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História Um relacionamento explosivo - Kou vai falar com Akihito


Escrita por: ateneia

Notas do Autor


Akihito e Asami têm um longo momento de intimidade e Asami, além de pedir que Akihito confie nele, também mostra desconfiar que alguém anda dizendo ao fotógrafo que ele não serve para o yakuza e não passa de um problema para ele. Kou, que irá logo começar a trabalhar para Asami, vai ao hotel ver o amigo e tem de conversar com Kirishima, por quem tem uma antipatia escancarada.

Capítulo 134 - Kou vai falar com Akihito


Fanfic / Fanfiction Um relacionamento explosivo - Kou vai falar com Akihito

 

O fotógrafo se permitiu relaxar enquanto Asami o abraçava por trás. A água quente da banheira era bastante reconfortante.

-Puxa, Asami – riu o fotógrafo – nunca pensei que um dia tomaria banho numa banheira tão grande.

Asami o abraçou mais forte e disse ao rapaz:

-Akihito, quero que me prometa uma coisa.

Akihito virou o rosto, olhando para Asami de esguelha e perguntando:

-Qual?

Asami o virou para que ficassem frente a frente e, segurando seu rosto com ambas as mãos, pediu;

-Quero que seja sincero comigo.

O rapaz fez uma expressão de quem queria dizer muitas coisas e esperou por um tempo antes de perguntar:

-O que você quer dizer com isso? Não entendo.

O yakuza encostou sua testa na dele e foi bastante enfático, segurando seu rosto e falando com voz grave:

-Você estava sendo sincero quando falou que não estava pensando em se matar, não estava? Quero ter certeza de que você não mentiu para mim.

Akihito baixou o rosto e murmurou:

-Asami... eu nunca pensei em me matar. É verdade que fiquei muito deprimido, eu me sentia sujo, queria tirar a sujeira que eu sentia que aquele homem tinha deixado em mim.  Após todos descobrirem, eu tive uma  febre horrível  por três dias e, nos dias que se seguiram, eu não queria fazer nada além de me enterrar num buraco, não comia, pai e Yukio tinham de me fazer comer, eu perdi peso, estava com o cabelo até os ombros, mas não pensei nunca em me matar. Nunca ninguém soube que Yukio tentou se matar duas vezes, Asami. Mas sabe, agora que lhe contei tudo aquilo, e você me contou tudo isso sobre...sua mãe, eu...

Asami pôs um dedo sobre os lábios do fotógrafo e continuou:

-Quero que me prometa outra coisa. Por favor, pare de pensar nessa besteira de ser um peso nas minhas costas, entendeu? E também nunca mais diga que não está à minha altura. Eu sei o que é bom para mim. Por acaso alguém anda lhe dizendo que você não chega aos meus pés? Pode me falar. É algum subordinado meu que anda lhe dizendo algo assim? Se for, eu farei com que se arrependa. Lá no Clube Sião, ninguém é pago para fazer comentários.

O rapaz o olhou um pouco angustiado, pensando em Yuma Manabu. Desconfiava que  o funcionário do Clube Sião fosse apaixonado por Asami, mas não queria dizer. Por mais que antipatizasse com o homem e sentisse que o mesmo o odiava, pensava que não era algo que devesse contar a Asami. Era adulto, tinha que cuidar de si mesmo. E embora achasse que Yuma não era alguém confiável, pensava que podia lidar com a situação. Por que incomodar Asami, que tinha tanto com que se preocupar?

Resolveu mentir, olhando firme para Asami e achando que o homem ficava irresistível com o cabelo caindo na testa. Parecia até outra pessoa.

-Não, às vezes acho que seus homens só me tratam bem por sua causa. E fico achando que estou aqui de gaiato. Talvez os seus subordinados achem que eu trouxe problemas para você e só não digam nada por medo de você.

Asami olhou para Akihito, percebendo bem que ele estava mentindo. O rapaz era um péssimo mentiroso. Apenas o abraçou. Akihito escondera muita coisa por muito tempo, mas era bom que agora estivesse se abrindo com ele, revelando seus sentimentos.

-Bem, vamos almoçar. Você mente muito mal, sabia? Diga-me o que sente agora. Está tudo bem, não está?

Akihito repousou o rosto no peito de Asami e falou:

-Olha, Asami, não posso dizer que está tudo cem por cento. Ainda dói muito pensar no fim de Yukio, que ele virou comida de peixe, no abuso que sofri  e em tantas outras coisas, mas eu preciso seguir. Eu terei de viver com isso... mas pelo menos, agora, não preciso mais fingir que superei. Yamazaki sempre me disse para superar, seguir adiante. Eu estava sendo um falso, não? Fingia que tinha superado tudo, exibindo um jeito alegre, dizendo que tinha vencido tudo. Só que não superei de verdade. Você tinha razão ao dizer que uso uma máscara.

