História Um passo para a luz - Capítulo 33

Pov Hinata

-Você tinha que ver Sasuke! Ela ficou rodopiando pelo jardim até que caiu numa poça de lama, porque havia chovido, e o meu pai ouviu tudo e viu aquela situação triste. Ela ficou de castigo por um mês. Ficou ajudando com assuntos do clã juntamente com o meu pai. - Terminei de contar rindo.

-A sua irmã parece ser meio louca. Não parece com ninguém da sua família. Sua mãe era assim?

-Não, minha mãe era mais como eu. - Sorri coçando o meu pescoço e reparei que o Sasuke seguiu o meu movimento e manteve os olhos lá. Sorri sabendo que estava imaginando as outras coisas que Hanabi falou.

Quis provocar mais um pouco, então apoiei os meus braços na mesa, me inclinando mais para frente, dando a ele uma boa visão do meu decote.

-E você Sasuke, não tem nada totalmente engraçado para contar? 

-Não. 

-Os meus olhos estão aqui em cima Uchiha. 

-Eu sei. - Ele olhou para mim. - Mas eu estou imaginando as várias maneiras que vou foder você nessa noite. - Estranhamente não corei ao ouvir isso, apenas sorri marota pegando no meu copo e levei à boca dando os últimos goles do meu suco de goiaba. 

-Por que ficar só não imaginação, se podemos trazer para a realidade? - Perguntei voltando a apoiar as costas na cadeira.

-Sabe o que está pedindo? - Ele perguntou arqueando uma sobrancelha.

-Sei. - Me inclinei para frente novamente e o olhei profundamente. - Faça! - Ficámos olhando um para o outro, ambos estávamos pegando fogo, isso era óbvio até para as poucas pessoas ao nosso redor.

-Tsc. - Sasuke soltou o som característico olhando de lado e chamou o garçom.

-Sim senhor? 

-A conta. - Ele pediu e o garçom assentiu se retirando.

-Enquanto isso, eu vou ao banheiro. - Avisei me levantando e fui ao banheiro.

Retoquei apenas o meu batom e reparei na minha imagem refletida no espelho. Estava realmente um pouco diferente, parecia bem mais determinada, e estava gostando de ver isso.

-Essa noite vou oferecer outra parte de mim ao meu noivo. - Falei com o meu reflexo e depois saí do banheiro. Me aproximei da mesa, onde Sasuke terminava de vestir o seu blazer e colocou uma das mãos no bolso da calça e olhou para mim. Lindo.

Com a outra mão, Sasuke agarrou a minha cintura e assentiu para o garçom em uma espécie de agradecimento pelo atendimento e nos levou para fora do restaurante.

As ruas de Konoha estavam basicamente vazias, já era quase tarde da noite. Eu podia sentir o Sasuke totalmente ansioso do meu lado. Não podia rir dele, eu estava do mesmo jeito.

Após uns bons minutos caminhando, chegámos à sua casa finalmente. Sasuke não perdeu tempo e assim que fechou a porta me colocou no seu colo e atacou logo os meus lábios. 

Eu retribuí o beijo totalmente excitada e retirei o seu blazer, o mesmo deitou por cima de mim no sofá. Parece que ele nem estava querendo chegar até no quarto, mas eu vou levar ele para lá.

Retirei a sua camisola gola alta e voltei a beijar os seus lábios, agarrando o seu cabelo entre os meus dedos. Logo afastei ele e o mesmo pareceu confuso, mas eu não precisava de palavras para o fazer me seguir.

Saí debaixo dele me colocando em pé e me aproximei das escadas. Abri o zíper lateral do meu vestido, o deixando cair aos meus pés. Passei por ele dando poucos passos a frente e olhei para o Sasuke por cima do ombro, ele ainda estava sentado no sofá, olhando para mim totalmente sem palavras. 

Olhei para frente e voltei a andar, subindo as escadas. Eu ouvi os seus passos, por isso abri o meu sutiã e o deixei cair na escada e novamente olhei para ele por cima do ombro, vendo o mesmo totalmente hipnotizado nos meus movimentos, era capaz dele fazer o que eu quiser agora, parecia totalmente à minha mercê.

