História Uma arma chamada amor - O baile de sexta...

-Acho que roubei o gosto de outra pessoa. -Sorrio para a mesma sem me mexer.- Todas ja entraram? -Pergunto curiosa.

-Sim, e eu tive que ficar responsável pela chave por que iriam te tirar daí. -Levanta as sobrancelhas alertando-me. 

-Eu poderia ter ido. -Digo tornando a ficar em pé. 

Eva olha em volto e levanta a barra do vestido, quando vejo seus dedos passeiam pela calcinha; tirando-a. 

-Mas...- Questiono apontando para o complexo atrás de mim. 

Ela não diz nada, pula na água deixando seu corpo coberto pela água e claro, só eu podia ver... Em silêncio ela se aproxima de mim, olhos nos olhos, Passa a mão seu cabelo ensopado e temos o mesmo impulso: os braços uma da outra. 

Num ato inevitável, ela abraça minha cintura com as pernas... Consigo ouvir até fogos de artifício por poder ficar sozinha com ela em qualquer outro lugar que não seja o quarto. A sintonia entre nos duas pulsa em cada toque, a piscina se agita os dedos curiosos deixam as marcas de prazer nos seios duros iluminados pelo luar...

Seguro mexas dos seus cabelos enquanto sua pele branca passa por mim, brincando... dançando...Eva abre seus lábios e deixa o ar sobrecarregado sair de seus pulmões por um bem mais limpo. 

-Eu te amo. -Sussurra Eva para mim.

No mesmo momento minha pele se torna uma capa de pelos arrepiados, loucos para ouvir isso outra vez. 

Encaro seu rosto e me delicio com sua imagem, não consigo jogar nenhuma palavra para a mesma, os seus olhos nos meus e a promessa de muito tempo com mais momentos assim. 

Gemidos e arfadas, ela faz uma coisa por instinto: tomar conta da situação... Dentro da parte de trás do maio ela coloca a mão e alcança minha parte intima, mordo seu ombro e a mesma começa a me pressionar com mais intensidade. 

-Eva.- Quase grito mesmo apertando sua nádegas.

(...)

Com o aviso de chegada de Paul, meu coração se acelera... vestido, sapato, Meia calça arrastão preta e falta o ponto eletrônico.... 

hoje deixei claro o que já descobri e não vou entrar em detalhes sobre Eva. Claro que não. 

-Toc Toc.. - Annie simula uma campainha na porta do quarto. -Como está as coisas para hoje, algum namorado? 

Quase bufo de rir mas só tenho tempo de colocar Raposa para baixo da cama, sonolenta: ela fica. 

-Não tenho namorado, um amigo meu vem. -Olho-a, que corresponde com sua cara de curiosa, maquiagem básica e engraçadamente: Dreads. 

Dreads como Lizz, ela percebe meu rosto surpreso e segura um fio do cabelo. 

-Lizz que fez, ela é uma artista. -Levanta as sobrancelhas e muda de assunto meio desconfortável- Sabe com quem a Miss D vai? 

Remexo meu corpo mais desconfortável e sento na minha cama olhando ela mas ao mesmo tempo mexendo no meu vestido com dedos... 

-Não, acho que irmão, não sei bem...

E eu realmente não me lembrava, ontem não foi um dia para... conversar... digamos assim. 

-Será que ela dançaria comigo? -Pergunta e eu, num sobressalto levanto e viro as costas "analisando" meu vestido. 

-Talvez, por que? Não vai ter par? -pergunto tentando não parecer estranha. 

-Tenho, claro... -Esbanja como se fosse óbvio. -Enfim, valeu Angie. 

Ela sai do meu quarto e fecha a porta atras de si. 

Mas que coisa. (?) Meu subconsciente quer achar um motivo mais óbvio do que paixão ou quer até encontrar outro motivo, não sei não certo mas isso é estranho. 

Almejando as 16:00 de um dia antes do baile, saio do meu quarto pensando em resgatar mais um livro de Eva pra me ajudar na investigação. 

