Acordo com a ligação de Daniel, eles já estão no local do show e eu ainda estou no hotel. Vejo as horas e são 18:00hrs e o show vai começar as 20:00, tenho algumas horas para me arrumar e ir, ao menos não é muito longe.
Comprei duas camisetas dos meninos e para ajudar um pouco na moral deles vou usar uma no primeiro show. Depois de pronta e toda produzida, chamo um uber e vou direto para lá, são 19:30 e Jonah estava me esperando.
- Pensei que tivesse que ir te acordar – ele suspira aliviado quando me vê
- Finalmente, minha fotógrafa profissional chegou – Daniel me abraça forte e eu retribuo.
- Eu não iria perder por nada, trouxe a câmara e o que não vai faltar é foto desse meu amigo lindo – seguro o rosto de Daniel e aperto suas bochechas.
- Nossa, então quer dizer que já está assim? Você mal conhece essa praga e já estão amigos do peito, ok Jade – Jonah resmunga com um ciuminho bobo.
- Como eu poderia me esquecer desse bebê maravilhoso princesa da Disney – abraço Jonah de um lado e Daniel de outro – Vocês são meus dois melhores amigos do mundo todo e eu amo vocês
- Nós também te amamos – os dois falam juntos
- Vão logo, daqui alguns minutos vocês já estarão no palco – sorrio e eles saem.
Jonah sempre está zoando com esses ciúmes do Daniel, mas a verdade é que desde que cheguei aqui ele sempre me fez me sentir em casa, foi o primeiro a falar bem da minha comida e me ajudou a socializar. Ele é mesmo um ótimo amigo e eu tenho uma gratidão enorme por ele.
Vou tomando meu lugar no palco, pego meu banquinho e me sento. Onde estou sentada da pra ver tudo, os meus meninos, as cadeiras lá em baixo, a banda e até mesmo o céu estrelado dessa noite em Milão, vai ser melhor do que eu imaginei.
Os lugares começam as ser tomados pelas fãs, vejo que a faixa etária de idade é entre 12 e 17 anos acompanhada dos pais. Quase todas vestem a camiseta da banda e eu posso sentir a felicidade delas só pelo olhar, elas realmente gostam deles e eu fico mais feliz ainda. Preparo minha câmera e fico a espera, até que eles aparecem atrás de mim pedindo para desejar boa sorte.
- Vocês não precisam de sorte com esse talento todo. Vão e arrasem, estarei torcendo daqui.
- Obrigada Jade, você é mesmo um anjo – Zach diz e os outros meninos concordam.
É nesse exato momento em que meu coração acaba de se derreter, eu estava parecendo uma fã de tão eufórica, então eu apenas sorrio para ele.
- Obrigada por estar aqui agora, isso foi mais que essencial para mim – Jonah diz e deposita um beijo em minha testa.
- E eu sempre vou estar. Te amo além do infinito – digo e o abraço com todas as minhas forças.
Minha vontade é de nunca mais sair dali, de dentro daquele abraço.
- E eu ao infinito e além – ele manda um beijo no ar e vai junto dos meninos.
Posso jurar que senti meu coração saindo pela boca de tão feliz que estou, acho que nunca me senti assim antes, é uma coisa única, diferente, parece que estou prestes a sair voando por ai, e não é por conta de uma paixão mal resolvida é só felicidade mesmo, e muita.
Os meninos iniciam o show cantando uma nova música deles, Trust Fund Baby. Escutei a música só uma vez pelo celular, mas ao vivo é bem melhor.
Depois de 30 minutos de show eles param para beber água e trocar de roupa, tirar o suor e essas coisas e então lá estão eles novamente, cantando perfeitamente, cada um com uma beleza diferenciada.
Lá em baixo as meninas pulam, choram, dão risada, tiram fotos, a única coisa que é diferente entre nós é o lugar, porque eu não sossego nem um minuto sequer.
Quando eles começam a cantar Invitation e Daniel toca no piano eu fico mais derretida que manteiga e me apaixono toda. Eles começam sua parte, até que chega a hora de Zach cantar.
- ‘’Baby 'cause I like you, you like me. Let's just get together. I like you, you like me. You don't need no invitation, 'cause. I like you, you like me. Let's just get together. I like you, you like me. You don't need no invitation, girl...’’
