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História Uma Marca Indesejada - Capítulo 07


Escrita por: Kaneki482412

Notas do Autor


Antes de começar o capítulo gostaria de agradecer novamente a Incognoscivel0 e a AloneMinHae por toda ajuda que estão me dando

Capítulo 7 - Capítulo 07


                              Alex

     Quando acordo de manhã, vejo que o Rafael não está mais lá e sem pensar eu passo minha mão na cama e olho ao meu redor, o procurando, e quando não o vejo, mesmo que inconscientemente, eu faço uma cara de decepção e escuto os murmúrios melancólicos do meu ômega interior.

     - No fim, não é como se fôssemos virar namorados. - Eu digo de cabeça baixa. - O que eu estou pensando? - Me repreendo por, audaciosamente, ter essa ideia passando pela minha cabeça.

     Quando vou sair da cama, noto que tem alguma coisa no lugar onde eu estava deitado, no caso, o casaco do Rafael.

     - Ele esqueceu aqui ontem? - Me pergunto, já levantando o casaco e o analisando em minhas mãos. - Não, ele só tiraria o casaco que está usando se estivesse extremamente calor. - Falo calmante para mim mesmo e vejo que o casaco, além de amassado, está um pouco sujo da minha baba. - Ele deixou para mim! - Digo muito surpreso, finalmente me tocando com do porquê do objeto estar ali e logo em seguida eu fico vermelho de vergonha.

     Coloco o casaco de lado e tento novamente me levantar da cama. Dessa vez eu consigo e vou andando até a porta do banheiro, mas sou impedido pelas minhas próprias pernas que falham do nada.

     - Que merda! - Falo meio alto, já tentado levantar, coisa que não consigo, afinal a situação só piora. - De novo não! Dá um tempo, porcaria!! - Digo exaltado, pois percebo que são os sintomas do pré-cio se fazendo presentes. - Se o Rafael estivesse aqui... - Penso em voz alta e me repreendo logo em seguida. - Não! Eu não queria que aquele merda estivesse aqui e não preciso dele pra nada!! - Grito com muita convicção, mas a mesma se vai na hora porque os sintomas continuam a piorar. - Porra, não tem nada fácil na minha vida, né? - Completo minha frase e tenho uma ideia, então vou engatinhando com calma e cuidado até a cama, onde pego um objeto que não gostaria de ter que pegar -o casaco do Rafael-, e logo em seguida eu afundo o meu rosto no tecido, sentindo o aroma de maçã com canala ir fundo na minha mente, ao mesmo tempo que se espalha por todo o interior do meu corpo, e por consequência os sintomas se acalmam e estabilizam.

     - Parece que não vai ter jeito. - Falo pra mim mesmo e, depois de conseguir levantar, eu coloco o casaco, que fica estupidamente grande em mim, cobrindo tudo até a área próximo o joelho e todo os meus braços e mãos. - Essa coisa é enorme! - Continuo a minha frase surpreso pelo tamanho da vestimenta. - Mas é confortável... o que deu em mim logo de manhã!? - Grito enfurecido comigo mesmo, e com o Rafael que me deixa assim.

     Depois de resolver o primeiro probleminha do dia eu vou pro banheiro me arrumar e, só por garantia, quando vou tomar banho me olho com muito cuidado no espelho, conferindo cada centímetro da minha pele para ver se não tinha nenhuma "evidência" de que o Rafael e eu fizemos algo a mais do que eu me lembro, o que não é muito; eu noto que não tem nada disso em nenhuma parte do meu corpo, e isso me deixa feliz... eu acho... é complicado!

     Desisto de pensar muito e termino a minha higiene rápido, logo desço para comer alguma coisa, ainda com o casaco do Rafael, o qual eu só tinha tirado durante o banho.

     - Já de pé? - Quase pulo para trás quando escuto a voz da minha mãe. - O que foi? - Ela pergunta meio preocupada, já vindo na minha direção.

     - Não foi nada. - Eu digo respondendo a sua pergunta enquanto ela passa sua mão com cuidado pelo meu rosto e o meu pai estava nos olhando com um sorriso. - Só me assustei com vocês já estarem aqui. - Termino a minha frase olhando para os dois.

     - Então tem algum motivo para você não nos querer aqui, filhão? - Meu pai pergunta risonho.

     - O quê? - Eu pergunto sem entender nada e logo noto que tanto minha mãe quanto o meu pai me olhavam de um jeito parecendo que insinuavam algo, e como sou meio lento, eu demoro para entender, mas quando entendo eu quase caio morto de vergonha.

