História Um relacionamento explosivo - O plano para derrotar Myanmoto

Asami viu que Akihito ainda dormia e, gentilmente, tirou-o de cima de si, acomodando-o e levantando da cama. O rapaz parecia realmente uma criança dormindo e Asami não resistiu à tentação de lhe acariciar o rosto. Akihito murmurou algo durante o sono e Asami, devagar, enrolou-se num roupão, pegou seu telefone celular e saiu do quarto, discando o número de Kirishima, que atendeu:

-Asami-sama...

-Kirishima, temos que dar logo um jeito em Myanmoto. Precisamos provar que foi ele e não eu quem mandou matar o Sakaguchi, Nakamura e Shimoguchi. Infelizmente, as circunstâncias apontam para mim.

Kirishima continuou;

-Que pretende fazer, Asami-sama? Será que o espião de Yukimura podia ajudar?

Asami acendeu um cigarro e ponderou:

-Eu penso que nosso contato na polícia pode ajudar. A chave é Yamazaki. Ele é um policial corrupto. Temos de ter provas de que Yamazaki é mancomunado com a máfia. E se pudermos provar que Yamazaki tem ligações com o atentado sofrido por Nakamura, isso só irá ajudar. Fale com nosso contato na polícia para que nos ajude a provar que Yamazaki é ligado a Myanmoto. E diga que pagarei bem tanto pela contribuição quanto por seu silêncio.

Akihito ouviu que Asami falava com alguém. Trabalhando tão cedo? Levantou-se da cama e se enrolou nos lençóis, aproximando-se da porta. Ia falar com Asami sobre preparar os bentos quando ouviu:

-Sim, o Yamazaki vai se foder agora. Dessa vez, ele será pego.

O fotógrafo ficou paralisado. Por que e para que Asami queria que Yamazaki fosse pego? Seria a tal falcatrua de Yamazaki? Ou teria algo a ver com o “escândalo da droga”? A mente de Akihito entrou numa espiral ao pensar em como Asami insinuara que Yamazaki era corrupto e como Kou dera a entender que Asami não lançaria tal suspeita sem bons motivos.

Agoniado, foi para o chuveiro, deixando que a água quente escorresse por seu corpo. Escutou Asami entrando no quarto e perguntando:

-Já acordou, Akihito?

Tentando parecer calmo, o fotógrafo respondeu:

-Eu sou acostumado a levantar cedo para trabalhar.

Asami entrou no banheiro e ficou a observar enquanto Akihito se lavava, satisfeito com o que via: o rapaz nu, o cabelo escorrendo pelo rosto e pescoço, a água quente deslizando pela pele nua. Quando Akihito fechou o chuveiro, Asami estendeu a toalha e disse:

-Se eu soubesse que você estava acordado, teria vindo tomar banho com você.

Akihito apenas deu um sorriso encabulado e algo no seu rosto deve ter despertado o sexto sentido de Asami, que perguntou:

-Akihito, há algo errado?

O rapaz respondeu, muito sem jeito:

-N-nada, Asami. O que pode estar errado? Akihito enrolou a toalha nos quadris.

Asami disse:

-Não se enxugue.

Com carinho, o yakuza começou a enxugar Akihito, que reclamou:

-Asami, sou adulto, não um bebê. Daqui a pouco, você vai querer me dar banho?

-Pare de reclamar, pirralho. Vamos nos vestir.

Akihito concordou e Asami, que não havia acreditado na mentira de Akihito, insistiu:

-Akihito, quero saber, o que está acontecendo? Sei muito bem que você está tenso. Não gosto que me esconda nada.

O fotógrafo disse:

-Asami, estamos passando por um momento difícil. Não era natural que eu estivesse tenso? Aliás, posso chamar Takato e Kou para jantar depois ou para qualquer outra coisa?

-Sabe que sim. Não precisa fazer cerimônias. Eu vou hoje ao Clube Babilônia e eles podem ir lá se quiser chama-los. Vamos nos preparar. Tenho treino de judô.

Akihito ficou desapontado. Queria preparar o desjejum de Asami, que disse que não era hora para pensar em comida. Depois do treino, comeriam em um hotel ou restaurante. Ou então Kirishima prepararia a refeição.

-Kirishima é tão eficiente, Asami. Como vocês se conheceram?

Asami sorriu, lembrando de quando conhecera Kirishima, anos atrás.

-Foi há muito tempo, Akihito. Eu era muito jovem, estava dando meus primeiros passos para me tornar o que sou hoje e, ao ver Kirishima, não só percebi a sua lealdade, como também sua competência.

O rapaz ficou curioso e quis saber como Asami percebera o valor de Kirishima e também como conhecera Suoh. Asami passou a mão nos seus cabelos e disse que fosse se vestir. O fotógrafo obedeceu e perguntou por que ele não podia dizer como conhecera os seus homens mais fiéis.

-Sabe, Asami, acho que Kirishima e Suoh estão para você como Takato e Kou estão para mim, não? Perguntou Akihito, terminando de se vestir.

Asami achou a comparação interessante, ainda mais ao lembrar da tensão entre Kirishima e Kou.

-Bem, posso dizer que sim. Eu quis seus amigos trabalhando comigo porque vi que eles têm valor e que nunca trairiam você.

-E como você percebe o valor das pessoas, Asami?

Asami pensou que não havia uma resposta pronta para aquela pergunta. Era questão de treino, de observar e também de aprender a não confiar demais antes de conhecer bem as pessoas. Akihito confiava demais, principalmente em alguém como Yamazaki, que não era digno de nenhuma confiança e aquilo preocupava Asami, que podia prever como Akihito reagiria ao saber toda a verdade sobre Yamazaki.

“Verdade que não estou pronto para lhe contar, Akihito. Sempre achei que é melhor contar logo a verdade, mas não estou pronto para conta-la a você.”

Asami abriu o roupão, deixando que Akihito o visse nu, sabendo que aquilo excitava o fotógrafo, que ficou a observar suas costas musculosas e o movimento dos seus braços e quadris enquanto ele colocava uma roupa. Para Akihito, ver o corpo de Asami inteiro era quase uma tortura.

O yakuza terminou de vestir suas roupas e disse a Akihito:

-Vamos, Akihito, esperar Suoh e Kirishima.

Ao terminar de dizer estas palavras, Asami ligou o celular e disse a Kirishima que Akihito e ele estavam prontos.

Depois, os dois desceram e ficaram esperando. Não esperaram por muito tempo porque Suoh e Kirishima não demoraram a aparecer. Akihito cumprimentou os homens de Asami, que o cumprimentaram e ao chefe.

-Bom dia, Takaba-san. Disse Suoh, abrindo a porta para Akihito.

-Bom dia, Suoh-san.