História Uma Família AConvencional - Uma ideia inusitada

Naruto Namikaze:

            No dia seguinte, cheguei na escola nervoso, por mais que não gostasse de Hinata, não gostava de ver ninguém triste, ainda mais uma menina tão doce quanto a azulada. A aula foi entediante e passou se arrastando, eu olhava a todo momento para a garota sentada mais à frente, enquanto balançava minhas pernas ansioso.

- Calma Naruto, desse jeito vai ter um ataque cardíaco. – Sakura, que estava sentada logo atrás, sussurrou em meu ouvido, me virei para trás e encarei os olhos verdes.

- Eu não quero fazer isso Sakura, não quero magoá-la. – a nomeada cruzou os braços acima da mesa.

- Gosta do Uchiha, não gosta? – sim, eu já havia contado tudo a ela, não tinha segredos com minha amiga, na verdade Gaara também já sabia, o único o qual eu não tinha contado era Kiba, por razões óbvios, no entanto uma hora teria que conversar com ele, acenei com a cabeça para a pergunta da rosada – Então criatura, esquece ela, você nem conhece ela direito. Além disso, ela parece uma garota forte, tenho certeza que vai superar.

- Eu espero que sim. – respondi, voltando-me para a frente quando vi meu amigo castanho surgir após ter ido ao banheiro, e se sentar ao lado da única garota de nosso grupo.

            Na hora do intervalo resolvi agir e chamei Hinata para me encontrar no terraço da escola, não precisei aguardar muito, ela logo apareceu, com um sorriso doce na face corada.

- Naruto-kun... – suspirei.

- Hinata... – não pude terminar, ela me cortou.

- Veio me dispensar, não foi? – ela falou com uma feição triste, desviei os olhos sentindo-me a pior pessoa do mundo.

- Sinto muito, eu... gosto de outra pessoa. Desculpe Hinata, eu não queria te magoar. – ela sorriu fraco.

- Tudo bem, não magoou, no fundo eu sabia que você não sentia o mesmo que eu. Eu espero que você seja feliz com essa pessoa Naruto-kun e... obrigada por ter pelo menos pensado no assunto. Bem... adeus. – a garota deixou um beijo no meu rosto e saiu dali, me deixando sozinho e ainda pior.

            Não consegui prestar atenção ao restante da aula, em um momento olhei na direção da Hyuuga e percebi ela limpando os olhos, estaria chorando? Meu coração apertou, não gosto de ver ninguém chorando, mas não podia dar falsas esperanças a ela, não é?

- Você viu o Sasuke hoje, Naruto? – Kiba me perguntou na hora da saída, suspirei, precisava falar com ele o mais rápido possível e decidi que seria naquele momento.

- Kiba, sobre o Sasuke... – tentei falar, mas o celular dele começou a tocar e ele pediu que eu aguardasse, era a mãe dele pedindo algo, meu amigo disse que tinha de ir e eu não pude fazer nada além de concordar, não era uma conversa que pudesse ser feita às pressas, seria difícil e eu tinha certeza que a reação dele não seria tão boa quanto a de Hinata.

            Não fui para casa, fui direto para o hospital, como andava fazendo nos últimos dias, e assim que cheguei percebi todos tensos, tristes, Mikoto-san e Kushina-san choravam, otou-san tinha a cabeça baixa, mas eu podia perceber que seus olhos estavam marejados, Itachi e meu pai estavam cabisbaixos, até mesmo Shisui estava ali, tentando aliviar o clima tenso, havia alguma coisa errada.

- O que foi? – perguntei aflito.

- O exame de compatibilidade ficou pronto. Nem otou-san, nem eu somos compatíveis com ele. – Itachi respondeu, meu coração apertou, se eles não eram compatíveis com Sasuke, então...

- O que vamos fazer agora? Fugaku era nossa última esperança. – Kushina-san falou, eu não sabia o que dizer, havia um nó em minha garganta, estava com medo.

- Calma gente, deve ter um jeito. – Shisui tentava confortar a todos, não que suas palavras tivessem algum efeito, passaram alguns minutos antes que alguém resolvesse se pronunciar.

