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História Um Único Destino - Beauany - Capítulo 34


Escrita por: stylesromania

Notas do Autor


Eu volteiiiiiii e espero que vocês gostem! Obrigada pelo apoio de sempre.

Capítulo 34 - Capítulo 34


Hina POV

Acordo com a minha cabeça explodindo de dor e com Josh sentado ao meu lado, dormindo. No chão.

Sua mão está em baixo de sua cabeça e suas pernas cruzadas.

Ele dormiu sentado ao meu lado.

- Josh... - o cutuco para que ele acorde. - Levanta daí, o chão está frio.

Ele abre seus olhos devagar e percebe onde está. Seu corpo começa a se esticar e as dores estão aparentes, assim como suas olheiras profundas. Seus olhos estão inchados, julgo ter chorado boa parte da noite, mas não estava a vontade suficiente para perguntar a ele.

- Nossa, acho que eu estava cansado demais.

- Eu tenho certeza. - digo enquanto ele levanta e vai até o banheiro lavar seu rosto. - Você está bem? Se quiser ficar em casa hoje, não tem problema.

- Estou ótimo. A dança vai me distrair. E você? - ele fala em um tom mais alto, por estar em outro cômodo. - Está melhor?

- Estou sim. - minto.

Na verdade, eu não estou nada bem. Estou na mesma situação de ontem, porém sem dores no corpo. Acho que o sono me revigorou um pouco, mas ainda sim, a dor do peito não saiu.

A tristeza que eu sinto por me sentir traída pela minha melhor amiga é algo que eu acho que nunca vai sair de mim. Pode parecer drama para quem vê, parecer exagero, mas eu sempre fui muito fechada em relação aos meus sentimentos, sempre tive medo de falar o que está aqui dentro e, quando eu resolvo me abrir, acontece exatamente o que eu temia. Me decepcionei, me apaixonei por quem não devia e agora estou com o coração partido.

- Você não consegue esconder as coisas de mim, Hina, seus olhos dizem uma coisa totalmente contrário de sua boca.

Respiro fundo e vejo Josh chegando mais próximo de mim.

- Você não estava os olhando.

- Mas eu ainda sim tenho razão. - ele se senta e fica me olhando por alguns ininterruptos segundos - Você tem certeza que quer ir para a aula?

Não, era isso que eu queria responder. Era isso que queria fazer, ficar em casa o dia todo sem fazer nada, queria ficar deitada no sofá comendo tudo o que há aqui na Sabina.

Mas eu não podia, eu preciso continuar vivendo. Se não por mim, pelo Josh. Era a minha única motivação.

- Sim. A dança vai me fazer bem.

- Então, se arruma.

Eu me levanto normalmente e vou para o banheiro tomar um banho e me preparar para a escola. No chuveiro, lembro-me de que Sabina ainda não apareceu. Não faço ideia de onde ela pode estar ou se já saiu para a escola.

Acabo o banho vestindo minha roupa e pensando que é melhor eu chamar um carro para a faculdade do que ir com Noah e Any no mesmo carro. Saio do quarto e encontro Josh já pronto.

- Cadê a Sabina? - pergunto para ele, que dá de ombros e começa a calçar seu tênis.

- Cheguei. - ela anuncia sua entrada e vem nos encontrar no quarto. - Dormi no Josh.

- Tudo bem, já estou indo. - Josh diz se dirigindo para a sala e nós duas seguimos atrás dele.

- Eu ia pedir um carro no aplicativo para nós dois. - eu comento e ele balança o celular no ar, indicando que tinha feito isso.

- Espera, vocês não vão comigo?

Nós balançamos a cabeça em negação e ela abaixa a sua.

- Não podemos, não ainda... Nos encontramos na aula. - eu digo.

- Podemos ir, Hina? O motorista já está nos esperando - eu assinto, dou um beijo no rosto da Sabina e acompanho Josh até o elevador.

Fomos em silêncio até o carro e eu fico me perguntando, por todo esse tempo que passou, se estamos fazendo a coisa certa.

- Você quer conversar sobre tudo o que está acontecendo? - pergunto baixo suficiente para apenas Josh ouvir.

- Não por agora. Estou ótimo.