Dei um sorriso maroto para ele e voltei a caminhar, deixando o som dos saltos batendo contra o chão ecoando pela casa. Entrei no seu quarto e esperei ele chegar para poder olhar para ele de vez. Assim que ouvi a porta fechar, eu virei para ele, dando a imagem de todo o meu corpo para ele, que parecia me comer com os olhos. 

Me aproximei do mesmo e passei as minhas mãos pelo seu peitoral definido e com algumas cicatrizes que, ao meu ver, o deixavam mais quente. 

Olhei para ele sorrindo e desabotoei a sua calça o ajudando a tirar e o mesmo me puxou para cima e olhou profundamente para os meus olhos. Lentamente ele soltou o meu cabelo e observou o mesmo cair em cascata pelo meu corpo. 

-Você é um pecado. - Ele sussurrou contra os meus lábios e eu sorri.

-Pensei que o pecado fosse você, e o anjo fosse eu.

-Não, acho que nessa noite esse anjo caiu do céu e foi totalmente corrompido por um predador.

-Então somos ambos um pecado. - Terminei o nosso raciocínio e Sasuke me colocou novamente no seu colo e me beijou novamente nos levando para a cama.

O mesmo logo distribui beijos pelo meu pescoço, caminhando até aos meus peitos e não demorou a levar um deles à boca, me fazendo soltar suspiros de prazer. 

Mas essa noite quero fazer outra coisa, eu quero dar prazer à ele. Por isso agarrei o seu rosto e o trouxe para mim, dando um beijo rápido e inverti as posições, ficando por cima. Sasuke pareceu surpreso com a minha atitude e eu sorri travessa.

Beijei o seu pescoço, e dessa vez quem deixou lá uma marca fui eu. Lentamente fui descendo os meus beijos pelo seu peito e deixei um beijo lento abaixo do seu umbigo.

Quando agarrei a barra da sua boxer o mesmo pareceu notar o que eu ia fazer, mas não lhe dei a chance de falar, apenas puxei ela para fora do seu corpo e agarrei a sua ereção totalmente pulsante e acariciei.

-O que você pensa que...

-Eu vou te dar prazer. E nem adianta soltar mais uma palavra, eu vou fazer isso. - Disse olhando para o seu membro na minha mão. Não sei de onde tirei coragem para fazer isso, mas estava me apetecendo ver o Sasuke sentindo prazer, como ele faz comigo. - Acredito que eu deva colocar na boca e fazer os mesmos movimentos que a mão, certo? - Perguntei para ele e o mesmo parecia em dúvida.

-Certo, já que quer tanto! É a mesma coisa, só tenha cuidado com os dentes. - Ele advertiu sério e eu assenti. - Eu vou tentar não... puta que pariu. - Ele praguejou assim que coloquei o seu membro na minha boca.

Ainda estava meio tímida ao fazer isso, mas olhei para o Sasuke e o mesmo parecia estar gostando, então parei de me segurar. Deixei a minha mão acariciando até onde a minha boca não chegava e levei mais afundo o seu membro.

-Hmm... - Ouvi o gemido do Sasuke e nunca pensei que isso fosse me dar tanto prazer. Olhei para ele e o mesmo estava mordendo o seu lábio inferior, totalmente entregue ao prazer.

Continuei chupando o seu membro, passando a minha língua ao seu redor e senti a mão do Sasuke agarrar fortemente o meu cabelo, mostrando a velocidade que queria e eu segui a sua vontade, acelerando os meus movimentos. 

-Porra Hinata! - Ele praguejou novamente e senti o mesmo movimentar os seus quadris, como se estivesse fazendo sexo, mas com a minha boca. Ele fazia movimentos calmos para não me forçar a levar ele mais a fundo, por isso fiz tudo para que ele tivesse o prazer máximo dessa forma.

Chupei deliciosamente a cabeça e Sasuke empurrou a minha cabeça para baixo gemendo ao sentir o seu membro quase na minha garganta, mais do que isso e eu com certeza me engasgaria. 