- Eu acho que tem um jeito. – foi meu pai quem falou, todos o encararam ansiosos – Eu não sei se dará certo, mas... o que temos a perder?

- O que é, Minato? – Mikoto-san perguntou aflita, o nomeado suspirou, focando os olhos azuis nos negros da mulher.

- Você pode ter um filho com Fugaku. – um silêncio mortal tomou o lugar, todos encaravam o loiro confusos, ele suspirou novamente e se explicou – Eu... andei pesquisando sobre o assunto, irmãos por parte de pai e mãe tem mais chances de serem compatíveis.

- Mas pai, Sasuke não tem tanto tempo assim, quer dizer, até que a criança cresça... – ele negou com a cabeça.

- Pode-se fazer a doação de medula pelo cordão umbilical, Naruto. Eu sei que é maluquice e que é uma chance pequena, mas... é uma chance. Além disso, vocês não precisam se relacionar, podem tentar a inseminação artificial, assim como foi com o Sasuke. – otou-san e Mikoto-san se entreolharam e em seguida a morena se levantou, saindo para conversar com a ruiva, era uma decisão difícil, que tinha de ser tomada em um consenso por todas as partes. Vi otou-san se levantar e puxar meu pai para outro lugar, ficamos apenas Shisui, Itachi e eu na sala de espera.

- O que acha? – meu irmão perguntou, encarando-me ansioso.

- Para mim não importa, eu só quero que o Sasuke fique bem. – ele sorriu.

- Gosta dele, não é Naruto? – senti meu rosto esquentar – Não precisa dizer nada, eu já entendi, pode ficar tranquilo não vou te julgar, só tome cuidado para não se machucar e nem machucar ele. – concordei, logo vimos ambos casais de adultos voltarem com expressões sérias, qual deve ter sido a decisão?

(...)

Fugaku Uchiha:

- Não se importa mesmo com isso Minato? Quer dizer, um filho é uma coisa, dois... – ele suspirou, me interrompendo.

- Não é tão diferente assim, um ou dois, não importa, o que interessa agora é salvar o Sasuke, não é? – eu sabia que não estava sendo fácil para ele dizer aquelas palavras.

- Você realmente não se importa? Sabe que eu vou ter que ficar mais próximo dela. – o loiro assentiu.

- Eu sei. Fugaku ele é seu filho, eu não vou deixar o seu filho morrer por um egoísmo meu, eu quero que você faça isso, se tiver algo que possamos fazer vamos tentar. – sorri, aproximando-me mais e o envolvendo em um abraço.

- Você é incrível e eu te amo ainda mais, sabia? – ele correspondeu o abraço.

- Eu sei, também te amo.

(...)

Mikoto Uchiha:

- O que acha? – perguntei, Kushina estava nervosa, calada desde que Minato havia exposto aquela ideia e pela primeira vez na vida eu não tinha noção do que se passava em sua mente.

- Vamos tentar. Não importa o que for, temos que fazer o que estiver ao nosso alcance para salvar o nosso filho. – ela se pronunciou pela primeira vez.

- Tem certeza? Eu não quero te fazer sofrer, eu te amo, sabe disso, não é? – a ruiva assentiu assentiu.

- Eu sei, e como Minato disse, vocês não precisam ter relações, vamos tentar a inseminação. Qualquer coisa para que Sasuke fique bem. – ela falou com uma expressão neutra, mesmo que por dentro eu soubesse que ela estava sofrendo – Vamos passar por isso juntas, como sempre fizemos.

- Sim, vamos. Eu te amo. – minha esposa sorriu, selando seus lábios nos meus.

- Eu também, amo muito. – ela falou, trazendo-me para seus braços. Não ficamos muito tempo ali, voltamos para a sala de espera ao mesmo tempo que Fugaku e Minato, os três garotos que haviam ficado, encaravam-nos com expectativa.

- E então? – o do meio, Itachi perguntou ansioso, encarei o casal de homens à minha frente, que também nos encararam e acabamos os quatro falando ao mesmo tempo.

- Vamos tentar. – era isso, vamos tentar, qualquer coisa pelo Sasuke, só espero que valha a pena.