Eu sei que ele não estava bem com toda essa situação, mas eu não me sentia mais confortável o suficiente para obrigar Josh a falar o que ele estivesse sentindo. Novamente estou aqui, trancando-me em meu próprio mundinho, isolando-me das pessoas que querem me ver bem. Na verdade, nem sei mais quem são as pessoas que querem me ver bem, não sei se ao menos elas existem...

Chegamos à escola e descemos do carro, seguindo - ainda em silêncio - até a sala de aula. Adentramos e nos sentamos, cada um em um canto da sala.

Quando chegamos na sala e ele se afastou de mim, começou a doer mais. Ele estava se afastando de mim, assim como todos na minha vida. Parece que vivo um drama de cinema, sem saber se no fim vai acabar tudo bem.

Minhas dores nas costas começam a aparecer e meu corpo fica pesado em cima da mesa, passo a mão por meu pescoço tentando aliviar a dor, mas - como eu já suspeitava - não funcionou. Abaixo minha cabeça e apenas aceito toda a dor que eu estou sentindo.

- Hina... Posso me sentar aqui? - a voz de Josh ecoa em meus ouvidos, me fazendo levantar minha cabeça.

Eu assinto e ele se senta atrás da minha carteira. Lutando contra minhas vontades de o questionar sobre o porquê de ele ter se afastado de repente ao entrarmos na sala, continuo virada para frente e torno a deitar minha cabeça.

Sinto algumas lágrimas escorrerem do meu olho indo direto para a mesa, sinto também meus olhos pesarem pela noite mal dormida e caio no sono após alguns minutos.


                                 •••


Sinto uma mão tocar meu ombro e eu desperto, sem levantar minha cabeça.

- Hina, as aulas acabaram. - Josh diz e eu me tranquilizo por ser ele.

Levanto meu rosto e o encaro, com dificuldade por causa da claridade e das câimbras.

- Você disse "as aulas"? - ele assente e eu passo minhas mãos pelo meu rosto. - Você poderia ter me acordado, não pensei que eu seria tão insignificante ao ponto de não se importar mais comigo.

- Como? - questiona Josh, parecendo confuso. - Eu poderia, mas pensei que você poderia ter tido uma má noite de sono e achei melhor você descansar.

- Ah, certo... - concordo, terminado de despertar por completo.

- Que história é essa de não me importar com você?

- Nada demais. - falo enquanto me levanto.

- É demais para mim. Acho que precisamos conversar... - ele diz enquanto olha minha mesa molhada.

- Não quero ir para o intervalo. - torno a me sentar e a abaixar minha cabeça.

- Você precisa se alimentar. - sinto ele sentar ao meu lado.

- Não preciso não. - reviro os olhos.

- Você não precisa os ver, Hina, só precisa comer para ficar bem.

- Eu não vou ficar bem por um longo tempo.

- Por Deus, garota, para de ser teimosa. - ele me cutuca na barriga, me fazendo me contrair, rir e acabar por levantar minha cabeça. - Ufa, pelo menos você sorriu.

- Isso é golpe baixo. - ele dá de ombros e se põe de pé.

- Vamos comigo? Buscamos comida e seguimos para a próxima aula.

Eu reluto um pouco mas, no fim, acabo por aceitar.


Any POV

Após eu ter acordado está manhã sozinha em casa, me arrumo e sigo até a casa de Noah. O vejo com a Sabina e apenas entro, os acordo e espero ele se arrumar até a faculdade.

- Tudo bem com você, meu amor? – eu pergunto a ele, percebendo que o mesmo não havia olhado para o meu rosto.

- Está sim, podemos ir logo? Não quero me atrasar. – eu assinto, mesmo estranhando um pouco. Quando estávamos saindo, meu celular vibra em meu bolso e eu sorrio ao ver que se tratava de meu pai.

- Pai! – digo animada enquanto atendo a chamada, puxo o Noah para perto de mim para que ele possa aparecer no vídeo.

- Oi, minha princesa. Oi, Noah. Como estão?

- Estamos bem, papai. – sorrio.

- Cadê todo mundo? – ele nos pergunta e Noah sai de perto, indo até a cozinha.

- Não estamos nos falando. Mas, não importa agora. Quando você chega? – digo ainda sorrindo.