Saltitando chego a porta da sala de Eva, dentro ela está totalmente confortável lendo algo, vencendo meu egoísmo me distraio com Lizz andando rápido para o lado escuro onde me encontrei com Katie pela primeira vez.

-Cada coisa de uma vez... -Sussurro retoricamente e vou para as sombras guiada por Lizz. 

Esgueiro meu corpo pela parede já conhecida; ela da uma empacada para virar a esquerda... olho para de onde vim e respiro fundo. 

Devagar e cautelosa viro a esquerda logo atrás, conseguindo só ver seu pé entrar na ultima sala de um corredor. 

Parecendo só deixar algo ali, ela sai e vem em minha direção... Na verdade, para a saída. Minhas mãos ficam formigando, atrás da parede pela qual ela vai passar abaixo e escondo meu corpo atrás da sombra... 

Deve ser por situações assim que sempre uso preto.

Seus pezinhos aparecem mas logo somem como se ninguém tivesse a seguido, logo depois de se perder pela luz da tarde; em pé e em ordem, caminho até o fim do corredor... 

Entro discretamente e vejo apenas uma sala não tão grande, sem decoração e caixas de papelão... Chego mais perto das primeiras 3, parecem recem abertas. Ajoelho em frente a mesma e abro, tusso espantando as partículas de poeira;  

Fotos.

De imediato ja consigo ver as pontas de cada imagem. Escancaro as abas da caixa e pego os bolos de fotos. Impressas e até bom estado... Na primeira vejo Eva mais nova abraçada com Annie e Rose que também parecem mais novas, Rose está de franja esbanjando um sorriso animado. Parecia um universo paralelo. 

Nas fotos seguintes eram todos que conheço, como num baile, o salão tem altos detalhes vermelhos, luzes fortes e parecia o clima mais familiar possível; 

Em uma das inúmeras fotos Lizz aparece ao lado de um cara negro, alto e bonitão: Vicent Groove. 

Caralho, Groove sabe onde estava me colocando.

Passando as fotos com cuidado e atenção parecia que Groove não queria estar com Lizz, não demostrava tanto afeto como as amigas juntas, Eva com suas protegidas, ele parecia querer ficar livre daquela guria segurando sua cintura.

Passando as fotos e olhando os fundos vejo varias delas que ele aparece atrás, numa conversa com Eva ou alguma outra menina. Será que Lizz estava com raiva dele? E resolveu matá-lo? 

É só o que consigo imaginar. Ainda mais agora.

 Deixo as fotos mais importantes nas beiradas dessa caixa e  vou, discretamente voltando para o meu quarto. 

(...)

De cara percebi que baile é só um nome agradável para o festival de meninas com vestidos colador no útero (A ala azul então, nem se fala). 

-Uau... -Kate entra no meu quarto assim que termino de fechar o zíper do vestido. - Mas onde vai guardar a bebe ou algo assim? 

A bebe é a arma. 

-Acho que não cabe em lugar nenhum. -Digo analisando o tamanho do vestido. 

-Aham, eu sei. -Zoando, analisa meu cabelo.- Se eu fosse você faria algo nele. -Aponta pro meu cabelo e sai. 

De saco cheio, faço um coque de princesa, bem alto. Maquiagem simples porém fatal. 

Paul disse que estaria aqui em 5 minutos e isso já faz 10 então ele já está na hora de vir antes de levar uma surra. 

Passo a mão delicadamente pela meia arrastão com a segurança que nada aconteceu com a mesma, so o trabalho pra botar deveria me trazer mais um extra no final das contas. 

-Desculpe o atraso, tem tanta menina aí fora que fiquei com medo. -Ele ri e eu avanço para abraçá-lo. 

Bonitão como sempre; cabelo no lugar e terno, ele me abraça tão forte que sinto o ar escapar dos meus pulmões, Ele volta a me olhar e da uma bela vista no meu vestido. 

-Bom gosto. 

-Diz isso a Kate. -Dou língua a ele. 