     - Então, mocinho, tem algum coisa que queira nos contar? - Minha mãe pergunta com um grande sorriso enquanto ela e o pai analisavam o meu corpo, em especial o casaco do Rafael que eu estava usando. - Afinal, eu não lembro desse casaco. - Ela termina com um sorriso e meu pai continua me olhando com aquele olhar que insinuava algo.

     - N-não é o que vo-vocês estão p-pensando. - Eu falo envergonhado e rápido. - E-eu... ele, nós... Rafael... nada, isso, não fizemos nada! - Termino a minha frase gaguejando cada vez mais e com cada vez mais vergonha.

     - Tá bom, acredito. - O meu pai fala dando uma risada no final.

     - Mas pelo jeito aquele menino continua o mesmo. - Minha mãe fala andando pela cozinha e olhando para um bilhete na pia e depois para dentro do forno. - Ele sempre foi atencioso e cuidava muito bem de você, sempre te protegendo. - Ela fala me olhando e eu ficava cada vez mais sem jeito. - Uma pena ele não vir mais aqui. - Ela continua a frase meio decepcionada. - Por que vocês se afastaram mesmo?

     - É complicado, mãe. - Digo sem olhar nos seus olhos.

     - De qualquer forma, você bem que poderia tentar voltar a ser amigo dele. - Ela diz com um olhar feliz. - Olha o que ele fez para você, e eu só tive que ligar pra ele. - Ela termina a sua frase e uma dúvida vem na minha mente.

     - Por falar nisso, como você tinha o número dele? - Eu indago curioso.

     - O tal doutor Ricardo me passou. - Quando ela fala isso eu já fico com vontade de matar aquele médico, só não vou fazer isso porque quando eu ou Rafael precisarmos de ajuda, ele é o único que não vai fazer perguntas do porquê de precisarmos dessa ajuda.

     - Amor, já se despediu? - O meu pai se pronuncia colocando a mão no ombro da minha mãe. - Já está na hora.

     - Hora de quê? - Eu pergunto meio incerto.

     - Nós temos que ir pra sede principal da empresa por um tempinho. - Minha mãe diz como se não fosse nada, na verdade, não é tão normal isso, tipo, eles de tempo em tempo têm umas emergências na empresa que duram um dia ou dois, mas isso era raro e nunca foram resolver nada na sede principal. - Não é nada demais, só... uma possível promoção. - Ela fala meio energética.

     - Eles adoraram o jeito que resolvemos esse último problema e o chefão quer nos ver para falar sobre um cargo lá em cima. - Meu pai fala animado. - Mas não se preocupe, não vamos ter que nos mudar nem nada. - Eu respiro aliviado ao ouvir essa última parte. - Mas tem um probleminha; vamos ter que ficar uma semana lá. - Meu coração para ao ouvir isso.

     - Nós sabemos que você está em uma situação complicada, e se você não quiser, nós não vamos. - Minha mãe diz e eu, depois de pensar um pouco, apenas falo:

     - Podem ir, eu tô bem. - Digo sorrindo.

      - Meu bebê já é adulto! - Minha mãe fala chorosa enquanto me abraça. - Mas você sabe as regras, né? Sem sair de casa, sem-

     - Sem visitas. - Eu falo depois de a interromper e ela faz sinal que não com a cabeça.

     - Não dessa vez. - Eu me surpreendo com a fala dela. - O seu amigo Rafael pode vir aqui, na verdade, eu vou pedir que ele venha ver se você está bem, a nova regra é que durante o pré-cio e o cio você não pode sair de casa ou ir para a escola. - Eu a olho incrédulo com a sua fala.

     - Mas o Rafael é um alfa e eu tô entrando no cio mãe! - Eu digo sem saber o que falar.

     - Eu sei, só que ele é um bom rapaz e pelo o que doutor disse, ele já tem um parceiro e é extremamente resistente a feromônios, sem falar que é só você não sair do quarto quando ele estiver aqui. - Ela fala e eu não posso discordar de nada, afinal pra todos ele é um exemplo de pessoa, e é verdade que ele é resistente a feromônios, porque ele já me marcou e isso quer dizer que ele não é afetado por feromônio sexuais de outro ômega, ah, e só para completar, o doutor Ricardo me vem com essa dele já ter parceiro, bem, é verdade...

     - Mas, mãe... - Eu digo fazendo birra, por assim dizer.

     - Olha, filho, se você acha que isso não vai dar certo, é só falar que a gente fica. - Depois de ouvir isso eu penso um pouco.