Chupei mais algumas vezes e ouvi o gemido do Sasuke mais alto e senti que ele atingiria o seu orgasmo. Ele tentou tirar a minha boca, mas eu iria até ao fim. E foi o que fiz quando o mesmo gozou na minha boca. Engoli tudo sentindo o sabor nem tão relevante, não tinha nada de especial. Mas o Sasuke parece ter gostado, já que olhava para mim com tanta excitação.

-Você é uma caixinha de surpresas Hyuuga. - Ele disse sentando na cama e me puxou para o seu colo. Nos beijamos e logo senti a sua ereção novamente. Ele quis me colocar deitada, mas eu empurrei o seu peito até que o mesmo deitasse novamente e ele olhou para mim surpreso.

-Eu fico por cima. - Avisei acariciando o seu membro erecto.

-Ficou má agora Hyuuga? - Ele perguntou sorrindo travesso e eu me inclinei sobre o seu peito aproximando os meus lábios dos seus.

-Você nem imagina o quão pior eu posso ser. - Falei parecendo ser outra pessoa, e Sasuke pareceu pensar o mesmo. Mordi o seu lábio antes de levar o seu membro à minha intimidade totalmente excitada e gememos ao sentir o contacto entre os nossos sexos.

-Ahn... - Gemi ao sentir as mãos do Sasuke agarrando os meus seios e fui acelerando os movimentos.

Deus, isso era tão... nem tenho palavras para descrever. 

-Merda! - Sasuke praguejou agarrando fortemente na minha bunda e desferiu um tapa nela. Agarrou fortemente empurrando o seu membro mais a fundo.

-Ohh... Sasuke... - Mordi o lábio inferior e me inclinei para frente, apoiando as mãos no seu peito e joguei todo o meu cabelo para um lado só, sentindo o suor escorrer pelo meu pescoço, em direção aos meus seios. - Hmm...

-Tsc! - Ele estocou mais forte e eu senti o meu orgasmo se aproximando.

-Ahnn... - Gemi atingindo o orgasmo e Sasuke veio segundos depois. Caí ao lado dele totalmente cansada. As nossas respirações estavam totalmente desreguladas.

-Isso foi... incrível. - Falei ofegante e olhei para ele. - Como me saí? 

-Você... pareceu uma depravada. Estava bem excitada.

-Hoje eu estava me sentindo no alto, queria me sentir assim durante o sexo também.

-Eu sei, por isso deixei você no comando. E se saiu muito bem. - Ele disse beijando a minha testa e logo ficou por cima de mim. Senti a sua ereção novamente e arregalei os olhos para ele.

-Sasuke, você não cansa?!

-Por agora não. Mas dessa vez vamos fazer amor. - Ele disse beijando o meu pescoço e olhou para mim com um sorriso travesso.

-Com esse sorriso eu duvido muito.

-Shhh... eu sei que você quer também. - Ele disse penetrando dois dedos em mim e foi impossível não suspirar de prazer.

-Isso não é justo, você está me seduzindo.

-Eu? Não estou fazendo nada disso. - Ele teve o descaramento de dizer isso enquanto chupava os meus seios.

-Droga, venha Uchiha! - Permiti e senti o mesmo penetrar lentamente o seu membro erecto em mim e ambos gememos com o contacto.

Mas diferente do que ele disse, fizemos sexo forte e depravado, e eu amei cada momento.

No dia seguinte acordei com sons de movimentos no quarto e lentamente abri os meus olhos, vendo o meu noivo com o cabelo molhado, vestindo a sua calça, exibindo aquele abdómen perfeito que eu tive o prazer de arranhar ontem.

-Bom dia. - Falei com a voz rouca e Sasuke olhou para mim de relance.

-Já acordou? Pensei que fosse dormir mais. - Ele disse passando a toalha no seu cabelo.

-Ouvi os seus movimentos. Onde vai?

-Tenho uma missão. Vou ter que deixar você infelizmente. Eu queria ter te acordado, comigo dentro de você, mas não tenho tempo. - Corei ao ouvir o que ele disse. - Agora cora? Não estava corando ontem enquanto cavalgava por cima de mim. 

