Takato e Kou haviam combinado que iriam ao apartamento de Kaneki Tomoko à hora do almoço. O fotógrafo havia pedido que eles contassem à boa senhora que ele estava com a tia em Yokohama e eles o fariam. Sabiam o quanto Akihito se importava com ela. Takato chamou um táxi e os dois indicaram o antigo endereço de Akihito. Com certeza, ela ficaria aliviada por saber que ele estava bem, já que havia visto homens suspeitos rondando por lá e temia pela segurança do fotógrafo.
Ao chegarem, Takato pagou a corrida e desceram. Foram ao apartamento dela e bateram à porta, ouvindo-a dizer;
-Esperem.
A porta logo se abriu e a boa Kaneki Tomoko sorriu ao vê-los.
-Takato-chan, Kou-chan, que bom vê-los. Entrem. Preparei comida suficiente para um grande almoço.
Eles sempre haviam gostado dela, que era simpática para com todos.
Os dois tiraram os sapatos e entraram e Takato disse:
-Não precisa se incomodar, Kaneki-san. Viemos apenas dar uma notícia que temos certeza que será do seu agrado.
Kaneki começou a servir a mesa e falou:
-Não é incômodo nenhum ter os amigos de Akihito-chan me fazendo companhia. Sentem-se.
Os dois sentaram e Kaneki serviu o almoço, que era simples: arroz, legumes e peixe. Quando já estavam comendo, Kou quebrou o silêncio:
-Kaneki-san, temos algo importante a dizer. É sobre o Akihito.
A mulher olhou para os amigos de Akihito e eles notaram que ela estava realmente interessada em saber o que poderia ter acontecido ao fotógrafo. Ficou atenta. O que eles saberiam? Lembrou de Suoh, o homem enorme que lhe dera todo aquele dinheiro. Teriam os amigos de Akihito sido procurados por aqueles homens? Estremeceu ao pensar em que encrenca Akihito poderia ter se metido. Takato então explicou:
-Akihito nos ligou e disse que está em Yokohama, com a tia.
Logo Kaneki achou que algo estava errado. Como Akihito poderia estar em Yokohama com a tia se pessoas como o Suoh e Kuroda a haviam informado que estavam cuidando da segurança de Akihito? Ocorreu-lhe então que Takato e Kou haviam sido instruídos para mentir para tranquiliza-la. “Não, Akihito-chan não está com a tia. A pessoa para quem aquele Suoh e aquele Kuroda trabalham, que me deu todo aquele dinheiro, é quem o está escondendo. Talvez Takato-chan e Kou-chan saibam mais do que estão me dizendo.”
Porém, Kaneki riu amavelmente para fingir que acreditara na mentira.
-Muita gentileza e consideração da parte de Akihito-chan e de vocês.
Ficaram comendo, com Takato e Kou falando amenidades e Kaneki fazendo perguntas. Takato disse que logo casaria e que não esqueceria de convidá-la para o casamento. Ao acabarem, Kaneki disse que tinha alguns doces caseiros para a sobremesa e pediu que ficassem mais um pouco.
-Aposto que um pedaço de bolo de morangos é do agrado de vocês.
Ouviram então que alguém batia à porta. Takato foi abri-la e ficou surpreso ao ver um homem jovem, de boa aparência, terno e óculos escuros.
-Posso entrar? Perguntou o homem, tirando os sapatos.
Kou e Kaneki foram ver quem aparecera e não puderam esconder o espanto. O homem tinha todo o jeito de yakuza. A boa mulher levou a mão ao peito e Kou percebeu o medo dela, que apenas disse:
-Entre senhor.
O homem entrou, olhando bem para os três e falando:
-Desculpem aparecer assim sem explicações. Meu nome é Myanmoto Yonosuke. Vim saber sobre Takaba Akihito. Sou amigo dele e estou preocupado, pois ele sumiu como se houvesse evaporado.
O nome Myanmoto Yonosuke deixou Takato e Kou gelados de medo. O dono do cassino, o chefe do ladrão que Akihito fotografara, o homem que mandara matar Yukio e que mandara seus homens segui-los.
“Esse homem atacou Akihito na cafeteria”, lembrou Kou, em pensamento.
Kaneki Tomoko informou, tentando controlar o medo que sentia:
-Ele foi passar um tempo com uns parentes que não vivem em Tóquio, Myanmoto-san.
-Mesmo? É uma pena que ele não tenha me informado. Se ele está com problemas, eu iria ajuda-lo.
Kou, com muita dificuldade, continha a vontade de voar no pescoço de Myanmoto, que sorria de forma displicente.
“Se não fosse o Asami, o que ele não teria feito Akihito passar?” pensou Kou, que sabia que seria uma tremenda idiotice desafiar um yakuza dono de um cassino, que mandara matar pessoas.
Myanmoto perguntou aos amigos de Akihito:
-Vocês também são amigos dele? A senhora é ...?
Kaneki, lembrando dos homens com jeito de yakuza que vira rondando por ali, informou:
-Eu sou vizinha dele. Ele veio viver aqui quando era universitário.
Takato disse, olhando bem para Myanmoto:
-Eu sou Nozaki Takato e este – indicou Kou – é Hinata Kou. Somos amigos de infância dele.
“São os rapazes que meus homens não conseguiram capturar. E Asami os deixou viver. Tudo isso por causa de Takaba Akihito.”
-Bem, se não o encontrei por aqui e ele não está em Tóquio, vou embora. Foi um prazer conhece-los. Saiu.
Quando viram que Myanmoto se afastava no carro, deram um suspiro de alívio. A boa mulher levou a mão ao peito e disse:
-Akihito-chan nunca seria amigo de alguém assim. Esse homem veio descobrir alguma coisa. Ele é um yakuza. Mas o que Akihito-chan tem que pode interessar a ele?
Takato tentou acalmá-la e Kou ficou respirando forte. A raiva por saber que Myanmoto mandara sumir com Yukio e tentara violentar Akihito estava muito forte.
Fora dali, um homem de Asami, que se encarregara de vigiar onde Kaneki vivia, ligou o celular para comunicar tudo a Kirishima.
O secretário de Asami pareceu ficar tranquilo ao saber que Myanmoto fora embora e o mandou pegar Takato e Kou.
-Diga-lhes que venham aqui, pois Asami-sama vai querer saber tudo.
No interior do apartamento, Takato perguntou a Kaneki Tomoko:
-Vai procurar a polícia, Kaneki-san?
-A polícia não vai fazer nada. Melhor não dizermos a ninguém, Takato-chan.
Takato e Kou lembraram que tinham que ir trabalhar e se despediram de Kaneki, que lhes pediu que tomassem cuidado redobrado. Eles prometeram que o tomariam.
Ao saíram, viram um homem de terno e óculos escuros, que disse:
-Asami-sama quer vê-los imediatamente. Vamos.
No interior do seu apartamento, Kaneki pegou seu celular para falar com Kirishima e informar tudo.
Longe dali, em seu carro, que ia sendo dirigido por Ushio, Myanmoto falava, divertido:
-O rapaz de cabelo comprido me olhava como se quisesse partir para cima de mim, Ushio. Sabe, eu até que poderia ter obrigado os amigos de Takaba a se prostituírem para mim se tivesse conseguido captura-los. Eles podem não ser tão bonitos como ele, mas não são de se jogar fora.
“Bem, nenhum deles faz meu tipo. Não passam a impressão de fragilidade que Takaba Akihito passa.”
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