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História Um vira-tempo com defeito - Capítulo 6


Escrita por: Diana-Mycroft

Notas do Autor


O segundo dessa semana ^.^
Divirtam-se!!!
Obrigada pelos comentários @Starzinha16 e @HappyPeixe !!!

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Um vira-tempo com defeito - Capítulo 6

Pov Hermione Granger

Abriu os olhos, mas ainda sentia-se sendo beijada. A leve iluminação surpreendeu-a com a imagem do Viktor Krum, ela estava no quarto ano novamente, naquela noite memorável de muitas maneiras. No baile de inverno, o terno búlgaro vermelho de Viktor indicava isso. O beijo terminou devagar e ela lembrou de como estava feliz naquela noite, porque ele via nela uma garota linda e inteligente, não a última opção ou o plano reserva.

A raiva que sentiu do Malfoy foi esvaindo quando ela notou que de certa forma foi injusta com ele. Malfoy deve ter presenciado aquela cena deplorável na escada no quarto ano, os comentários maldosos de Rony em relação aos dentes dela no primeiro e segundo ano, ela aos prantos na escadaria da torre de astronomia no quinto ano por conta do ruivo e sua desatenção e falta de sensibilidade. Contudo o loiro também não tinha sido nada legal com ela durante aqueles anos, mas mesmo assim ele demonstrava ter mudado bastante, a ponto de preocupar-se com a carreira dela.

Se ela observasse a situação de fora, sem deixar-se levar pelas emoções, sendo completamente racional, ver ela correr dos braços gentis, sim Malfoy estava sendo até carinhoso com ela, para os braços de Rony que muitas vezes distraído fez ela chorar e às vezes sentir-se menos feminina e desejada, poderia ser inacreditável, até mesmo ultrajante. O loiro tinha um ponto a favor dele naquele momento.

— Está tu..tudo bien Herr...mioniii.

Hermione sorriu distraída para Viktor e mandou esse pensamentos para debaixo do tapete.

— Está tudo maravilhoso Viktor.

De braços dados com seu par, ela passou a noite dançando, rindo, conversando e divertindo-se, jogando as preocupações de mais cedo fora, aquela Hermione não era mais ela. Até o momento de passar por Draco Malfoy e Pansy Parkinson, ali Hermione quis saber exatamente o que o loiro tanto olhava e usando a legilimência que só a Hermione mais velha dominava, entrou nos pensamentos dele.

 

“Como pode ter ficado tão bonita? Granger, quem diria que dentro daquela biblioteca estava escondida a bruxa mais linda presente nesse salão?”

 

Hermione sorriu amplamente satisfeita por notar que até mesmo ele só tinha olhos para ela durante aquele baile.

 

Pov Draco Malfoy

Draco sonhou com a Granger novamente, dessa vez no baile de inverno do lado daquele búlgaro, linda em seu vestido de baile e sorrindo, para acabar em lágrimas no final da noite. Acordou com o barulho de Scorpius descendo da beliche, a diretora preferiu deixar o menino com ele por tempo indeterminado.

— Foi mal, pai.

Draco sentou na cama e deu espaço para que Scorpius senta-se com ele.

— Ainda não me acostumei com a ideia de alguém me chamando de pai por aí.

Scorpius riu.

— Deve ser estranho mesmo, seu filho tem onze anos e você quase vinte.

Draco riu e bagunçou os fios do cabelo dele de maneira fraternal.

— Ainda não vejo nada da Granger em você sabia, você sou eu por completo.

Scorpius ajeitou os fios bagunçados e deu de ombros.

— Tenho o sorriso igual ao dela, não o sarcástico, mas quando estou alegre e aliviado, meu sorriso é igual ao da minha mãe. As minhas notas também, sou o melhor aluno do castelo, ganho até da minha irmã e meu melhor amigo também é um Potter. Tenho uma necessidade absurda de sair ajudando os outros, com certeza não herdei isso de você.

Draco concordou com a última parte.

— Não mesmo, sou egoísta de mais para tal.

Scorpius assentiu.