-Olha, isso aqui é o obvio né, coloca aí...-Ele me entrega um mini ponto para colocar no brinco- quero que me relate cada pessoa.- Diz com convicção.

Em frente do espelho ajeito bem escondido, ele aplica o seu e me da o braço.

-Muito linda então vamos exibir esse corpo. -Ele brinca mas sei muito bem sua índole responsável. 

-Por favor, mantenha-se longe de paqueras. -Digo e ele assente com a cabeça. 

Então descemos as escadas, no meio do caminho algo me vem em mente e aperto seus musculos cobertos pelo terno e ele olha de relance pra mim:

-Olhe pelos olhos no segredo significa algo pra você? -Pergunto curiosa.

-Porra nenhuma, por que? -Questiona batendo os pés junto de todos em volta de nos, ainda não vi nenhuma das meninas mas só em ver montando a festa mais cedo deve estar divino. 

-Nada não, acho que deixamos escapar algumas coisas. -Digo em voz baixa e um ser surge ao meu lado. 

Kate está com seu vestido novinho e azul piscina, seu cabelo está todo em ondas para combinar com a situação e um olho atrevido para Paul, claro que curiosa pra saber quem é. Não no sentido romântico mas de quem quer jogar na parede e perguntar a ID. 

-Hoje era pra ser meu aniversário. -Sussurra no meu ouvido com sua voz brava (natural e não a fingida).

-Esse é Paul. -Ele estende a mão para ela mesmo no meio do caminho e beija seus dedos atrapalhando as pessoas que andam ansiosas para o meio do salão. 

-Kate. -Volta com seu sotaque falso e sorri para o mesmo que a olha profissionalmente. 

Ela anda mais rápido que nos pelo inúmeros xingamentos vindo de trás. 

-Quer me fazer um relatório por enquanto? -Pergunta sempre olhando para frente como se não estivessemos conversando. 

Técnicas policiais...

-Kate é alguém que está fora de cogitação, ela não matou ninguém. Quer dizer... Ela é agente, como nos. 

Dessa vez ele vira pra me encarar, como paramos perto da parede do banheiro não atrapalhou ninguém. 

-Ela o que? -Pergunta apontando seu enorme dedo indicador pelo caminho que Katie foi. 

-Sim, Groove a colocou como uma investigadora para MIM. -Digo brava.- Então eu quase matei a garota mas ela esclareceu tudo.

-Depois me explique direito. -Diz como se um prato cheio tivesse sido apenas derramado no seu estômago. -Cadê sua diretora? Preciso falar com ela, quero ver o rosto da indivídua. 

-Cora é aquela. -Aponto para o final do lugar, onde Cora está com um vestido rosa sem fazer menção a nenhuma ala. Só a ela mesma pelo visto. 

Ele sai em disparada mas faz um pequeno sinal para indicar que o ponto estava funcionando. Dou um volta superficial em volta dele, vendo que ele está perto da galera da Ala amarela aviso que não são confiáveis porém ja bati na lider delas e não fui mais alarmada, são bravonas mas não fazem mal a ninguém é só fogo. 

Segundos depois do primeiro contato pelo ponto uma música baixa começa a animar o lugar, quieta e na minha avisto Annie saindo do banheiro com Eva ao seu lado.

Annie aponta para alguns enfeites do salão com suas unhas recém feitas, um vestido branco com um tufo de pelos brancos da barriga até o meio das coxas, ela está até bonita se não fosse esse negócio. 

Ah, Eva... Vestido vermelho junto com o batom e seu rosto lindo banhado pelos cabelos negros. 

-Ei, ela me pareceu tão inocente quanto uma batata. -Paul chega aborrecido pela cinquentona que conheceu. 

-Siga meu olhar. -Peço encarando as duas que ainda não perceberam minha presença. -A De vestido vermelho é Eva, ela toma de conta da Ala vermelha, sim, uma das suspeitas...

-Boa Vicent Groove. -Diz achando Eva exuberante e eu piso no seu pé discretamente. -Continue...

