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História Uma busca entre dimensões - Eleven


Escrita por: Meyvilin

Notas do Autor


Boa leitura @Miracules!

Capítulo 11 - Eleven


Fanfic / Fanfiction Uma busca entre dimensões - Eleven


Mais tarde naquela noite, depois que minhas criadas (tenho três) me vestiram com uma camisola larguinha e me colocaram na cama, espalho os pedaços do Miraculous pela colcha bordada. Tenho uma cama enorme, alta de madeira entalhada, com lençóis brancos e impecáveis que me fazem parecer está descansando em uma nuvem.

Suspiro. Deito pesadamente entre os travesseiros fofos na cabeceira. O quarto em si não é tão grande, e a decoração não chega a ser espalhafatosa, mas não há dúvida de quantas riquezas e elegâncias foram necessárias para decorar o cômodo. As paredes e o teto altíssimo têm tons de branco suave, com desenhos de árvores de sakora, suas pétalas em rosa claro me deixa mais calma, nos botões das flores, têm pequenos detalhes em ouro velho. A escrivaninha no canto foi feita com videira de madeira incrustada, como se tivesse sido trazida por direto da floresta, folha por folha. Do outro lado da cama, uma ladeira grande com azulejos esmaltados brilha com fogo que aquece meu quarto.

Minhas joias foram devolvidas às caixas de veludo, onde ficam junto de todas as outras. Que por acaso são muitas.

Pelo menos esta versão de mim mesma tem livros, muitos dos quais estão espalhados ao meu redor neste momento. Vários deles em chinês... mas aqui sei ler essa língua, e falar também. Aparentemente, este tipo de memória fica guardado de outra maneira, diferentes das emoções e experiências de vida.

Pelo que reparei nos livro que dei uma olhada, da mesma forma que a tecnologia se desenvolveu um pouco mais rápido em Londres, aqui ela avançou de forma bem mais lenta.

O lugar ainda parece estar em 1900, e não século 20. Embora alguns elementos nesse mundo estejam mais ou menos avançados do que na minha dimensão, no geral a sensação é de que voltamos alguns séculos no tempo. O século 20 aqui simplesmente parece muito diferente.

As pessoas ainda viajam de trem e barcos a vapor, ou às vezes com cavalos ou trenós.  O telefone existe, mas é algo tão novo que só temos alguns  no palácio, e São só para o uso oficial. Ninguém nem cogita telefonar para um amigo meramente para bater papo. Ainda nem sonharam com a existência da internet. Em vez disso, as pessoas escrevem cartas. Há vários papéis de cartas na minha escrivaninha.

Os Estados unidos da América existem, mas é considerado um país remoto e provinciano (não tenho ideia se isso é mesmo verdade, mas todos aqui em Pequim pensam assim).

A monarquia  domina a Ásia e Europa incluindo, é claro, a dinastia Qing. o homem que todos acham que é meu pai é o Othon Manchus II, imperador e aristocratade de toda a China.

Até onde consigo entender essa dimensão ainda não entendeu a conheceu um equivalente de Lenin ou Trotsky. Ainda bem, porque estou sem nenhuma vontade de fazer a anestesia e levar um tiro no porão para depois ter milhões de mulheres chinesas loucas se passando por mim pelos próximos 50 anos.

A coleção de enciclopédias encadernadas com couro que ficam na prateleira de baixo, tem uma sessão sobre a dinastia Qing. Lá em um texto Claro, aprendo que o imperador se casou com a jovem Nobre chamada Sobine Kovalenka. Ele teve quatro filhos com ela: Tsarevich Eduard, grã-duquesa  Marinette ( no caso eu) e grã-duquesa Felicite (nome chique pra quela pirralha que mostrou a língua, mais se não me engano chamaram ela de tikke...) e grão-duque Pablo.

Minha mãe morreu ao dar à luz ao quarto filho.

