O perfume no pescoço,
a sensação que faz lembrar;
o desenho que sai do esboço
e cria vida no ar;
nos teus olhos um castanho poço
que parece um crime olhar:
tudo isso me envolve,
tudo isso não me deixa morno.
É algo que não se devolve,
é um rio que não tem retorno.
O toque se move
e causa transtorno,
aumenta o meu querer
e me faz teu inteiro;
fazemos uma chuva ao se esquecer
debaixo do chuveiro;
deixando o tempo ter
o que temos de mais verdadeiro.
E sem desfecho,
nos prendemos no avesso.
Sempre voltamos ao começo,
até quando eu não me mexo.
Eu não mais me entristeço;
enquanto eu puder sentir teu queixo
encostar em meu nariz,
uma parte de mim viverá feliz;
enquanto a confusão perdurar
e em nós dois eu me afundar:
vou ter algo que eu quis,
vou ter um pedaço do (a)mar.
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