História Uma família quase bávara. - Capítulo dois.

Julian Draxler.

Julian estava deitado de lado na cama, o quarto estava um completo silêncio. Ele não conseguia dormir, seus olhos focavam em Joshua deitado na cama ao lado e na janela do quarto, conseguia ver a chuva cair forte do lado de fora.

Estava com milhares de pensamentos a respeito de Josh naquele momento, mas todos foram ignorados assim que um raio caiu do lado de fora, o clarão surgiu no quarto e o corpo de Kimmich se encolheu na cama.

O mais velho franziu o rosto em confusão, "Josh está acordado?" pensou.

— Josh? — Sussurrou. Demorou alguns segundos e o corpo do loiro se virou para ele. Kimmi encarou Julian.

— Você também não consegue dormir? — Josh disse baixinho. Draxler negou balançando a cabeça. — Por quê?

— Estou pensando. — Respondeu. — E você?

— Nada, só não consigo dormir. — Respondeu sem olhar para Draxler. Josh queria dizer que eram por causa dos raios, mas se sentia envergonhado com tudo isso. Ele esquecia que Draxler o conhecia bem.

— São por causa dos raios? — Jules confirmou sua pergunta quando Kimmich o olhou um pouco assustado. — Eu achei que você não tinha mais medo deles. — Julian se lembrou de coisas que aconteceram no passado. Kimmi deu de ombros.

— Isso é vergonhoso. — Disse.

— Não é. — Parou um pouco para pensar. — Você quer deitar comigo? — Quando viu as palavras já tinham saído de sua boca. Arregalou os olhos quando percebeu o que disse.

— Eu posso? — Josh o olhava. Ele concordou balançando a cabeça. — Eu quero então.  — Sussurrou.

Joshua se levantou da cama e Julian deu espaço para ele se deitar ao seu lado.

— Acho que vai soar estranho, mas você... pode me abraçar? — O loiro ainda não encarou Jules.

Draxler não disse nada, mas passou os braços pelo corpo de Josh e o puxou para mais perto.

— Obrigado. — Kimmi disse e então fechou os olhos para dormir.

— Os raios não vão te machucar, eu prometo. — Jules sussurrou para Josh e também fechou os olhos para dormir. Os dois dormiram.

Julian não sabia dizer o que era exatamente aquilo que estava sentindo, mas ele se sentia bem.

— Quebra de tempo —

— São quase uma hora e esses meninos ainda dormindo. — Parou e olhou para Manuel. — Eles puxaram você.  — Thomas disse voltando a andar de um lado pro outro na sala. Manuel estava ficando tonto vendo aquilo.

— O que? Por quê eu? — Cruzou os braços.  — Perguntou, mas Thomas não respondeu. — Amor?

— Hm? — Olhou para Manu. — Desculpa, minha cabeça está a mil hoje.

— Vem aqui, Tommi. — Neuer o chamou. Thomas se sentou no sofá. — Respira, vai dar tudo certo, amor. — Fez carinho e deu um selinho nele.

— Eu fico dividida entre achar fofo ou achar nojento por serem meus pais. — Se separam ouvindo uma voz feminina.

Evy e Rudy estavam em pé na entrada da sala.

— Bom dia, hoje tem baladinha, quem amou? — Evelyn disse se sentando no meio dos pais. Rudy riu.

— Boa tarde é o mais certo. — Manuel disse. — Que história de baladinha é essa?

— Ai meu Deus, hoje combinamos de ir comemorar os títulos do bayern, lembra? — Muller disse olhando para Neuer.

— A gente vai poder ir, pai? — Sebastian perguntou.

— É claro que a gente vai, vocês são jogadores do bayern e não iriam? Eu vou porque sou parte da família e torcedora. — Olhou para a cara dos pais e riu dando de ombros. — A Joice vai com a gente também. 

— Eu vou em que lugar? — A mais velha falou descendo as escadas.

— Na festa do bayern hoje, filha. Todos nós vamos. — Muller disse.

 — Quase todos. — Evy disse olhando para Mats e Erik que desciam as escadas também. — Da inveja, né Mats? — Provocou. O mais velho fez uma careta.

 — Que bonito que todos resolveram acordar, estava pensando que estávamos no conto de fada da bela adormecida. — Manuel disse e todos riram.

— Cadê o Josh e o Julian? — Sebastian perguntou. 

— Dormindo ainda. — Disse. — Você podia ir acordar eles, seu irmão Erik já vai sair e queria que eles se despedissem.

Rudy concordou e subiu as escadas em direção ao quarto de Josh.

Sebastian Rudy.

Sebastian parou na porta do quarto. Não sabia se batia na porta ou se abria a porta e chamava seu irmão e o amigo. A curiosidade estava matando ele. 

— Joshua?. — Chamou o irmão e bateu na porta. Esperou alguns segundos e nada de respostas. Resolveu abrir um pouco a porta. 

Sebastian estava surpreso ao ver a cena a sua frente.

— Rudy porque você está demor... ai meu Deus. — Evy parou ao lado do irmão. Rudy fez sinal de silêncio para ela e fechou a porta novamente.

— Joshua? — Bateu na porta novamente, e dessa vez ouve uma resposta. — Durm já vai sair, é pra você descer e despedir dele.

