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História Um relacionamento explosivo - Capítulo 26 - Sozinho com seus pensamentos


Escrita por: ateneia

Notas do Autor


Akihito está se sentindo perturbado por causa da morte do político. Ele chama Yamazaki para conversar e desconfia que está sendo seguido.

Capítulo 26 - Capítulo 26 - Sozinho com seus pensamentos


Fanfic / Fanfiction Um relacionamento explosivo - Capítulo 26 - Sozinho com seus pensamentos

Não haveria mais muita coisa para fazer e Akihito não queria estar sozinho com seus pensamentos. Há muito tempo que aprendera a não ficar pensando nas coisas que lhe aconteciam, pois chegara à conclusão que, além de nunca se obter uma resposta, só se ficava mais confuso. Sabia que o fato de estar constantemente sorrindo e brincando  levava muita gente a acha-lo um rapaz superficial e imaturo, mas não se incomodava. Preferia não divagar sobre nada e lidar com as coisas da melhor maneira possível. As pessoas aprenderiam com o tempo que ele era um profissional que levava seu trabalho a sério e não apenas um garoto sempre sorridente e que não conversava assuntos sérios com ninguém.

Somente Yamazaki sabia muitas coisas sobre ele. Coisas que ele nunca conversara nem com seus melhores amigos, Takato e Kou. Ao lembrar do que confessara a Asami,teve vontade de se dar um murro. Revelara-se vulnerável, contara àquele yakuza as coisas tristes da sua vida. Coisas que queria deixar para trás.

“Asami pode pensar que eu ainda sou um menino frágil  precisando de colo, mas não sou. Tudo aquilo já passou, muita gente passa por coisa pior. Um dia, eu vou superar de uma vez.”

Pegou seu celular, ligando para Takato e Kou, convidando-os a ir ao karaokê. Nenhum dos dois podia ir. Desistiu de ligar para os outros amigos. “Cada um tem sua vida para tocar”.

Riu ao lembrar de anos atrás, quando Yukio e ele iam com seus amigos ao karaokê e ele sugeria que fizessem o concurso de pior cantor. Decidiu ligar para Yamazaki, convidando-o para jantar.

-Takaba-kun, que foi? Há algo errado?

-Quer ir jantar no restaurante de Watanabe-san?

-Você está precisando conversar, não está? Tudo bem, eu vou. Se se meteu em problemas, sabe que pode contar comigo.

Watanabe Jyonosuke era um homem que conhecia Akihito desde criança. Fora amigo de escola do pai do fotógrafo e sempre gostara de servir ao jovem pratos bastante fartos de lámen. Quando ele era criança, seu pai ia lá com ele e Watanabe dizia:

-Ah, ah, como o Akihito-chan está magrinho, Hiroshi-kun. Precisa alimentar bem esse menino. Não está dando lámen a ele?

Hiroshi respondia com um sorriso:

-Watanabe-kun, você devia ver como esse menino come. Não sei onde vai parar toda essa comida que ele ingere. Acho que ele não ganha peso de tanto fazer piruetas por aí.

Akihito dirigiu-se para o restaurante e Watanabe o cumprimentou como sempre o fazia:

-Aki-chan, seu pequeno travesso. Seja bem-vindo.

-Olá, Watanabe-san.

Watanabe só tinha uma filha, que o ajudava a cuidar do restaurante e ele dizia fazer o melhor lámen em toda Tóquio.  Ele sempre gostara de Akihito como se fosse seu próprio filho. Isso não surpreendia o fotógrafo. Por algum motivo inexplicável, as pessoas mais velhas gostavam dele, tratando-o como uma criança.

-Veio comer meu lámen, jovem?

-Não, obrigado. Hoje, só tempura mesmo.

O homem indicou uma mesa e falou:

-Seu pai se orgulharia de você, Aki-chan. Veja só, com apenas 22 anos, já um jornalista fotográfico. Claro que você tira fotografias há um bom tempo.

-Estou começando, Watanabe-san. Ah, Yamazaki-san vem aqui hoje.

O dono do restaurante usou o pretexto de que iria pegar qualquer coisa para se afastar, porque não queria que Akihito visse sua cara de desagrado. Jamais gostara do policial. Como dono de um pequeno restaurante, era acostumado a observar as pessoas. Também possuía uma intuição aguçada e, desde que conhecera o homem, quando Hiroshi ainda era vivo, achara que ele tinha algo errado. Porém, não gostava de se intrometer na vida dos outros. Hiroshi sempre dissera que Yamazaki o ajudara muito com Yukio e Akihito não cansava de dizer que o policial passara a cuidar dele, tornando-se seu segundo pai após se ver obrigado a viver sozinho com a morte de Hiroshi e a prisão de Yukio.

            -Acho que seu amigo vai tomar aquela sopa, não? Ele sempre pede uma.

            Vendo o ar distante do jovem, Watanabe se preocupou e perguntou:

            -Que houve, Akihito?

            O homem sabia de muitas coisas sobre a vida de Akihito. Hiroshi lhe contara que o padrasto abusara do jovem e que a mãe não o denunciara. Akihito não sabia que ele sabia. Hiroshi lhe pedira que não contasse a ninguém.

            -Problemas no trabalho. Mas não quero ficar pensando nisso. Hoje, tenho que fotografar um evento social.

            -Aki-chan não pode ficar se preocupando. Devia arrumar uma garota.

            A menção da palavra garota fez Akihito rir. Jamais ficara uma moça mais de duas semanas.