O yakuza o segurou com firmeza e assegurou, os dedos longos e fortes deslizando pelos cabelos do jovem:

-Sei que sim, sei que terá de viver com isso, mas você não vai ficar sozinho com isso, certo? Akihito, não se critique com essa história de máscara, nem se chame falso. Você não deve nada às outras pessoas. Todo mundo usa uma  máscara. Pessoa alguma tem moral para criticar as outras. Eu aprendi isso cedo demais. A gente ouve  que tem que ser de uma determinada forma mas, quando nos deparamos com a vida, tudo nos transforma. Ensinam-nos que se formos bons e agirmos direito, as coisas darão certo para nós, só que não é verdade. Você aprende que tem de se tornar forte para que o mundo e as pessoas não lhe esmaguem. Muitas vezes, ser egoísta é sua única defesa. Ou você esmaga os outros ou eles lhe esmagam.

Desta vez, Akihito ficou atônito. Pelo que Asami passara? Ele se decepcionara com alguém, fora traído? Ao olhar para aquele homem de cabelo escuro caindo na testa, os olhos dourados a estuda-lo, o fotógrafo se perguntou como teria sido o Asami mais jovem. Afinal, Asami tivera infância, não tivera? Sato-sensei era amigo de Asami dos tempos de escola e devia saber muitas coisas que, como médico, jamais diria.

-Asami, pelo que você passou? Você teve alguma decepção com alguém que o fez ver que confiar demais é perigoso?

Akihito lembrara do que Suoh lhe dissera e o que Asami insinuara ao falar sobre policiais que se aliavam à máfia. Aquilo estava lhe torturando e ele queria se livrar daquela dúvida. Asami apenas lhe ergueu o rosto e pediu:

-Se alguém estiver lhe tratando mal, quero que me diga. Não dei a nenhum dos meus subordinados liberdade para agir rudemente com você. E, quanto ao que passei que me levou a pensar como penso, apenas espere. Um dia, contarei mais coisas. Mas agora quero apenas que confie em mim. Se algum dos meus seguranças ou qualquer outro funcionário disser que você está aqui de gaiato me dando trabalho e problemas, juro que vou até ele e acabo com ele.

O rapaz fechou os olhos e Asami o encostou contra si.

-Asami... Akihito abriu os olhos, encarando-o.

-Fale.

-Eu confio em você.

 

Kou fala com Kirishima

 

Enquanto Asami conversava com Akihito no escritório, Kirishima falava com alguns funcionários do hotel, inteirando-se dos problemas corriqueiros. Foi então que um dos seguranças que estivera encarregado de vigiar Akihito pediu para lhe falar:

-Kirishima-san...

-Fale, Takeda.

O segurança contou que vira Akihito próximo a Yuma e que ambos pareciam estar discutindo acaloradamente.

-Quando eu perguntei, Kirishima-san, Takaba-san apenas disse que eles estavam conversando, porém, o rapaz e Yuma pareciam estar com raiva. Sem falar que Yuma tinha uma face avermelhada, como se houvesse levado um tapa.

Kirishima ficou interessado. Então, Akihito dera um tapa na cara de Yuma. Por que o fizera? Teria o funcionário do Clube Sião sido mal-educado com o fotógrafo? Resolveu que tinha de tomar uma providência.

-Takeda, quero que não fale isso a mais ninguém. E que, a partir de agora, vigie Yuma.

“Como ele pode ser tão idiota de se atrever a desrespeitar qualquer pessoa com quem Asami-sama se relaciona? Todo mundo sabe que não tem direito de fazer comentários sobre a vida pessoal do chefe.”

O segurança perguntou:

-Por que, Kirishima-san?

-Não confio nele, simplesmente isso. E você não é o primeiro a desconfiar de Yuma e de como ele age com Takaba. Se conhecer mais algum segurança que seja bem discreto, quero que o mande vigiar Yuma.

“Tanto Kuroda quanto Takehashi já vieram me falar coisas suspeitas. Tudo indica que ele é o traidor. Idiota! Deve ser apaixonado por Asami-sama e, como o chefe nunca lhe deu atenção, ficou ressentido. Aliou-se a Myanmoto? Só pode ter sido ele quem falou que Takaba estaria na feira de robótica e talvez tenha até relação com o ataque que sofremos.”