— Assim como a Rose, ela é egoísta e calculista, não entendo como a essência dela pode ser da Grifinória.

Draco sorriu.

— Sua irmã tem quatorze, né?

Scorpius assentiu.

— Eu....Acho que sim, quero dizer… Irmã?

Scorpius sentiu uma dor de cabeça forte, forte o suficiente para deixá-lo desacordado. Draco amparou o corpo inerte do menino e levou ele imediatamente para enfermaria. Aquilo só podia significar uma coisa, a Granger estava em algum momento importante do tempo ou esteve, e provavelmente alterou os fatos. Draco ficou sentado ao lado da maca pedindo para Merlin que nada de ruim acontecesse com o menor, pois ele estava gostando da presença do filho, o suficiente para querer vê-lo no futuro.

 

Pov Hermione Granger

Hermione chorou na escadaria e gritou com Rony mais uma vez, ela esperava que fosse a última. Deitou em sua cama lembrando-se que naquela noite dormiu de exaustão por tanto chorar. Uma experiência que não se repetiria daquela vez. Fechou os olhos e quando abriu-os estava em outro quarto.

Não reconheceu o cômodo, então levantou da cama. Notando a cama de casal, foi até a janela e percebeu que conhecia aquele quintal. Olhou para as próprias mãos e o anel dourado com o rubi estava lá. Assustada ela correu para fora do quarto, aquilo não parecia certo, porque ela sentia-se angustiada.

Estava n’A Toca, com o anel que o Rony deu para ela de aniversário, sendo que tinha saído daquele suposto tempo precisando desculpar-se com Malfoy.

Ela tinha que encontrar duas pessoas para tentar entender o que realmente aconteceu, Gina e Malfoy. Hermione voltou para dentro do cômodo e notou que aquele era o antigo quarto da ruiva, avistou uma mala no canto perto da cama, pegou as roupas de dentro dela e vestiu algo comum. Uma blusa com a gola em V azul marinho, por baixo de uma blusa de frio branca, uma calça jeans clara e um all-star branco. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e saiu o mais rápido que conseguiu, notando que a casa estava parcialmente vazia.

Molly estava na cozinha sozinha, não havia nenhum sinal de Arthur, Fred, nada de Rony, Harry e Gina.

— Bom dia Hermione!

Hermione tentou parecer calma.

— Bom dia.

Molly com seu super instinto materno percebeu que Hermione estava procurando pelos outros.

— Arthur foi trabalhar mais cedo, Harry e Gina precisaram levar o Tiago para passear pela manhã, sabe como seu afilhado é impaciente. Rony pediu para te avisar que vai te buscar hoje no Ministério da Magia no final do seu expediente.

Ela anotou mentalmente que Fred já não devia mais morar por ali, já que não estava na lista detalhada de Molly.  Quem era Tiago? E ela tinha um afilhado. Tomou café com a matriarca Weasley, mas não conseguiu descobrir nada de importante, além do departamento onde ela trabalhava e que se não saísse rápido chegaria atrasada.

Hermione transfigurou suas roupas quando percebeu como as pessoas a sua volta estavam vestidas, ela precisava adaptar-se. Com naturalidade andou pelos corredores até o andar de leis mágicas. Sendo parabenizada uma ou duas vezes, por pessoas que ela nunca tinha visto na vida. Encontrou sua sala graças a placa com seu nome, adentrou o cômodo feliz por não dividir aquele ambiente com ninguém.

Olhou-se no espelho perto da sua mesa. Terno cinza, saia lápis da mesma cor, a blusa social de botões azul marinho, os saltos de dez centímetros em seus pés, o rabo de cavalo permaneceu. Sentou em sua mesa e abriu as agendas sobre a superfície de carvalho bem pólida e surpresa viu a data daquele dia circulada de vermelho. Abriu as outras agendas em busca de alguma pista, mas não encontrou nada.

Tentou contatar Gina, mas a ruiva parecia estar ocupada, no desespero Hermione mandou até um patrono.

