História Um Ômega em Apuros - Jimin, o anjo

- Jeon Jungkook -

Após Jimin me dar um belo chute na bunda, eu nunca mais falei com ele. Eu havia ficado abalado e triste após aquilo, mas não deixei que isso me afetasse totalmente. Na verdade, não era como se eu já não estivesse esperando por isso. Eu sabia que Jimin era um belo teimoso e que mesmo que gostasse de mim, ele jamais assumiria. Foi por causa disso que, passei apenas cerca de três dias pensando no assunto antes de voltar a minha rotina normal. E então, antes mesmo que eu percebesse duas semanas se passaram e durante todo esse tempo, eu não tive mais noticias dele, o mesmo não apareceu mais no trabalho.

Talvez estivesse com muita raiva de mim para voltar, ou muito envergonhado depois de tudo que passamos juntos. Mas no fundo, eu estava preocupado com ele.

 Eu não estava com raiva do Park ou coisa parecida pelo simples fato dele ter me dispensado e dito que nunca sairia comigo, pois como já disse, isso era o esperado de si.

Tudo o que eu pensava, é que tinha uma grande chance de nunca mais nos vermos se ele não parasse de faltar ao trabalho, eu precisava que ele voltasse para poder falar com ele. Já que ele me disse que eu não deveria mais lhe ligar, eu não o fiz, porque se não, ele provavelmente me bloquearia.

Eu não sinto que estou apaixonado por Jimin, só penso que talvez pudéssemos dar certo juntos. Pelo fato de ele entrar no cio por minha conta, seria até mesmo bom para si se começarmos a ter algo mais do que apenas encontros para transar.

Quando Yoongi disse que aquele ômega gostava de mim, acho que foi apenas um engano de sua parte. Mas de qualquer forma, mesmo que ele esteja falando a verdade, o Park nunca irá me dizer isso claramente.

Argh, mas por que eu não paro de falar e pensar nele? Suma da minha vida, bobão. Suma logo!

— Jungkook, seu miserável, imprestável, imbecil, idiota, eu te odeio. Se eu te pegar eu te mato, maldito. — E falando no babaca, de repente ele apareceu na empresa e passou a me seguir enquanto me xingava de todas essas coisas. Tentei ignorar por alguns segundos, mas isso já estava ficando irritante.

— Eu posso te ouvir, você sabia? — Virei para ele, já impaciente, afinal, o que esse infeliz queria aqui agora? Ele veio trabalhar quando todo mundo já está indo embora?

— D-Desculpe.. — Suspirou e eu voltei a arrumar minhas coisas para poder sair dali o mais rápido possível.

— Para de me seguir! — Falei quando já estávamos fora da empresa, eu queria voltar para casa, mas com esse ômega me seguindo assim seria impossível.

— Jungkook, nós podemos conversar rapidinho? — Me cutucou e eu novamente me virei para si, dessa vez de forma rude e já impaciente.

Surpreendi-me ao olhar para o Park, ele estava sorrindo de forma estranha e parecia tão alegre e angelical, que só faltava nascerem asas em suas costas.

— Você assim é medonho — Cruzes, aquilo estava me dando medo. Agora entendo porque ele passa parte de sua vida totalmente irritado com tudo. — Mas fala o que você quer logo, praga.

— Seu moleque, eu te mato. — Ele iria me bater com toda a certeza do mundo, eu até fechei meus olhos esperando um tapa, mas nada veio. — Digo, Jungkook-ah... — De repente novamente ele estava sorrindo daquela maneira estranha. — É só uma coisinha de nada que eu quero dizer.

— Então agora você quer falar comigo? — Suspirei, revirando os olhos. Depois de ele ter me dispensado ele aparece assim, como se não tivesse feito nada? — Eu estou te dando uma chance, fala rápido.

— Sabe, Jungkook-ah? É que a minha família é extremamente protetora e agora que virei um ômega de verdade, eles querem que eu volte a morar com eles.  — Ele ainda continuava sorrindo, mesmo que o assunto fosse complicado. — Mas eu não posso fazer isso porque demorou realmente muito tempo para que eu conseguisse convencê-los a me deixar morar sozinho. E isso envolve você, porque eu contei a eles sobre nós. — Sorriu de orelha a orelha, ele realmente queria se passar por um anjinho.

— O que você disse a eles? — Fala sério, eu não acredito que ele teve coragem de contar para sua família tudo que fizemos juntos. — E por que isso me envolve?

— Bem, é que como eu não queria voltar, eu disse a eles que não podia, porque já tinha um alfa. — Sorriu pleno, fechando os olhos e eu só queria saber como caralhos isso me envolvia. — E eu falei que nós dois iríamos nos casar, por isso minha mãe quer te conhecer. — Ele disse tudo aquilo como se fosse algo normal, enquanto eu quase desmaiava por tremenda raiva que sentia.

— Então agora você quer que eu finja ser seu noivo? — Perguntei e ele assentiu, eu apenas arregalei os olhos, estava chocado. — O que? Você é mesmo um idiota, por que inventou uma mentira dessas? — Cara, esse Park ainda vai me fazer enfartar, por tanta raiva que me faz passar. — Argh me conta mais sobre seu plano maligno.

