História Uma Esposa Para o Hokage. - Em meio ao caos, Vitória.

Sakura analisava novamente sua imagem no espelho enorme da sala de treinamento.Até que concordava com Tenten; branco dava lhe um ar sofisticado e respeitoso, quase como uma mulher seriamente casada. Casada. A palavra viajou por sua mente e a kunoiche tentava aliviar seu peso que pareciam toneladas " É de mentira" dizia para si mesma " pelo menos é com um homem incrivel" e assim ia se consolando, mantendo se firme em sua decisão.

Os saltos altos que usava não combinavam muito com sua pessoa, mas queria impressionar. Odiava tanto quanto Shikamaru aqueles dois Kages; mas no seu caso, nem precisara trocar uma palavra sequer com ambos. Só de estarem jogando tão sujo contra um de seus amigos, seu sangue fervia de raiva, dando a um novo arroubo de coragem e firmeza para enfrentar tudo que viria a seguir.

Teminada a inspeção, cruzou todo o corredor onde ficava a sala do Hokage e seus pensamentos viajaram para o rosto estupefato de Kakashi três dias antes de enfim por na boca do povo seu novo compromisso. Iam começar com quem mais se interessavam por ele.

"— Não precisa fazer isso por mim, Sakura - Kakashi resmungou, largando os papéis que lia na mesa — Eu não quero que se sinta pressionada a me ajudar porque acredita que tenha alguma dívida comigo."

Fora uma longa negociação. Kakashi sensei podia ser muito teimoso quando queria, mas desconfiava de que sua efusiva negativa no primeiro dia em que fora bombardeada com aquele plano ainda o ofendia.

"— Farei por nós dois, Kakashi sensei. Eu devia ter avaliado essa ideia desde o início, mas fiquei nervosa e me descontrolei. Eu não quis ofende lo, por favor acredite."

Kakashi lhe respondeu que acreditava, mas seu olhar se suavizou, como se so naquele momento tivesse a perdoando de verdade. Mesmo assim, negava sua ajuda no plano.

"— Não. Nao faremos isso."

"— Uma vez o senhor me disse que sempre seríamos uma equipe. Não importa se Naruto e Sasuke não estão nessa; continuamos a ser uma equipe. Eu não estou somente aqui para ajuda lo;tenho também um objetivo. o senhor pode escolher acreditar, e me ajudar nisso,ou podemos separadamente sofrer com nossas frustrações."

Mencionar a antiga equipe o abalou. Levantou se de sua cadeira, caminhou pela sala, pensativo. Olhava para Sakura, olhava para a paisagem magnífica vista pelas enormes janelas e voltava a olhar para a ex aluna. Sakura já sentia as bochechas corarem com aquele olhar avaliativo.

"— É uma missão diferente de todas as outras.

— Eu sei.

— Não quero que acredite que me deve algo, Sakura.

— Devo, mas não estou aceitando por isso — mentiu — Estou aceitando essa proposta mais por mim do que pelo senhor, na verdade.

— São cinco meses.

— Eu sei. e aceito.

— Não me deixe se arrepender de concordar com isso, Sakura.

— Não me deixe achar que está me rejeitando, Kakashi sensei. De logo seu veredicto."

E era por isso que estava ali naquele momento, caminhando pelo extenso corredor que nunca parecera tão grande. Depois que autorizou a entrada de Shikamaru ( que saiu da sala a pedido do Hokage porque não continha seu alivio) Kakashi ordenou ao conselheiro que reunisse toda a aliança Kage o quanto antes; tinha um comunicado importante para dar a Isamu e Yume, especialmente.

Aqueles três dias de espera pela reuniao foram angustiantes para Sakura; além de combinar com Shikamaru que o assunto permaneceria em segredo até segunda ordem, toda vez que tinha que lidar com Kakashi sensei suas bochechas coravam intensamente, enquanto o outro mal parecia notar que em breve a mulher seria sua esposa, mesmo que de mentira.

Agora enfim chegará o momento; os Kages saberiam de tudo, e consequentemente todo o povo de Konoha também. Sakura já planejava sair da torre Hokage correndo para a casa da mae; Se ela desmaiasse quando soubesse de tamanha novidade, pelo menos era médica.