-A outra, de roupa de galinha é Annie, ela tem o quarto ao lado do meu; me parece grande admiradora de Eva, tem amigas fieis e estranhamente suspeita como Eva. 

-Ele pegou as duas? -Pergunta e pela forma de falar chuto seu pé. 

-Pelo visto sim. -Um garçom de roupa de ''pinguím'' passa e eu avanço numa pequena taça de martine tomando rápido e colocando na bandeja. 

A noite vai ser longa demais. E BOOM...

Eva mira os olhos em mim, me olha de cima a baixo e no mesmo instante um homem mais velho que ela se aproxima da mesma, segura sua cintura e ela me chama com o dedo. Como um cimento, parece que meus pés secaram junto com o chão. 

-A Eva está lhe chamando e eu sou o que? -Pergunta discreto.

-Meu amigo. 

Seguro seu braço e nos vagamos no meio da multidão até as duas e o homem. Annie sorri pra mim animada por me ver e chama alguém do seu lado direito sem parar. Sem nenhuma vergonha ou até cautela, abraço Eva e sinto seu corpo quase nu no meu vestido. 

-Impressionante. -Sussurro no meio dos seus fios bem penteados. 

-Olá, Paul. Prazer. -Meu amigo logo se adianta e se apresenta para todos, aperta a mão do homem ao lado de Eva e em seguida o simples beijinho na sua mão, que me chateou. 

Eu vou ficar louca, ja ja. 

-Eva Devine, e esse é meu irmão, Anton Devine.

-Ah, sim, Anton, Prazer. -Estendo a mão e ele segura-a no frio das suas, ele me parece ter 50 anos no máximo, cabelos pretos misturados com grisalhos e até se parece com Eva. Contando com os olhos azuis fortes.

-Eu conheço o Anton faz tempo, ele até contou de uma viagem... -Eu parei de ouvir progressivamente o que Annie falou. 

Agoniada, olho repetidas vezes para a porta esperando Lizz, preciso olhá-la hoje, não é possível que não mude nada do que na ultima vez. 

-OLHA ELA! -Grita Annie quando a figura de Rose já aparece dentro do local. 

De vestido prata com um babado de ponta a outra do ombro, Rose está acompanhada de um menino, parece ser mais novo ou da idade dela, tem uma altura elevada para seu corpo magro. 

-Olha, que linda Olive! -Eva se adianta e olha para o menino. 

-Ah sim, esse é o Alek meu namorado. -Ela parece estar com tanta vergonha de disparar ''namorado'' que seu rosto arde em um vermelho intenso. 

-Vocês viram Lizz? -Pergunto no meio das apresentações. 

Uns negam com a cabeça, outros um não uníssonos e mais nada. 

Peço licença quase silenciosamente e me afasto com Paul no meu braço esquerdo. Saindo do local de maior concentração de pessoas percebo com mais cuidado as mesas dispersas no jardim central; Cada grupo de mesas brancas tem uma placa com cor, e lá, dava para se perceber que era para indicar a ala para sentar. 

Nos sentamos em na diagonal pra a porta de entrada do complexo; bem de frente para a escada na qual desci. 

-Quem é Rose? -Pergunta assim que senta. 

-Ela é calminha, um pouco tímida mas vira o demônio depois que bebe. Ela também é suspeita mas não me parece ameaçadora. -Admito. 

Analiso em volta, o escuro se contrasta com as luzinhas em cada alto das árvores, é de tirar o fôlego, incrivelmente teve lugar para todos, as meninas da Ala azul tem seu lugar bem demarcado; corpos e garrafas de cervejas ou algo está bem à vista e na mão de cada uma. 

A ala preta já dança e conversam, tudo dentro da sua mesa ao lado da nossa... De reflexo, viro o olhar de volta para a entrada do salão e lá, vem Lizz, muito pelo contrário... Ela vem só, não tem irmão ou alguém, ela está de preto, seu rosto não é lá de felicidade...