A porta da sua sala foi aberta depois de duas batidas. Malfoy estava ali, vestido para matar ou melhor para trabalhar. O terno negro lhe caia muito bem, o cabelo alinhado com gel, a camisa social branca com a gravata verde, os olhos dele estavam cravados nela, mas estranhamente sem paixão, sem aquela vida que ela lembrava ter visto de perto no cinema e depois do jogo de quadribol, parecia muito mais decepcionado do que feliz em vê-la.

— Granger, preciso da sua assinatura nesse projeto final.

Ele entrou formalmente e cauteloso no cômodo.

Hermione queria atirar muitas perguntas para cima dele, mas sabia como elas apenas soariam loucas e até mesmo desagradáveis para o loiro.

— Tudo bem, Malfoy.

Ele colocou o montante de folhas sobre a mesa dela. Hermione não sabia onde assinar, ele pareceu notar isso e começou a apontar os lugares. Hermione foi escrevendo seu nome sempre atenta a mão dele, Malfoy estava de aliança daquela vez, algo que a deixou inquieta.

Ele pegou as folhas e estava saindo do escritório quando disse:

— Você tem até hoje.

Ela entendeu que era um aviso de prazo final, mas para quê?

Confusa ela viu ele sair da sala, lembrou da agenda marcada e resolveu abrir as gavetas, encontrou um porta jóias preto com uma aliança de modelo bem parecido com a que estava no dedo do Malfoy. Feijõezinhos de todos os sabores! Ele ainda estava com ela, mas como aquilo se encaixava com o anel do Ronald?

 

Pov Draco Malfoy

Scorpius abriu os olhos e sentiu sua mão ser apertada. Ele sorriu sem graça quando viu o olhar preocupado que a versão mais nova do seu pai lhe lançava.

— Oi garoto, você quase me matou de susto.

Scorpius sentou na cama com a ajuda de Draco.

— Não sei bem o que aconteceu, estávamos falando da Rose?

Draco assentiu.

— Eu estava tentando lembrar dela, mas de alguma maneira o rosto dela parece cada vez mais distante.

A diretora que estava na enfermaria aproximou-se deles.

— Isso é um péssimo sinal senhor Malfoy.

Draco virou-se para diretora com a expressão séria.

— Podemos conversar lá fora?

A diretora assentiu. Os dois saíram deixando Scorpius aos cuidados de Madame Pomfrey.

— Pode falar senhor Malfoy.

Draco suspirou exasperado.

— Diretora, você poderia parar de assustá-lo, por favor. Acho que sei de onde saiu o vira-tempo que Scorpius usou.

Mcgonagall olhou atentamente para Draco.

— Mas há três problemas aqui, o primeiro não posso sair da escola para o mundo bruxo, o segundo não posso usar magia fora de Hogwarts e o terceiro preciso ir na Borgin e Burkes.

Mcgonagall disse:

— Preciso sair também, então serei a sua responsável, mas não terá uma varinha em seu poder senhor Malfoy. Espero que não tenha nenhum compromisso depois do almoço.

Draco assentiu.

— Por mim tudo bem. 

Mcgonagall sorriu para Draco, ela podia sentir como ele se importava com Scorpius. Deixou ele com a manhã livre das aulas para que pudesse permanecer ao lado do garoto.

Scorpius sorriu aliviado quando Draco apareceu novamente na porta da enfermaria e ele pode notar como o garoto estava certo, ele realmente lembrava a Granger quando sorria daquela maneira.

Draco sentou na cadeira ao lado do filho e os dois passaram a manhã conversando sobre seus hobbies, animais favoritos, time de quadribol para o qual torciam e para surpresa do loiro Scorpius detestava o Chudley Cannons.

— Por que não gosta deles? O elenco deles é razoável.

Scorpius colocou a mão no ombro de Draco. 

— Pai o goleiro e capitão do time é Ronald Weasley, você detesta esse time e esse cara. Vai por mim. Eu até suporto o Hugo Weasley, mas só por causa das irmãs dele.

Draco sorriu de lado.

— Então o Weasley virou jogador de quadribol. E eu?

Scorpius deu de ombros.

