História Uma chance para recomeçar. (nejiten) - O pergaminho.

A minha vida girava em torno de uma mentira, uma mentira que eu permiti que fosse real,  aquele pensamento infantil de uma criança que acreditava que o futuro nunca chegaria, acreditava que tinhamos todo o tempo do mundo.
Pois bem, o meu mundo desabou, percebi que é como se estivéssemos a um minuto da morte, aonde cada mísero segundo conta.

Já faz mais de um ano que a grande guerra ninja acabou, houveram muitas perdas nesse caminho, mas uma delas me machucou mais.
Um certo hyuuga se foi e nem me deu a chance de lhe contar tudo que estava entalado a muito tempo, ou talvez eu tenha tido essas chances mas ingênua e infantil não as aproveitei pois temia o que viria depois daquilo.

  Meu medo não deixava de ser compreensível, o que o gênio do clã mais poderoso de konoha iria querer com uma kunoichi fraca como eu?  Eramos do mesmo time, mas perto dele eu era nada.
  Como ninja, eu sei que preciso guardar tudo isso atrás da minha bandana, pode ser errado mas agora só resta esperar até que tudo se converte sozinho.
  Lá estava eu, sentada sobre uma poltrona bebendo a minha xicara de café, olhei para o calendário com atenção, hoje é o dia dele. O dia em que hiyuuga neji completaria 19 anos de idade.
  Me levantei da poltrona soltando minha xícara sobre a mesa, entrei no meu quarto joguei meu pijama longe e vesti uma calça escura junto de uma blusa branca, joguei minhas pantufas longe antes de calçar meus tênis. Arrumei meu cabelo, atando meus típicos dois coques.
  Sai do quarto encarando a foto do time Guy com carinho, pensando o quanto os agradeço por terem sido a minha família.
  Tranquei a porta e escondi a chave em baixo do tapete. Cheguei na porta da floricultura yamanaka, e como o esperado fui muito bem recebida pela loira.

-   Tenten ! Que bom que está aqui queria te convidar para ir ao shopping comigo e com a Sakura.

Ela sorria simpaticamente e continuava a falar sobre coisas sem sentido, e embora eu quisesse ouvi-la não conseguia.

-   desculpa Ino mas eu preciso ir ao cemitério é um dia especial para alguém que está la.

O sorriso da loira se desfez por alguns minutos, mas logo fez questão de atender ao meu pedido e escolheu as mais belas flores dali.
E insistente me acompanhou até o cemitério para levar flores para aqueles que eram importantes para ela.

Chegando lá ela foi na direção do túmulo do seu pai, e eu parei uma fileira antes e me ajoelhei na frente do túmulo do hiyuuga aonde já estava acostumada a me ajoelhar, soltei com delicadeza um lírio branco de tamanho médio sobre a pedra.

-   feliz aniversário Hiyuuga Neji!

  Minhas lágrimas subiram com força e minha respiração falhou, meu coração apertou,  precisava gritar até minha voz falhar,  mas jamais demonstraria o quão fraca e sensível eu sou.
  Ergui minha cabeça e engoli tudo que estava prestes a jogar para fora.
   Fiquei de pé vendo a loira colocar uma das suas últimas flores sobre o túmulo do seu sensei Asuma. Ela se aproximou e soltou uma pequena flor ao lado da minha no túmulo do hiyuuga.

-   feliz aniversário, hiyuuga neji, não eramos muito próximos mas lhe entrgo essa flor com carinho.

Sorri ao ver o quão doce àquela loira poderia ser, sorri.


-   Tenten ! Você está ai?!

Ouvimos gritos agudos vindos de fora do lugar, chegamos na entrada e demos de cara com o Lee que estava aos plantos ali, corri na sua direção lhe acertei um tabefe na cabeça.

-   Tenten-chan!

Ele esfregou a cabeça com as mãos.

-   esta desrespeitando este lugar!

-   desculpa, mas o Hokague está solicitando a nossa presença!

