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História Uma Babá Perfeita. (G!P) - Capítulo Vinte e Três.


Escrita por: KyleCz

Capítulo 23 - Capítulo Vinte e Três.


— Por que não? — Rachel jamais questionaria a decisão de Quinn, se ela não a olhasse com tamanha arrogância.


— Porque assim decidi — ela ralhou. — Se houvesse mais a dizer, eu lhe diria. 


— Mas…


— O que foi? — Ela fazia questão de sustentar o sorriso petulante. — Não gosta que lhe oculte a verdade acerca de minhas decisões?


Ao sentir a raiva crescer, Rachel calou-se. Não era isso que ela fazia toda vez que Quinn lhe perguntava algo? Não se recusava a dar detalhes da desordem que as crianças aprontavam na casa?


— Sei qual é sua intenção — ela concluiu. — Está me pagando com a mesma moeda.


Quinn se aproximou.


— Eu diria que sim.


— Mas são situações totalmente diferentes — Rachel insistiu.


— Por quê?


— Bem… São diferentes.


— Oh, certo. Isso explica tudo. — Quinn sentou-se na beirada do alçapão, diante dela. 


— Quer dizer que não posso usar um dos vestidos? — Rachel ensaiou um sorriso frágil.


— Não, até me contar por que você e as crianças estavam chorando.


— Quinn, você está exagerando. Não foi nada demais.


— Não gosto de segredos.


Ambas se encararam durante um momento. Finalmente, Rachel se rendeu.


— Está certo. As crianças arruinaram meus vestidos — ela revelou. — Contudo não quero que as castigue. Na verdade, foi melhor assim. Elas me testaram, e, enfim, fui aprovada. Estamos nos dando bem agora. Ginny me ofereceu as roupas.


A princípio, Quinn pareceu duvidar. Porém, aos poucos, cedeu.


— Muito bem. Vou aceitar essa explicação.


— E quanto aos vestidos?


— Há algo mais que devo saber?


Ela a fitava ansiosa e Rachel quase sucumbiu. Quão tentador era contar-lhe toda a verdade para aliviar o fardo que carregava. Quinn entenderia, não? Talvez. Provavelmente. 

Mas e se não entendesse?


— Não — Rachel respondeu, por fim. — Não há nada para lhe contar.


— Escolha a roupa que quiser. — Ela levantou-se. — Alguém tem de usar aqueles trajes. 


— Obrigada.


— De nada.


Quando ela fez menção de descer, Quinn chamou-a:


— Rachel?


Ela parou e fitou-a.


— Tem certeza? Não quer me contar mais nada?


— Não. — Rachel desceu o mais rápido possível.



Por quanto tempo alguém poderia suportar?
Quinn jogou os diagramas na mesa e virou-se. Como conseguiria se concentrar no trabalho com tamanha algazarra do lado de fora? Com tantas gargalhadas e diversão?
Através da janela, avistou os raios da manhã sobre as árvores do jardim. As crianças brincavam à sombra com Rachel.


Observava-os por algum tempo, ao invés de estudar os diagramas da máquina de ceifar que Thomas Douglas lhe dera. O fato de o inventor ter saído naquela manhã para outro passeio errante não ajudava.

Rachel e as crianças haviam decidido erguer uma tenda sob as árvores. Quinn os vira sair do celeiro, carregando o material necessário. Com a orientação de Rachel, esticaram uma corda entre duas árvores, penduraram mantas sobre ela e prenderam as pontas com pedras para formar uma tenda.


Quanta paciência ela tinha. Levou o dobro do tempo para os três terminarem a construção da tenda. Rachel os acompanhara passo a passo, mostrando o que fazer, encorajando-os e rindo com eles. Entoaram algumas cantigas. Ela correu atrás das crianças até caírem no chão às gargalhadas.


Após uma rápida viagem à casa, os quatro se instalaram no interior da tenda para divertir-se com os brinquedos que haviam levado. Quinn não podia enxergar o que acontecia. Somente escutava as vozes suaves.


Porém, gostava de observá-los. Todos eles. Inclusive Rachel.


Não se lembrava de ter escutado o riso dos filhos. Fazia quanto tempo? Meses, sem dúvida. Os três não se mostravam felizes desde a morte de Lídia.

Rachel ria também. Na verdade, parecia uma criança. Era visível o cuidado extremo que despendia aos três.

Até agora Quinn estivera satisfeita por esconder-se em seu estúdio. Devido ao evento daquela noite, a casa encontrava-se em plena atividade. As criadas corriam de uma lado para o outro, limpando e arrumando. Ela não tinha a menor idéia do que faziam exatamente. A sra. Royce levantara antes do amanhecer para cozinhar. 


Quinn temia que, se colocasse o nariz para fora do estúdio, alguém lhe perguntaria algo sobre o cardápio ou as flores. De quando em quando, uma das criadas ia ao jardim e conversava com Rachel. Ela não sabia de que se tratava.


De repente, uma rajada de risadas reverberou pelo estúdio. O doce som de seus filhos. Quinn mirou os diagramas na mesa e, em seguida, olhou pela janela. Levantou-se e foi ao jardim.


A tenda não era alta suficiente para as crianças ficarem em pé. Portanto, Quinn ajoelhou-se e espiou o interior. Havia um cobertor sobre o gramado. Rachel estava sentada em uma extremidade, com Hannah no colo. Os outros três encontravam-se ao redor entre livros, bonecas e brinquedos.


— Papa! — Cassie exclamou, ao vê-la.


Ela sorriu, feliz ante a reação alegre dos filhos.


— Que bela tenda vocês montaram.


— Foi idéia da srta. Rachel — Ginny contou.


— Entre, papa— Cassie convidou-a. — Estamos tomando chá.