Papai sempre disse que  engravidar era algo difícil para ela.  Eu nunca tinha me dado conta de que significava "perigoso". Eles pararam de tentar depois de mim e Brigitte por causa da saúde dela. Aqui, percebo que o imperador sempre queria mais filhos, e fez pressão para que minha mãe engravidasse outras vezes, até que ela acabou morrendo durante o parto do seu último filho...

Cortaram o cordão  umbilical depois que ela já estava morta....

Eu preferia não ter lido essa parte.

Minha  mãe é cientista.
Uma gênia!

Ela é forte...durona e, Ok, pode ser um pouco imcompreensível quando se trata da vida cotidiana, além de não entender nada de artes ou moda.

Mas, ainda assim,é minha mãe!

Ela tem mais para oferecer ao mundo que a maioria das pessoas em que consigo pensar.

Othon Manchus ainda acha que tudo que ela tinha a oferecer é herdeiros para o trono.

Então...a forçou a parir até a morte...

Pego um porta-retrato prateado na minha mesinha-de-cabeceira.

O retrato oval que está ali, o preto e branco um pouco turvo, exibi minha mãe com versões mais jovens de mim, Eduard e de Tikke. Minha mãe está usando um vestido longo elaborado de mangas compridas. Mas a forma que ela abraça Pablo e eu na foto, como se nos protegesse, a maneira que sorri para a pequena Tikke em seu colo...alguma coisa nela também é exatamente igual neste universo.

Meus olhos enchem de lágrimas que caem devagar pelas minhas bochechas.

Um das lembranças de quando eu era criança vem a tona me fazendo abraçar o pequeno retrato.

Na frente da penteadeira, me maquinado com as poucas maquiagens que minha mãe tinha, o batom vermelho ficava todo borrado enquanto tentava passar o mesmo na boca.

Faço uma voltinha me olhando no espelho, vendo como a roupa da mamãe me servia, o que deveria ser uma blusa, em meu corpo pequenino de criança virava um vestido.

Mesmo que as roupas e as maquiagens ficassem totalmente bagunçadas e até engraçadas, me fazia me sentir adulta, e linda assim como minha mãe.

No fim da tarde quando ela voltava do laboratório, e me via maquiada e vestida com as roupas dela, ria e me elogiava.

Os elogios podiam até ser de brincadeira, mais me deixavam muito feliz...

Minha mãe é, e nessa  dimensão tenho certeza que foi uma mulher maravilhosa...

Mas não foi o suficiente, Aqui, minha mãe nunca teve a chance de estudar ciência.

O que será que despertava seu interesse neste local?
Como será que ela ocupava sua mente brilhante e inquieta?
Será que chegou a sentir pelo Othon Manchus
algo próximo do amor e da confiança que sempre teve pelo meu pai?

além disso, aqui Brigitte nem chegou a nascer. Meu pai deve ter sido uma presença transitória na vida dela, o que me parece quase impossível de imaginar.

Com as mãos trêmulas devolvo a foto para a mesinha.

Só de pensar no que pode ter acontecido com minha mãe é demais para mim neste momento.
Volto a me deitar no travesseiro fofo e respiro fundo e lentamente.

Meus olhos se distanciam para a luz prateada na fresta  sobre a porta do quadro. Até poucos minutos atrás, esta luz era interrompida por duas linhas a sombreadas, formadas pelos pés de Cat noir enquanto ele ficava de guarda ali fora. Mas aparentemente até mesmo guarda pessoal da grã-duquesa tem permissão para ir dormir.

A enciclopédia me informou que moro em Pequim, atualmente no palácio de inverno.

E Luka, existe nessa dimensão, deve estar no Estados unidos, ou talvez na Holanda de onde são os avós dele. fico feliz quando me dou conta de que,em um universo como este em que só se pode percorrer longas distâncias de trem, Luka jamais conseguiria chegar aqui hoje, ou amanhã, talvez nem mesmo daqui a algumas semanas.

Considerando a fama de como os invernos chineses são rigorosos, é totalmente possível, inclusive, que ele não consiga chegar aqui antes da primavera.

