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História Uma Babá Perfeita. (G!P) - Capítulo Nove


Escrita por: KyleCz

Capítulo 9 - Capítulo Nove


— Não fiz nada — Quinn justificou-se, apavorada. — Só entrei no quarto e ela começou a chorar.



— Podia tê-la carregado — Rachel sugeriu, tirando o bebê do berço.


Quinn relaxou quando Hannah acalmou-se, mas logo ficou tensa ao notar que Rachel usava apenas a camisola, os cabelos estavam soltos, e os pés, descalços.

E ela queria beijá-la novamente. Evitando a intimidade da situação, Quinn virou o rosto.



— Desculpe-me. Não devia ter invadido este quarto.



— São seus filhos. Pode vê-los quando desejar — Rachel declarou, desaparecendo em seu cômodo.



Quinn espiou pela soleira da porta. Então, percebendo a intromissão, recuou.



— Na verdade, vim aqui para vê-la — explicou. 


Minutos depois, Rachel reapareceu, usando um penhoar rosa e carregando Hannah.


Deus, como era bonita logo de manhã. Descansada, terna e natural. Não precisava se arrumar para parecer apresentável. Quinn afastou-se ainda mais.


Rachel colocou o bebê sobre a cômoda e trocou a fralda.



— Precisa de alguma coisa?



— Deus, sim… não. — Quinn refreou-se a tempo. — Não preciso de nada. Vim me desculpar.



— Outra vez?



Sim, outra vez. Quinn nem sequer podia se lembrar de quando pedira desculpas a alguém. E agora submetia-se ao perdão de Rachel pela segunda vez, em menos de vinte quatro horas.

O que havia naquela mulher? E o que acontecia a ela para cometer desatinos que exigiam desculpas?


Por que explodira de raiva na noite anterior? Era raro perder a calma, nunca elevava o tom de voz.


Não sabia responder tantas perguntas complexas ao mesmo tempo.

No entanto, não conseguiria iniciar o dia sem resolver a pendência com Rachel.



— Queria pedir desculpas por ter ficado zangada ontem à noite.



— Bem, pelo menos não está se desculpando por falta de paixão.



— Como?



— Sua explosão de ontem à noite certamente foi passional. — Rachel tomou Hannah nos braços.



Não era a resposta que esperava ouvir, mas tampouco poderia discordar. Aliás, o comentário a agradou. 



— Acho que tem razão. — Ela sorriu. — A propósito, pedirei à sra. Flanders que prepare a casa para receber Douglas. Ela saberá o que fazer, certo? Lídia sempre cuidava dos detalhes. 

O bebê começou a choramingar.



— É melhor amamentar Hannah antes que ela acorde as crianças.



— Já levantaram — Quinn avisou-a.



Rachel precipitou-se ao outro quarto. Cerrou os lábios e voltou a desaparecer em seus aposentos. Mas não antes que Quinn pudesse divisar as curvas do corpo feminino sob os primeiros raios da manhã.


Hesitante, ela sentiu uma emoção que havia muito não experimentava. Apelando ao bom senso, retirou-se do quarto de Hannah, antes que tivesse outro motivo para se desculpar.



— Está bem. Só mais um minuto — Rachel pediu a Hannah, enquanto prendia os cabelos. 

O bebê estava faminto e precisava se alimentar. Sendo assim, não seria justo recriminá-lo por chorar.

Porém, Rachel tinha de se vestir para descer à cozinha. Fora o bastante aparecer de camisola e penhoar diante da patroa. Ficara completamente espantada ao vê-la no quarto de Hannah. E descobrir que as crianças já haviam sumido, após dizer a elas que lhe pedissem permissão, deixou-a furiosa.
O único consolo era não ter de ponderar acerca do que iria vestir.


Nada de vestidos, caso fosse obrigada a caçar as crianças pela fazenda.

Rachel vestiu a calça e a camisa, tomou Hannah nos braços e desceu.
Encontrou Geórgia no meio do caminho, trazendo a mamadeira.



— Espero que não se importe por me adiantar — ela disse, passando a mamadeira a Racjel. — Mas, quando a escutei chorando, não me contive.



— Obrigada. — Rachel posicionou o bico da mamadeira nos lábios de Hannah e esta silenciou imediatamente. — Por acaso, você viu as crianças?



— Eu as vi minutos atrás. __ Suspirou, aliviada.__Elas caminhavam para além do celeiro — Geórgia informou.



— Saíram? As crianças saíram sem avisar?



— Sim. Como sempre. Acho que teremos mais um dia de sossego por aqui. É melhor eu cuidar de meus afazeres antes que a sra. Flanders me veja. — Geórgia afastou-se.



