História Um novo mundo, um novo começo - New survivor

Continuamos nossa jornada sob o sol escaldante em cima de nossas cabeças.

Rick sugeriu que parássemos por um tempo e eu sentei embaixo de uma árvore, observando Carl alimentar Judith.

- O que aconteceu com você depois da prisão? - Daryl perguntou, sentando-se ao meu lado.

- Eu corri na direção da mata - falei, olhando para o céu - depois encontrei Tyresse e Judith, tempo depois Carol apareceu. E você? - perguntei olhando-o.

- Eu estava com Beth - ele respondeu - levaram ela.

- Quem?

- Eu não sei - ele respondeu - eu só queria saber se ela está viva ainda.

- Nós estávamos com Lizzie e Mika também.

- O que aconteceu com elas?

- Não pudemos salvá-la - respondi e suspirei.

Daryl não respondeu e encostou-se na árvore, fechando os olhos.

Ouvi um barulho estranho na mata e olhei para trás da árvore, assim como Daryl.

- Eu vou ver - ele disse e eu me levantei, seguindo-o com os olhos.

Daryl demorou um pouco e eu o vi tempo depois surgindo por entre as árvores.

- Encontrou alguma coisa? - perguntei.

- Não - ele respondeu e eu continuei a olhar para o lugar de onde o barulho veio.

Passamos a noite revezando entre quem dormia e quem ficava de vigia.

Agora, quem estava de vigia eram eu, Tara e Tyresse.

- Você é namorada dele? - ouvi Tara perguntar apontando para Daryl, o qual eu olhava dormir.

- Eu… - falei e olhei-a - na verdade, eu não sei.

- Estão se conhecendo? - ela insistiu e eu dei um leve sorriso.

- Pode-se dizer que sim.

- Isso é bom - ela disse e eu assenti - eu sinto que eu devo pedir desculpas para todo mundo, então, desculpe.

- Pelo o quê?

- Pela prisão - ela disse e se encolheu - eu não sabia que o "Governador" - ela fez as aspas com as mãos -  era capaz daquilo.

- Ah - respondi - tudo bem. Já foi.

Continuei conversando com ela durante toda a minha vigia. Quando foi minha vez de descansar, eu não consegui pregar os olhos. Fiquei deitada na grama olhando Daryl parado com sua crossbow, banhado pelas sombras da noite.

Quando o dia começou a clarear, eu me levantei e andei até Daryl, que esticou seu braço para mim. Abracei sua cintura e encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo seu braço sobre meus ombros.

- Eu vou seguir pela floresta um pouco afastado - ele disse - eu acho que estamos sendo seguidos.

- Tem certeza? - perguntei e ele assentiu - tudo bem - falei me soltando dele.

Daryl beijou meu rosto levemente e entrou na mata enquanto eu o olhava, refazendo o rabo de cavalo em meu cabelo.

Olhei na direção do grupo e todos já estavam de pé. Sorri levemente para Glenn e comecei a seguir o grupo novamente pela estrada. O sol já havia raiado fazia algum tempo e nós ouvimos um barulho na mata. Peguei meu rifle e apontei na direção do barulho, assim como metade do grupo.

- Eu me rendo - Daryl disse ao aparecer entre as árvores. Ele andou até Rick e disse algo que eu não consegui ouvir para ele, voltando a caminhar ao meu lado em seguida.

- Encontrou algo? - perguntei.

- Não - ele respondeu - nenhum rastro.

Assenti e fiquei em silêncio enquanto caminhava ao lado dele.

Eu sentia a roupa grudar em meu corpo a cada passo que eu dava e gotículas de suor desciam pela minha testa enquanto caminhávamos. Eu estava enxugando o suor do meu rosto com minha regata quando ouvimos gritos e Rick fez sinal para que o grupo parasse.

- Pai, vamos lá - Carl disse - vamos lá! Anda logo.

Carl correu na direção dos gritos e nós o seguimos, deparando-nos com alguns zumbis cercando uma pedra onde estava um homem vestido de preto.

Eu, Carl, Daryl, Carol e Michonne eliminamos os zumbis rapidamente.

Eu me aproximei de um dos zumbis e puxei-o pelo cabelo, fincando minha faca na sua nuca, deixando o corpo cair no chão.

- Pode descer - Rick disse ao homem que estava ainda muito assustado e o mesmo desce da pedra - você está bem?

- Um segundo - o estranho disse e começou a vomitar.

Fiz uma careta ao ver a cena e olhei para Carl, que estava sério.

- Sou Gabriel - o estranho respondeu após se recuperar.

- Tem alguma arma? - Rick perguntou.

- Minha única arma é a palavra de Deus - ele respondeu.