Jimin e eu passamos a noite conversando, como ele era um idiota e eu mais idiota ainda, decidi que iria participar de sua mentirinha suja.

Ele me disse que era simples, iríamos nos encontrar com a senhora Park no meu dia de folga e jantaríamos juntos com ela e nada mais. Eu só tinha que confirmar tudo que ele disse e me apresentar como seu namorado e que após isso eu estaria livre.

Quando concordei, aquele ômega no mesmo instante pegou seu celular e ligou para sua mãe. Marcamos para o domingo, que seria daqui dois dias.

-X-

Durante esses dias eu me mantive calmo, mas quando a noite de domingo chegou e eu e o Park pegamos um táxi juntos para o restaurante que sua mãe estava, eu passei a ficar mais tenso.

Eu estava tão nervoso que Jimin provavelmente percebeu, pois passou a segurar minha mão e dizer que daria tudo certo, pois sua mãe não era uma pessoa má.

A noite correrá tudo com perfeita harmonia, conversamos bastante e a senhora Park era alguém extremamente gentil. Seus pequenos olhinhos brilharam quando ela me viu agarrado à mão de seu filho e disse que estava muito feliz, pois nunca imaginou que Jimin fosse realmente se casar algum dia.

Park Minji era muito mais baixa que Jimin e eu, embora já fosse mãe de quatro filhos, ela parecia ser jovem ainda e graças aos céus, ela não era alguém de mente fechada, o que facilitou para mim.

Quando nosso jantar se acabou, Minji pediu para que Jimin chamasse um táxi para ela, o que serviu como desculpa para que o ômega nos deixasse sozinhos por alguns instantes.

— Jungkook, obrigada por estar aqui hoje. — Sorriu para mim e eu me espantei dizendo que como namorado do filho dela, aquilo era um dever e um prazer para mim. Mas ela me surpreendeu ao sorrir plenamente e soltar: — Você não acha que Jimin é péssimo em mentir? — Fodeu, ela havia percebido tudo. — Mas mesmo que seja apenas por hoje, eu adorei ter você como genro.

— Muito obrigado, confesso que estava receoso sobre isso, mas como seu filho e eu somos próximos, aceitei fazer isso por ele. No fim, eu digo que também adorei te conhecer. Você será uma ótima sogra para a pessoa que o Jimin escolher no futuro. — Nós rimos juntos e ela ficou mais perto de mim.

— Cá entre nós, eu espero que seja você. — Sussurrou, colocando sua mão destra em meu ombro. — Sabe, dos quatro filhos que tive, Jimin foi o único ômega. Eu acho que ele não queria ser assim e acabou por se tornar alguém sem muita paciência hoje em dia. — Eu já sabia que Jimin tinha quatro irmãos, mas não esperava que ele fosse o único a ser ômega, isso realmente me surpreendeu. — Eu acredito que você já deve ter percebido isso, porém você parece ser alguém com quem Jimin se importa bastante, alguém que ele gosta muito. — Suspirou olhando para o Park que voltava até nós, indo até ele quando este lhe chamou.

— Mãe, o táxi chegou! — A senhora Park caminhou em direção ao carro e Jimin abriu a porta para que ela entrasse.

— Obrigada querido. — Deu um beijinho em sua bochecha, entrando no veículo e abriu o vidro para dizer suas últimas palavras antes de ir. — Tchau, Jungkook. — Acenou e sorriu em minha direção. — Eu gostei de conhecer ele filho, espero que leve ele para jantar com nossa família em breve. — Sorriu e deixou mais um beijo na bochecha do garoto, que ficou meio inerte com suas palavras e se despediu da mesma, acenando para si até que o carro sumisse de nossa visão.

Agora o ômega e eu andávamos juntos pelas ruas, até que pudéssemos chegar a nossas casas. Porém, depois da conversa que tive com Jimin por telefone, eu não havia parado de pensar um segundo sequer sobre uma coisa e estava disposto a falar sobre isso com o outro idiota.

— Acho que ela aprovou você. — Ele disse de repente, parando de andar e eu fiz o mesmo. — Que bom pelo menos assim ela irá acreditar em mim.

— Pois é — Estava um pouco desconfortável agora, pelo fato de estar sem assunto e cansado. — Você me colocou em apuros hoje, por isso eu quero colocá-lo em apuros também. — Dei um sorrisinho de canto, mordendo meu lábio inferior fazendo com que ele entendesse sobre o que eu estava falando.

— Nem comece com isso! — Cruzou os braços. Ah, qual é? Não havia nada melhor do que nós dois terminarmos a noite na cama juntos.

— Hyung, por favor, durma comigo hoje. Só mais hoje. — Quase implorei, até mesmo estava me parecendo com ele quando estava em seu estado. — Lembra quando eu pedi para que saísse comigo? Você disse que todas as vezes que estivemos juntos não era você, então, por favor, durma comigo hoje. Quero que você esteja consciente de seus atos pelo menos uma vez, quero ver o hyung verdadeiro! — Segurei suas mãos, percebendo que ele já começava a se amolecer.

— Essa será a última vez. — Ele rolou os olhos, sibilando suas palavras quando eu deixei um selar atrás de sua mão.

Finalmente eu iria tê-lo em meus braços outra vez.

- Continua -