     - Podem ir, mas não chamem o Rafael, de jeito nenhum, se precisar eu chamo. - Eu falo sério e eles concordam. - Aqui em casa tem comida para durar uma semana e no cio eu não poderia sair mesmo, sem falar que se faltar comida é só pedir uma pizza e falar que eu tô no cio que eles mandam um entregador beta ou ômega pra fazer a entrega. - Eu falo confiante, na verdade eu não tenho nenhum problema em ficar uma semana sozinho ou passar o meu cio sem os pais, eu sei que deve doer muito, mas eu, sinceramente, não quero nem minha mãe, nem meu pai, nem que ninguém me veja daquele jeito, e até tava pensando em passar o meu primeiro cio em um quarto de hotel especializado nesse tipo de situação.

     - Se você diz... - Meu pai fala sorridente. - Vamos, amor, já estamos atrasados.

     - Tá, já vou. Tchau bebê, se cuida, tá? - Minha mãe fala preocupada. - Tem certeza que você não quer que a gente fique? - Ela pergunta preocupada.

     - Eu tô bem, pode ir. - Depois de eu falar isso ela suspira aliviada.

     - Então estamos indo. - Meu pai fala com seu rosto amigável de sempre. - Tchau, filhão.

     - Tchau, bebezinho. - Minha mãe diz, claramente preocupada comigo, antes de sair junto do meu pai.

     - Bem... uma semana livre dos pais! - Eu quase grito alegre, me espreguiçando. - Assim é muito melhor, eu precisava de um tempo sozinho com... - Me toco do que eu quase falei e bato a cabeça na parece de raiva. - É... definitivamente é muito melhor eles estarem longe para não ouvir esses pensamentos idiotas saindo do controle.

                      ~Quebra de Tempo~

     Eu já tinha subido pro meu quarto depois de comer a comida que o Rafael deixou no forno e ler o bilhete -que só tinha as instruções de como esquentar a comida-, e já no meu quarto eu estava organizando as coisas para o cio, que pelo que eu sei é muito intenso, e é provavel que eu destrua algumas coisas no quarto, então vou guardar tudo que é frágil em um lugar seguro.

     - Isso não acaba mais. - Eu falo irritado com a quantidade de coisas que tinham guardadas no meu guarda-roupa. - Por que a minha mãe guardou essas coisas? - Me pergunto olhando as caixas, em certo momento uma das coisas simplesmente estoura o seu fundo e tudo cai de dentro. - Só pode ser brincadeira! - Grito irritado, já começando a catar as coisas do chão. - O que isso está fazendo aqui...?! - Eu falo surpreso e sem reação com o que está diante dos meus olhos. - Eu pensei ter perdido isso há anos. - Digo e pego o objeto. - O nosso diário... - Eu continuo com um sorriso nostálgico enquanto passo a mão pela sua capa um pouco desgastada e leio o que está escrito na mesma.

         " Diário Secreto do Trevo e Presa

                           Não mexa!!!"

     - Ahahahaha. - Riu sem parar ao ler a frase na frente do diário e relebrar dos nossos apelidos de criança. - Só mesmo o Rafael para colocar isso na capa! Hahaha! - Eu riu um pouco mais, mas quando paro sinto a nostalgia percorrer o meu corpo e começo a reelebrar do tempo em que tudo era mais fácil. - Eu queria poder ter ficado naquele tempo para sempre. - Digo nostálgico, com uma montanha de memórias voltando à minha mente. - Esse tempo nunca mais vai voltar. - Eu continuo o meu pensamento enquanto as memórias vão se organizando na minha cabeça. - As brincadeiras, a amizade, as nossas piadas sem sentido, nós dois consolando um ao outro quando era preciso, as ideias malucas do Rafael, a energia dele, nosso esconderijo secreto, nossos apelidos que só serviam para irritar um ao outro, ele sendo super protetor comigo... Hahaha. - Eu volto a rir quando, sem querer né, lembro de uma situação engraçada envolvendo o Rafael e um rato que, segundo ele, era uma "ameaça" para mim naquela época.

     Eu me levanto com o diário em mãos e me deito na cama, com ele entre os meus braços, e logo em seguida começo a relembrar da história desses diários.