- Hoje à tarde. Podemos passear?

- Claro! Noah pode ir junto? – pergunto esperançosa.

- Quando eu chegar aí, conversamos melhor.

Eu assinto e me despeço dele. Sigo até Noah sentindo que alguma coisa está errada, mas não sei identificar o que é.

Quando aproximo para beijá-lo, ele se afasta e segue até a porta sem dar nenhuma explicação. Eu saio junto e nós seguimos até o carro de Sabina no estacionamento.

- Fugindo de mim, Urrea? – questiono apreensiva.

- Não, só não estou no clima.

- Tudo bem... – vou para o outro lado do carro e miro a parede branca que está em nossa frente. Lembro-me da vez em que eu e Josh nos beijamos no sofá da minha casa e que, ontem mesmo, eu estava achando que era um erro.

Será que foi mesmo um erro?

Estou fazendo certo em ficar com o Noah?

Eu estou tão confusa e não sei direito como agir, só estou seguindo a minha cabeça. Agora que estou com Noah, não posso magoa-lo.

Interrompendo todos os meus pensamentos, Sabina aparece destrancando o carro e apenas adentra.

Eu me sinto um pouco incomodada por entrar, mas ainda assim faço. Não podia correr o risco de chegar atrasada na aula.

Quando partimos, percebo que Josh e Hina não vão vir e eu logo sei o motivo: eu.

Mas por que eu não me sinto culpada? Por que não estou sentindo nada em relação a eles dois? Eu queria entender isso.

Chegamos na faculdade e todos seguimos para as aulas calados, assim como ficamos o caminho todo e assim como eu sei que vamos ficar durante as aulas.


                                •••


O sinal da terceira aula bate e eu sigo para o refeitório sentando-me na mesma mesa em que estávamos ontem. Vejo Noah seguir para a lanchonete e logo se sentar à minha frente.

- Comprei esse sanduíche para você – ele diz estendendo sua mão até a minha.

- Obrigada. – ele sorri fraco e eu abaixo a cabeça, pensando se eu devo falar o que está me incomodando. Se devo dizer que estamos estranhos e perguntar se o que estamos fazendo é certo. – Noah?

- Oi – ele responde levantando sua cabeça e me olhando.

A coragem que eu julguei que tinha, some completamente. Eu não consigo falar tudo o que quero dizer, simplesmente travei.

- Por que estavam meio avoados hoje na aula? – Savannah pergunta assim que se senta ao lado de Noah.

- Estamos em um momento... digamos que não tão agradável. – ele responde e volta a comer.

- É, eu percebi, não estão juntos com...

- Não diga, por favor. – eu falo dando uma mordida no meu sanduíche, ela assente e se vira para mim. Logo após alguns minutos, Shivani chega e, atrás dela, vejo Josh e Hina na lanchonete. Meu olhar encontra com o olhar dele e, por alguns segundos enquanto isso acontece, eu me arrependo de tudo o que fiz e tenho vontade de ficar com ele. Ele se vira e sai do refeitório junto com a Hina e eu saio do meu transe, voltando para a minha realidade.

- Vamos voltar para a aula, Any? – Noah diz, me oferecendo a mão dele. Eu me levanto e a pego, sem entrelaçar nossos dedos.

Tem alguma coisa de errado e eu não sei o que exatamente é ou como parar.

Eu só estou me sentindo mal, e eu não consigo adivinhar o porquê.

Nós voltamos para a sala de aula e, agora, são duas aulas seguidas com a Roberta. Eu amei conhece-la e deu para perceber que ela é uma ótima professora, mas eu estou totalmente dispersa para essas aulas.

A medida em que ela fala, meus olhos pesam mais e, eu não posso dormir. Estou sentada na primeira cadeira e não quero deixa-la triste por quase ninguém estar prestando atenção, então apenas pego meu caderno e começo a desenhar coisas aleatórias.

Eu gosto muito de escrever quando eu estou estranha ou mal, mas, desta vez, é diferente.

Ponho a ponta do lápis na folha e não sai nada. Simplesmente não sai. Eu não estou conseguindo colocar para fora o que estou sentindo.

Na verdade, eu nem sei o que estou sentindo.

