História Uma Nova Chance - Cap.83

                                Marco:


É hoje, Senhor... To feito mesmo com essa mulher.

Suspiro meneando a cabeça e sorrio, caramba eu não fiz nada e ela surtou como se eu tivesse dito a pior coisa do mundo e lhe ofendido, mas ela mesma tirou conclusões e ficou irritada com o que ela mesma criou na própria cabeça.

Me levanto da cama e vou atrás dela.

— Amor, vem cá... Vem cá, eu não quis...— Digo quase a alcançando.

— Pode parar! Eu to irritada e não quero te ouvir, vou dormir no quarto de hóspedes.

— Paolla, pelo amor de Deus, eu não fiz nada, não disse nada! Foi você mesma quem tirou suas próprias conclusões, você tá brava por coisas que inventou sozinha!

— Ah, agora eu sou louca? To louca agora! Vai me internar?!? Mereço mesmo, viu! Mereço! — Ela diz e bate a porta do quarto na minha cara.— Agora eu vi, mesmo! Que absurdo, onde já...

Eu não consigo ouvir o restante da frase, sua voz ficou abafada demais. Solto uma respiração pesada, tentando não ficar bravo com ela.

— É tudo culpa da gravidez, Marco.— Digo para mim mesmo.— São hormônios, apenas os hormônios...

Penso em cancelar o pedido, mas conhecendo minha gravidinha bipolar, desisto da ideia, sei que provavelmente amanhã ou hoje mesmo durante a madrugada ela vai acabar querendo comer o tal hambúrguer e é bem capaz de brigar comigo outra vez por eu ter desistido do pedido, apesar de ela mesma ter mandado eu fazer isso.

Quando o pedido chega, eu guardo os dois na geladeira e vou dormir. Ou pelo menos tentar fazer isso, não consigo dormir longe de Paolla, minha cama parece enorme e eu estranho até mesmo ter mais espaço e não dormir praticamente caindo da cama, eu já havia me acostumado até com suas idas ao banheiro de madrugada, com ela me acordando para pedir um copo d'água ou simplesmente me acordando para lhe fazer companhia quando tinha insônia. É... Essa mulher é tudo pra mim.


* * *


Nem sei quanto tempo dormi, não muito pois o sol não dava nem sinal e a escuridão ainda tomava conta, eu podia ouvir os passos de Paolla pelo corredor. Me levanto e me sento na cama. A luz do corredor estava acesa e eu conseguia ver a sombra dela indo e vindo pelo vão que havia entre o chão e a porta.

— Amor?— Digo abrindo a porta. Ela trava e me encara como se estivesse vendo um fantasma num segundo e no outro ela disfarça e sorri forçada.

— Oi! Tá fazendo o que acordado?— Ela pergunta e eu sorrio.

— Eu que te pergunto, acordei com você caminhando pra lá e pra cá praticamente abrindo uma cratera aqui na porta.

Paolla se mexe incomodada e em seguida pigarreia fraco.

— Eu? Eu... Eu nada. Achei que tinha ouvido um barulho e pensei que podia ser você.

— Sei...

— Além de louca, sou mentirosa também...— Ela resmunga revirando os olhos.

— Então... Já que não é nada, eu vou dormir. Boa noite pra você.

— Boa noite. Aliás, uma excelente noite, até amanhã!— Ela dix entra no quarto novamente.

Fecho a porta do nosso quarto e impossível não rir, ela estava querendo entrar, só não quer admitir.

— Ai, Paolla, só você. Vamos ver quanto tempo você aguenta ficar de cara virada pra mim...