História Uma história diferente - Capítulo 23 - Um Presente

Capítulo 23 – Um Presente

Por Asuna

Não acredito que já se passaram mais dois meses e Kirito ainda não acordou, o pior de tudo é que quanto mais o tempo se passa mais falta eu sinto dele, e os sonhos que eu tenho com ele são bons só que quando acabam é que ficam ruins e isso me machuca bastante mesmo sendo apenas sonhos. A única coisa que me motiva a não me abalar tanto é saber que vou dar a luz em breve, afinal já estou com um pouco mais de oito meses e com isso tive que ficar um pouco mais em casa porque só andando pela casa eu já sinto um pouco de dor nas costas e nos calcanhares. De repente meu celular começa a tocar começo a procurar por ele e vejo que em baixo do meu travesseiro, ainda bem que não preciso levantar já que acabei de acordar, e vejo que uma ligação de Silica.

-Boooooom diaaaaaa. –Silica parecia animada.

-Bom dia. –Falei enquanto bocejava.

-Não acredito que você acordou agora. –Percebi um tom de surpresa em sua voz, acho que estou sendo repreendida.

-Sim, sim, afinal não preciso ir mais para as aulas então posso acordar a hora que quiser. –Falei com tom provocativo.

-Sortuda, mas as minhas aulas já estão acabando então daqui a pouco eu vou começar a ficar mais tempo com você e com seu bebê. –Dei uma leve risada.

-Já vi que você vai ser a tia coruja. –Silica começou a rir.

-Acho que daqui pra frente vai ser tudo mais animado.

-Espero que sim.

-Ah eu só liguei pra saber se você acordou bem, tipo nada de sonhos hoje? –Desde o sonho que tive no hospital, contei pra ela sobre os sonhos que tenho com Kirito, eu precisava desabafar com alguém e desde então Silica me liga toda manhã.

-Dessa vez não.

-Você não acha melhor contar pros seus pais?

-Não, até porque já sei como parar com esses sonhos.

-Sério?

-Aham.

-Como?

-Só quando ele voltar pra mim.

-Asuna... –A interrompi.

-Acho melhor você ir pra escola.

-Agora que vi já ta na hora... Então até mais.

-Até.

Assim que Silica desligou pus meu celular de baixo do travesseiro de novo e peguei minha caixa de chocolates que sempre deixo do outro lado da cama. Acho que vou comer alguns e dormir só mais um pouco porque depois a mãe do Kirito vem me visitar.

Por Klein

Acabo de voltar da escola e vou direto pro meu quarto, sei que pode parecer estranho, mas sinto falta da Asuna cada dia que passa essa saudade aumenta e isso só acontece porque estou dando um tempo pra ela por causa do bebê só que assim que ela tiver essa criança sei que Asuna vai precisar de alguém pra ajuda-la em alguma coisa e assim vou começar a me aproximar dela eu devo amar bastante essa garota pra poder pensar nela praticamente toda hora. E hoje percebi que realmente só posso ficar com Asuna, o por quê? É simples fui falar com Alice hoje já que faz um tempo desde que Kirito falou com ela, perguntei se eu teria alguma chance de namorar com ela e a vagabunda me disse que não, quando perguntei o motivo, simplesmente escutei “Desculpa, mas eu não me ia sentir bem ficando com você” até ai tudo bem, mas depois que eu perguntei o porquê disso quase bati nela ao escutar “É que você ia me lembrar do Kirito” foi ai que comecei a entender, mas mesmo queria confirmar e assim me fiz de desentendido e perguntei como isso poderia acontecer, “Eu gostava dele e como vocês eram amigos...” e nem quero lembrar o resto, não to a fim de ficar irritado por causa daquele cara, Kirito é um infeliz que mesmo em coma consegue acabar com a minha vida.