Só não estou gostando disso.

Ao ver todos se levantarem ao som do sinal, percebi que havia se passado duas aulas e eu se quer escutei o que a professora tinha para falar.

- Any, venha até minha mesa, por favor. - ela diz quando todos passaram pela porta.

Levanto-me e me dirijo ate sua mesa, com um pouco de medo de levar bronca.

- Desculpa, professora, eu não estou muito bem hoje e não prestei muita atenção na sua aula. Por favor, não brigue comigo.

Disparo tudo antes dela falar qualquer outra coisa. A Roberta solta uma risada baixa e me olha.

- Calma, Any, eu não vou brigar com você. Eu só estou preocupada, quero te ajudar.

Respiro fundo me aliviando por não levar uma bronca.

- Na real? Nem eu mesma sei. Estou estranha, mas não consigo achar a fonte disso.

- Eu não quero te ver mal, saiba que pode vir falar comigo se precisar de uma ajuda feminina. - ela pisca para mim e eu sorrio. - E, Any, eu já te expliquei, estamos na faculdade. Não é como se eu fosse te dar uma advertência por não estar prestando atenção.

Nós duas rimos e eu assinto.

- Vamos, amor? - Noah pergunta chegando perto se mim e entrelaçando nossas mãos.

Uma atitude estranha, levando em consideração que ele tem me ignorado o dia todo.

Não parecia uma atitude amorosa.

Parecia um pedido de socorro.

Olho para nossas mãos e percebo a professora fazendo o mesmo.

- Amor? - ela pergunta, parece surpresa. - Vocês estão namorando?

Eu assinto com a cabeça e ela sorri de lado. Um sorriso falso.

- Me espera lá fora? - pergunto ao Noah e ele assente, depositando um beijo em minha bochecha.

- Pensei que fossem apenas melhores amigos, pela nossa conversa. - não a respondo. - Desculpe, não quis parecer inconveniente.

- Não foi. - a tranquilizo. - Acho que estou precisando mesmo de uns conselhos, mas antes preciso saber o que há de errado.

- Leve o tempo que precisar para pensar. Só não esqueça que o seu tempo não é o tempo dos outros.

Engulo seco aquelas palavras e apenas saio da sala, indo ao encontro com Noah.

- Aula de prática agora. - ele diz.

Apenas seguimos caminhando em silêncio para a aula.

Antes de chegarmos lá, eu tomo coragem e falo ao Noah:

- Não estou me sentindo muito bem, acho que vou ir para casa.

- O que você tem? Quer que eu vá com você?

Por um segundo eu penso que sim, mas logo caio na real e respondo que não. Me viro e colo nossos lábios em um selinho demorado, me despedindo e seguindo para fora da escola.

Após pedir um uber e ir direto para o prédio, subo para o meu apartamento e, quando entro nele, sinto um cheiro muito forte de comida.

Caminho até a cozinha e encontro meu pai à beira do fugão.

- Pai? - pergunto e me alívio ao ver que a figura masculina se tratava mesmo dele. Estava com dúvidas. Esqueci-me completamente que ele tem a chave do nosso apartamento. 

- Minha princesa!

Jogo minhas coisas no chão e vou correndo até seus braços, que me cobrem por inteira.

- Eu estava morrendo de saudades, papai. - digo, ainda no abraço, me sentindo em casa e totalmente confortável com ele ali.

- Eu também, minha filha. Mas, por que voltou mais cedo?

Eu me afasto de seu corpo e sento-me na bancada da cozinha.

- Eu não estou muito bem... Não sei o motivo, só sei que estou estranha.

- E que tal você me atualizar de tudo para ver se eu posso ajudar? - eu sorrio fraco enquanto o olho.

Era bom ter ele aqui comigo. Não me sinto mais tão sozinha.

- Eu não sei se quero falar sobre isso, papai. A gente pode falar de você primeiro? - ele sorri e volta a se virar para o fogão, assentindo. - Então agora você cozinha?

- Quando viaja para tantos países sozinho, você precisa aprender umas coisinhas.

Eu solto uma risada e o vejo desligar o fogo. Nunca pensei em ver meu pai cozinhando tão bem e disposto.

- E está tudo bem com o senhor? Encontrou o que tanto procurava?