Enquanto ele cantava, eu me admirava com sua voz, o modo como ele movimenta as mãos enquanto canta e puta que pariu, ele é mesmo maravilhoso e não me restam dúvidas. Depois de um tempo olhando para ele, percebo que ele também me fita de longe e novamente eu fico corada, ele sorri e volta sua atenção para a música. Minhas paranoias estavam me levando a loucura e eu pensava a cada minuto em Zach, minha sanidade mental já não existia mais e minha vergonha na cara ficou no Brasil, só pode.
O show acaba todo mundo vai embora, dou uma olhada nas fotos tiradas e vejo Corbyn indo para o camarim.
- Gostou? – Corbyn aparece me perguntando
- EU AMEI – respondo eufórica
- Que bom que gostou, nós queríamos que você se sentisse mais em casa e percebesse que os meninos que estão nos palcos são seus amigos.
O que será que está acontecendo com eles?
- Pois saiba que eu me senti muito bem – agradeço e vou procurar Jonah
Já é tarde e eu estou morrendo de fome e com sono (eu sei que dormi muito, mas estou realmente cansada)
- JONAH – grito pelos corredores do local
Nada, escuto apenas o barulho dos grilos cantando.
- JONAH, ONDE VOCÊ ESTÁ? – grito e nada novamente
Começo a ficar nervosa, não tem nem mesmo uma alma vagando nesse lugar, meu corpo todo se arrepia com uma brisa fria que passa e eu me encolho. É outono na Itália e o tempo já está mudando.
Escuto uma porta se abrindo e uma luz aparece no corredor, não sai ninguém lá de dentro e meu medo se ascende.
- Tem alguém ai? – pergunto mas nem sei se tem mesmo alguém ali
A escuridão é tanta que eu mal consigo ver meus próprios pés.
- Serve eu? – alguém diz mas eu não consigo ver quem é
Então eu reconheço aquela voz e meu coração se acalma.
Zach ascende a luz da lanterna do celular e eu consigo ver seu rosto, aqueles olhos castanhos que eu me perco todo vez que olho.
- Eu estava procurando Jonah, pensei que ele estivesse naquela sala – suspiro aliviada de não ter ninguém lá
- Então eu posso ir já que você está procurando ele – Zach desliga a lanterna e vai andando na direção contrária
- POR FAVOR... não – quase imploro para ele me esperar – estou sem meu celular aqui e confesso que não sou muito fã do escuro
Ele ri da minha cara, como se eu fosse uma criancinha abandonada na escuridão.
- Tá bom, tá bom, eu vou te dar uma carona com a minha luz – e ele continua rindo.
- Dá pra parar de rir da minha pobre pessoa – ele para, se aproxima de mim e segura minha mão.
Sua mão é quente, grande e muito macia, como a bunda de um bebê.
- Melhor assim? – ele liga a lanterna de novo e me guia até um lugar mais iluminado.
- Valeu mesmo por me tirar de lá, eu estava assustada e não sabia mais para onde ir.
- Não foi nada de mais, é para isso que os amigos servem né
Ele solta a minha mão e nós dois vamos caminhando até onde os meninos estão.
Eu não consigo conter a cara de desapontada, meu coração se contorce e eu não sei como reagir. Mas eu espero demais das pessoas e talvez seja por isso que eu vivo me decepcionando
O resto da noite é uma bela bosta, todos estão felizes e comemorando o primeiro show e eu só solto um sorriso falso as vezes e respondo as coisas o mais entusiasmada possível.
Quando o jantar acaba e vamos para o hotel eu só deixo um boa noite para ele e vou para o meu quarto. Resolvo tomar um banho para relaxar e deixar que a água leve tudo isso que estou sentindo, mas parece não ser o suficiente. Nada é.
Eu sei que isso pode parecer um pouco inútil, mas é que parecia que estava havendo algo entre nós, desde o meu primeiro dia com eles. Nós dois sabíamos, mas eu não sei se ele estava com medo, mas eu podia ter certeza que estava carente, e muito mesmo. As vezes o sangue sobe a cabeça e nós fazemos muitas merdas.
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