— Meu pai trabalha no departamento das leis mágicas, ele é o melhor funcionário do Ministério da Magia, o mundo bruxo deve grandes evoluções a ele.

Draco sorriu ao ouvir isso, o orgulho na voz do menino. Ele sabia sem nem perguntar que era um pai melhor do que Lucius.

— Mas mesmo assim meu pai sempre ganha do jogador profissional. Tem um churrasco que costuma rolar entre os amigos da mamãe e vocês sempre jogam, uma vez até deu briga.

Draco riu das histórias que Scorpius compartilhou sobre esses churrascos e pode perceber que seu filho era uma criança com muitos amigos, tanto por conta dos filhos dos amigos da Granger, quanto pelos filhos dos amigos dele.

Despediu-se do garoto meio relutante na hora do almoço, não queria sair de perto dele, mas era necessário.

Entregou sua varinha para a diretora e os dois aparataram dependendo apenas dela. Andavam calmamente pela Travessa do Tranco, Mcgonagall parecia conhecer todos os cantos daquele lugar. Depararam-se com o letreiro da Borgin & Burkes parando na frente da loja.

Mcgonagall declarou:

— Vou esperá-lo aqui fora.

Draco assentiu e entrou na loja, o Sr. Borgin avistou o rapaz da prateleira que estava organizando. Uma cena comum desde a infância dele.

— A que devo a honra menino Malfoy?

Draco sorriu tentando transparecer calma, mas no fundo só conseguia sentir arrependimento, aquele lugar sempre estava presente em sua memória por causa do armário sumidouro que ajudou na invasão de Hogwarts.

— Você se lembra daquele vira-tempo que foi do meu avô, depois do meu pai e agora deveria ser meu?

O Sr. Borgin assentiu.

— Aquele que estava quebrado e seu pai pediu para avaliar se havia algum jeito de consertá-lo no inicio da Guerra?

Draco assentiu.

— Esse mesmo. Tem alguma notícia dele?

O Sr. Borgin foi até o balcão e abriu um livro preto, consultou página por página até erguer os olhos para Draco.

— Esse vira-tempo já foi entregue para sua mãe. Enviei ele e outros objetos de volta para Mansão Malfoy quando fiquei sabendo da condenação e sentença do seu pai.

Ele não sabia o que sentir ainda sobre a morte de Lucius por isso, Draco fez uma última pergunta antes de retirar-se da loja que apenas trazia péssimas lembranças para ele.

— Você conseguiu consertá-lo?

O Sr. Borgin assentiu vendo Draco sair da loja sem ao menos olhar para trás.

 

Pov Hermione Granger

Gina apareceu quinze minutos depois da saída do Malfoy.

— Ok, por que você não lembra de nada, hoje de manhã? Mi, você bebeu ontem? Não era você que estava evitando álcool?

Hermione assentiu tentando dar corda para Gina, assim ela falaria o que ela gostaria de saber.

— Ontem era aniversário do Harry, fomos comemorar e emendamos a comemoração até A’Toca. Minha mãe topou ser babá do Tiago, mas assim que ele me viu não me soltou mais, sabe como aquele pestinha é sentimental? E Rony...

Tiago era o primogênito da família Potter, isso fez Hermione ignorar deliberadamente o resto da explicação da amiga.

Gina estalou os dedos na frente dos olhos de Hermione e prosseguiu notando que a atenção dela tinha voltado para si:

— Você teria que trabalhar cedo, por isso decidiu terminar a noite por lá. Só pode ter sido a hora em que você bebeu, porque passou a festa toda longe de bebidas alcoólicas.

Isso ainda não era o suficiente.

Hermione soltou sem pensar muito:

— Como e quando aceitei esse anel do seu irmão?

Gina olhou para mão da amiga um pouco surpresa.

— Também não sei, ontem à noite até o momento em que eu estava presente esse anel não estava por aí. Ou estava? As coisas estão um pouco confusas ultimamente...

Hermione suspirou angustiada, as coisas deviam estar estranhas porque ela não devia ter passado o aniversário dela com o Rony. De alguma maneira ela tinha ferrado as coisas, ela conseguia sentir que não estava no caminho certo.