Mesmo que ele conseguisse viajar para Pequim
,como cacetes iria arranjar um encontro com umas das Gran-duquesa?!

Está  tudo bem... está tudo bem Mariantte, foco!

Repito para mim mesma. Você vai achar o coronel Azarenko a manhã e, de qualquer maneira, Adrian ou cat noir está aqui.Você só precisa de mais você não precisa de mais ninguém. Minha  mente é tomada de pensamentos sobre Adrian.Como é que pôde desconfiar tanto dele?!

-Em outras palavras...- digo- você está tentando provar a existência do destino.

A cena para mim é tão vivida quanto naquele dia: Luka estava usando uma camisa desbotada da RC cola, e Adrian vestia uma de suas camisetas cinzas, que eu sabia que ele só usava porque não fazia ideia de como destacava seus os músculos.

Colocava o cabelo atrás da orelha, tentando parecer e me senti tão adulta quando eles.

Estávamos todos juntos na sala, cercados pelas plantas da mamãe e pelo calor do verão que entrava pela porta aberta da varanda.

Estava brincando quando falei de destino, mas Adrian assentiu devagar, como se eu tivesse dito algo inteligente.

-Sim, é exatamente isso.

Embora soubesse que Luka achava a ideia idiota, fiquei intrigada.

Sempre que as discussões sobre física mudavam de rumo de alguma equação complicada para um conceito que eu podia identificar, eu aproveitava.

Então me sentei ao lado de Adrian na mesa de arco-íris e perguntei:

-Então como funciona isso? o destino...

Ele baixou a cabeça, ficando tímido ao meu lado,meio corado ( o que me fez murmura "fofo", e pra minha felicidade ele não ouviu). Mesmo depois de passar um ano praticamente morando na minha casa, ele ainda ficava tímido ao meu lado.

Mas, como qualquer cientista, ele era tão fascinado por ideias que não conseguia  ficar quieto por muito tempo. Ele uniu as mãos na minha frente, encostando as pontas dos dedos, como se estivesse ilustrando o efeito da imagem de um espelho .

- Padrões se repetem em uma dimensão após a outra. E estes padrões refletem certas ressonâncias...

-E cada pessoa tem uma ressonância próprio, não é?

-Achei que tinha entendido essa parte.

Ele deu um sorriso encorajador. Os sorrisos de Adrian eram raros...
quase inadequados para alguém tao grande, masculoso e sério. Porém... combinava perfeitamente com sua gentileza.

-Isso mesmo. Então parece que os mesmos grupos de pessoas se encontram várias vezes. Não de forma invariável, só que com bem mais frequência do que o acaso daria conta.

Do outro lado da sala , Luka, que estava concentrado nas suas contas, faz uma careta.

-Escute, irmãozinho, se você escrever sua teoria e conseguir numeros para conprovar isso, entao ótimo. O problema é falar essa baboseira de alma e destino, o que acaba com sua hipótese, sério, como você vai defender isso na frente de uma banca?

-Pare de implicar com ele seu chato -falei para Luka.

Naquela época estava tão encantada com a teoria de Adrian, que nem conseguia contra-argumentar com coerência.

-Todo  mundo aqui tem o direito de ter uma teoria doida senhor Couffaine. Regras da minha mãe.

Luka deu de ombros, envolvido demais em suas contas para continuar protestando. Mas Adrian me olhou como se me agradecesse por te-lo defendido. E então me dei conta de como estavamos sentados próximos (bem mais do que o normal), tanto que meu braço quase roçava no dele.

Mas não me mexi.

Em vez disso, repliquei:
-Então foi o destino que criou a matemática? Ou foi a matemática que criou nosso destino?

-Dados insuficientes- respondeu, mas eu sabia, naquele momento, como ele queria acreditar no destino.

Foi a primeira vez que pensei nele como alguém que, apesar de aparentar o contrário, poderia ter certa poesia na alma.

