História Um relacionamento explosivo - Capítulo 3- A confissão

Um dos homens de Asami entrou na sala e disse:

-Chefe, quer que continuemos?

Asami, que saíra para fumar um pouco, respondeu:

-Já lhe demos bastante tempo, não? Ele não quer falar?

-Não, diz que não falará nada.

Levantando-se da cadeira, Asami voltou ao galpão onde seus homens torturavam o que lhe roubara. Ele estava com as mãos amarradas atrás do corpo e tinha vários hematomas no rosto.

Asami lhe perguntou suavemente:

-Não vai colaborar, Tetsuya-san?

Com voz abatida, o homem respondeu:

-Por que eu deveria colaborar? Sei muito bem que só vai terminar em merda mesmo.

Kirishima lhe respondeu:

-Bastardo!

Asami ergueu a mão e continuou:

-Veja, você está perdido de todo jeito, a não ser que eu queira lhe ajudar. Se não colaborar, não sairá vivo daqui. Por que não diz onde estão os papéis que roubou do meu carro? Quero ser piedoso.

O homem, que quase não podia abrir os olhos inchados, falou com um sorriso sarcástico:

-E por que colaborar? Se eu abrir o bico, vão me matar do mesmo jeito. Se não for você, será meu chefe.

Sentando, Asami disse:

-Neste mundo, você tem que fazer as coisas direito se não quiser se ferrar. Você não quer colaborar, não é? Quando o pegamos, dissemos que, se falasse logo, não sofreria nada. Kirishima, solte-o.

Kirishima o desamarrou e Asami prosseguiu:

-Quero lhe dar uma chance de escapar com vida. Mandei soltá-lo para mostrar que posso ser piedoso.

O homem olhou para Asami, cuspindo as palavras com desprezo:

-Eu sei quem você é, filho da puta! Não vou lhe dizer nada!

Irritado, Asami ordenou:

-Kirishima, ele deve sofrer mais um pouco.

-Certo, chefe.

Asami assistiu, calmamente.Tinha bastante tempo. Depois de várias horas, ele finalmente ouviu o que queria e fez um gesto dizendo a Kirishima ordenando que acabasse logo.

Kirishima comentou:

-Ele nos deu trabalho. Mas confessou.

Satisfeito, Asami encheu um copo de bebida alcóolica.

-Eu sabia que ele só poderia ser um homem de Yonosuke. Aquele maldito não perde por esperar. Mande levarem o corpo daqui.

-Vou mandar limpar o galpão.

-Será bom.

Ele ainda tinha problemas a resolver. A polícia estava nos seus calcanhares e seria necessário subornar algumas pessoas.

-Não será a primeira vez que terei de lidar com a polícia.

Lembrou do jovem fotógrafo, de seus olhos límpidos, rosto bonito e corpo esguio.

“Será que você sabe sobre quem é Yamazaki, Takaba Akihito?”

Pequenas histórias anexas

Nos fins de semana

Akihito

Nos fins de semana, Akihito aproveita para limpar seu apartamento. Acorda cedo, faz seu desjejum e, ouvindo música e cantando, ele faz o que não pôde fazer durante a semana, pois seu trabalho toma todo seu tempo e, muitas vezes, ele só volta ao apartamento para dormir. Sorridente, ele lava suas roupas e as põe para secar, varre, tira o pó e limpa as janelas. Seu apartamento é pequeno e isso não lhe toma muito tempo. Então, após terminar seu serviço, ele telefona para os amigos para ver se podem sair juntos. Vão ao cinema, ver jogos de beisebol ou, simplesmente, passear por Tóquio. Se acontecer de seus amigos não estarem disponíveis, ele não se aflige. Sai sozinho, sempre acompanhado de sua querida câmera fotográfica. Vai aos parques ou shoppings. Embora seu dinheiro seja pouco e não dê para comprar muito, ele não se preocupa. O que quer mesmo é andar.

Asami

Asami aproveita para levantar um pouco mais tarde.Toma uma ducha para se revigorar, toma seu desjejum e lê seu jornal. Depois, lê alguns relatórios sobre seus negócios. Quando vê que tudo está correndo bem, ele se prepara para sair para os muitos eventos sociais a que é convidado a ir por causa da sua posição como empresário. Tais eventos podem ser divertidos ou maçantes. No geral, ele tem de fingir que gosta de conversas entediantes, aguentar os olhares de mulheres que tentam chamar sua atenção e dar sua opinião sobre os mais diversos assuntos. Tudo isso é suportável. O que ele detesta mesmo é quando tem de ir a almoços e jantares e precisa provar uma sobremesa, pois não suporta doces, algo que detestava mesmo quando era apenas uma criança.