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História Um poeta - O azul desbotado da parede da sala


Escrita por: SirenSong

Notas do Autor


Eu não sei vocês, mas honestamente eu sou terrível com essa coisa de "mudança"
u.u

É algo que eu tenho que mudar
bom segue mais um cap da história
espero que gostem

Capítulo 2 - O azul desbotado da parede da sala


Fanfic / Fanfiction Um poeta - O azul desbotado da parede da sala


Havia uma pasta jogada sobre a mesa.
Papéis espalhados sobre a peça de madeira.
Sapatos largados em algum lugar do apartamento.


Haviam garrafas de bebida encostadas perto da lixeira;
da porta...
da cama...
da varanda...


Havia um homem sentado no piso do banheiro.
A água do chuveiro que ganhava força com a queda e batia nos ombros com mais força que a habitual.
Haviam duvidas na mente desse homem
E uma caixa de veludo sobre suas roupas no chão.


Na caixa, três espaços
Embora apenas dois deles estivessem preenchidos.
Uma pena negra, como nunca antes vista.
Folhas, de um papel amarelado e grosso. 
Com um suave timbre em baixo relevo que quase passava desapercebido.


Haviam três dias para se fazer uma escolha
E dois deles já haviam passado

 

Carlos dormiu ansioso, acordou sem fome, saiu para o trabalho sem saber muito o que fazer. Era o terceiro dia. Bastava não fazer nada, bastava seguir o dia do mesmo jeito, e do mesmo jeito ele seria para sempre.

Tinha um certo receio de mudanças, mudar de emprego, de ramo, sair do país, engajar um relacionamento, mudar de apartamento, o medo do desconhecido lhe sufocava, assim como a monotonia.

Arriscar-se nunca foi sua melhor área, e por mais que tivesse vontade de aprender a falar japonês, a tocar piano, violino, ou mesmo violão, que é mais acessível. Por mais que sonhasse conhecer a França, a Bretanha. Por mais que quisesse participar de um acampamento, ter uma casa na arvore, sonho de criança nunca realizado. Aprender a pintar, viajar em um balão. Se para realizar qualquer uma dessas coisas tivesse que sacrificar ou arriscar qualquer coisa de seu dia milimetricamente atarefado, certamente, não o faria. E todos esses planos seriam assumidos como "impossível para alguém com uma vida como a minha". Uma vida que tinha medo de mudar.

Agora, como se um apelo de uma alma deprimida, frustrada, a insanidade lhe batia a porta, alucinações, uma dupla personalidade talvez, isso justificaria o pote de tinta sobre a mesa. Sua razão procurava uma explicação lógica, embora ela mesma lhe dissesse que nem tudo cabe na lógica.

A noite chegou novamente, o relógio marcou 22 horas, e 23... meia noite.

Nada aconteceu, mas o que ele esperava?

Era claro que ela não viria, claro que de todas as pessoas do mundo ele não seria a “pessoa especial”. Mesmo a sua mente lhe traía. Mesmo sua mente alucinada, delirante se negava a lhe dar um pouco de cor naquela noite. Sua vida estava como a parede da sala, um azul deprimido, desbotado.

Mas... e se ela tivesse aparecido? O que faria? Teria respondido? Teria aberto a porta para que ela entrasse, teria aceitado?

Isso não fazia diferença, ela não veio.

Deu alguns goles na garrafa de bebida que achou em algum lugar, sequer sentia o gosto agora. A raiva lhe corria quente na garganta.


Haviam cacos de vidro espalhados pelo chão.
Livros despostos em uma mesa abarrotada.
Uma luz amarelada em um gabinete mórbido

Haviam textos de rascunhos antigos espalhados pelo quarto;

... corredor,
... móveis,
... banheiro.

 

Havia um homem sentado com suor escorrendo na nuca

Uma pena violenta rasgando seus sentimentos em papéis amarelados, desiludida, passional, revoltada num vinho enegrecido.

 

Viva como a chama no coração do homem.


Notas Finais


Yoooooooo amorecos
espero que tenham gostado, e vamos para o próximo e ultimo capítulo.


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