História Um Príncipe em Minha Vida - Colégio Mal Assombrado?

–“Open your heart to me, baby/I hold the lock and you hold the key/Open your heart to me, darlin'/I'll give you love if you, you turn the key”

–Ah, cala a boca, despertador... –Sam bateu a mão no despertador, nervosa, enquanto voltava a dormir, Passou a mão na cama. Sentiu-a meio dura, mas ao mesmo tempo era macia, definida, quente...- Essa não...

Sam olhou melhor onde estava deitada. Ou melhor, em quem.

Freddie estava adormecido, segurando a cintura de Sam delicadamente, mas ela estava espantada. Sam tinha certeza que tinha dormido ao lado dele, como sempre, e não em cima dele...

–Nerd, acordaaaaa!!! –Sam gritou, batendo o punho no peito de Freddie.

–Ai, bom dia pra você também... –Freddie esfregou o peito, dolorido e meio atordoado- Por que você me bateu?

–Eu dormi em cima de você! –Sam gritou agitada- Eu disse pra você não se aproveitar de mim, Benson, eu não te disse?

–Eu não me aproveitei de você não, estressada. –Freddie ria- Você rolou pra cima de mim no meio da noite. Tentei te acordar, mas você tava dormindo tão pesado que deixei pra lá...

–Oh, tudo bem... –Sam encarou Freddie, meio sem graça- Me desculpa. Que horas são?

–Você não viu o despertador? –Freddie apontou para o despertador, marcando 8:05 da manhã.

–Ah, ainda bem... –Sam pegou apressada a jaqueta da Carly, jogada em um canto no quarto de Freddie- Mas mesmo assim não posso dar sopa pro azar. Eu vou voltar pro apartamento da Carly, ok? Não quero que elas pensem que eu dormi com você...

–Por quê? –Freddie se aproximou se Sam, abraçando a cintura dela. A garota tinha esquecido que ele estava quase nu- Não quer que as nossas amigas saibam que você dormiu comigo? –Freddie riu rouco na orelha de Sam, fazendo a garota tremer em seus braços.

–Não faça isso... –Sam lutava com a própria voz pra mantê-la estável- Ou eu te chuto...

–Me chuta? –Freddie riu mais uma vez antes virar Sam de frente pra ele. Seus lábios quase se tocavam agora- Quero ver você me chutar agora, Puckett...

–Não me tente, Benson. –Sam mordeu o lábio, quase soltando um suspiro de antecipação- Você não sabe do que eu sou capaz...

–Qual é, Sam... –Freddie sorriu de lado enquanto tirava uma mecha do cabelo dela do meio do rosto- Não tente resistir... A mim...

Sam nem precisou puxar Freddie contra ela. Só aproximou seu rosto do dele e trocaram um beijo intenso. Era quase ridículo um para o outro o quanto estava óbvio o amor entre eles. Então por quê precisavam esconder isso?

–Ok, acho que já pode me soltar, sim? –Sam falou, respirando aos pouquinhos- Preciso mesmo voltar pro apartamento da Carly...

–Ok... –Freddie a soltou devagar- Mas antes eu só quero que saiba... Que adorei passar essa noite com você...

Sam sorriu de lado antes de abrir a porta do quarto de Freddie.

–Também adorei essa noite... –Sam murmurou enquanto fechava a porta atrás dela.

–Spencer, abre essa porta!!!- Sam tentava não esmurrar a porta para não acordar as garotas, mas era quase impossível- Espera aí... Cara, eu sou tão burra! –Sam estapeou a própria testa enquanto se abaixava pra pegar a chave reserva no capacho. Abriu o apartamento e deu de cara com Spencer, acabando de sair do quarto.

–Eu vim ver por que você tava gritando na porta e... Como entrou aqui? –Spencer perguntou, coçando a cabeça

–Eu sei onde você guarda a chave. Enfim, me empresta um travesseiro e um cobertor?

–Pra quê? –Spencer perguntou enquanto via Sam correr para o quatro dele e voltando pra sala com cobertor e travesseiro- E onde você teve ontem à noite?

–Eu disse, fui comprar frango frito, mas deu leseira por causa do frango e dormi na porta do apartamento...

–Spencer, que barulheira é essa? –Carly perguntou sonolenta enquanto descia as escadas- AAAAAHHHHHHHH, SAM!!! Por onde você andou? Queria matar a gente do coração ontem, é?

–Ok,pra começar, eu tava cansada demais ontem e eu dormi aqui na sala...

–Ei, mas você não me disse que...

–É sim, Spencer... –Sam correu pra tapar a boca do Spencer- Eu fiquei dormindo no sofá.

–Então, do jeito que você tem o sono pesado, nem ouviu os gritos...

–Gritos?

–É, vem subir comigo. –Carly pegou a mão de Sam- Eu e as garotas precisamos falar com você...

–Tá, tudo bem... –Sam deu de ombros enquanto era puxada por Carly escada acima.

–Tudo bem, agora não entendi nada... –Spencer coçou a cabeça mais uma vez, pegando o travesseiro e o cobertor.

Carly e Sam corriam para o estúdio do iCarly, onde Shelby e Melanie esperavam a loira agitadas.

–Ok, maninha, me conta desse beijo aqui!!! –Melanie quicava no mesmo lugar com a câmera na mão, mostrando o beijo de Sam e Freddie.