     Eu tinha ganhado um diário dos meus pais e fui mostrar para o Rafael e ele ficou tipo: "Uauu, que demais", e logo em seguida fez uma cara que eu sabia muito bem o que significava: Ele teve uma ideia maluca, me pediu que não escrevesse nada no diário ainda e disse que de tarde ele me contava a sua "grande ideia", e foi dito e feito, na tarde do mesmo dia ele me encontrou no nosso "esconderijo secreto" e me mostrou um diário exatamente igual ao meu, logo em seguida contando o seu magnífico plano:

     "Diários compartilhados" foi o que ele disse e eu não entendi nada, então ele explicou; a ideia era que a cada dia nós iríamos trocar de diário. Mais tarde descobri que o principal motivo para essa ideia era nós termos uma desculpa para nos vermos todos os dias, de noite antes de dormir iríamos escrever sobre o nosso dia e no dia seguinte trocar para que o outro pudesse ler e escrever sobre o seu dia antes de dormir, nós ficamos fazendo isso por muito tempo, e com o tempo passamos a escrever recados, conselhos e mensagens fofas um para o outro nos diários. Nossos pais adoraram essa ideia e sempre nos lembravam de escrever antes de dormir no diário. Ah, e cada um dos diários tem um "título" diferente por assim dizer, esse título foi o Rafael que escreveu e o outro fui eu.

     - Bons tempos. - Falo nostálgico e, então, lembro do dia que essa tradição acabou:

                            FLASHBACK:

     "Rafael havia me pedido para encontrar com ele no nosso esconderijo secreto para trocamos os diários, e eu tinha um assunto... meio vergonhoso para falar com ele, então cheguei mais cedo e comecei a me preparar para a conversa.

     - Ah, como eu vou perguntar isso para ele!? - Falo com as mãos na frente do rosto e com muita vergonha.

     - Perguntar o que, Trevinho? - Me assusto ao ouvir a voz dele no meu ouvido.

     - Quando você entrou? - Pergunto surpreso e me afastando dele.

     - Não faz muito, só que você estava tão distraído que nem notou que eu estava atrás de você. - Ele diz calmo, se sentando no chão, e me chamando para sentar ao seu lado - Então o que queria me perguntar? - Ele diz sorrindo, me dando uma sensação de segurança.

     - Suas costas já melhoram? - Eu falo tentando mudar de assunto.

     - Estão boas, obrigado. Agora me fala, o que você quer tanto me perguntar? - Ele fala com um olhar meio sério e meio divertido para me passar confiança.

     - Primeiro, vamos trocar os diários, depois eu falo! - Eu quase grito com o rosto vermelho e já pegando o diário que estava comigo.

      - Tá bom, não precisa gritar. - Ele diz calmo e pega o diário dele, logo em seguida ele me entrega e pega o que estava em minhas mãos. - E fala logo que eu também tenho algo para te falar.

     - Desculpa gritar. - Digo tímido.- Pode falar primeiro se qui...ser. - Perco a fala ao ver o rosto do Rafael que dizia: "Fala logo que não adianta fugir".- Tá, eu falo. - Quase grito novamente. - R-Ra-Rafael, v-você g-go-gos...

     - Desembucha logo, que você mais cedo ou mais tarde vai ter que falar. - Ele fala firme e eu espiro e inspiro fundo algumas vezes antes de falar tudo que eu queria de uma vez.

     - RAFAEL, VOCÊ GOSTA DE MIM OU ME AMA!? - Eu grito tudo de uma vez e nós ficamos mais vermelhos que tomates.

     - Que pergunta é essa, idiota!? - Ele diz claramente envergonhado.

     - É que a minha mãe disse que quando se gosta de alguém, você pode ser amigo dessa pessoa, por isso você pode gostar de muitas pessoas de uma vez. - Eu explico brincando com meus dedos. - Mas quando se ama alguém, você quer sempre estar com ela, você fica triste quando essa pessoa fica e vocês brigam, fica nervoso quando tem mais pessoas perto dela e só se pode amar uma pessoa de cada vez. - Eu termino a explicação e o olho um pouco envergonhado. - E eu acho que te amo, por isso quero saber se você me ama.

     - E-eu... a-amar? - Ele gagueja nervoso e eu fico inquieto. - Sim... - Depois de ouvir sua resposta, eu fico extremamente sem jeito e falo algo sem pensar.

    - Um beijo! - Eu falo eufórico e ele me olha confuso. - Pessoas que se amam se beijam, não é? - Eu falo envergonhado e ele apenas concorda se aproximando de mim.

     - Am... um tá bom? - Ele pergunta com vergonha e eu concordo com a cabeça, logo em seguida sinto os seus lábios sobre os meus e um choque elétrico percorre todo o meu corpo e nós nos separamos logo em seguida.