-Sasuke! - Repreendi e ele soltou um pequeno riso. Vestiu a sua camisa e terminou de calçar. Se aproximou de mim e deixou um beijo casto nos meus lábios e logo beijou a minha testa antes de se afastar.

-Se puder, descanse mais um pouco. Se cansou muito nessa madrugada. Depois coma algo antes de sair. Vou ter de ir agora.

-Sabe quanto tempo vai demorar?

-Não, mas não tarda e eu estou aqui com você novamente. Não se preocupe. Tchau.

-Tchau. - Vi ele pegar a sua capa e sair do quarto.

Eram 7h da manhã, acho que iria dormir mais um pouco mesmo. Mas antes de dormir, foi impossível não pensar na cena que aconteceu agora. Acordar na cama do Sasuke, ver ele se preparando para sair em missão, como se vivêssemos juntos.

-Apenas três meses. Três meses e nós vamos morar juntos, aqui. - Sussurrei e aos poucos fui adormecendo. Mas naquela manhã, tive o mesmo pesadelo da noite anterior, como se fosse um aviso de que algo ruim aconteceria.

 

2 semanas depois

 

Acordei novamente após mais um pesadelo. Olhei as horas e eram 5h da manhã. Suspirei puxando o meu cabelo para trás.

-Mais um. - Falei sentindo o meu coração agoniado. 

E como tenho feito às vezes, me levantei da cama e vesti apenas um casaco comprido por cima do meu pijama, calcei e saí do meu quarto.

Saí de casa e caminhei em direção à casa do Sasuke, tirei a chave escondida debaixo do tapete e entrei na sua casa. Corri para o seu quarto e quando entrei vi que o mesmo dormia. Retirei o meu casaco, descalcei e fui me deitar ao seu lado e o abracei fortemente.

-Mais um pesadelo? - Ele perguntou com a voz rouca.

-Sim, estou com tanto medo Sasuke... eu sinto que algo de ruim vai acontecer. - Falei soltando as lágrimas que eu prendi desde que acordei e o mesmo me abraçou fortemente acariciando o meu cabelo.

-Calma Hime, foi só um sonho ruim. Não vai acontecer. 

-Você não entende Sasuke, eu ouço sempre o choro de um bebé desesperado. E depois algo acontece sempre comigo. Esse pesadelo me dá sempre uma agonia.

-Tente descansar Hina. Com certeza você dormiu pouco.

-Não vou conseguir dormir.

-Vai sim. Eu não vou fechar os olhos até você dormir. - Olhei para ele e o mesmo, mesmo com sono, falava sério. E se ele diz que não vai fechar os olhos até eu dormir, eu acredito nele.

-Obrigada. - Agradeci fechando os olhos e demorou um pouco, mas consegui dormir. E como sempre, eu adormeci completamente bem nos seus braços, sem nenhum pesadelo.

No dia seguinte acordei e o Sasuke ainda dormia sereno ao meu lado, ele me abraçava tão forte, como se estivesse me protegendo, e de facto estava.

Já faz duas semanas que eu tenho tido pesadelos estranhos, onde ouço sempre o choro de um bebé e no final algo acontece comigo. Ou caio da escada, ou recebo uma facada, acaba sempre atingindo a mim.

Eu tenho a sensação que algo de ruim vai acontecer, e até já fiz o Sasuke faltar à uma missão porque tive medo de que algo aconteceria com ele, mas não ocorreu nada. Esteve sempre tudo bem durante essas duas semanas, é como se eu estivesse ficando maluca.

Decidi levantar e preparar algo para o Sasuke comer quando acordar. É o mínimo que posso fazer por interromper quase sempre o sono dele. Às vezes venho dormir com ele quando tenho esses pesadelos e às vezes vou dormir com a Hanabi, mas tenho sempre medo de ficar sozinha.

Estava servindo o pequeno-almoço quando o Sasuke apareceu na cozinha bocejando.

-Como está se sentindo? - Ele perguntou se aproximando de mim e eu suspirei.

