História Uma Nova Chance - Cap.110

                    Marco:

Após meu pedido Paolla sorriu, mas eu não entendi aquele sorriso. Beijo seu rosto e pescoço, começo a tocar seu corpo e ela se mexe como se estivesse desconfortável, em seguida retira delicadamente minha mão. 

— O que foi? — Pergunto ainda com o rosto próximo ao seu. 

— É que... Eu não quero agora. 

— Ah, não! Você não vai querer distância de mim igual aquele dia, vai?— Pergunto preocupado. 

— Não, não! Eu só não quero fazer nada hoje, eu to com um pouco de dor de cabeça... — Ela diz e toca meu rosto. — Você vai ficar chateado comigo?

— Por você não querer sexo por estar com dor? Só se eu fosse um tremendo babaca. — Digo e sorrio, ela sorri de volta e me puxa para um beijo. 

Paolla solta uma respiração pesada e encara nossas roupas jogadas pela cama e a mala já lotada com as coisas que já tínhamos trazido conosco do Brasil. 

— Meu Deus, exageramos na dose.— Digo e ela me encara com a sombrancelha erguida.

— É, e depois eu que sou a exagerada. — Ela diz em meio a um riso. 

— Não fui eu quem comprei um monte de roupa.

— E você queria que eu saísse nua? Porque nada me servia com esse barigão. 

Sorrio e lhe puxo levemente pela cintura.

— Mas é a barrigão mais lindo do mundo e eu não vejo a hora de ela sair daí. — Ele diz e aproxima o rosto do meu ventre. — Ouviu, filha? Papai tá doidinho pra te conhecer, não demora não, viu?

— Ai, não fala isso, vai que ela resolve atender seu pedido. Agora não é hora e nem lugar pra inventar de nascer. Ouviu, né filha? Obedeça sua mãe e nem pense em sair antes das quarenta semanas. 

— Ah, Julinha, quarenta semanas é luxo da sua mãe, passando das trinta e cinco o papai já aceita.— Ele diz fazendo carinho. Júlia lhe responde um chute digno de atravessar minha barriga rasgando tudo. — Olha aí, ela concorda comigo. 

— Nem vem, filha, não inventa de nascer antes do tempo, a mamãe sabe o que fala e você precisa me ouvir. — Digo passando a mão na barriga sentindo o desconforto no estômago novamente. 

— O que foi? — Ele pergunta ao notar minha expressão de dor. 

— Sua filha se estressou... Ai, meu estômago... — Ela diz e se senta na poltrona. Me aproximo e me abaixo ao seu lado. 

— Tá muito forte? Eu comprei o remédio, quer? 

— Ai, eu quero... 

Remexo umas sacolas e encontro o medicamento, ela toma seguido de um copo de água e eu lhe ajudo a se deitar. 

— Tá bom assim? — Pergunto e ela concorda com a cabeça. — Tá sentindo no que?

— Uma azia horrorosa... Aff, vai ser todo dia isso? — Ela choraminga e eu beijo seu rosto. 

— Fica assim não, amor, você tomou o remédio e já vai passar... 

Ela se aninha em meus braços e e ficamos conversando sobre coisas aleatórias, relembrando momentos bons do início do nosso relacionamento, entre outros e após assistirmos a um filme, Paolla acabou dormindo. 

Como ainda era cedo, não passavam das oito, resolvo terminar de arrumar as coisas e ainda tive que sair para comprar mais uma mala, essa bem maior que a que trouxemos e arrumei toda aquela bagunça de roupas e ainda tive que deixar algumas coisas na sacola, mas pelo menos estava tudo pronto para amanhã e poderíamos aproveitar as últimas horas que teríamos por aqui. Já eram mais de onze da noite, o shopping era longe e a arrumação tomou-me mais tempo do que eu planejava, então tomo um banho rápido para relaxar e me deito ao lado de Paolla, já sentindo meu sono chegar...

( . . . )

Eu tenho absoluta certeza de que eu não fechei os olhos por mais de uma hora, eu não conseguia dormir com Paolla se mexendo sem parar tentando achar uma posição boa para dormir. 

— Tá tudo bem, amor?— Pergunto me virando em sua direção.

— Tá sim... Acordei com falta de ar e agora não consiguia mais dormir, não achava posição, mas essa aparentemente é ótima. Pode voltar a dormir.

Cinco minutos. Não foram nem exatos cinco minutos e eu acordei novamente com ela levantando para ir ao banheiro, voltando novamente com o mexe-mexe. 

É hoje, pai... Não dorme ela e nem eu...