O segurança concordou e Kirishima o dispensou. Lembrando que vira Akihito olhando para a piscina, ligou para uma loja que conhecia e encomendou dois calções de banho. Talvez não resolvessem logo as coisas com Myanmoto, mas as manchas que Myanmoto  deixara em Akihito ao tentar abusar dele  sairiam logo e  ele poderia aproveitar para nadar em qualquer dos hotéis de Asami. Seria bom que o rapaz arrumasse algo para fazer de forma que não ficasse deprimido, o que deixaria Asami preocupado.

Após alguns minutos, o celular de Kirishima tocou e ele atendeu:

-Alô, Kirishima Kei.

-Alô..

Era a voz do amigo de Akihito, Kou. O que o rapaz poderia querer? O rapaz claramente reconheceu a voz de Kirishima e disse:

-É..., eu queria saber se poderia ir falar com Akihito. O Asami-san falou que a gente podia visita-lo. Takato vai começar seu novo trabalho amanhã e  vai almoçar com a noiva e eu queria ver meu amigo.

Kirishima perguntou:

-Certo. Você apresentou sua carta de demissão?

Embaraçado, Kou disse que sim e falou que o chefe não entendera. Kirishima disse que ele pegasse um táxi e deu o endereço, dizendo que pagaria assim que chegasse. Seria rápido, questão de alguns minutos.

-Vou aproveitar para falarmos onde poderemos lhe colocar.

Sem esconder o desagrado, Kou disse que iria.

Como Kirishima dissera, foi rápido. O táxi logo chegou à frente do hotel e Kou desceu. Kirishima, que esperava, viu o rapaz, que o cumprimentou secamente. Sem mostrar incômodo com a maneira nada simpática como Kou se dirigira a ele, Kirishima pagou o motorista e disse a Kou:

-Entremos.

Ao ver que o rapaz continuava parado, olhando para o tamanho do prédio, Kirishima continuou:

-Venha, eu não vou morder você. Nòs apenas iremos aproveitar para discutir sobre seu novo emprego. Depois, você poderá conversar com Takaba.

Kou entrou, seguindo Kirishima. O rapaz observou tudo: as pessoas, o luxo do lugar e como certos funcionários do hotel olhavam para ele com preconceito. Esse era o mundo de Asami Ryuichi, um mundo que sempre lhe parecera impenetrável. Uma mulher que parecia uns dez anos mais velha que ele olhou para o jovem e deu um sorriso malicioso. Kou ficou vermelho. Sabia o que ela estava pensando. Mulheres endinheiradas costumavam pagar rapazinhos e ele, com suas roupas, mostrava bem que não era um hóspede e não tinha dinheiro nem para sonhar em se hospedar ali. E ela notara isso.

Talvez notando seu embaraço, Kirishima disse:

-Não fique olhando para as pessoas.

Kou olhou para o secretário de Asami e foi sincero:

-Eu não me sinto à vontade. E não sei como Akihito se sente nesse mundo.

-Terá de se acostumar. Agora, você irá trabalhar para Asami-sama, precisará inclusive aprender a se comportar de forma apropriada, que inclui tratar as pessoas com cortesia. Asami-sama será seu chefe e você deve respeitá-lo. Não poderá nunca mais se portar de maneira tão rude como vocês se portaram antes. E devia também agradecer pela oportunidade. Tiveram sorte que Asami-sama não considerou a rudeza com que agiram com ele mas levou em consideração a sua amizade com Takaba.

Aquelas palavras ditas de maneira tão arrogante deixaram Kou furioso. O que Kirishima queria dizer? Que ele era mal-educado e sem classe? E ele fora forçado a deixar seu emprego, que podia não ser um emprego muito bem-pago, mas era um emprego que ele gostava para trabalhar para um homem nada confiável, que andava cercado de brutamontes e tinha como assistente um sujeito que parecia um robô e não demonstrava a menor emoção.

Olhando firme para Kirishima, que era mais alto, mais cheio de corpo, tinha olhos tão frios como gelo e um rosto que não mostrava a menor emoção, Kou disse com toda a calma possível:

-Estávamos preocupados com nosso amigo, Kirishima-san. A gente não quer que ele sofra. Para mim, o mais importante é a amizade. E eu gostava do meu emprego. E tudo foi muito estranho para Takato e eu. Você sabe o que é seu amigo sumir e você não saber o que houve com ele? Eu sei que posso parecer um sujeito de classe baixa e sem educação para vocês, que têm dinheiro. Só que acho que dinheiro não é tudo. Há coisas mais importantes do que ter dinheiro, boas maneiras e ser sofisticado.

