Contrariado, Yamazaki atendeu ao telefone. Qual problema Myanmoto iria lhe comunicar?
-O que tem a dizer, Myanmoto-san?
-Quero saber sobre as investigações.
O policial disse em poucas palavras que o caso Masato estava sob controle. Não havia nada que comprovasse que o culpado era Yukimura, mas também não havia pistas que apontassem para outros suspeitos.
-Todo mundo acha que foi o Yukimura, mas o dragão parece nem se incomodar. Tem levado tranquilamente sua vida. Aliás, Myanmoto-san, lembre que Asami e Yukimura podem ter se aliado contra você.
“Seu ato só causou mais estragos, maldito idiota! Quis provocar uma guerra entre Asami e Yukimura e conseguiu unir os dois contra você.”
-Yukimura deve ter visto nisso uma chance de se vingar de mim por ter matado seu filho.
Yamazaki disse que precisava desligar e aproveitou para esticar as pernas. Andava sem dormir e qualquer coisa o estava irritando.
“Quem se mete com yakuzas nunca mais é livre. Vou pagar até o fim dos meus dias. Mesmo que a justiça nunca me pegue, eu vou pagar. Tudo isso porque estava desesperado para pagar a cirurgia do meu filho.”
Parou de divagar ao ver uma mulher entrando com ar aflito na delegacia, dizendo que precisava comunicar o desaparecimento do marido. Um policial foi ouvi-la e entrou com ela numa sala. Quando ela foi embora, chamou-o e disse:
-É a mulher de Fujimoto Yoshi, que trabalha no Clube Sião, aquele que pertence a Asami Ryuichi. Ela veio comunicar que ele não voltou mais para casa. Segundo ela, ele tinha dito que ia viajar a negócios com o chefe, mas ela desconfiou da demora. Vê quantos casos ligados a ele têm nos aparecido?
-O quê?!
“Ela nunca encontrará o corpo de Fujimoto Yoshi.”
O policial pensou nas fotos do corpo decapitado e esquartejado de Fujimoto. Myanmoto caprichara no serviço.
“Mas, fazendo tantas besteiras, ele vai ter logo o mesmo fim.Talvez Asami o faça sofrer bem devagar antes de acabar com ele.”
Surpreendeu-se ao se pegar desejando a morte de Myanmoto. Bem, ele merecia morrer tanto quanto Asami.
-Será que Asami mandou mata-lo? Primeiro, aquele político que se suicidou muito convenientemente antes de depor e agora, esse homem que desaparece...
-Talvez ele tenha roubado dinheiro de Asami. Sabemos que yakuzas não perdoam.bocejou Yamazaki.
Yamazaki pediu licença, dizendo que precisava andar um pouco e respirar ar fresco para arejar as ideias.
Enquanto dava uma pequena volta do lado de fora da delegacia, ficou refletindo. Onde estaria Akihito? Ele não voltara a lhe falar sobre homens assediando o prédio onde morava. Talvez Myanmoto houvesse simplesmente acatado sua sugestão de deixar o fotógrafo em paz. Ele dissera que de nada adiantava assediar o rapaz, reforçando:
-Se você continuar agindo assim, Myanmoto-san, será difícil esconder. Todos na polícia descobrirão que há algo errado. Além disso, Asami não vai se incomodar com ele.
Mais calmo, entrou novamente na delegacia e sentou. Escutou uma policial dizendo que iriam prender um desenhista de mangás hentai* que há tempos era suspeito de pedofilia e consumo de pornografia infantil. Yamazaki, que odiava quem produzia histórias desse tipo, lembrou de Akihito e ligou para o celular do jovem. Estava desligado. Deixou então um recado, informando a hora e o lugar.
“Talvez Takaba-kun esteja ocupado.”
*hentai tanto se refere a material pornográfico quanto a pessoas pervertidas.
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