Parou diante a porta e respirou fundo. Tentou convencer a si mesma que estava tudo bem, Que estava fazendo o certo. Repassou mentalmente oque precisaria falar e abriu, entrando devagar na sala de Shikamaru.

— Você chegou — o sorriso do amigo estava confiante, suas roupas impecáveis como costumavam ser antes do terror que passara buscando soluções — vamos?

— Estou nervosa — confessou Sakura, esfregando as mãos compulsivamente no vestido como prova do que havia dito.

— Não fique. Quando escutar uma só palavra da boca deles, sentirá é prazer em estar fazendo isso — o conselheiro pôs a mão em suas costas para encoraja lá a andar — primeiro as damas.

Sakura prendeu a respiração quando entrou na sala do Hokage, e a porta atrás de si bateu, fechada por Shikamaru. Os olhos de todos presentes se voltaram em sua direção, e tentou ignorar o fato de que era a única pessoa, fora Nara que comumente estava ali, de pe.

Caminhou devagar e com passos decididos até a mesa cheia com as pessoas mais poderosas do mundo shinobi. O silêncio era um  grito em seus ouvidos mas ao ver Tenten sentada na extremidade oposta da mesa soltou o ar, mais aliviada. Parou ao lado da cadeira suntuosa que Kakashi estava sentado, a pose de quem pouco se importava com quem fosse que estivesse ali o ameaçando, os olhos penetrantes em sua direção. Sorriu para o sensei com cumplicidade, e virou se para os Kages na mesa.

— Olá. Presumo que me conheçam — estava tão orgulhosa de manter a voz firme — Sou Sakura Haruno e ...

— Sim, a bela Sakura — Isamu trajava roupas pretas, que gentilmente insinuavam para Kakashi que era um luto pelo fim de seu mandato — Alguém aqui precisa de cuidados médicos? Oh — riu, e seus olhos encontraram Shikamaru parado do lado oposto ao de Sakura na cadeira do Hokage — Você vai desmaiar, garoto?

— Eu não — Shikamaru mantinha a voz firme e calma. Se o Tsuchikage não fosse tão prepotente, poderia enxergar em seu olhar que não teria daquela reunião oque esperava — Mas nunca se sabe, não é?

— Oque a garota está fazendo aqui, Kakashi? — Yume já estava irritada com a presença de Tenten, que ocupava uma cadeira na mesa como se fosse uma Kage naquela discussão — Isso é uma reunião confidencial. Ja não basta Gaara que trouxe a esposa para ...

— Cale se, Mizukage. Se não quer problemas diretos comigo, não ouse falar algo sobre minha esposa — Gaara tinha os braços cruzados sobre o peito, o olhar sério e penetrante de sempre — Não me faça repetir.

— Oh sim — O Raikage virou se para Gaara, recordando se de algo — Fiquei sabendo que terá um herdeiro. Meus parabéns, senhora — acenou respeitosamente para Tenten — O felicito, Kazekage.

— Obrigado — Gaara murmurou.

— Vamos direto ao ponto, por favor— Isamu tinha certeza da renúncia de Kakashi. Nunca fora visto com tanto bom humor. Usava ate palavras gentis — Oque essa jovem faz aqui ? Kakashi, espero não estar usando da beleza de sua ex aluna para nos impressionar.

Sakura se conteu para nao revirar os olhos. Estava agradecida que a ordem de Kakashi era nao prolongar o assunto com aqueles dois, já que não aceitaria agir como se tivesse se explicando.

—Vocês decerto ficarão impressionados — Kakashi sorriu debaixo da máscara — Ao contrário do que imaginam, nao os convidei para uma reunião para renunciar ou algo assim. Isso não tem nada haver com o documento Kage — viu com satisfação a alegria fugir do rosto de Isamu e Yume, e sabia que aquilo era o único assunto no qual queriam ouvir falar — Eu sei que estavam esperando esse tipo de anúncio, e me dói profundamente decepciona-los.

— Dói mesmo? — questionou Shikamaru com um sorriso matreiro.

— Nao. mas vamos manter aqui a pose de homens decentes que não usam de táticas sujas — Kakashi juntou as mãos debaixo do queixo, respirando fundo —  Nao ficarei enrolando. Chamei os aqui para anunciar meu casamento.