— Gina você sabe que dia é hoje?

Gina pareceu ainda mais confusa, mas correu para mesa da castanha pegando uma agenda na gaveta dela.

— Acho que é o seu aniversário de namoro. Você e Draco ainda estão namorando?

Hermione pegou a agenda das mãos da ruiva e pode ler a anotação feita ali.

 

Restaurante francês às 20:00; Conversar com Draco sobre “aquilo”.

 

 

Ela sorriu para Gina. Parecia que tinha algo para resolver naquela noite.

— Valeu Gina! Não sei o que faria sem você.

Gina sorriu de volta jogando a agenda na gaveta. A ruiva despediu-se dela e Hermione arrumou todas as coisas dentro da sua sala esperando Malfoy na porta do elevador. Tinha um jeito rápido de tentar por as coisas nos trilhos novamente.  O que seria o tal assunto que tinha para tratar com ele?

Os dois entraram juntos, ela virou o corpo para ele e sem medo nenhum ajeitou a gravata dele que estava torta. Os olhos dele acompanharam todos os movimentos dela e pararam na aliança que ela estava usando. O par da dele.

Ele segurou a mão dela e declarou:

— Está no dedo errado.

Hermione fitou os olhos acinzentados sem entender.

Ele sorriu e trocou a aliança da mão direita dela para a esquerda.

— Falei para você que se voltasse a colocar esse anel seria para responder o meu pedido. O prazo final era hoje, não sabia muito bem o que esperar, mas fico imensamente feliz com a sua resposta Ministra.

Ela enfim notou que a aliança dele estava na mão esquerda.

— Como?

Malfoy sorriu para ela e deixou-a prensada entre ele e a parede do elevador.

Sorrindo ele disse para ela:

— Posso pedir de novo se você quiser, posso pedir quantas vezes você quiser ouvir. Meu coração é seu, meus pensamentos são seus, a minha vida é sua, meu corpo e cada parte que compõem meu ser, tudo te pertence do começo ao fim. Eu sou seu Hermione Jean Granger e esse anel, mostra que você também quer ser minha.

Hermione sentiu seu corpo formigar cada terminação nervosa dela estava em curto circuito por causa dele. Ela decidiu que queria aproveitar, pelo menos naquela fração de tempo. Puxou Malfoy pela gravata e beijou ele, diferente do que ela imaginou ele não avançou sobre ela, muito pelo contrário, ele foi atencioso, caloroso e gentil. Os lábios dele seguiram os dela, o ritmo foi ditado pelos seus próprios desejos. Sorrindo entre o beijo, Hermione pode colocar suas mãos onde bem entendesse, uma total entrega dele para si que a fez tremer e querer mais, muito mais.

A porta do elevador abriu e um certo ruivo estava vermelho com a cena.

— Hermione o que você pensa que está fazendo?

Hermione soltou Malfoy para encarar um Rony vestido com o uniforme de treino do Chudley Cannons, segurando um buquê de rosas.

Malfoy afastou-se dela devagar enquanto os dois desciam do elevador.

— Eu que te pergunto o que você está fazendo aqui Weasley?

Ele estendeu as flores para Hermione e acusou-a:

— Ontem você me disse que estava confusa, que não sabia o que iria fazer... 

Hermione interrompeu o ruivo:

— Podemos conversar em outro lugar?

Rony se deu conta da pequena aglomeração em volta de ambos, os três saíram do prédio e aparataram. Na hora do desespero Hermione só conseguiu pensar no apartamento dela, por dentro ela torcia para estar no lugar certo.

Os três afastaram-se na pequena sala.

— Rony eu…

Ele deu de ombros.

— Acreditei que eu tinha alguma chance, até coloquei aquele anel no seu dedo enquanto você dormia, pensando que quando acordasse pela manhã lembraria do meu pedido de casamento. Aquele que fiz no dia do seu aniversário de 23 anos, mas não foi isso que aconteceu foi? Você não se sente mesmo confusa, pelo menos não sobre ele.

