História Uma Nova Chance - Cap.12

                          Marco:



Eu nem sequer fiz questão de tirar o pijama, fui imediatamente para o hospital, atordoado e não me contendo de felicidade, ela acordou. Paolla finalmente acordou.

— Cade ela? Como ela está, Gabi?!?— Pergunto quase que chacoalhando sua amiga. Ela também tinha um sorriso no rosto e um brilho no olhar.

— Calma! Vamos lá, vem! Eu tava com ela por essa noite, a mãe dela foi pra casa à pouco e por isso achei melhor avisa-la somente amanhã— Ela diz e me guia praticamente correndo até o quarto dela.

Automaticamente meus olhos se enchem de lágrimas, ela estava lá, acordada e bem. Mas alguma coisa em seu olhar me intrigou, não era o olhar da minha Paolla, ainda mais quando ela me encarou.

— Por enquanto ela está só consciente, não fala e nem recuperou os movimentos, mas isso é questão de tempo e talvez de um estímulo, mas ela vai ficar bem.

— Mas ela vai recuperar, não vai?

— Vai sim. Digamos que o cérebro despertou mas o corpo e todo resto ainda dormem, ela só precisa de um tempo.

— Porque está falando como se estivesse tentando se convencer?

— Não estou.

Aquilo não me convenceu, mas seu deixei pra lá. Me aproximo do leito e seguro suas mãos, seus olhos vão em minha direção mas não passa disso, ela apenas me olhava.

— Quanto tempo até ela se recuperar totalmente?— Pergunto enquanto fazia carinho no rosto de Paolla.

— Não sei dizer, talvez quando ela acordar novamente já esteja falando, talvez não... Tudo depende.

— Do que?

— Dela mesma. Do cérebro dela. — Ela diz e sorri para a amiga, que somente deixava os olhos passearem por todo o quarto, como se ela estivesse perdida. — Bom, eu tenho um plantão longo pela frente, mas eu passo aqui se precisarem de qualquer coisa.

— Tudo bem, obrigado.— Digo e ela se retira, me deixando à sós com Paolla.

Faço carinho em seus cabelos e não consigo nem por um segundo parar de sorrir. A ponta dos meus dedos passeavam por cada detalhe de seu rosto.

— Eu sabia que você ficaria bem, meu anjo... Eu nunca deixei de acreditar. Você precisa se recuperar logo pra gente poder ir pra casa... Você entende o que eu digo? Consegue me ouvir? Eu te amo.

Ela continuava a me olhar, dessa vez com mais atenção até que aos poucos seus olhos foram fechando novamente.


* * *


Acordo com Paolla resmungando alguma coisa, fico aliviado, confesso que fiquei temeroso que ela não voltasse a despertar. Me levanto e vou até seu leito, chamando uma enfermeira pela campanhia.

Gabi vem até nós prontamente. Ela sorriu emocionada.

— Oi, Paolla... Como está se sentindo? Consegue me ouvir?— Ela pergunta enquanto checava suas pupilas.

— Eu quero água... — Ela diza num sussurro e com uma dicção um tanto ruim.

— Aqui... — Eu lhe entrego um copo e ela dá uma bebericada. — Consegue mexer o braço?

Paolla tenta mas os movimentos eram totalmente limitados.

— Tudo bem, com fisioterapia vai voltar ao normal logo, logo... Consegue apertar minha mão?

— Não... — Ela diz após outra tentativa falha. — O que aconteceu? Por que eu to aqui?— Ela questiona fazendo uma careta.— Minha cabeça dói.

— Você sofreu um acidente de carro com o Diogo... Seu coração estava com um problema por isso você passou mal e...

— Diogo?— Ela questiona franzindo o cenho.

— Sim... Mas ele está bem, já está em casa. Amanhã voltará a trabalhar. — Ela diz e sorri.

— Cade meu pai?— Ela questiona e meu coração quase para de bater.

O pai dela morreu quando ela tinha cinco anos.

— Quem é Diogo? — Ela pergunta e depois olha pra mim. — Você é meu médico também? Pode chamar meu pai?