— Oque? — Isamu pulou de sua cadeira, descrente. Olhou fixamente para o Hokage esperando ter ouvido errado — e como pode dizer que não tem nada haver com o documento Kage!? Hatake, não temos tempo para brincadeiras! Renuncie ou ignore o decreto, seja homem!

— Isamu, não seja tão precipitado. Como eu disse, vamos manter a pose de homens decentes que não usam de táticas sujas — Kakashi dialogava com o Tsuchikage como se falasse com uma criança — Eu não vou renunciar, muito menos ignorar um mandato. Quem quebra as regras no mundo ninja pode ser considerado lixo. Eu não faria isso — deu de ombros — Estou envelhecendo e me cansei da solidão dos meus dias. Graças a vocês dois, meus preocupados amigos, abri meus olhos para isso. pensei que se voces tiveram todo esse trabalho modificando um documento para que eu casasse, deviam estar realmente querendo me ajudar. Resolvi então me casar e trazer paz a vocês dois, e alegria a minha vida.

Sakura quase fora incapaz de conter a risada. Pôs a mão na boca discretamente, abaixando a cabeça com a intenção de não piorar as coisas para o seu lado, quando descobrissem quem seria a noiva cúmplice que frustraria seus planos.

Gaara e Shikamaru não se importaram no entanto. Suas risadas ecoaram pela sala e a esposa do Kazekage balançou a cabeça, sorrindo. Sakura achava até que o ar se tornará menos hostil com o bom humor daqueles dois, que mantinham nos rostos um sorriso vitorioso. Sentiu o nervosismo abandona lá.

— Está zombando de nos ? Isso é uma pegadinha? — O rosto da Mizukage estava rubro de irritação — Pare com seus jogos ridículos, Hatake! Onde está sua noiva, então? Por acaso essa menina aí é a enfermeira pessoal dela? Qual a idade dessa pobre mulher?

— Nao sou enfermeira, senhora. Sou a médica chefe do hospital de Konoha — Sakura ergueu se no seu salto pela primeira vez, desde que o colocará nos pés — A idade dessa pobre mulher é 19 anos. Muito prazer — virou se para Isamu que parecia ter entendido tudo; seus olhos estavam arregalados de descrença – Me interromperam antes, então não pude terminar de falar. Sou Sakura Haruno, por enquanto — Seu sorriso faiscou vitorioso em direção ao Tsuchikage — Em breve podera me chamar de senhora Hatake.

Oh, aquilo fora melhor do que planejara. Intimamente comemorava suas palavras firmes e convictas. Shikamaru tinha razão; não era preciso muito para aprender a odiar aqueles dois.

A surpresa com a notícia durou menos de três segundos para o Kage da Pedra.

— Sua aluna? — a indignação na voz de Isamu prometia insultos terríveis — Quando foi que isso começou, Hatake?

— Agora devo lhe contar de minha vida pessoal? — os olhos de Kakashi se mantinham tediosos, embora as palavras de Sakura lhe enchessem de satisfação — Cada passo que dou deve ser monitorado por você?

— Ela é uma menina!

— Não era uma menina a alguns segundos atrás, quando você a devorava com os olhos — Kakashi encarou seriamente o Tsuchikage — Dê me o devido respeito, Isamu. Nenhum homem aceitaria que alguém olhasse assim para sua noiva.

— Você quer lutar? — O Tsuchikage se pôs de pe, furioso — Não tem o menor respeito, agindo dessa forma para fugir do decreto. Acha mesmo que aceitaremos algo assim?

— Não vim pedir sua permissão, muito menos preciso disso. Essa reunião é exclusivamente para convidá -los ao meu casamento, daqui a uma semana, um dia antes do meu mandato completar um ano — olhou sugestivamente para Shikamaru — que coincidência, não?

— O documento Kage diz...

— Que devo ser casado dentro do prazo, Yume? — Kakashi deu de ombros — Eu sei ler. Ou vao inventar novas regras, para bondosamente me ensinarem a governar?

— Não podem, nao é mesmo Isuma? Qualquer outra regra absurda que você queira acrescentar, terá que esperar cinco longos meses para ser selada, isso se for aceita — Gaara sorriu para o Kage da Pedra, debochando — Mas não estamos aqui para falar de decretos e sim de um casamento. Não era isso que vocês queriam?