Ele não responde, apenas me olha e sorri. Ele caminha até meu lado e me faz levantar, seguimos até o sofá para sentarmos.

- Acho que no fundo eu estava fugindo.

- Como? - pergunto confusa. - Mas...

- Any, todos os países que eu passei, todas as culturas que conheci, todas as pessoas... Eu não trocaria está experiência por nada. Eu pensei nas coisas, eu pensei em muitas coisas, não posso afirmar que elas são certas porque não depende só de mim.

- Não estou entendendo. Me explique... - ele sorri e eu acabo deitando em seu colo.

- Sabe, existia uma pessoa, além de você, que não deixava de me mandar várias mensagens para saber como eu estava, ou se eu apenas queria conversar. - olho para ele, esperando que ele continue. - Não vai me perguntar quem é?

Relaxo meu rosto e o vejo rir da minha cara.

- Estava esperando você falar.

Eu me levanto de seu colo e vejo seus olhinhos brilhando. Eu não os via assim desde o Natal em que conheci Hina.

Meu pai está apaixonado, novamente.

- Você está apaixonado. - eu afirmo e percebo ele arregalar os olhos. - Meu Deus, pai, você está apaixonado!

Eu começo a me animar. Dobro minhas pernas uma em baixo da outra e espero que ele fale algo.

- Eu não tenho certeza disso.

- Seus olhos brilham, papai, eles brilham. Assim como você olhava para minha mãe.

Quando completo essa frase, vejo o equívoco em minha fala. Tampo minha boca em sinal de arrependimento e me xingo em pensamento.

- Não tem problema chamá-la de mãe, afinal, ela ainda é e sempre será. - ele diz, tirando minha mão da boca.

- Mãe não é apenas quem pare, mãe é quem cuida. E ela não cuidou de mim. Vamos voltar ao seu assunto. - volto a sorrir para ele, que sorri de volta sem graça.

Conhecendo bem o meu pai, ele está contrariando todos os seus pensamentos e reprimindo seus sentimentos.

- Se não se sente confortável para me falar, não fale. Não quero te forçar a nada.

- Eu falo... com uma condição. - reviro os olhos e rio.

- Diga sua condição, senhor Ruy.

- Apenas se você me contar tudo o que está acontecendo com você.

O olho séria e fico pensando por alguns segundos. Sei que ele sabe o que estou fazendo, pois não me interrompeu em nenhum momento.

- Fechado. - estendo minha mão direita a ele, que logo a aperta, representando que o nosso acordo está selado.

- Já que você comentou sobre mãe ser quem cuida, talvez você goste da novidade.

Eu franzo o cenho e fico um pouco confusa, tento puxar na memória qualquer pessoa que tenha feito o papel de mãe para mim, alguém que sempre cuidou de mim e me protegeu como sua...

Mas é claro.

Como eu nunca tinha pensado nesses dois juntos?

Bom, talvez se eu tivesse pensado e tentado juntar eles, poderia estar tudo errado agora.

Ou muito certo.

Não tem como saber.

Mas estou feliz que isso esteja acontecendo, no momento certo.

- Isso é sério? - eu pergunto sorrindo e pulando em cima dele. Ele solta uma risada gostosa que eu sentia muita falta. - Acho que deveria ir exatamente agora falar com ela.

- Calma, moranguinho, não ainda.

Ele sorri e eu saio de cima dele. O brilho ainda está em seus olhos e creio que não sairá tão cedo.

- Você acha que vai ser recíproco?

Ele parece um pouco apreensivo, então eu solto uma risada baixa e abafada, tentando amenizar sua situação e alivia-lo.

- Pai, ela foi a única mulher presente para mim a todo tempo. Ela cuidou de mim quando eu estava doente, quando eu sentia medo e você estava a trabalho, quando eu apenas estava triste e ela estava disposta a ficar ao meu lado, lendo alguma história ou conversando comigo. Eu amo a Mary como a minha mãe, ela é a mulher mais importante da minha vida.

Sorrimos sinceros, estou com uma leve vontade de derrubar algumas lágrimas, mas não o faço. Não quero parecer fraca para ele.

Não mais do que já estou.