Por um momento, a expressão de Kirishima pareceu suavizar e ele disse:

-Vamos ao meu escritório então. Discutiremos com calma. Asami-sama me encarregou de ajuda-lo e ao Nozaki Takato a se adaptarem. Digo que você logo verá que trabalhar com Asami-sama irá fazê-los crescer muito. É uma oportunidade única.

“Ai, não. Por que isso? Eu daria tudo para não ver mais esse quatro-olhos! E ele fala desse Asami como se fosse o próprio Deus.”  Kou preferiria trabalhar com o próprio Godzilla a trabalhar com aquele homem.

-Está bem.

Kou e Kirishima entraram no elevador. Enquanto subiam, o rapaz ficou de olhos baixos e Kirishima o observou com mais atenção do que fizera antes. Então, como se sentisse que era observado, o rapaz o olhou, vermelho. Kirishima desviou o olhar, dizendo que eles iriam discutir sobre como fazê-lo se encaixar no novo emprego.

-Talvez você ache estranho no começo, mas não vai demorar a gostar de trabalhar para Asami-sama. Ele é justo e sempre reconhece quem é leal e competente. E, como ele recomendou, irei prestar assistência a vocês dois até que estejam adaptados.

Após chegarem ao andar, Kirishima saiu do elevador,  seguido por Kou. Entraram no escritório. O secretário de Asami pensou no que dissera a Asami sobre ter achado Kou mal-educado. Bem, ele precisava admitir que também pensara que Akihito era mal-educado e seria um problema para os negócios de Asami. E passara a gostar do fotógrafo.

“Devo estar ficando mole mesmo. Eu não pensaria assim antes. Bem, o Takato e ele não são idiotas. Irão se adaptar, ainda que à primeira vista nada tenham a ver com o mundo de Asami-sama.”

Quando entraram, Kirishima mostrou uma cadeira a Kou e sentou à mesa.

-Muito bem, vamos falar sobre seu novo emprego e suas atribuições.

Depois de uma breve entrevista e uma longa conversa, Kirishima e Kou saíram do escritório e desceram pelo elevador. Viram Asami e Akihito em um dos corredores e o rapaz de cabelos longos foi quase correndo até o amigo.

-Akihito!

O fotógrafo deu um sorriso e colocou suas mãos nos ombros do amigo, mostrando a alegria que sentia ao vê-lo.

-Kou! Cadê Takato?

-Foi almoçar com a Sayaka. Sabe como é, quem está para casar tem muito do que cuidar. Eu vim vê-lo, saber como você estava.

Asami e Kirishima ficaram olhando enquanto os amigos falavam.

-Ah, ele faz jus à fama de sempre ter sido o mais sério de nós três. Logo, será um homem de família. Riu Akihito.

Asami puxou Akihito para seu lado e cumprimentou Kou. Kirishima nada disse.

- É um prazer sua visita. Bem, Akihito e eu vamos almoçar.

Kou, um tanto embaraçado, pois percebeu que fora mal-educado por não ter cumprimentado Asami, desculpou-se. O yakuza disse que não havia problema.

-Bem, então, vou indo, Akihito. Depois, eu volto.

-Aonde vai? Akihito queria poder conversar mais com o amigo.

Kou disse que iria a qualquer outro lugar comer e depois voltaria para conversar com Akihito. Asami então propôs:

-Venha, almoce aqui. Como amigo de Akihito, você é sempre bem-vindo. Kirishima, cuide disso.

-Sim, Asami-sama.

Akihito notou então a antipatia escancarada nos olhos de Kou e pensou que realmente seria difícil. Kou não gostava de Asami e parecia detestar Kirishima. Isso não era nada bom. Não que ele esperasse que seus amigos ficassem amicíssimos de Asami e seus homens.

Asami seguiu na frente com Akihito, com um braço enlaçando possessivamente a cintura do fotógrafo e Kirishima seguiu atrás com Kou, que evitou olhar para ele. O rapaz não queria admitir que a presença do homem de óculos o incomodava e perturbava. Akihito olhou para trás, tentando entender o seu amigo. Kou nunca parecera embaraçado daquela forma antes. Que estava havendo?

-Asami, Kou não gosta de Kirishima. E seu secretário parece não se sentir à vontade com meu amigo.

Asami apenas sorriu e disse:

-Não se preocupe, é questão de tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Nakamura fala com Kaneki Tomoko, vizinha de Akihito e começa a desconfiar que há muitas coisas sórdidas na história do fotógrafo que não ficaram esclarecidas. Sua desconfiança começa a brotar.


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