Notas do Autor
Meses depois, Ju ainda andava encontrando Ana, inicialmente por motivos casuais, no caso dela ser sua única amiga. Mas logo depois foi se tornando algo mais forte, e por mais que ela tentasse era difícil evitar. O tempo passou e finalmente decidiram namorar. Algumas semanas se passaram e o natal chegou, e Ju se sentia tão estranha sem Ana, Ju sempre odiou o Natal, achava uma perca de tempo pessoas que se odeiam na maior parte do tempo, trocando beijos em troca de peru. E a noite inteira foi um tédio, as tias, os primos, as piadas, a falsidade tudo que ela estava acostumada, mas por algum outro motivo não conseguia mais ficar ali, ela se levantou e saiu pela porta tão rápido que mesmo se a família a notasse normalmente não perceberiam ela passando. Ela sentou na frente da calçada e ficou olhando para o céu que acabou perdendo a noção do tempo, quando se deu conta tinha chegado uma mensagem de Ana:
- Feliz natal, meu amor. Eu te amo.
Foi reconfortante ler aquilo, até se lembrar de como havia sido seu ano, Ana fora a melhor coisa que aconteceu e talvez fosse a próxima a partir, estava tão cansada de ter de se despedir, estava tão cansada de tudo. A noite estava terminando, os convidados indo para suas casas. Ju se levantou e estava caminhando para seu quarto, quando seu pai a chamou:
- Juliana venha até aqui, precisamos conversar.
Ela obedientemente fez o que lhe era pedido
- Sim pai, o que foi? Aconteceu alguma coisa?
Ele olhou para ela, ele estava estranhamente feliz.
- Sim, aconteceu. Sua mãe terminou com o namorado, e está voltando para casa, para nós.
Aquilo subiu a cabeça dela, a fez querer vomitar.
- Por que parece feliz com isso? Essa mulher nos abandonou, me abandonou e fugiu na merda da semana do meu aniversário e me deixou com um homem bêbado e desequilibrado. E você ainda tem a coragem de ficar feliz com isso?
Ele a esbofetou, ela nem sequer pode ver de que lado veio o tapa, mas a dor logo se alastrou. Ela saiu correndo para o seu quarto e se trancou lá, deitou na cama e chorou à noite toda. Então ela se lembrou de seus tios rindo de seu pai, todos o achavam fraco e covarde, menos eu...Até ontem.
Capítulo 2 - Quem é você?
Notas Finais
Pessoal, eu agradeço pela paciência por lerem isso, vocês são demais.