Ouviram Josh concordar do lado de dentro do quarto. Sebastian segurou a irmã e a puxou junto com ele para baixo.

— Quarto do Josh. —

— Durm já vai sair, é pra você descer e despedir dele. — Ouviu a voz do irmão ao lado de fora.

— Tudo bem. Eu já vou descer. — Concordou.

Kimmich se deitou na cama novamente.

— Bom dia, Kimmi. — Julian sentou na cama.

— Bom dia, Jules. — Sorriu. Julian riu. — O que?

— Achei que ia acordar no chão, você se mexe muito. — Josh bateu com o travesseiro nele.

— Você que me chamou pra dormir na cama, seu palhaço. — Draxler ficou vermelho. — Temos que descer.

— Eu tenho que ir pra casa também. — Concordou.

Joshua e Julian se levantaram e foram se arrumar para descer.

— Quebra de tempo —

— Você tem certeza que vai ficar bem? — Thomas perguntou.

— Sim, papai, vou ficar bem. — Erik disse.

— Vou cuidar do seu filho, Muller. — Mats entrou na sala.

— Eu tenho medo é disso. — Eles riram.

— O carro tá pronto, é só a gente ir agora. — Hummels disse. Durm concordou.

Joshua e Julian desceram as escadas da sala.

— Você tem mesmo que ir? — Josh perguntou olhando para o irmão.

— Vou sim, Josh, vamos ficar no apartamento do Mats.

— Nosso apartamento, amor. — Durm sorriu e selou seus lábios. Os meninos fizeram careta.

— Não quer ir mesmo a festa com nós? — Thomas olhou para o filho. Erik ponderou e depois negou. — Tudo bem. 

Após eles se despedirem de Mats e Erik, eles foram embora. Logo em seguida a mãe de Julian foi o buscar na casa dos Neuller. 

Erik Durm.

Eu estou tão exausto, acabamos de chegar no apartamento de Mats, cumprimentamos o porteiro e subimos pelo elevador até o apartamento. Tudo em silêncio, não um constrangedor, apenas silêncio.

— Você quer algo para comer? — Mats perguntou enquanto terminava de vestir suas roupas. Havíamos tomado banho e agora estamos no quarto. 

— Não, não to com fome. — Respondi. 

— O que foi? — Hummels me olhou.

— Estou com sono, acredita? — Ele riu e concordou. Parou alguns segundos e depois me olhou com um sorriso de canto.

— E se nós colocássemos um filme e ficarmos deitados aqui, até pegar no sono? — Eu concordei. — Filme de romance? 

— Você me conhece muito bem. — Disse rindo quando ele fez careta. 

Mats se deitou ao meu lado e ligou a TV no filme. Deitei perto dele e senti seus braços me abraçando. 

Estava aconchegante ali, e principalmente feliz.

— Quebra de tempo. —

O elenco do bayern havia combinado de se reunirem em uma balada para comemorar o título do alemão e o título da pokal.

— Vocês se comportem, crianças. — Thomas disse olhando para os filhos, não que algum deles estivessem prestando atenção.

Logo cada um foi para  canto conversar e se divertir com o resto do elenco. 

— Papais estão bebendo, é estranho, mas você tinha que ver o papai Thomas brigando com o papai Neuer por ele ter entornado bebida no chão. — Evy disse rindo e se sentando ao lado de Joice. — Você vai ficar aqui sentada? Josh está sentado num canto também, mas acho que ele tá conversando com o Julian, e o Rudy acho que ele tá conversando com os outros meninos. 

— Eu esqueci como você falava muito. — Joice disse rindo e deu um gole na bebida.

— Acho que vou ir dançar. — Evy falou olhando para Joice. — Acho que você vai se divertir também. 

Se levantou e deixou a irmã sem entender a última frase. Bom, por apenas alguns minutos.

Joice Neuer.

— Esse lugar tá ocupado? — Uma voz tirou Joice dos pensamentos. Ela se virou e encarou o jogador a sua frente. Era Philippe Coutinho.

— Ahn, não, não. — Disse e sorriu um pouco. O brasileiro se sentou ao lado dela.

— Bom, meu nome é Coutinho, mas acho que disso você sabe. — Riu. — Mas e o seu?

— Joice. Joice Neuer Muller. — Ela queria rir da cara que o jogador fez.

— Filha do Manuel e do Thomas? — Concordou.

— Isso te deixa com medo? — O jogador passou a mão na cabeça. 

— Eu... posso te pagar uma bebida? — Perguntou. Ela concordou. — Você pode me trazer duas bebidas, por favor? — Pediu ao barman. — Então, você mora aqui?

— Não, apenas estou de férias e resolvi passar elas na casa dos meus pais. 

— E você gosta daqui? — Ela Concordou.

— E você? não é difícil ficar longe da família?

— Eu gosto daqui e bom... eu não estou mais em um relacionamento. — Ela arregalou os olhos.

— Me desculpa, eu não sabia. 

— Tudo bem, essas coisas acontecem. — Ele disse e encarou ela. — Me conta, o que mais você gosta? 

Joice e Coutinho continuaram a conversar e beber o resto da festa toda. E na manhã do outro dia quando a garota acordou, ela não tinha somente lembranças da noite anterior, mas também um celular cheio de mensagens do jogador brasileiro.