— Era exatamente isso — sorriu o Raikage. Sempre acreditou na inteligência de Hatake.

— Casamentos forjados não serão aceitos. Você leu mesmo, Rokudaime? Alta traição, caso seja descoberto — gritou Yume — perderá muito mais do que seu posto de Hokage, perderá seu respeito como ninja.

— Forjado? — Sakura inocentemente olhou ao redor, parecendo chocada — Porque jogariamos sujo assim, quando todos aqui agem respeitosamente uns com os outros?

— Quero ver oque seu conselho vai pensar quando souber que você casara com essa garotinha — rosnou Isamu.

— Meu conselho sabe e aprova — Sakura pos a mão no ombro do Hokage, e estremeceu quando Kakashi pos a dele por cima da sua — minha noiva é muito bem vista por Konoha, como vocês dois devem saber.

— Ninguém se deixará enganar com essa  farça — Yume estava transtornada. Oque faria com o champagne que pediu para comemorar a queda de Hatake? — Faça oque quiser, jsso somente adiara nossos planos. Quando você for acusado de falsificação e alta traição, sairemos da aliança com muito mais razão, destruiremos o seu nome!

— Eles não acreditam no nosso amor — Sakura baixou os olhos para Kakashi, que deu de ombros — Tudo para eles é esse decreto absurdo e bobo?

— Eu já anunciei oque eu pretendia. Vocês estão mais que convidados para presenciar minha felicidade. Enfim poderei governar como um líder deve ser — levantou se e afastou a cadeira do caminho para ficar ao lado de Sakura — Quero que estejam aqui, os dois. Mas entenderei se caso recusarem.

— Pode contar com minha presença, Hatake — Isamu ergueu se de sua cadeira com a expressao de uma cobra que fora muito provocada — Nao me importo quanto tempo levara sua queda; apenas quero assisti la. Vejamos como lidara com um casamento forjado com uma adolescente dez anos mais nova.

— São treze anos — Kakashi sorriu.

— Oque todos irão pensar de você? Deu aula para essa menina – Yumi também se erguera, os olhos faiscando em direção a Sakura — Você devia se envergonhar.

— Sempre solicita, Yume. Agradeço seus conselhos. Agora se não se importam — Kakashi apontou com a mão para a porta — Temos um lindo casamento para organizar. Espero que vençam essa animosidade e compareçam. Isso é tudo.

Shikamaru abriu a porta para os dois Kages, que ainda encaravam Kakashi com o maior ódio do mundo. Os olhos negros de Isamu pararam por um segundo em Sakura, a estudando.

— Não posso deixar de lhe dizer, Hatake — Sakura sentia se suja com aquele olhar que o Tsuchikage lhe dava — Foi uma bela jogada.

— Já lhe avisei sobre esses olhares, Isamu. Não morda oque não pode mastigar, você não irá gostar de um problema desses comigo — Toda vez que os olhos do Kage da Pedra se viravam para Sakura, Kakashi sentia se culpado por permiti la passar por isso — retirem se.

Com um último olhar furioso, Isamu Hiro saiu da sala ao lado da transtornada Mizukage.

— Isso não ficará assim, Hatake.

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Sakura resistiu a vontade de dizer a Kakashi que não poderia ficar nem mais um segundo quando o Hokage pediu que esperasse mais um pouco, mesmo que todos os outros estivessem indo embora. Os olhos de Tenten brilharam divertidos em sua direção e Gaara segurou sua mão gentilmente, elogiando sua postura decidida perante aos dois Kages. Foi pega de surpresa quando Shikamaru a apertou entre os braços, a agradecendo por te lo permitido ver a expressão de descrença no rosto de Isamu. O Raikage foi o último a sair, mas seus elogios a Kakashi foram estendidos a ela como " inteligente e brilhante" e gostou automaticamente dele. O Kage a parabenizou e se despediu prometendo voltar para seu casamento na semana seguinte; teve a delicadeza de não perguntar se era um compromisso verdadeiro ou não.

— Ainda está segura de sua decisão? — Questionou Kakashi, os olhos bicolores avaliando sua reação quando ficaram sozinhos na sala — Sabe que pode voltar atrás a qualquer....