     - Agora é sua vez de falar o que você queria. - Eu digo sem jeito e sem olhar em seu rosto.

     -  Você q-qu-quer... - Ele para de falar e quando eu ia falar pra ele desembuchar como eu fez comigo -por vingança, claro-, ele termina sua fala. - Você quer ficar comigo para sempre!? - Ele fala eufórico, mas sem gritar.  

  - S-Sim... Claro que sim! - Digo também eufórico. - Mas o que isso tem a ver?

     - É que os garotos mais velhos falaram sobre um jeito de ficar junto dq pessoa que você gosta para sempre. - Ele diz envergonhado sem me olhar nos olhos e eu fico animado com a ideia de ficar para sempre com o Rafael.

     - Como!? - Pergunto muito eufórico.

     - Eles me disseram que tem que morder atrás do pescoço da pessoa, mas só funciona se a pessoa quiser também. O meu pai Nataniel tem uma cicatriz bem onde deve ser esse lugar e o meu pai David sempre passa a mão ali ou beija quando ele fala que vão estar sempre juntos. - Assim que ele termina eu estou animado e eufórico com a ideia de ficar junto a ele para sempre.

     - Vamos fazer isso!! - Eu falo animado.

     - Tem certeza? - Ele pergunta esperançoso e eu faço que sim, abaixando a toca do casaco e deixando o meu pescoço bem aberto. - Eu vou tentar não te machucar. - Rafael fala cuidadoso e se aproxima do meu pescoço, logo em seguida sinto suas presas entrarem em minha pele e uma sensação estranha percorre todo o meu corpo".

     Desperto do meu devaneio com uma sensação esquisita que percorreu todo o meu corpo e depois sumiu, mas não dou muita atenção a essa sensação e começo a refletir sobre algumas coisas.

     - Mesmo para crianças de 7 anos, nós éramos bem infantis, né? - Pergunto a mim mesmo. - O que iria acontecer se eles tivessem nos ensinado antes sobre a marca? E se eu tivesse dito não naquela hora? Ele teria se afastado de mim? Hoje seríamos amigos? - Continuo me fazendo várias perguntas. - E se... eu não tivesse conhecido o Rafael? E se nós nunca tivéssemos virados amigos? - Essas últimas perguntas fizeram o meu coração  doer, e não foi o meu ômega interior nem o cio ou qualquer instinto ômega me dizendo que eu não devia pensar isso; era eu, os meus sentimentos, as minhas emoções, os meus pensamentos e os meus desejos, aquilo era eu. - Eu não posso me imaginar sem ele, eu não poderia ter vivido sem ele naquela época, por mais que eu me arrependa de tudo que aconteceu depois daquele dia, isso não apaga o que aconteceu antes. - Eu falo pensando alto. - Eu não me arrependo de ter o conhecido, de ter sido o seu amigo... e de... ter dito que o amava. - "Finalmente aceitou, né?" Eu escuto o meu ômega interior falar.

     Logo em seguida sinto um calor no meu interior, que se espalha de dentro para fora, antes que eu pense no que está acontecendo, sinto uma fraqueza em todo o meu corpo, meu coração acelera, meu corpo fica mais sensível, minha respiração fica descompassada, sinto uma pontada um pouco aguda, mas rápida, dentro do meu abdômen, o meu interior parece se contorcer, a minha entrada começa a pulsar ao mesmo tempo que se abre e fecha e o meu lubrificante natural sai em grande quantidade, o meus pensamentos ficam desconexos, a minha visão fica turva e uma vontade imensa de ser tocado se faz presente em todo o meu corpo.

     - Ra~Rafael. - É tudo que eu consigo dizer -e até pensar-, e então eu vejo o meu celular na cômoda, e antes que eu perceba, já estava com ele no meu ouvido ligando para alguém ao mesmo tempo que meu corpo começava a dar espasmos.

     - Alô, o que você quer, Alex? - Escuto a voz do Rafael e todo o meu corpo parece reagir com espasmos intensos na mesma hora.

    - Alfa~ - Falo dengoso e com a voz falhando pela falta de ar. - Me ajuda~ Alfa, preciso de você, Rafael~ - Falo e sinto os meus sentidos ficando nublados, se esvaindo, e consigo apenas escutar a voz do Rafael de maneira embaçada e incompreensível antes de deitar sobre o meu celular e desligar a ligação sem querer. - Eu quero o meu alfa~

               ~Fim do Capítulo~

                     ~Continua~



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