Me despedi da loira e fui em direção a sala do hokague, certamente estava surpresa, o time Guy tinha sido deixado de lado após termos perdido membros do grupo.  Chegamos na porta que foi aberta antes que pudessemos tocá-la pela Shizune.

-   Kakashi-sama! O time Guy chegou.

O hokague deu um longo suspiro, pois não gostava de ser tratado tão formalmente como Shizune se acostumou.
 Ele nos mandou na busca de alguns pergaminhos em um túnel ao norte de Konoha , era uma missão tão boba que nem sequer vi o Lee naquele entusiasmo,  o que somos aos olhos deles? Inúteis?
  Chegando lá recolhemos os pergaminhos que estavam no total de cinco, eram velhos e amaçados porém valiosos, mas aquilo não deixava de ser deprimente.
Levei um pergaminho um tanto curioso, o segurei mais alto para ver o que estava escrito.

" pergaminho sagrado dos mortos "

Certamente fiquei mais curiosa pelo conteúdo que estava contido ali, parei de caminhar e o abri um pouquinho.

-   Tenten isso é propriedade do Hokague.

-   estou apenas procurando pelas instruções!

Escorreguei mais o papel para revelar as instruções, logo percebi que não deveria ter olhado naquilo, mais um erro para minha coleção.

"...o primeiro ninja que estiver a sua posse será o seu dono em seus últimos três dias.  Nada e nem ninguém mudará a ordem do pergaminho amaldiçoado. "

-   isso estará nas mãos do hokague então não se preocupe.


Concordei com a cabeça, e seguimos a caminhar, em cerca de dez minutos chegamos a sala do hokague, lhe entregamos o pergaminho e voltamos para as nossas casas.

Ao chegar em casa senti todo aquele sufoco vir dali, ali era o meu perdimento, sozinha e inútil era com eu me sentia.
Deitei sobre a cama pensativa.

-   o que Neji estaria fazendo agora?

Senti a tristeza me consumir, eu deveria me desapegar do passado, mas como? O presente era doloroso, o futuro era um mistério, o passado era formado por todas as lembranças de que não quero me esqueçer, mas não vale a pena sofrer por alguém que já se foi.
 Falava apenas na minha mente pois temia que alguém descobrisse o segredo que guardava a sete chaves, o sentimento que engoli junto com as lágrimas, com a dor e com o desejo.

Me remexi a noite toda, algo me impedia de dormir, abri os olhos e me virei de lado, encherguei uma pequena luz a minha frente e tenho certeza de que não estava ali antes, ao ver essa luz se mover pulei de cima da cama e dei um grito que eu tenho certeza de que konoha inteira ouviu.
Prestei atenção e percebi que era o pergaminho de antes, a principio fiquei assustada, tomada pela insistente vontade de abri-lo o peguei nas mãos e comecei a ler.


"...Esse é o pergaminho dos mortos, mas foi designado para os vivos, assim que escolher um dono irá persegui-lo, irá oferecer-lhe esta chance única, a chance de dar vida aquele que a muito está sem.

  Daqui a três dias o seu poder se tornará pó, más o pergaminho sem valor continuará para provar a aqueles que desacreditam.  Apenas poderá ser usado por mãos que sustentam um grande coração, Caso contrario, o seu poder se perderá junto até mesmo ao papel. "

-   que?


Minha mente entrou em colapso, eu teria a chance de dar vida a alguém que já morreu conforme o meu coração desejasse.
  
   Me sinto errada, não deveria tê-lo tocado, certamente o Hokague o usaria para um bem maior do que o meu.
Mas não posso estragar essa chance, ou perder este poder.
  Vesti meu uniforme e sai de casa , minhas lagrimas transbordaram pelos meus olhos, certamente de alegria, e de estrema preocupação.
   Isso só poderia ser um sonho, mas não tenho pressa em acordar, consequências nem se passavam pela minha cabeça.
 Só conseguia pensar em uma coisa, ou melhor em alguém, tudo que eu queria era poder olhar mais uma vez no fundo daqueles olhos perólados. 

-   me aguarde... Neji-kun.