— Estou segura disso, sensei — Sakura sorriu para o homem a sua frente — Agora mais que nunca. Como o senhor conseguia aguentar esses dois? Kami, são tão prepotentes que eu queria soca -los!

— Eu disse a você que a vida de um Hokage tinha seus martírios — Kakashi apoiou se em sua mesa, ainda virado para a médica ninja — Mas eles estão certos de uma coisa, Sakura. Alta traição e falsificação nos traria problemas piores do que ignorar um decreto.

— Casaremos de verdade — Sakura não entendia onde o homem queria chegar. Aquilo tudo já lhe fora repassado umas dez vezes por Nara — Tudo será oficial, não foi isso que Shikamaru disse?

— Oque quero dizer é que pelo período da missão, como você mesmo deu nome, teremos que morar juntos — Kakashi manteve seu olhar no dela. Parecia falar da previsão do tempo e não de algo que mudaria suas vidas — Aqui, no prédio Hokage.

— Shikamaru me pôs a par disso.

— É um pouco mais complicado, Sakura. Com excessao dos poucos que estão por dentro desse assunto, ninguém mais poderá desconfiar de que estamos fingindo. Temos uma boa desculpa de que a conduta ninja não é muita dada a... sentimentalismos.

— É... bom...

— Não que eu desconfie dos meus subordinados, mas também não confio a ponto de fechar os olhos e dormir profundamente. Anbus estão ao meu redor o tempo todo; supostamente para proteçao. Alguns já apareceram dentro de minha casa, quando pensaram que eu estava em risco. Oque quero dizer é que ninjas traidores são raros, mas não inexistentes. se tornar um renegado é comum para alguns que so buscam por dinheiro ou poder. Estou lhe dizendo isso porque...

— Teremos que dormir juntos. Eu sei.

Kakashi não esperava por aquilo. Olhou surpreso para a menina, e Sakura teve certeza que Shikamaru não mencionara para o chefe que já tinha a deixado a par de certas consequências de sua decisao. Quando soubera de tudo, até pensara em desistir, mas se negava a dar para trás em sua palavra como se fosse uma garotinha insegura.

— Shika me contou sobre tudo — Quis manter a voz neutra, mas o nervosismo começava a afeta lá — Eu preferia que pudéssemos pelo menos dormir em camas separadas, já que era normal em missões que acabassemos dormindo no mesmo lugar. Mas...

— Não vou obriga la a ficar desconfortável.

— Não se preocupe — Sakura temia falar demais e Kakashi dar por encerrada uma missão que mal começaram — Eu entendo, de verdade. Só peço uma coisa.

— A maior parte da cama? – o Hokage arqueou uma sombrancelha.

— Não — Sakura riu. Kakashi podia levar as coisas com muita diversao quando queria — Deixe me decorar o quarto.

Kakashi sorriu, balançando a cabeça.

—  Rosa e branco?

— Porque acham que mulher sempre quer rosa?

— Mas nao é?

— É — Sakura bufou — Eu sempre tive no meu quarto pelo menos uma parede rosa. Quando fui morar sozinha, coloquei tudo desta cor; até alguns móveis. Mamãe dizia que eu não ia crescer nunca.

— Uma parede só, então? — questionou Kakashi.

— Você se importa com decoração? Essa eu não esperava — Sakura sabia que tecnicamente a casa era dele. Mas já que teria que viver ali por um tempo considerável, podia fazer pequenas mudanças, não podia? — Eu não sei como é sua casa aqui dentro da torre mas imagino sempre tudo muito branco.

— Imaginou certo. Mas tenho uma parede — Kakashi pareceu desconcertado por um segundo — com desenhos de... shurikens.

— Ok, isso também foi inesperado. No quarto nao é?

— É — O  Hokage deu de ombros — Foi ideia do Shikamaru.

— Sei — Sakura balançou a cabeça, rindo — Kakashi sensei, o senhor nunca deixa de me impressionar.

— Positivamente?

— Quase sempre.

— Falar em impressionante — Kakashi resolveu mudar de assunto quando seus olhares pareciam fixos demais um no outro — Você foi muito bem com aqueles dois. Estou orgulhoso.