- Você está certa, meu amor, farei isso assim que eu voltar para o Texas.

- Só quero você o mais feliz possível, papai. Eu te amo muito.

- E eu te amo muito mais. - ele me abraça e eu deito em seu ombro e permito que algumas lágrimas escorram por meu rosto, sem que ele veja. - Agora, é a sua vez...

Ferrou.

Eu não fazia ideia do que falar.

Preferi ficar quieta e esperar ele dizer algo.

- De quem está fugindo para estar aqui a essa hora, Any?

Eu bufo e reviro os olhos, sem saber como começar essa conversa.

- Eu e Noah estamos namorando. - ele arregala seus olhos e não diz nada, esperando que eu continue. - Eu o amo, o quê pode dar errado nisso?

- Eu sei de várias maneiras para isso dar errado. Mas... explique-me melhor.

- A gente se beijou e eu cheguei em um acordo com ele sobre isso. Viemos contar para Hina e Josh, mas parece que eles não gostaram muito.

- E você tem alguma noção do porquê eles terem ficado assim?

Queria responder que sim, mas eu não fazia ideia. Acho que por isso eu estou tão mal assim.

Eu nego com a cabeça e a abaixo, pensando que meu pai possa ter alguma resposta para tudo isso que está dentro de mim.

Mas ele não fala nada. Ele não me diz nada e apenas fica me olhando.

Começo a me tocar de todos os anos que Hina vem escondendo - ou pelo menos tentando - seus sentimentos pelo Noah. Antes de virmos para cá, ela confessou tudo e eu a apoiei.

Dei o maior apoio e pedi que ela fosse atrás do que ela queria e, de repente, acabei com isso...

Com ela.

Comigo e com Josh.

Uma lágrima escorre no canto dos meus olhos e eu olho para meu pai, que sorri apenas com a boca, seus olhos por outro lado estão tristes e murchos.

- Eu magoei eles, papai. Por que eu fiz isso?

- Eu não posso te responder isso porque eu não sei.

- Não queria fazer isso com a Hina. Você sabe que ela é minha melhor amiga, minha irmã. - ele me abraça e deixo mais algumas lagrimas escorrerem pelo meu rosto.

Não sei o que deu em mim, o que estou fazendo comigo e com todos?

- O que eu faço?

- Você precisa pensar, não acha?

Eu assinto e respiro fundo.

- Não tem algum conselho para mim? - pergunto enquanto me ponho de pé.

- Acho que você não precisa dos meus conselhos.

- Eu sempre vou precisar dos seus conselhos.

Ele sorri, se põe de pé e me abraça.

- Ponha sua cabeça no lugar, meu amor, e não fuja mais por medo. Eles estarão aqui te esperando, sei que estarão.

Eu aberto ele e sussurro um 'eu te amo' em seu ouvido e peço que ele fique aqui para avisa-los.

Pego uma mochila no meu quarto e saio de casa, indo para qualquer lugar onde eu queira estar nesse momento.

Andando em direção à praia mais próxima, encontro com a Isa no meio do caminho. Ela me para e sorri.

- O que está fazendo aqui esse horário?

- Eu acho que estou fugindo de tudo.

Ela se espanta um pouco, acho que não esperava ouvir isso.

- Você quer ir tomar um café? - ela pergunta e eu rio. - O quê? Eu amo café.

- Eu apoio, podemos ir no coffee's house. - eu estendo minha mão para ela, que logo a pega e nós seguimos para cafeteria ali perto.

Após entrarmos, fomos até o balcão e fizemos nossos pedidos. Sentamos em uma mesa reservada à direita, encostada na parede.

- Você pode me falar quando quiser. - ela diz e eu rio, essa menina nem parece ter 13 anos.

Eu respiro fundo e a olho. Penso em não falar o que realmente está acontecendo, penso em inventar uma história para aquele momento, não sei ao certo se é bom ela ficar ouvindo tudo isso.

O que ela vai pensar de mim?

Contrario todos os meus pensamentos e resolvo contar tudo a ela.

Depois de alguns segundos apenas ouvindo, nossos pedidos chegaram e eu continuei falando. Expliquei tudo a ela, desde quando éramos pequenos até agora.

Acho que ela pode ter ficado um pouco confusa.