Jogo-me na cama e dou um leve suspiro enquanto penso que é melhor esquecer tudo o que aconteceu hoje. Será que eu realmente tenho alguma chance com Asuna? Tipo se eu pensar direito acho que nem amigos somos e já é muita bondade da parte dela falar comigo depois do que eu fiz, mas nada é impossível e sei que ela vai querer ficar comigo, porque se nada do que eu fizer der certo só tenho que engravidar ela assim como Kirito fez aí sim Asuna vai ficar comigo querendo ou não.

Por Asuna

Sinto que acabei de acordar, mas mesmo assim continuo deitada e com os olhos fechados até que começo escutar alguém falando.

-Você continua dormindo bastante né dorminhoca? –No mesmo instante que escuto abro os olhos e me levanto.

-É a única coisa que faço e não me deixa cansada nem dolorida. –Falei enquanto me espreguiçava.

-Desse ponto de vista faz sentido. –Era Kirito, ele estava sentado do meu lado, mas eu sei que esse não é o verdadeiro.

-Você não é de verdade né? –Acabei perguntando mesmo sabendo a resposta porque talvez eu possa estar errada, na verdade eu quero estar errada.

-Não... –Percebi um pequeno desanimo vindo dele. - Sou tipo um sonho.

-Sonho?

-Sim sou a coisa que você deseja, mas por desejar tanto você acaba sonhando direto comigo. –Eu já sabia de tudo isso de alguma forma eu já sabia.

-Verdade... E pelo que sei isso é um problema.

-Depende.

-De que?

-Quando você tem um sonho ruim o que faz?

-Tento sair dele o mais rápido possível.

-E quando tem um sonho bom?

-Tento aproveitar bastante.

-Então... Eu sou que tipo de sonho? –Essa pergunta me fez ficar um pouco pensativa, e percebi que Kirito se aproximava de mim.

-O pior...

-Nossa... –Kirito pareceu ficar surpreso e acabou se afastando.

-Você sabe como eu me sinto depois que percebo que tudo que passo com você não foi real?

-Tudo que é bom dura pouco. –Deu pra sentir a ironia vindo dele.

Depois que escutei isso eu não conseguia mais falar nem me mexer e a imagem de Kirito ia se desfazendo. Abro meus olhos e vejo que agora não estou mais sonhando, acho que já estou me acostumando com esses sonhos.

Acabo de lembrar que a mãe de Kirito vai vim me visitar, então me levanto e vou direto pro banheiro tomar um banho para depois me arrumar.

Estou no quarto colocando um vestido, já que minhas roupas não cabem em mim por causa da barriga tive que começar a usar alguns vestidos. Vou para frente do espelho e começo a pentear meus cabelos.

-Asuna a mãe do Kirito já chegou. –Minha mãe havia entrado no meu quarto.

-Já to descendo.

-Deixa eu te ajudar.

-Ta. –Enquanto minha mãe penteava meus cabelos eu ficava acariciando minha barriga até que senti o bebe dar alguns chutes era como “Eu quero sair logo mamãe”, pensar nisso me fez sorrir.

Não demorou muito e fui logo para a sala ver a mãe de Kirito, quando chego vejo ela sentada no sofá enquanto olha pra uma pequena caixa em sua mão.

-Desculpa a demora. –Assim que falei ela olhou pra mim com um sorriso.

-Não se preocupa não foi nada. –A cumprimentei e sentei do seu lado.

-Então o que a senhora queria me falar?

-Na verdade é dar. –Fiquei curiosa.

-Dar?

-Sim, aqui. –Ela me deu a pequena caixa que estava segurando. -É seu.

-Obrigada, mas o que é?

-Abra.

Por curiosidade abri imediatamente e fiquei sem entender o que significava.

-Por que a senhora esta me dando isso?

-Estava no quarto do Kirito, eu acabei achando enquanto limpava. –Senti uma lagrima cair do meu olho esquerdo. -Pra falar a verdade eu acho que ele estava escondendo já que achei isso no meio das roupas dele. –A mãe dele falava enquanto mantinha um fraco sorriso sobre o rosto.

