou uma carta para a senhorita. — Peguei a carta que a camareira estendia.  

— Obrigada. — Ela assentiu e se retirou. Fechei a porta atrás de mim curiosa, eu não conhecia aquela caligrafia, e ninguém sabia que eu estava hospedada aqui, a não ser... Virei a carta procurando pelo remetente. — É claro.  

Me sentei na cama sem entender muito bem o porquê daquela repentina ansiedade só para saber o conteúdo por trás daquelas palavras.  

“Cara Granger. 

Imagino que ainda esteja trancada no mesmo quarto de Hotel no qual eu a deixei na madrugada de Natal. Sabe já passou da hora de você sair daí e dar o ar da sua graça para o mundo. Caso considere minha sugestão te convido para vir a Bristol para a virada do ano. Não precisamos ser dois solitários em uma noite tão especial. E antes que negue de primeira, sugiro que pense como uma continuação da noite de Natal. Você se divertiu, mesmo que não admita em voz alta. Sei que não tem outros planos para essa noite, então imagino que vir até aqui é melhor do que nada.  

Atenciosamente, Draco.”  

Um sorriso genuíno brotou em meu rosto e logo tratei de desfazê-lo. Eu não sei se estava mais surpresa com o convite, com a evidente preocupação ou com o “Atenciosamente” do final da carta. Havia muitas coisas surpreendentes ali tinha que admitir.  

 Bom, por um lado ele estava certo. Eu não tinha plano algum para essa noite. Mas estava tão desesperada ao ponto de ir até Bristol atrás de Draco Malfoy? O que Harry Potter diria a respeito?  

Depois de dias sem entrar em contato com ninguém resolvi pegar meu celular e ligar para ele que sempre sabia como me ajudar.  

— Alô Harry?  

— Hermione? Finalmente! — Sua voz era de completo alívio. — Onde se meteu? O que realmente aconteceu? Como você está?  

— Respira Harry. Eu avisei que estava bem, não tinha motivos para se preocupar dessa forma.  

— Claro que tinha. Onde já se viu meus dois melhores amigos simplesmente anunciam o divórcio e somem sem deixar rastros.  

— Estou em um hotel em Londres então por favor se acalme. Quanto ao Rony imagino que ainda esteja na Bulgária... 

— Bulgária?  

— Ele mencionou algo sobre isso na última vez que nos vimos.  

— A sra. Weasley está entrando em completo desespero por conta de vocês dois.  

— E eu sinto muito por isso, mas a mãe é do Rony. Eu realmente precisava de um tempo sozinha.  

— E imagino que me ligou porque está com algum problema... 

— Como sabe?  

— Sua voz é bem transparente sobre suas emoções. — Contei a ele tudo que aconteceu nesses dias no hotel e esperei para ouvir o que ele tinha a dizer, mas Harry ficou um longo tempo em silêncio.  

— Harry? Ainda está aí?  

— Sim estou. Acho que ainda estou absorvendo o que você me contou.  

— Provavelmente eu fiquei da mesma forma quando o vi.  

— Vocês parecem ter ficado bem próximos...  

— Não aconteceu nada demais... apenas conversamos.  

— Não estou insinuando que fizeram algo a mais... e também não sou contra. Se você acredita mesmo que ele mudou e se sente bem conversando com ele...  

— Quanto ao convite...? 

— Não há chance alguma de você aparecer na Toca? Mesmo que Rony não apareça... 

— Não. Ainda é cedo para isso. Provavelmente lá eu seria soterrada por interrogatórios.  

— Entendo. Então acho melhor você ir. Acho que vou ficar mais ... tranquilo em saber que não está sozinha.  

— Mesmo que eu esteja acompanhada de Draco Malfoy? — Perguntei sem segurar a risada.  

— Ao que parece, devo a ele por te fazer companhia no Natal. Então sim. Mas me prometa que se algo acontecer você vai me avisar imediatamente.  

— Prometo.  

— Hermione?  

— Oi? 

— Você está bem mesmo?  

— Vou ficar Harry, vou ficar. Até mais e Feliz Ano Novo adiantado.  

— Pra você também Hermione.  

Desliguei o celular mais animada. Olhei a bagunça ao redor, eu precisaria ser rápida caso quisesse chegar a tempo... Olhei o endereço no a carta, talvez fosse melhor aparatar.  

Arrumei minhas coisas e tomei um banho quente. O vestido ainda estava sobre a cama e eu estava mesmo cogitando usá-lo. Fiz uma maquiagem leve enquanto tentava me decidir sobre a roupa. Eu havia comprado o vestido pensando no que Rony diria... chacoalhei a cabeça eu precisava parar de pensar no ruivo, e foi assim que decidi usar o vestido, mas não para que alguém me desse uma opinião e sim para que eu me sentisse bonita. Claro que pensar a respeito era mais fácil do que realmente fazer e por um segundo me perguntei se o Malfoy me achava atraente.  

— Caramba Hermione isso é carência ou o que? — Tive que rir sozinha. Dei mais uma olhada no espelho satisfeita em ver uma mulher aparentemente confiante de sua própria beleza. Eu estava realmente bonita aquela noite e surpreendentemente feliz por não ter que passar mais uma noite sozinha com meus próprios pensamentos, mesmo sabendo que seria ao lado do Malfoy que passaria a virada. 

Deixaria minhas coisas no hotel, não pretendia passar mais do que essa noite por lá, então precisava de um lugar para voltar. No segundo seguinte eu sentia o desconforto no estômago comum de quando se aparatava.  