-Estou bem. Desculpe, eu sei que tenho chateado você durante a noite, interrompendo o seu sono. - Falei cruzando os braços e ele me puxou para os seus braços e beijou a minha testa.

-Eu não me importo nem um pouco com isso. Para mim a sua saúde está acima de tudo.

-Então porque não aceita ir ao hospital comigo? - Perguntei pela milésima vez e ele revirou os olhos.

-Porque já fomos na semana antepassada e a Sakura disse que estava tudo bem Hinata. Não podemos ir a cada semana fazer consultas, a Sakura já disse isso.

-Eu sei, mas...

-É só um pesadelo. Nada mais. Você já me fez até faltar à uma missão Hinata. 

-Desculpe, você tem razão. - Suspirei concordando, deve ser coisa da minha cabeça mesmo. - Vamos comer então. Você tem que ir ter com o seu esquadrão e eu tenho que ir para casa trocar de roupa e ir resolver os assuntos do casamento.

-Vai à floricultura da Ino, certo? - Ele perguntou se sentando e eu assenti seguindo ele.

-Sim. Vou escolher as flores para a decoração. De certeza que decorar o casamento à base de dourado e branco está bom para você? Pensei que fosse querer a cor vermelha ou azul.

-Por causa do meu clã? - Assenti. - Não, prefiro algo mais leve. Mas eu disse para você que se quiser outra cor tudo bem.

-Não, eu acho que essa junção está perfeita. Com certeza o meu pai vai adorar essa escolha, é bem a cara do nosso clã. - Falei sorrindo.

-Então está. Caso precise de mais alguma coisa fale comigo. - Bateram a porta e Sasuke se levantou para ir abrir. Segundos depois ele voltou e terminou de comer rapidamente.

-Quem era?

-ANBU. O Kakashi tem uma missão.

-Ultimamente têm chamado muito o seu esquadrão para missões. 

-Eu sei que só está dizendo isso porque está preocupada. Mas você sabe quem eu sou Hinata, ninguém pode comigo. Só o Naruto. - Beijou a minha testa. - Tente ficar calma com relação a esses pesadelos, não se preocupe com eles. Senão quem fica preocupado sou eu.

-Eu sei.

-Depois eu mando uma carta. Até logo.

-Adeus. - Vi ele sair mais uma vez para ir em missão e suspirei. 

Eu menti para ele, eu não estou nada bem. Hoje a minha agonia está excessivamente exagerada, eu sinto que algo vai acontecer.

-Se eu ficar pensando nisso o tempo todo, eu vou enlouquecer. Sasuke disse que não é nada, melhor seguir com esse pensamento.

Terminei de comer e lavei toda a loiça e arrumei o quarto do Sasuke. Saí da sua casa e voltei para a minha, encontrando o meu pai sentado na sala.

-Bom dia Otousan.

-Bom dia filha. Estava com o Sasuke?

-Sim, mas ele saiu em missão. Vou subir, tenho que sair daqui a pouco.

-Vai lá. - Assenti e subi as escadas correndo.

Fui para o meu quarto e tomei um duche rápido e me vesti. Amarrei o meu cabelo num rabo de cavalo e voltei a sair.

-Hinata. 

-Otousan?

-Está tudo bem?

-Sim, porquê a pergunta?

-Você parece angustiada. São os pesadelos? - Pensei em dizer que sim, mas a voz do Sasuke ecoou na minha mente e desisti de afirmar.

-Não é nada. Só estou apressada para ir saber das flores.

-Escolheu a cor da decoração?

-Sim, será à base de dourado e branco.

-Isso é uma escolha maravilhosa. São cores sofisticadas.

-Eu sei. Mas não escolhi por serem sofisticadas Otousan. - Ri. - Sasuke quer cores leves, não muito vivas.

-Mas foi a escolha perfeita. 

-Sim.

-Pode ir minha filha, não vou tomar mais o seu tempo. 

-Licença Otousan. - Me curvei e saí de casa.

Durante o caminho cumprimentei algumas pessoas pela rua e dei de cara com a Kurenai-sensei e a Mirai.