Então aqueles três haviam saído, mesmo depois da regra fundamental que Rachel lhes impusera. Eles a desafiavam de propósito.



— O que vou fazer com seus irmãos? — Rachel perguntou a Hannah.



Do volta à varanda, ela sentou-se na cadeira de balanço com Hannah ainda mamando. O horizonte prometia uma manhã repleta de sol. Os empregados já tinham começado a trabalhar no pasto, na horta e no jardim. Imaginou se Quinn já havia saído também.


Quando Hannah terminou a mamadeira, Rachel levou-a à cozinha, tomou o desjejum e saiu. Percorreu o quintal, o jardim e o celeiro à procura dos três irmãos. Após perder-se em campo aberto, não ousou aventurar-se tão longe da casa.


Como não visse sinal das crianças, retornou a seu local estratégico na varanda. Hannah balbuciava, ria, sacudia os pezinhos e rolava sobre o cobertor, aproveitando a atenção afetuosa que Rachel lhe devotava. Por volta do meio-dia, depois que o bebê adormeceu no berço, as crianças apareceram.

Rachel esperou-as na cozinha para confrontá-las.



— Nós pedimos permissão para sair — Ginny alegou, beligerante como sempre.



— Isso mesmo! — Drew cruzou os braços, teimoso.



— Pedimos à sra. Flanders — Ginny informou.



— Sra. Flanders?



— É! — Drew exclamou.



Rachel conteve a raiva. Havia ordenado que os três pedissem permissão para sair, mas não especificara a quem deviam dirigir-se. 



— De agora em diante, sou a única que pode lhes dar permissão para qualquer coisa que queiram fazer — Rachel pontuou. — Fui clara?



Ginny desafiou-a com o olhar. Rachel enfrentou-a da mesma forma, sentindo-se tola por disputar poder com uma criança. Mas não podia fraquejar.


Por fim, Ginny virou o rosto.



— Estamos com fome — Cassie disse. — Podemos almoçar agora?



— Claro. Vão se lavar.



Após fiscalizar a limpeza das mãos, Rachel ajeitou-os à mesa e foi ter com a sra. Flanders. 



— Considera-se responsável por algo nesta casa? — a governanta perguntou, depois de ouvir o problema de Rachel com as crianças.



— Estou encarregada de cuidar dos filhos da Sra. Fabray. Então, por favor, se eles lhe pedirem permissão para qualquer coisa, diga-lhes que venham falar comigo.


A sra. Flanders empinou o nariz e encarou Rachel.



— Não espere que eu faça seu trabalho, srta. Berry. Se não consegue controlar essas crianças, estou certa de que a Sra. Fabray encontrará outra babá. Ela está sempre à procura de babás, como sabe. 



Bufando, a governanta retirou-se, deixando Rachel ardendo de raiva e medo de perder o emprego.


Havia muitas razões para Quinn despedi-la, Rachel ponderou, retornando à cozinha. Não conseguia lidar com as crianças, a patroa podia descobrir o escândalo que envolvia sua família, ela própria sempre se metia em assuntos que não lhe diziam respeito.

Respirando fundo, Rachel renovou a determinação de conquistar os pequenos Fabray's. Era a melhor maneira de conservar aquele emprego.


No entanto, cuidar das crianças era mais difícil do que havia imaginado. Naquela tarde, elas escaparam novamente enquanto ela trocava a fralda de Hannah. Também deixaram a porteira do curral aberta, permitindo que os cavalos fugissem, bagunçaram os sacos de ração no celeiro e voltaram para casa cobertos de lama do riacho.



— Tirem os sapatos — Rachel mandou, ao ver os rastros de barro no assoalho da cozinha. 


Os três sentaram-se no chão e tiraram os sapatos. Ginny ajudou Cassie.



— A sra. Flanders disse que você não é responsável por nada nesta casa — Ginny avisou-a. — Nem por nós.



— É verdade?



— É. — Ginny segurou a mão de Cassie. — Vamos. 


Os três correram escada acima.

Aquela governanta estava abusando. Rachel pensou em confrontá-la outra vez e insistir que cooperasse. Mas não o fez. A sra. Flanders fora clara em relação ao assunto, e Rachel não conseguiria dissuadi-la.


Após limpar a lama do assoalho da cozinha, ela passou a tarde na varanda com Hannah. O único meio de manter as crianças dentro de casa era vigiando-as. Mais uma vez, recusaram as brincadeiras que Rachel sugeriu, protestaram na hora de tomar banho e mal conversaram durante o jantar.


A noite, quando finalmente colocou-as na cama e Hannah no berço, estava exausta e frustrada. Parou no topo da escada e divisou a fraca luminosidade no estúdio de Quinn.