A entrada da casa era bem mais simplista do que a tenebrosa e detalhada mansão Malfoy, mas tinha seu charme. Fiquei surpresa ao ver vasos de flores na entrada, seria Draco quem cuidava delas? Bom perguntaria mais tarde. Tocou a campainha e aguardou.  

— Você veio! — Ele abriu um imenso sorriso ao me ver e eu me afastei ligeiramente assustada. — O que foi?  

— Ainda estou esperando você voltar a ser o velho Malfoy. — Ele riu.  

— Assim vou começar a achar que preferia aquele... 

— Obviamente que não.  

— Fico feliz então... entre. — Ele deu passagem para eu entrar e fechou a porta atrás de nós. A casa inteira era em cores claras e num estilo minimalista. Que para mim era a cara dele.  

— Você parecia ter certeza de que eu viria. — Comentei assim que vi a mesa devidamente colocada para duas pessoas.  

— Eu ficaria um tanto decepcionado se não viesse. — Ele comentou tão baixinho que não tive certeza que escutei certo. — Que bom que veio, acho que a noite de natal foi bem agradável e pensei: Porque não repetirmos? 

— Se alguém me dissesse a uns dez anos que eu estaria aqui hoje, olha eu provavelmente amaldiçoaria a pessoa por brincar com algo tão improvável. Porque eu? — Perguntei enquanto me sentava no sofá de frente para ele.  

— De verdade? Não sei dizer. Eu te “odiava” tano naqueles tempos, não sei explicar o porquê de ser você aqui hoje. — Ele olhou pela janela parecia esconder algo, o sol estava se pondo mais cedo pelo inverno e a neve continuava a cair sem sinais de que iria parar. — O que os Weasley pensariam a respeito de você ter vindo aqui hoje?  

— Provavelmente entrariam em choque. — Respondi sincera.  

— E Potter? Contou a ele onde estaria? 

— Sim... 

— E qual foi a reação? Bom a julgar por você ter vindo imagino que ele não surtou ou algo do tipo.  

— Incrédulo poderia defini-lo bem. Mas ele ficou feliz em saber que eu não estaria sozinha.  

— Mesmo sendo eu?  

— Sim, mesmo sendo você. — Um silêncio incômodo se fez presente e procurei por algo para interrompe-lo. — O cheiro está uma delícia. Não sabia que cozinhava. — Olhei em direção a cozinha tentando adivinhar pelo cheiro o que ele tinha preparado.  

— Eu sei me virar. — Ele parecia sem graça. — Mas essa noite não quis arriscar então encomendei nosso jantar. Espero que não fique decepcionada. — Ele até que ficava fofo tentando me agradar.  

— Acho que assim é mais confiável que não vai acabar me envenenando... — Ele inclinou o rosto de lado me olhando de uma forma meio estranha. — Desculpe, foi brincadeira.  

— É isso parece algo que eu faria antigamente. Apesar de nutrir alguns sentimentos por você desde aquela época. — Um silêncio se instaurou depois disso e eu não sabia como reagir. Acho que estava esperando que ele dissesse que era apenas uma brincadeira, apesar de não ser um assunto propício para isso. Olhei em seus olhos buscando por qualquer sinal de graça, mas ele manteve seus olhos firmes sobre os meus.  

— Acho que tudo isso foi um grande engano. — Me coloquei de pé pronta para desaparatar. 

— Espere. — Ele se colocou ao meu lado e pegou minha mão levando diretamente sobre seu peito. — Pode sentir? O quanto ele está acelerado? — De fato eu podia sentir, mas isso não tornava aquela situação mais real.  

— E porque eu deveria acreditar? Convenhamos que o mais provável a acontecer é você estar brincando com a minha cara ao invés de tudo isso ser verdade. — Olhei mais atenta a mesa posta... aquilo realmente parecia um encontro. Como eu não tinha percebido antes?  

— Realmente você não tem motivos para acreditar. Mas isso não quer dizer que seja mentira. Eu só preciso provar para você... 

— Mas eu não quero que prove nada! - Praticamente gritei exasperada retirando minha mão de seu peito. — Você me odiava Malfoy. Você me humilhava, e deixava nítido o quanto se enojava só por me ver. 

—Eu sei. 

— E espera que eu acredite assim num piscar de olhos que você nutria sentimentos por mim? — Cuspi as palavras para ele. — Você achou que por estar fragilizada seria mais fácil de aprontar uma dessas comigo? 

— Hermione... — Ele me olhava magoado e eu o olhava sem acreditar. — Eu nunca quis brincar com você, nem com seus sentimentos. Eu sei que é difícil de aceitar que seja verdade o que estou falando. Mas eu sempre soube o quanto você era inteligente, forte entre tantas outras qualidades que eu poderia passar horas falando. Eu sempre te observei. Mesmo que tivesse cego pelo ódio eu sabia que havia algo a mais por trás do meu desprezo. Eu me odiava por sentir algo por você. Porque éramos opostos... minha família jamais aceitaria que eu me envolvesse com você... na verdade nem eu aceitaria.  

— Eu preciso ir...  

— Não vá. — Seu olhar era suplicante, mas eu estava perdida. Novamente me encontrava em uma situação na qual eu não sabia lidar, não sabia sequer o que pensar a respeito. — Fique aqui essa noite, me deixe mostrar que realmente me importo...  

— Mas eu não quero isso... 

— Só por essa noite Hermione.  



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