Hermione suspirou. O beijo de Rony, o sorriso dele, os olhos azuis a risada alegre, tudo aquilo era bom aos olhos dela, mas nada conseguia tirar aquela sensação de necessidade que ela sentia quando colocava os olhos em Malfoy. Era algo novo, desconhecido e agradável.

Malfoy interrompeu o ruivo:

— Você pediu a minha noiva em casamento?

Rony deu de ombros.

— Quem começou com essa palhaçada foi você, Malfoy. Quando ela estava em Hogwarts era quase minha namorada, mas isso não fez muita diferença para você.

Malfoy tirou o terno e começou a desabotoar as mangas.

— Quem escolheu ficar comigo no final foi ela, não tem nada de errado nisso.

Rony também estava preparando-se para uma briga e Hermione era efêmera comparada aos dois, não tinha metade do tamanho deles nem a força. Ela pegou sua varinha mas foi um pouco tarde, Rony acertou Malfoy em cheio e ele revidou, os dois começaram a rolar pelo chão da sala dela e Hermione só conseguiu separá-los com um feitiço. 

Rony estava com o lábio cortado enquanto Malfoy estava com o supercílio estourado.

Hermione declarou:

— Rony acho melhor você voltar para sua casa.

Ele pediu desculpas antes de aparatar. Quando Hermione voltou-se para Malfoy, ele estava sentado no sofá com sangue escorrendo até sua camisa de linho branca.

— Sinto que acabei de arruinar nosso jantar de aniversário. Desculpa por isso Herms.

Hermione suspirou pensando no que Rony disse sobre ela estar confusa. Aquela Hermione não sabia se queria casar-se com ele e impulsivamente ela jogou-se nos braços dele. Agora só restava saber se tal “assunto” era mesmo o pedido de casamento do loiro ou não. Mas como ela poderia descobrir?

O que estava feito estava feito.

Ela sentou ao lado dele no sofá e conjurou uma caixa de primeiro socorros.

Calma ela disse:

— Está tudo bem.

Ele virou-se de frente para ela puxando seu queixo com delicadeza para cima. Assim os olhos dos dois ficavam na mesma altura.

— Não, não está tudo bem, é nosso sexto ano de namoro, merecia um jantar legal. Ainda mais agora que você conseguiu o cargo pelo qual trabalhou tanto.

Ela sorriu para ele e em vez de usar a caixa de primeiros socorros optou por usar magia mesmo, afinal de contas eles eram dois bruxos. Ela até gostaria de saber qual cargo, ele chamou ela de Ministra no elevador. Será que ela era a nova Ministra da Magia? Assim tão nova?

Ela decidiu deixar isso de lado por enquanto.

— Está tudo bem, é nosso sexto ano de namoro e mesmo assim, ainda sente ciúmes de mim. Você é bem passional para um Sonserino.

Malfoy soltou uma risada gostosa.

— E você consegue ser bem fria para uma Grifinória.

Ela sorriu e puxou a gravata dele, para tirar aquele tecido empapado de sangue da camisa dele, não adiantaria muito, porque a camisa estava arruinada. Malfoy colocou a mão sobre a dela.

— Deixa isso para lá, já que não vamos jantar podemos pelo menos continuar o que começamos no elevador?

Hermione estava quase beijando ele novamente quando sentiu uma vontade desesperada de vomitar. Saiu de perto dele em busca do banheiro Malfoy veio atrás dela segurando seu cabelo e a tampa do vaso sanitário. Ele esperou ela terminar e a ajudou a levantar com uma calma fora do normal. Ele entregou a escova de dentes dela, ficou parado nas costas da mesma enquanto ela terminava de limpar-se. 

Os dois saíram do banheiro.

Ele perguntou sério:

— Está tudo bem?

Ela assentiu indo em direção ao quarto dela para trocar de roupa, abriu a porta e ficou chocada com o que tinha lá dentro. Uma caixa de teste de gravidez trouxa em cima do criado mudo. Assombrada ela pegou a caixa e notou que estava aberta, puxou o teste e deparou-se com as listras que indicavam o sinal positivo.