— Eu também. Cogitei que mal conseguiria falar, mas foi mais fácil do que imaginei — Sakura só não mencionaria que estava muito aliviada por aquilo ter acabado — Kakashi sensei, o senhor sabe que com os Kages sabendo do casamento, é questão de tempo até Konoha saber da novidade. Imagino que a indignação do Tsuchikage tenha o levado a dizer algumas maldades por aí — escondeu seu desconforto com aquela possibilidade — Se importa se eu for para casa de meus pais, contar eu mesma esse assunto para eles?

— Não. Você quer que eu vá junto com você?

— De forma alguma. Não o farei passar por isso — Sakura suspirou, imaginando a cena que presenciaria — de toda forma nos vemos amanhã, certo? Temos que almoçar juntos, segundo Shikamaru.

— Você provavelmente ouvirá coisas maliciosas, Sakura. Quero que não esconda de mim seu desconforto; diga me oque ouvir e os nomes a quem devo punir. Como um Hokage as pessoas dessa vila não irão me dizer nada diretamente, mas imagino oque pensarão. Posso decretar que ninguem a incomode com isso.

— Não se preocupe, eu mesma cuidarei de qualquer engraçadinho que tiver coragem para me dizer alguma coisa — Aproximou se do rokudaime para lhe fazer uma mesura, mas Kakashi a impediu novamente como fizera na festa, segurando seus ombros — Ah, eu...

— Sakura, as vezes penso que faz isso apenas para me provocar — o sorriso travesso que a menina lhe deu comprovava suas suspeitas — A proposito... Está linda nesse vestido.

— É... muita gentileza sua — Sakura  afastou se, rubra. Porque desde que se tornaram noivos corava com tanta facilidade? E céus, porque ele tinha que elogia la? — O senhor também... é... Eu tenho que ir.

Kakashi sorriu, assentindo.

— Até amanhã, futura senhora Hatake.

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Sakura observava a mãe andar de um lado para o outro, falando sobre uma festa que haveria no final de semana de uma grande amiga que Sakura nunca ouvirá falar; desconfiou de que a palavra " grande" fora resultado de alguma fofoca que sua mãe e a mulher até então desconhecida deviam compartilhar com o mesmo nível de entusiasmo. Revirou os olhos, cansada. Chegará em sua antiga casa temendo como diria a seus pais que casaria com o homem mais importante de Konoha que por uma estranha coincidência, fora seu antigo professor, e já estava ali a uma hora ouvindo da mae informações que mal se dava o trabalho de registrar.

— Mãe, eu vou me casar — as palavras saíram apressadas em um tom de irritação que já não conseguia mais conter — Com o Hokage.

Sua mãe paralisou onde estava e seja lá oque estivesse falando sobre o penteado que usaria na tal festa, foi substituído por um silêncio chocado. Virou se para a filha e a descrença brilhava em seu olhar.

— Não seja boba, saky.

— Não sou. Vou me casar semana que vem com o Hokage, que vocês conhecem como Kakashi Hatake. Queria ser a primeira a lhe dizer isso, mãe. Era pro papai estar aqui mas com ele eu me entendo depois; minha preocupação maior era a senhora.

— Kakashi Hatake? O ninja de elite?

— O Hokage, mãe.

— Aquele dos cabelos espetados?O mascarado?

— Ele mesmo — Sakura suspirou, sabendo onde aquilo ia chegar.

— Oque eu disse uma vez que era o mais bonito entre os senseis da academia ninja?

— Esse mesmo.

— Você está brincando comigo — A mãe a observou por mais alguns segundos. Sakura fechou os olhos esperando os gritos — Puta sorte danada, garota!

Não eram bem esses gritos que esperava. Abriu os olhos, chocada. A senhora Haruno erguia os punhos em vitória, exatamente como Naruto fazia toda vez que alguém perguntava sequer o seu nome. Inesperado, mas melhor que o esperado, sussurrou para si mesma.

— Sakura eu sei que você não mente, nem preciso duvidar disso. Ah! Como vou anunciar isso para minhas amigas? Minha filha, minha única bebezinha será esposa de um Hokage! Vem cá — olhou na direção da filha, animada— Ele te pediu em casamento?

— Foi, Mãe.

— Sakura! Que maravilha, filha! Eu nem sabia que você namorava com ele... tá certo que é um pouco velho pra você mas quem se importa? Ele é o Hokage!