Cada uma das crianças segurava uma boneca e uma xícara de chá em miniatura. Todas, inclusive Drew.


— Srta. Berry, podemos conversar um minuto? 


De joelhos, Rachel aproximou-se da abertura da tenda, ainda segurando Hannah.


— Sim?


— Por que meu filho está com uma boneca? — Quinn sussurrou.


— Porque estamos brincando de casinha.


— Entendo. — Quinn refletiu por um instante. — E por que meu filho está brincando de casinha?


— Porque, em maioria, somos meninas e escolhemos essa brincadeira. Ele é minoria. 


— Sei. — Quinn afastou-se da entrada. — Drew! Venha aqui!


O menino saiu, assustado.


— Não fiz nada.


Quinn abraçou-o pelos ombros.


— Tudo bem brincar de...Casinha, mas talvez você pode-se vim ao celeiro comigo. Tenho trabalho a fazer e preciso de sua ajuda.


— Verdade? — Drew sorriu, encantado.


— Verdade. — Quinn olhou Rachel.


 — Nossa...Talvez vocês devessem depois do trabalho, mastigar tabaco e tomar um gole de uísque. Talvez possam cavalgar até o povoado para procurar algumas mulheres.


__Nao vejo como isso possa ser uma ideia ruim.


Rachel riu, ciente de que ela estava brincando.


— Que bom. Nós continuaremos nosso chá.


Quinn e Drew começaram a se afastar quando Rachel a chamou. Agora o lindo rosto expressava certa preocupação.


— Vai tomar conta dele?


— Vou. — A devoção para com o menino emocionou-a de forma inesperada. — A propósito, descobri a ligação entre sua mãe e o sr. Douglas.



Ao meio-dia, Rachel levou as meninas para almoçar. A sra. Royce e as ajudantes saracoteavam pela cozinha em uma coreografia impressionante. Sem atrapalhar a movimentação, Rachel tirou do forno um prato de carne com legumes e um jarro de leite. Logo após servir a refeição, Quinn e Drew chegaram. As crianças ficaram surpresas quando a mãe sentou-se à mesa com elas.


— Como foi o trabalho? — Rachel perguntou, segurando Hannah e servindo o menino.


— Eu e papa trabalhamos muito, não é, papa? — O rosto de Drew estava iluminado. 


— Muito mesmo. — Sem pedir, Quinn pegou Hannah para que Rachel pudesse atender os outros.


— Posso trabalhar com você, papa? — Cassie perguntou.


— Sempre preciso de ajuda, Cassie.


 Ela exultou de felicidade.


Enquanto almoçavam, as meninas contaram a mãe o que fizeram na tenda, e Drew relatou a Rachel o trabalho que realizara no celeiro. Quinn carregou Hannah quanto pôde, mas não estava acostumada a comer e lidar com um bebê. Por fim, desistiu e entregou-a a Rachel.


— Podemos brincar na tenda? — Ginny pediu, ao terminar a refeição.


— Somente algumas horas — Rachel determinou. — Vocês precisam tomar banho e vestir-se antes de os convidados chegarem.


Quando as crianças saíram da cozinha, Rachel virou-se a Quinn.


— Drew pode acompanhá-las? Ou pretende mandá-lo caçar um cervo para o jantar?


Quinn riu.


— Notei que preciso passar mais tempo com ele. E com as meninas também.


— Vão adorar.


— É agradável almoçar com as crianças — Quinn comentou.


— Você não realizava as refeições com elas… antes?


— Às vezes. Separou o vestido que irá usar hoje à noite?


Rachel sorriu. Camille viera visitá-la na tarde anterior e, com as crianças, elas vasculharam as arcas de roupas e encontraram duas peças que necessitavam de poucos ajustes.


— Sim. Também encontrei um vestido para Camille. Espero que não se importe. 


— Não me importo. — Quinn reparou que Hannah adormecera no colo de Rachel. — Quer levá-la para cima?


— Não até você me contar o que há entre minha mãe e o sr. Douglas. Estou morrendo de curiosidade.


— De acordo com Thomas, ele e sua mãe se conheceram quando jovens. Ele a cortejou durante um tempo.


— É mesmo? — Rachel ficou pasma. — O sr. Douglas lhe contou?


— Parece que o relacionamento era sério. Thomas pretendia pedi-la em casamento quando Shelby terminou a relação.


— Mas por quê?


— Ele não sabe.


— Ou talvez não queira dizer?


— Não, creio que Thomas ficou surpreso e magoado diante da decisão de Shelby. 


— Deus meu… — Rachel meneou a cabeça. — Eu não sabia. Por isso ela desmaiou quando o viu. O homem que ela amava, de repente, aparece… Quem podia imaginar?


— Não penso que Thomas esteja disposto a relevar o assunto — Quinn comentou.


— Como assim?


— Desde que chegou, ele passa boa parte do tempo indo ao povoado para, supostamente, conversar com os habitantes.


— Acha que ele anda visitando minha mãe?


— Pode ser. Camille comentou alguma coisa?


— Não. Mas estávamos tão ocupadas com os vestidos que ela deve ter esquecido. 


— Pelo jeito, a festa de hoje será muito interessante.


— Tem razão. — Rachel levantou-se. — É melhor colocar Hannah no berço. 


A medida que subia a escada, ela não conseguia deixar de pensar no comentário de Quinn. As Berry, a mancha negra do povoado, iriam comparecer à festa. O convidado de honra, aparentemente, fora rejeitado por uma delas. A outra vivia sob a proteção dos Fabray's. Eleanor e Constance Baird atuariam como anfitriãs. Todos os habitantes da região testemunhariam a cena.


— Oh, sim — Rachel murmurou — será uma festa e tanto. 


Notas Finais


Acho que alguém está aprendendo se comportar como mãe...


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