–Ah, gente, não foi nada. –Sam deu de ombros- Vocês disseram um beijo, não disseram como eu devia dar esse beijo. Aí eu filmei e aconteceu...

–Cara, eu nunca... –Shelby deixou sua voz morrer devagar, mas logo voltou a falar- Nunca... Vi muitos beijos... Na minha vida, mas esse com certeza é o beijo mais quente que eu já vi...

–Sam, tem certeza que você odeia o Freddie?

Sam encarou as amigas e a irmã. Iria admitir mesmo aquilo que até ela achava difícil de admitir pra si mesma?

–Bom, nós somos... Amigos, só isso...

–Puxa, se é assim que você beija um amigo, nem quero saber o que você vai fazer com o seu namorado... –Carly riu- Ah, Sam, Matthew perguntou algo de mim?

No colégio, todos estavam animados em conhecer Melanie, e saber do que ela tinha de tão diferente de Sam. Mell estava cercada de pessoas em volta enquanto Sam, Carly e Freddie olhavam a movimentação.

–Gente, nunca vi tanta gente assim desde que a Sam derrubou aquele garoto do terceiro ano por que ele esbarrou nele... –Carly balançou a cabeça.

–Ué, a culpa não é minha se ele tava conversando com aquela cheerleader fresca... –Sam deu de ombros enquanto procurava alguma coisa no seu armário.

–Mas precisava bater nele, Sam? –Freddie perguntou bem na hora que a loira enchia a boca com bolo gordo.

Freddie balançou a cabeça, sabendo que não teria nenhuma resposta de Sam, quando viu um vulto perto da porta, que parecia o vigiar. Ele só conseguiu ver roupas pretas e uma faixa azul presa em um dos braços.

–Gente, vocês viram aquilo? –Freddie apontou para a porta.

–Aquilo o quê? –Carly perguntou distraída, vendo o corredor. Matthew estava chegando perto dela, a deixa perfeita para que ela abandonasse os amigos e corresse em direção do quarterback.

–Eu vi alguém, me olhando daquela porta ali... –Freddie continuava apontando a porta, como se seu dedo fosse capaz de trazer o vulto de volta.

–Quer saber, eu também vi... –Sam murmurou meio assustada.

–Gente, o pessoal daqui do Ridgeway é muito legal! –Melanie sorria enquanto arrumava seu cabelo- O que foi, cadê a Carly?

–Ela foi falar com o paquera dela... –Sam falou rapidamente- Logo ela volta...

–Ok, o que vocês estão olhando? –Melanie perguntou, olhando na direção em que Freddie e Sam estavam olhando também.

–Eu e a Sam podíamos jurar que vimos alguém nos espionando ali... –Freddie apontou mais uma vez para a porta- Era alto, vestia preto, tinha uma faixa azul presa no braço. Pode ter sido loucura, mas eu vi...

–É, e eu também... –Sam olhou para Melanie, que estava pálida- Mell, você tá bem?

–Estou bem... –Melanie respirou fundo e voltou com seu sorriso habitual- Eu preciso tomar um ar. Vou pro estacionamento, a gente se vê na sala, tudo bem?

Melanie acenou rápido antes de sair do colégio apressada. Freddie e Sam se olharam, meio confusos.

–O que será que deu na sua irmã?

–Eu sei lá. Sou a gêmea, não a dona dela... –Sam amassou o embrulho do bolo gordo e jogou na lixeira- Anda nerd, temos uma prova de história pra fazer...

–E o que vai querer fazer depois? Sabe... –Freddie franziu os lábios- O pessoal que termina a prova primeiro pode ficar de bobeira pela escola...

–Que tal um pouco de música na minha sala da detenção?

–Taí uma ótima ideia... –Freddie sorriu enquanto ele e Sam iam em direção à sala de história.

No estacionamento, Melanie suava frio. Seu coração adolescente palpitava medroso. Abriu a mochila desesperada, procurando o celular, suspirando de alívio quando o encontrou. Os dedos dela tremiam nervosos ao digitar os números.

–Alô, mãe? –Melanie sussurrou no telefone, nervosa e temerosa- Liga pra Marissa depois que ligar pra mim. O assunto é muito sério. Samantha e Gabriel estão em perigo. Eles o encontraram...

–Minha nossa, isso não é bom... –Pam falou apressada no telefone- Já foi difícil viver 11 anos sem você, te afastando pra que estivesse protegida, mas não posso suportar ficar longe da Sam.

–Calma, mãe. Liga pra Srª Benson, ela com certeza tem um plano pra proteger Gabriel. Até lá, ficarei de olho nele e na Sam...

–Tome cuidado, filha. Muito cuidado. Se eles já descobriram o príncipe, não vai demorar até eles descobrirem você e sua irmã...

–Fica tranquila, mãe... –Melanie sussurrou mais uma vez, sem sequer acreditar no que ela mesma dizia- Aprendi defesa pessoal com a Shelby. Nada vai me acontecer, prometo.

–Sei que não vai acontecer nada com você... –Melanie ouviu a mãe engolir seco do outro lado da linha- O problema é se algo acontecer àqueles dois. Se conseguirem confirmar que Freddie é Gabriel vão vir atrás da Sam também...

–Eu só espero que isso não aconteça tão cedo, mãe... –Melanie mordeu o lábio antes de desligar o telefone, completamente desesperada. “Isso não pode estar acontecendo, não pode...”, repetia constantemente em sua cabeça enquanto voltava pro colégio.