— Sim, ele é — O desânimo de Sakura se misturou ao seu alivio. Agora poderia se levantar e ir para casa; sua mãe daria conta de espalhar a notícia aos quatro ventos caso os dois Kages odiaveis não tivessem feito isso —  Era só isso, mãe.

— Como assim só isso? Como será esse casamento? Quanto tempo temos? Uma semana, você disse... uma semana, Sakura? Como vou organizar isso??

— Mãe, não se preocupe e nem tente! Já conversamos e decidimos que Ino ira cuidar de todos os detalhes. Se quiser ajudar, por favor somente contenha sua animação.

— A menina Yamanaka? — A senhora Haruno bufou — Ora, mas ela já sabe do seu casamento antes de mim!?

— Não sabe. Vou contar ainda, mas duvido que ela recuse um pedido desses. Ela decora as festas de Konoha a algum tempo.

— Ela não é médica?

— Podemos ser mil coisas, mãe — Sakura respirou fundo — Apenas por favor, confie em mim. E não vá atrás de Kakashi, ouviu bem?

— Ah, se você quer assim — A mãe deu de ombros — aposto que terá tudo que quiser nessa festa... Vou ligar para Naomi e contar a novidade! Ela ficará chocada quando souber que a festa dela não será nada comparada a da minha filha!

Beijou o rosto de Sakura, e saiu animada para encontrar o telefone.

Sakura bufou, calçou os sapatos e decidiu ir embora; estava feito. Agora era só avisar a Ino de que não era tão burra como a loira insinuara.

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Sakura imaginava que quando a notícia percorresse a vila os olhares se virariam  em sua direção, mas não imaginava que seria parabenizada pela maioria das pessoas que encontrava no caminho e tinha coragem suficiente para falar com ela sobre o assunto. Quando alguns perguntavam se era mesmo verdade, já se preparava para mover os punhos, mas não foi preciso usa -los. Se alguém estivesse contra ou achando aquilo uma imoralidade, estava achando calado ou a sussurros que nunca ouviu.

— Sensei, eu não esperava que recebessem tão bem essa notícia — Estava almoçando com Kakashi, sozinhos em um dos salões da torre Kage. Shikamaru havia os convencido de que demonstrações como aquelas eram ainda mais necessárias na frente dos funcionários daquele prédio, já que a palavra de um era mais levada a sério quando virava fofoca — Pensei que seriam maldosos por conta da idade ou do fato de ter sido o líder do time sete...

— Os tempos são outros, Sakura. E não quero decepciona lá, mas muitos não ousariam insinuar algo sobre um Hokage sem fundamentos concretos. Muitos sabiam que você tinha um laço com sasuke até pouco tempo por assim dizer; podem concluir então que, enquanto você era jovem demais, nunca ousei tentar alguma coisa pois supostamente você e o Uchiha estavam ligados; todos viram sua defesa incansável por Sasuke quando foi considerado dar lhe o perdão por suas atividades no caminho tortuoso que escolheu.

Falar de sasuke doia, mas nao ia mencionar isso para Kakashi. Assentiu, tentada a mudar de assunto.

— O senhor mandou uma carta para o Naruto? — ouvirá algo sobre isso quando bateu em sua porta na manhã daquele dia — É sobre nossa missão?

— Sim — Kakashi revirava sua comida vezes demais para o gosto de Sakura. Porque nunca perceberá aquela mania dele? — Eu lhe disse o porque estamos fazendo isso e autorizei sua volta para o casamento.

— Mas e se a carta...

— Está selada. Se alguém tentar rouba lá no caminho, ela se auto destruira — Kakashi olhou em direção ao prato ainda cheio da ninja médica — Coma.

— Oque será que ele vai achar disso tudo? — questinou Sakura, e não podia negar que sentia um pouco de nervosismo— Naruto pode ser bem explosivo as vezes.

— Ele irá entender, porque essa é a única opção disponível para ele — apontou os hashis para a comida de Sakura — Coma.

— Eu nao... Estou com fome.

— Tente comer.

— Me sinto ansiosa demais, Kakashi sensei — Pôs a cabeça apoiada nas mãos — Eu contei a Ino sobre o casamento; disse que ela pode organizar tudo. Estou com medo da exposição que será já que aquela maluca nunca faz nada pequeno e simples.