Estamos falando de uma pequena aliança de prata que estou segurando agora.

-Então... E-ele... F-falou sério? –Minha voz saia um pouco falha porque eu havia começado a chorar.

-Ele falou sobre casamento? –Até a mãe de Kirito ficou surpresa.

-Foi... –Eu continuava chorando, até que ela vem e me abraça enquanto começa a acariciar minha cabeça.

Ficamos abraçadas por um tempo que foi o tempo que eu precisei para poder parar de chorar.

-O-obrigada. –Falei enquanto enxugava as lágrimas.

-Não precisa me agradecer.

Voltei a olhar para a aliança e isso me fez lembrar do dia em que Kirito disse que só ia me dizer seu nome quando nos casássemos, então coloquei a aliança no dedo.

-Coube direitinho. –Falei enquanto olhava para a aliança em meu dedo.

-Ainda bem que ele acertou o tamanho. –Demos uma leve risada.

Enquanto eu dava risada de repente comecei a sentir algo estranho, eu havia me molhado? Não demorei muito para perceber que a bolsa havia estourado.

-Mãeeeeee a bolsa estourouuuuu. –Gritei bem alto e um pouco desesperada.

-Calma Asuna, fica calma. –A voz suave da mãe de Kirito fez eu me acalmar. –Quando era previsto o nascimento do bebe?

-Pra amanhã e eu já ia ficar no hospital desde hoje de noite, mas parece que o bebe quer sair antes.

-A senhora pode ajudar a minha filha a entrar no carro? –Era minha mãe que já estava com a chave do carro nas mãos.

-Claro. –Respondeu a mãe de Kirito.

-Então Asuna vamos andando devagar. –Coloquei meu braço sobre seu ombro e começamos a andar.

-Ta bom.

Já havíamos passado pela porta e já estávamos perto do carro até eu começar a sentir as contrações que por sinal dói muito.

Estou no carro com minha mãe e a mãe de Kirito as contrações haviam dado um tempo, mas sei que isso é o começo. O hospital para que estamos indo é o mesmo em que Kirito está internado e ainda bem que não fica muito longe da minha casa.

Quando chegamos ao hospital às contrações voltaram foi ai que eu pensei “Você quer sair logo né?”. Duas enfermeiras me levaram as pressas para o quarto onde eu começaria o trabalho de parto, eu já havia decidido que seria parto normal, mas não tinha ideia que doeria tanto.

Eu estou no quarto em que me trouxeram, mas só estou descansando afinal ter um filho não é fácil. Não tive nem um problema durante o parto e meu bebê nasceu saudável e eu me lembro do médico dizer, “Como assim?” pensei nisso e me sentei na cama e logo em seguida escuto a porta se abrindo.

-Já se sente melhor? –Era minha mãe perguntando e ela esta junto com a mãe de Kirito que estava provavelmente segurando meu bebê.

-Um pouco cansada ainda.

-É bom descansar bastante! –Minha mãe falou como se estivesse me avisando.

-Verdade, os primeiros anos são os mais complicados. –A mãe de Kirito parecia estar me avisando de algo também.

-E como se chama? –Perguntei.

-Você não se lembra? –Minha mãe parecia confusa.

-Não muito bem, depois que vi o médico segurando o bebê acabei dormindo.

-Só que antes de dormir você disse “Se for menina tem quer Yui”. –Eu não lembro de ter dito  isso, mas se minha mãe esta dizendo.

-É menina? –Agora fiquei mais curiosa.

-Sim e acabamos de dar o primeiro banho nela, veja. –A mãe de Kirito colocou minha filha em meus braços e eu devia ter percebido que era menina pela cor da toalha que é rosa.

-Yui... –Falei enquanto admirava minha filha que agora parecia estar dormindo.