            Yamazaki não demorou a chegar. Sentou e pediu a sopa. A filha de Watanabe, moça poucos anos mais velha que Akihito e grávida de quatro meses, veio com os pratos.

            -Como vão as investigações, Yamazaki-san?

            -Tudo aponta para suicído.

            Akihito disse com um ar sombrio que não agradou ao policial:

            -Que estranho, não?

            O policial apenas comentou:

            -Bem, isso não são preocupações para você. Tem é de tomar cuidado. Sentiu-se perseguido hoje?

            -Não. Ou não me seguiram ou eu apenas não percebi.

            Yamazaki pensou e falou com seriedade:

            -Talvez você devesse sair de Tóquio enquanto as coisas estão assim. Será a única maneira de ficar seguro.

            Akihito ficou surpreso.

            -Sair de Tóquio?!

            Olhando o fotógrafo que já lhe dissera muitas vezes  que ele era como um pai para ele, Yamazaki foi enfático:

            -Veja sua situação, Takaba-kun: você é um alvo para Asami e ele está em guerra contra outros. Essa gente, quando quer atacar um rival, procura saber todos seus pontos fracos. Devem pensar que você é ligado a Asami e talvez tentem pegá-lo.

            -E eles acham que alguém como Asami arriscaria sua vida por alguém como eu, um insignificante fotógrafo?

            -Talvez seja melhor ficar com sua mãe, não que eu...

            Yamazaki não terminou no entanto Akihito adivinhou:

-Você não acha minha mãe a melhor opção, não é?

Tentando não parecer rude, Yamazaki ponderou:

-Sua mãe não gosta de mim, pois ela me pediu para lhe aconselhar a ficar com ela. Você sabe que ela sempre foi contra você ser fotógrafo. Se ela souber o problema em que você está metido, vai dizer que estava certa e que era para você ter ido viver e trabalhar com ela.

Akihito pensou em como estaria se houvesse ido viver com a mãe: cozinhando num restaurante e pensando nos sonhos deixados para trás? Deu de ombros.

-Takaba-kun, prometo que darei um jeito em Asami e logo você se verá livre dele.

Lembrar de Asami o arrepiou. “Você não é uma pessoa boa, Asami. Eu deveria odiá-lo, mas não consigo. Seu olhar é como um ímã. E o que você faz eu sentir ao me tocar.”

-Mãe não gostava porque pai sempre estimulou meu espírito aventureiro. Ele lhe contou? Riu Akihito.

O rosto cansado e normalmente rígido de Yamazaki sorriu ao lembrar.

-Seu pai me falou que você foi a criança mais travessa que ele conheceu.

-Fui sim – os olhos de Akihito brilharam -  estava sempre aprontando, subindo em árvores e explorando lugares abandonados. Mãe vivia louca comigo.

Yamazaki ficou severo de repente:

-Desde pequeno, você faz coisas loucas, não?

Baixando os olhos, Akihito concordou:

-Se é sobre o que fiz procurando Yukio... Mas houve coisas piores.

-O quê? – o policial sentiu sua curiosidade aguçar – fale, se for algo que...

O rosto de Akihito ficou muito sério ao falar:

-Estou metido nesta encrenca porque fui muito burro. Se não tivesse tirado as fotos do ladrão de carro.

Yamazaki sacudiu negativamente sua cabeça.

-Você não fez nada de errado. Não havia como saber que era um capanga de um yakuza roubando de outro yakuza.

“Só que agora estou envolvido até com mortes.” Pensou o fotógrafo.

- Vou chamar Watanabe-san e pagar minha conta.

Watanabe, sorridente, perguntou se Akihito não queria seu lámen.

O fotógrafo agradeceu mas falou que não estava com muita fome naquele dia. Watanabe insistiu, dizendo que ele precisava ganhar músculos e perguntou se Yamazaki também não queria. O policial negou e Akihito concordou em comer um prato de lámen para agradar a Watanabe. Yamazaki observou que todas as pessoas mais velhas gostavam de Akihito.

Após comer, Akihito comentou que fotografaria a festa de aniversário de um estilista aquela noite e Yamazaki disse que seria bom.

-Tire muitas fotos e não deixe que gente como Asami estrague sua carreira.

Akihito e Yamazaki não haviam percebido que estavam sendo observados por um homem de Asami. O capanga do yakuza, vestido em roupas casuais, começou a seguir Akihito quando este saiu do restaurante e foi andando pelas ruas de Tóquio. O fotógrafo se virou para trás, sentidos em alerta.

“Estão me seguindo?”

O homem resolveu ser mais sutil. Mesmo assim, Akihito volta e meia olhava para trás, pronto para correr ou usar sua câmera como arma de defesa. Depois de um tempo, o jornalista se tranquilizou, seguindo tranquilamente para onde morava.

O homem o viu entrando em seu apartamento e ligou para o celular de Asami, que atendeu.

-Alô.

-Chefe, segui Takaba, como ordenado. Ele estava com o Yamazaki num restaurante e agora está em sua casa.

-Mais alguém o seguia?

-Não, ninguém.

-Venha ao escritório. Pegue um táxi.

Em seu apartamento, Akihito olhou pela janela.

“Eu jurava que alguém me espionava. Seria um homem de Asami ou  Myanmoto?”

Pensando que talvez não estivesse longe o momento de lutar por sua vida, Akihito pegou o bastão de beisebol de Yukio.

 

 

 

 


Notas Finais


Agora, que fará Asami para proteger o fotógrafo,que quer se afastar dele a todo custo?


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