Queria ir até ela. No final de um longo dia, repleto de problemas, vê-la sentada à escrivaninha parecia-lhe o paraíso. A necessidade de estar com ela era imensa.

Por um instante, imaginou Quinn desejando o mesmo. Talvez também se sentisse solitária. Talvez apreciasse uma conversa. Além do capataz e dos colonos, Quinn conversava com poucas pessoas, pelo que Rachel sabia.
Estaria ela a sua espera no estúdio? Ou querendo companhia no fim do dia? Sentiria falta da esposa?



— Não é da sua conta —  Resmungou consigo. Resignada, recolheu-se em seu quarto.



Quando deitou-se, sentiu o peso da solidão. Tinha saudade da mãe e das irmãs. Queria conversar com alguém. Parte dela parecia próxima à família. A outra encontrava-se no estúdio com Quinn.



— Preocupe-se com seus problemas — disse à escuridão da noite e cobriu-se. 



Ocorreu-lhe que o dia seguinte seria domingo. Então, pegou no sono, contente por saber que metade dos problemas poderia ser remediado.


Para variar, Rachel acordou antes das crianças. Os três dormiam em suas camas, enquanto ela os observava ainda de camisola. Como pareciam doces e inocentes sob as cobertas e de olhos fechados. Sorriu ao sentir o afeto profundo por eles.


Haviam sofrido muito nos últimos meses após a morte da mãe. Rachel ignorava que tipo de mãe Lídia Fabray fora, mas a perda sem dúvida afetava as crianças.

E também haviam assistido a um desfile de babás. Uma após a outra. Algumas, talvez a maioria, só se interessaram por Quinn. E ela não se mostrava uma boa mãe. Raramente via os filhos ou falava com eles. 


De braços cruzados, avaliou as crianças. Aquela família precisava de alguém que a unisse.

Seria mais uma das tarefas da babá?,  Refletiu. Como quase nada soubesse acerca da própria função, não conseguiu responder. Talvez, se lesse o livro do dr. Salomon Matthews, ela descobrisse.


No mesmo instante, dispensou a idéia. Não precisava de um livro de um suposto especialista. Sabia por onde começar.



— Bom dia. É hora de acordar — Rachel disse, abrindo as cortinas.


As crianças despertaram devagar, bocejando.



— Por que acordou tão cedo? — Drew murmurou.



— Porque é domingo. — Rachel abriu o guarda-roupa para escolher os trajes das crianças. 



— E daí? — Drew perguntou.



— Vamos à igreja.



— Igreja? — ele repetiu, confuso.



— Claro.



— Verdade? — Cassie exclamou, sentando-se na cama. — Podemos ir mesmo?



— Não vamos à igreja desde que mamãe morreu — Ginny replicou.



— Mas hoje nós vamos —Rachem decretou.



— Papa sabe? — Ginny indagou.



— Não. Tenho certeza de que ela não fará objeções.



— Papa vai também? — Os olhos de Cassie brilhavam mais que a manhã.



Rachel parou diante do armário, Desde que chegara à região, ela e a famííia iam à igreja todos os domingos, a despeito dos olhares furtivos e fofocas. Em nenhuma ocasião, viu Quinn e os filhos assistirem aos sermões.



— Drew, vá ao quarto de sua mãe e pergunte a ela se quer ir conosco.



— Não vou, não. — Drew escondeu-se sob as cobertas.



— Ginny…



— Não vou, e você não pode me obrigar.



Rachel olhou para Cassie, que meneou a cabeça em negativa. Era irritante perceber que as crianças se intimidavam ou temiam a mãe a ponto de evitar entrar no quarto dela para fazer uma simples pergunta.

Mais um detalhe para aprimorar, ela pensou.



— Certo. Eu mesma irei.__De olhos arregalados e boquiabertos, os três encararam Rachel.— Não se esqueçam de se lavar. Voltarei em um minuto para escolher as roupas de vocês — Anunciou. — Sairemos logo.



Resoluta, ela atravessou o corredor, em direção ao quarto de Quinn.

A porta estava fechada. Rachel encostou o ouvido na madeira e nada escutou. Bateu bem de leve. Não houve resposta. Bateu novamente. Sem resposta.


Talvez Quinn já houvesse levantado. Nesse caso, estaria ela perdendo tempo? Não queria se atrasar para o sermão. O atraso significava que todos os presentes a olhariam. E vê-la seria mais um estímulo a comentários maldosos.

E Quinn com certeza faria perguntas constrangedoras.


Rachel não queria nada disso. Fitou o corredor, não avistou ninguém. Então, respirou fundo e girou a maçaneta. 


Notas Finais


Tantantantan...


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