— Passará rápido — Kakashi não parecia de bom humor aquela manhã. Sakura começava a desconfiar de que o antigo sensei também não queria passar por aquilo — Estou lhe dizendo pra comer, Sakura. Comece de uma vez.

— Não poderá me dar ordens apenas porque será meu marido — resmungou, tentada a dar uma desculpa e sair de fininho. Porque ele não entendia que não conseguia comer quando estava ansiosa? — Eu...

—  Não estou lhe dando ordens porque serei seu marido. Estou lhe dizendo para comer porque uma ninja médica deve ter a saúde em dia para exercer sua profissão. Ah, e porque sou o Hokage — definitivamente não estava com o melhor dos humores — De um jeito de comer, vamos.

— Negarei qualquer convite seu a partir de hoje — resmungou, colhendo com os hashis um pedaço de peixe — Ira monitorar meu almoço quando nos casarmos? Deixe me saber para nunca estar em casa.

— Mandarei busca la onde estiver. Escute — Sakura ergueu os olhos verdes para o Hokage — ouvi dizer que você estará em uma despedida de solteiro. Isso é verdade?

Sakura deu de ombros.

— Coisa da Ino. Gaara a fez prometer que será só entre as meninas, e assim deixou Tenten em paz para participar. Você se incomoda com isso?

— Não — Kakashi voltou a revirar sua comida — Só gostaria de saber.

— Kakuro me disse que vocês também irão se divertir. Se importa que eu faça um pedido?

— Faça — Kakashi a olhou intensamente.

— Eu sei que é um casamento de mentira sensei, mas eu não quero que... bem, você sabe; todos os outros pensam que é verdade. Eu odeio ter que pedir isso porque não temos nada a ver um com a vida do outro, mas quero lhe pedir... discrição com seja lá oque resolver fazer — se sentia tão estúpida, mas antes corada do que taxada de corna.

— Não sou esse tipo de homem — Kakashi realmente não estava no seu melhor dia. Talvez devesse ter deixado esse assunto para depois — Mas em todo caso, não se preocupe com isso. Posso me sentir então a vontade para lhe pedir o mesmo?

— Acho que sabe que nem precisa — Agora era ela quem revirava a comida — pode acreditar na devoção e fidelidade da sua querida esposa.

— Não deboche, Sakura.

— Sensei, oque há? Porque está agindo assim, é tão raro que algo lhe irrite. São os Kages? — questinou — Estão tentando algo?

— Não.

— Oque, então?

— Sinto me culpado por você estar perdendo meses de sua vida — confessou, largando os hashis na mesa — me pergunto onde estava com a cabeça quando aceitei esse absurdo. Não é justo com voce.

— Não me obrigou a nada.

— Também não a desencorajei.

— Estamos fazendo oque é preciso.

— Não chamo isso de fazer o certo, no entanto — Kakashi respirou fundo —  Mas já que está feito, não vou voltar atrás. Mas claro, você pode desistir quando quiser, Sakura. A qualquer momento da missão.

– Irá me aguentar por cinco meses e não se fala mais nisso — Sakura sorriu para o homem a sua frente — Eu não lhe contei mas algo me deixou feliz nisso tudo; saber que o senhor confia em mim o suficiente para aceitar um casamento. Se aqueles Kages fizeram um decreto besta como esse, era porque sabiam que era praticamente impossível que o senhor aderisse a ele.

— Só aceitei essa loucura porque é você, Sakura. Não tem nada haver com a equipe sete, ou com alguma segunda intenção — Sakura corou com a insinuação — Aceitei porque dentre todas as pessoas, eu só dormiria profundamente se fosse ao seu lado.

— Sabe que essa confiança é mútua — respondeu, corada.

— Eu sei. Muita coisa pode acontecer, Sakura. Prometa apenas que será sincera comigo sobre tudo — pediu Kakashi — Mesmo que suponha que ira me ofender.

— Serei sincera com tudo mesmo que eu tema mágoa lo — Sakura ergueu mão para o Hokage, sorrindo — prometa me o mesmo e dara tudo certo.

Quando Kakashi apertou sua mão, alguma coisa minúscula vibrou em seu peito e sumiu rapidamente, antes que pudesse dar um nome aquilo.

— Prometo, Sakura.