-Hina-chan! - Ela pulou alegre no meu colo.

-Mirai. Ai que saudades que eu tinha de você. - Falei sorrindo.

-Mentira! Hina-chan não visita mais a Mirai. Mirai agora tá triste com a Hina. - Falou cruzando os braços e mordi a sua bochecha.

-A Hina tem estado um pouco ocupada. E tenho uma notícia para você. Mas se está chateada comigo, não vou contar.

-Uma notícia? Hmm... está bem! Conta, eu vou falar com você.

-Boa! A Hina vai ter um filho. - Falei e vi a mesma arregalar os olhos e tapar a boca.

-Jura?! - Assenti. - Boa! Eu posso brincar com o seu filho?

-Quando nascer e crescer pode sim. Eu deixo.

-Eu ouvi as notícias. Estou muito feliz por você Hinata. Vejo que se tornou uma mulher mais forte. 

-Obrigada Kurenai-sensei. Também fiquei noiva do Sasuke, o casamento será daqui 2 meses e 2 semanas. Ainda não temos um dia específico, mas quando souber eu levo o convite pessoalmente para você sensei.

-Não se dê ao trabalho. Só quero a sua felicidade. E estou vendo que o Sasuke te faz muito bem. Fico feliz de te ver assim, tão radiante.

-Obrigada sensei.

-Bem, venha cá senhorita. - Kurenai-sensei disse puxando a Mirai para o seu colo. -Vamos deixar a Hinata resolver os assuntos dela e vamos resolver os nossos. Tchau Hinata.

-Tchau Kurenai-sensei. - Me despedi dela e vi a mesma afastar-se com a Mirai. - Tenho que visitar a sensei. Faz um bom tempo que não vou para lá. Mas vejo isso depois. - Voltei a andar e poucos minutos depois cheguei à loja da Ino. - Bom dia.

-Hinata, pensei que nem vinha mais. - Ino disse dando a volta ao balcão e veio me abraçar, abracei de volta. - Como está o bebé?

-Bem, obrigada.

-Então me diga. Qual a cor da decoração para eu ajudar você a escolher as flores certas?

-Dourado e branco.

-Que chique. - Ela disse surpresa. - Bem à cara dos Hyuugas. - Ri abanando a cabeça em concordância.

-Meu pai amou a ideia, como já deve imaginar.

-Sim, eu imagino. Bem, obviamente terá de ter flores brancas, mas podemos escolher outra flor de cor diferente para dar um contraste bonito.

-E qual seria essa cor?

-Um flor de cor rosada, o que acha? - Ela perguntou e imaginei na minha cabeça como seria e assenti.

-Sim. Vai ficar bem. Me mostra uns arranjos?

-Claro, venha. 

E ela ficou me mostrando todos os tipos de flor que poderia usar, quais arranjos eu poderia fazer e a verdade é que eu estava bem indecisa. A Ino é boa demais no que faz e estava simplesmente difícil escolher só uma das ideias. Por isso demoramos a tarde inteira e não escolhi nada.

-Acho que devemos fazer isso com as meninas e abrir uma votação. Você deu muitas ideias boas Ino, fica difícil para mim escolher só uma.

-Porque não pergunta para o Sasuke?

-Saiu em missão. - Falei desanimada.

-E essa carinha? Ele já volta, não precisa ficar tão triste. Ou ele vai demorar?

-Não sei, ele ficou de mandar uma carta.

-Então aguarde. Se precisar podemos ter uma noite de meninas hoje, o que acha?

-Infelizmente vou ter que recusar. Não tenho dormido muito bem ultimamente, então vou tentar descansar o máximo que puder hoje.

-Não tem dormido porquê? Algo relacionado ao bebé?

-Não, só uns sonhos estranhos. Mas não se preocupe, não é nada demais. - Falei a tranquilizando. 

-Certo, qualquer coisa procure uma de nós e conversamos com você. Afinal, amigas servem para isso.

-Eu sei, e eu tenho as melhores. Mas está mesmo tudo bem, não se preocupe.