Aquele teste era o assunto? Talvez a confusão da Hermione daquele tempo não estava relacionada a casar ou não com Malfoy, mas sim dizer para ele que estava grávida?

Malfoy entrou no quarto e ela logo deu um jeito de sumir com o teste sem ele ver.

— Se você não estiver se sentindo bem podemos ir no St. Mungus ou talvez no hostpital trouxa que tem aqui perto da sua casa. Posso levar você, amanhã nós dois estamos de folga, então não tem problema algum passar a noite esperando.

Malfoy parecia estar mesmo preocupado, ela decidiu que já que estava ali ela também queria saber.

— Preciso só ir na farmácia.

Malfoy assentiu e deu a mão para ela, os dois desceram juntos, para a alegria e tranquilidade dela Malfoy sabia o caminho da farmácia.

A vendedora veio atendê-los e Hermione pediu para ela levar Malfoy até alguns remédios para indigestão e dor de estômago, ele foi sem questionar e ela aproveitou para comprar três testes de gravidez de marca confiável. Ela podia usar um feitiço também, mas essa era uma das poucas situações onde preferia o método trouxa. Ela lembrava da sua mãe dizendo como aquele momento foi especial e se esse fosse o caso, ela também queria aquele vínculo, tanto com sua mãe quanto com o possível bebê.

Voltaram para casa e Malfoy pegou um copo d’água para ela, mas Hermione deixou ele sozinho na sala e disse que precisava tomar um banho. Nervosa e ansiosa foi quase impossível fazer xixi e esperar pelo resultado, acabou tomando banho mesmo. E na pia pode ver os três testes positivos.

Ela abriu a porta do banheiro e de roupão mesmo levou os três testes com ela até a sala. Draco Malfoy estava sentado no sofá segurando o remédio de dor de estômago e o copo com água.

Ele andou na direção dela que estava escondendo os testes atrás de si.

— Se você quiser podemos ir para minha casa ou eu durmo aqui hoje. Prefiro ficar com você até ter certeza de que você está melhor, porque você nunca respeita os horários de comer e ultimamente tem almoçado fora de hora.

Ela deu de ombros e ergueu os testes para ele. Naquela fração de segundo Hermione lembrou que Malfoy era um bruxo que provavelmente não saberia o que ela estava erguendo diante do rosto dele. Mas para surpresa e assombro dela, ele largou o copo na bancada da cozinha ao lado dele e puxou as mãos dela observando cada um dos testes.

Ele perguntou cauteloso:

— Isso é seu?

Hermione assentiu, ela não entendia bem como se sentia a respeito daquilo, ela queria saber se estava mesmo grávida, depois disso não tentou prever os próximos passos. Talvez Malfoy não quisesse ser pai, ele pediu ela em casamento ou melhor pediu a Hermione do tempo dele, mas ter um filho era uma coisa relativamente diferente. Quantos anos eles tinham mesmo? Será que não estava cedo para isso?

Hermione focou nele e tentou ficar tranquila, os olhos dele encheram-se de alegria, um sorriso bobo e enorme tomou conta dos lábios dele.

Soltando as mãos dela e abrindo os braços ele disse:

— Isso é sério?

Hermione confirmou sentindo os braços dele rodearem ela. Malfoy beijou-a, colocando-a sobre a bancada, Hermione ficou com ele em pé no meio de suas pernas, sentindo as mãos dele caminharem de sua cintura para a nuca. Ele finalizou o beijo sorrindo e colando suas testas.

— Você prefere menino ou menina Hermione?

Ela não sabia dizer, aquele futuro estava tão longe e diferente do que a Hermione de dezenove anos sonhou para si.

— Não sei. E você Malfoy?

Ele passou a mão na lateral do rosto dela com carinho.

— Se for menina tem que se parecer com você senhora Malfoy.

Ela sorriu para ele e viu o mundo mudar de novo. Dessa vez não queria ter que se despedir tão rápido, ainda estava na dúvida sobre sua vida profissional, mas não sobre o rumo da sua vida pessoal, aquele momento parecia tão tenro e singular.


Notas Finais


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Até o próximo capítulo!


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