Chegando no banheiro, o Nando estava encostado na janela que tem ao lado das pias, ele olhava para fora e parecia muito compenetrado nos seus pensamentos. Eu conferi se não havia ninguém nas cabines e fui falar com ele.
-Ei, Nando, tá tudo bem?
-Ahn? Ah, sim...
-Mesmo, é que você ta...
Ele me interrompeu, levantou rápido da janela que estava encostado e disse:
-Eu não entendo Pedro, por que eu me sinto assim? Eu não deveria sentir isso! Eu juro que tentei não ser assim, eu juro Pedro, eu juro que tentei...
Lágrimas cresciam em seus olhos, então eu o abracei, não queria de forma alguma ver ele desta forma.
-Ei Nando, calma, não precisa ficar assim, a gente vai resolver ok?
-P-pedro... Eu-eu, eu te amo.
-Eu também te amo Nando.
Honestamente, eu jamais pensei que isto fosse acontecer, embora eu sonhasse por esse momento. Enquanto nós dois estávamos abraçados num canto qualquer do banheiro eu só conseguia ficar mais e mais otimista de que algo finalmente poderia acontecer. E lá no fundo eu pensava ‘’parece que o jogo virou não é mesmo?’’.
Então fomos nos soltando lentamente e aconteceu.
Um beijo.
O beijo.
Seus lindos lábios contra os meus ressecados, respirando fundo e sentindo o seu hálito, fomos nos beijando cada vez com mais amor e intensidade, até que nossas línguas se entrelaçaram. Minhas mãos em seus ombros e suas mãos em minha cintura. Tenho de admitir, foi uma cena esplendorosa.
Lentamente, fomos parando de nos beijar até voltarmos a nos abraçar, quando o professor entrou no banheiro e falou:
-Os dois para diretoria
[...]
Levamos uma lição de moral que demorou quase 40 minutos só por estarmos matando aula, ridículo. Mas valeu totalmente a pena, e eu sei agora que ele sente o mesmo.
Saindo da diretoria eu tive vontade de pegar em sua mão, mas lembrei que ainda estávamos na escola e achei melhor esperar para quando estivéssemos indo para casa fazer um trabalho de espanhol. Ah! O trabalho de espanhol! O Nando vai lá em casa hoje! Isso é perfeito! Ou não... Estou ficando nervoso e ansioso. São as clássicas ‘’borboletas na barriga’’.
Eu fui confirmar com ele:
-Ei, tu ainda vai lá em casa hoje depois da aula, né?
-Claro!
Depois disso ficamos a aula inteira sem falar muito, mas eu percebi que ele estava tão nervoso quanto eu, só faltava escorrer suor das nossas testas para ficar mais evidente.
Esperávamos ansiosamente o bater do sinal para o fim da aula.
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