- Não foi o que pareceu - Daryl disse.

- Deus mandou vocês para me salvarem - Gabriel respondeu.

Eu andei para um pouco mais longe do grupo e observei a floresta, procurando qualquer movimento suspeito.

- Hey - Daryl disse aparecendo atrás de mim tempo depois - ele disse que tem uma igreja, vamos pra lá.

Assenti e olhei mais uma vez para a mata, onde eu podia jurar ter visto um vulto passar correndo.

Andei atrás do grupo enquanto seguíamos para a igreja, a qual chegamos minutos depois.

- Vamos olhar - Rick disse e nós assentimos, procurando qualquer coisa suspeita na igreja.

- Tudo limpo - falei para Rick depois de vistoriar os fundos da igreja. Ele assentiu e voltou sua atenção para o padre que entrou falando na igreja.

- Passei meses trancado na igreja - Gabriel disse - não há chance de haver mais alguém escondido aqui.

- Obrigado - Carl disse e ele assentiu.

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- O que eles estavam conversando? - falei, parando ao lado de Daryl que estava observando a mata da varanda da igreja.

- Abraham achou um micro-ônibus - ele respondeu - vamos usá-lo para chegar à Washington.

- O que tem em Washington?

- Eugene disse que tem uma cura e precisa chegar até lá.

- Uma cura?

- É - ele respondeu e se virou para mim, colocando uma mecha que havia desprendido do meu rabo de cavalo atrás da orelha.

- Isso é bom - respondi e ele assentiu.

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- Eu preciso que você tome conta de Judith - Rick disse, sentando-se ao meu lado nos fundos da igreja.

- Onde você vai? - perguntei, olhando-o.

- Vou buscar suprimentos com Bob, Michonne e Sasha - ele disse - quero que fique de olho na Judith e no Carl.

- Pode deixar - respondi e ele assentiu.

- Obrigado - ele disse e eu sorri,  olhando Judith no colo de Tyresse.

À  noite estávamos sentados no chão e nos bancos usufruindo dos suprimentos que o grupo havia encontrado. Eu estava sentada entre as pernas de Daryl encostada em seu peito. Ele segurava minha mão, olhando-a a cada segundo enquanto nós tomávamos um pouco do vinho encontrado por Rick em sua busca.

- Olho para essa sala e vejo sobreviventes - Abraham disse depois de um tempo, propondo um brinde - cada um de vocês merece esse título. Aos sobreviventes!

Nós brindamos e rimos.

Era um clima agradável e eu me sentia realmente confortável depois de muito tempo.

- É só isso que querem ser? - Eugene perguntou depois de um tempo - em Washington há infraestrutura programada para resistir a pandemias mesmo desse tipo. Peço para que vocês venham com nós até Washington.

Judith disse alguma coisa ininteligível e Rick sorriu.

- Nós vamos - ele disse e Abraham ficou radiante.

Depois de um tempo, Daryl se levantou e eu o segui até a varanda da igreja.

- O que foi? - perguntei e parei ao lado dele.

- Acho que bebi demais - ele disse, fazendo-me rir.

- Isso é um problema?

- Não - ele disse e se aproximou de mim. Daryl pousou uma das suas mãos em meu rosto e envolveu minha cintura com seu outro braço. Passei meus braços pelo seu pescoço e beijei-o. Foi um beijo lento e intenso. Eu sentia suas mãos deslizarem pelo meu corpo e eu o puxava mais para mim. Ele desceu de minha boca até meu pescoço e eu senti um arrepio percorrer meu corpo. Ele seguiu uma linha de beijos do meu pescoço até minha boca e eu me deliciei com o toque suave de seus lábios nos meus.

- Realmente não é um problema você ter bebido demais - falei e ele sorriu, beijando-me novamente.

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Quando voltamos para dentro da igreja, a maioria dos sobreviventes já haviam se organizado para dormir, inclusive Carl que dormia abraçado à Judith. Segui até um canto e peguei uma cortina que Gabriel havia disponibilizado, estendendo-a no chão e deitando em seguida. Daryl deitou-se ao meu lado e me abraçou, deixando sua cabeça ao lado da minha. Adormeci sentindo sua respiração batendo em meu rosto.

Acordei em um pulo no meio da noite, sentindo meu estômago diminuir em uma sensação dolorosa de susto. Olhei para o lado e percebi que Daryl não estava ao meu lado. Sentei-me e olhei em volta, tentando localizá-lo. Olhei para cada um dos sobreviventes e percebi que Carol também não estava lá. Andei até a porta da igreja e a abri devagar e silenciosamente. Saí para fora e percebi que um dos carros que estavam ali havia sumido.

- Só pode ser brincadeira - sussurrei ao perceber que ele havia sumido.