Talvez tenha sido a unica vez que realmente  o compreendi.

No dia seguinte. descubro como é a sensação de ter pessoas arrumando você pela manhã.

Tipo arrumando mesmo. Mesmo do memso.

Minhas criadas surgem ao meu redor assim que acordo, me servindo chá em uma bandeja de prata, me oferecendo um banho quente numa enorme banheria de mármore e até mesmo ensaboando minhas costas.

(Sim, é muito contrangedor tomar banho com uma plateia, mas parece que é o que esta Marinette faz todos os dias, então tenho que seguir com isso. Deduzi que elas já sabem como sou sem roupa...o que não me ajuda muito,na verdade.)

Essas mulheres até colocam pasta de dente na minha escova.

Elas escolhem um kimono para mim:  amarelo-claro, da cor da luz de uma vela, longo e tão formal para um dia comum que preciso me conter para nao rir. Elas trançam  meu cabelo para trás e o prendem com grampos que têm pequenas rosas brancas esmaltadas. Eu me olho no espelho, incrédula. Meus fios lisos incontroláveis e lunáticos foram domados em um penteado tão complicado quanto bonito.

Quase chego a acreditar que sou bonita, ainda que o crédito seja do estilista pessoal (ou qualquer que seja o equivalente disso no século XIX).

Nao há maquiagem em lugar nenhum, mas as criadas passam cremes com cheiro doce no meu rosto e pescoço e depois um pó com aromas de violetas. Quando acabam de colocar  os meus brincos de pérolas, realmente já me sinto uma grã-duquesa.

-Muito obrigada, senhoritas- digo. Educação faz parte da realeza, não é? Sentindo-me ridícula e incrível ao mesmo tempo, abro a porta e vejo Adrian.

Corrigindo: vejo meu guarda pessoal Chat noir.

Ele esta lá de guarda, de forma totalmente adequada e correta.

Seus olhos verdes-claros, quase culpados, encontram os  meus, e ele desvia o olhar.Talvez seja proibido olhar para a realeza. Lembro que superselebridades como Beyoncé as vezes tem adendos nos contratos estipulando que ninguém pode olhar pra ela nos olhos.Talvez as grã-duquesas sejam as Beyoncés desta dimensão.
Adrian versão gato preto sexy, melhor pensar nele assim, não fala nada. Claro. É provável que seja uma regra: ele nao pode dizer nada ate que eu fale alguma coisa primeiro.

-Bom dia Adri...quero dizer cat noir.

Sorrio sem graça para o mesmo.  Tenho que me acostumar a chamá-lo assim.

-Bom dia my lady-Sua voz e tão profunda e, ao mesmo tempo, tão gentil,- Espero que esteja se sentindo melhor hoje.

-Ah estou, sim, obrigada. Mas me diga, Cat noir, onde posso encontrar o coronel azarenko?

Ele franze a testa para mim

-Meu comandante?

-Sim. Ele mesmo

Adrian pode não ter sido capaz de encontrar azarenko no grande baile de omtem a noite, mas agora pode me passar a rotina dos oficiais, tudo isso. teremos recuperado o Miraculous dele ainda antes do almoço, e ate esta noite o meu estará consertado.

-O coronel azarenko foi para Baoding de manhã cedo my lady.

Baoding? Ele não está mais em Pequim?

-Ele devolveu o Mira...Ele lhe entregou alguma coisa antes de viajar?

A esta altura, o tenente cat noir deve achar que enloqueci.

-Não my lady. O que o coronel devia ter me dado?

Nem vou entrar nesse merito. Em vez disso pergunto.

-Quando é que ele retorna?

-Depois do ano novo, my lady.

Depois do ano novo?Isto e daqui a quase três semanas!três semanas.

Como é que eu vou fingir ser princesa por três semanas?
Emgulo em seco e penso:

acho que vou ter  que descobrir....


CONTINUA...



Notas Finais


Qualquer opinião ou crítica. Será super bem vinda!


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