- Nossa... - ela diz e da um gole no seu café. - Isso é um pouco confuso.

Solto uma risada e mordo meu croissant.

- Eu sei. Se tiver alguma duvida é só perguntar.

- Acho que entendi tudo... Só não entendi o motivo de você começar a namorar com o Noah sendo que não o ama.

- Eu o amo.

- Não do jeito que você está pensando. - eu franzo a sobrancelha. - Eu estou aqui por um motivo, Any, e é falar o que eu penso. Eu acho que depois da nossa conversa, você pensa que o que aconteceu comigo e com o Adam vai acontecer com você e Noah.

Eu continuo com as sobrancelhas franzidas e estou bem atenta às palavras dela.

- Eu confundi a amizade do Adam por eu ter me magoado, você está confundindo por estar com medo de amar o Josh. Você está com medo, Any. Acha que, se você estiver afastada de Josh, nada pode atingi-lo. Acha que, se estiver com o Noah, nada de ruim pode acontecer com ele. Mas pode. E vai se você continuar criando uma falsa expectativa para ele. - meus olhos começam a marejar e eu ameaço chorar, tento segurar meu máximo antes da primeira lágrima cair, mas minha visão já está embaçada o suficiente. - Só porque aconteceu coisas ruins comigo, não quer dizer que vá acontecer com você. Essa é a minha vida, Any, não sua. Por favor, não confunda.

Ela termina sua frase e sei que percebeu a gota escorrendo por minha bochecha. Eu abro minha boca na intenção de respondê-la, mas nada sai.

Parece que minha garganta está fechada e que nem mesmo o ar é capaz de passar.

Fico sem respirar por alguns longos segundos, até olhar dentro dos olhos de Isabelli e soltar o ar que eu nem sabia que estava segurando.

- Você... acha mesmo tudo isso? - pergunto, não sabendo direito o que falar ainda.

- Eu nunca tive tanta certeza em algo.

Mais lágrimas escorrem e ela sai do banco a minha frente e vem para o meu lado.

Isa me abraça e eu deito minha cabeça em seu ombro.

Isso me acalma, me acalma mesmo.

- Eu magoei minha melhor amiga, dei esperanças para o meu melhor amigo e, quando estava dando tudo certo com o Josh, eu o afasto e o magoo.

- Consertar isso depende apenas de você. Mas, infelizmente, não tem como você pedir perdão se há cinco minutos atrás você nem sabia o motivo de estar tão mal. - eu assinto me levantando de seu ombro. - Talvez precise de um tempo consigo mesma, pensando na sua vida, na sua felicidade e na felicidade deles também. Afinal, vocês são uma família.

Eu seco minhas lágrimas com as costas das minhas mãos e suspiro. Ponho um sorriso no rosto - mesmo que não seja completamente verdadeiro - e me levanto. Coloco o dinheiro dos nossos pedidos sobre a mesa e dou um beijo na cabeça de Isabelli.

- Obrigada, não sei se enxergaria sem você.

- Você... vai embora? - ela pergunta, parecendo apreensiva, quando coloco minha mochila nas costas.

- Eu preciso. Mas eu prometo que volto.

- E para onde você vai? - eu rio fraco com essa pergunta.

- Não faço ideia, mas eu sei que preciso ir.

Ela assente com um semblante triste.

- Não quero perder sua amizade. Eu faço aniversário semana que vem, você não vai estar aqui?

- Eu não prometo - ela abaixa a cabeça batendo nela, talvez tenha se arrependido de ter me dito todas aquelas coisas. -, mas saiba que eu vou comemorar seus 14 anos com você. Sendo antes ou depois. Não se culpe, você me ajudou muito.

- Tudo bem, Any, é o melhor para você.

Puxo-a para levantar do banco e colo nossos corpos em um abraço quente e apertado.

- Te vejo em breve, pequena.

Dou mais um beijo em sua cabeça e saio da cafeteria. Antes de seguir para qualquer lugar, viro-me e encontro ela parada onde a deixei.

- Eu te amo, irmã, e eu vou voltar. Prometo.


Notas Finais


O que estao achandooo?? eunskajs eu to surtando um pouquinho!

Obrigada e ate o proximoooo


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