-Está bem. Então marque um dia para todas estarem aqui com você para escolher as flores.

-Farei isso. Obrigada Ino. - Abracei ela.

-De nada Hina. Tchau. 

-Tchau. - Acenei para ela e saí da sua loja.

Eu sei que não devia, mas eu preciso realmente tranquilizar o meu coração. E fingir que tudo está bem não está ajudando. Por isso caminhei em direção ao hospital da vila, preciso ter uma consulta com a Sakura.

-Olá, bom dia. - Cumprimentei a recepcionista.

-Bom dia, no que posso ajudar?

-Eu quero conversar com a Dra. Sakura, ela está?

-Sim, deixe-me só avisar. Nome por favor?

-Diga que a Hinata está aqui.

-Está bem, já venho. - Ela se retirou e minutos depois voltou. - A Dra. está a sua espera na sala dela.

-Obrigada. - Segui o caminho até a sala da Sakura e entrei encontrando a mesma sentada na sua cadeira.

-Hinata, passa-se algo?

-Não sei. 

-Não vai me dizer que quer fazer mais uma consulta.

-Por favor Sakura. Eu estou me sentindo angustiada. O Sasuke disse para eu tentar esquecer isso e me acalmar, eu tentei, mas não dá. Por favor, veja se está mesmo tudo bem. - Implorei apoiando as mãos na sua mesa.

-Está bem. O que eu não faço por você? - Sorri aliviada e bateram a porta. - Sim?

-Dra. Haruno. Uma emergência, precisamos da Dra. - Uma enfermeira disse e Sakura se levantou rapidamente.

-Desculpe Hinata, tenho que ir atender. Fazemos essa consulta amanhã, tudo bem?

-Sim, amanhã cedo estarei aqui. - Ela assentiu e saiu rapidamente da sala. Suspirei mais aliviada, amanhã farei a consulta e verei se está tudo bem mesmo. - Melhor ir para casa. - Falei me levantando. Saí do hospital e fui para casa.

-Nee-chan, você demorou muito. Já anoiteceu e você nem almoçou. - Hanabi disse assim que entrei em casa.

-Desculpem a minha ausência. Fiquei a tarde toda escolhendo flores e arranjos com a Ino, mas no final não escolhi nada. Vou precisar da ajuda de todas as meninas. - Falei me sentindo cansada.

-Parece cansada. 

-E estou Otousan, estou mesmo cansada. Acho que vou me deitar.

-Mas você não comeu nada Nee-chan! Coma algo ante de ir dormir.

-Estou sem apetite. - Falei nem conseguindo imaginar um prato de comida. - Vou descansar mesmo. Licença. - Subi as escadas e fui para o meu quarto.

Troquei de roupa e coloquei o meu pijama. Deitei na cama e me encolhi levando uma mão ao peito não entendendo o porquê dessa angústia toda.

-Por favor meu Deus, não permita que nada aconteça. - Sussurrei antes de fechar os olhos e adormecer.

***

Acordei ao meio da noite com fortes dores abdominais e me sentei na cama para ver o que se passava e arregalei os meus olhos.

-Não! Não, não, não, não! Por favor! NÃO! OTOUSAN! HANABI! ALGUÉM POR FAVOR! - Gritei ao ver aquele sangue todo manchando o lençol branco da cama e o meu vestido.

-Hinata, o que... - Meu pai travou ao olhar para a situação e correu até mim.

-Nee-chan, o que foi?! Ouvi gritos! 

-Meu filho... o meu filho está... - Falei soluçando.

-Hanabi corra para o hospital e ordene que preparem tudo para atenderem a Hinata, ela está perdendo o bebé! - Hanabi arregalou os olhos e sem questionar mais nada, saiu correndo. - Eu vou levar você minha filha. - Ele disse me colocando no colo, não se importando se todo o sangue que eu perdia manchava as suas roupas.

-Otousan... por favor... - Implorei quase sem voz, agarrando fortemente o kimono que ele trajava. - Não deixe... não deixe que o meu filho...

-Eu vou o mais rápido que puder...