Ja’far era um turista macabro de sucesso; já tinha ido a vários continentes, lugares assustadores, macabros, e que um turista normal não apostaria sua vida para ir ver. Porém Ja’far é movido a adrenalina, ele ama sentir o que esse hormônio causa em seu corpo, como o hormônio estimula seu coração, eleva sua tensão arterial, e relaxa certos músculos e, ao mesmo tempo, contrai outros. Afinal, nada melhor do que sentir tudo isso.
Para muitos, Ja’far é louco; Para outros, ele é apenas um aventureiro, mas se perguntassem para Ja’far o que ele pensa de si mesmo, ele vai falar em alto e bom som: Eu sou um viciado em sentir perigo.
O garoto estava olhando o mapa e marcando o último lugar em que foi se aventurar, Pripyat, a cidade vizinha a Chernobyl, porque nada melhor do que ver a destruição ou o caos marcado naquele território. Ele precisava ver de perto e sentir o perigo radioativo que lá tinha.
Sentou-se no seu sofá de seu apartamento pensando em qual lugar deveria se aventurar agora. México? Não, ele já foi lá uma vez. Talvez ele devesse ir à Austrália? Não, ele queria um lugar bem perigoso mesmo. Pensamentos rondando, de um lado e para o outro, até que ele finalmente pensou em um lugar, por que não na América do Sul? Mais especificamente no Brasil, afinal, nada melhor do que se aventurar na floresta amazônica, um local totalmente perigoso, como um habitat para vários predadores. Seu coração até ficou feliz por ter finalmente achado um local para ir.
Pelo computador, comprou as passagens para ir para seu tão amado destino, e logo começou a arrumar suas coisas. Arrumando sua mala, escutou uma batida na porta e logo uma grande mulher entrou. Rurumu era sua grande mãe adotiva, e mesmo deixando que seu filho tenha essas viagens perigosas, nunca deixou de se preocupar com seu primogênito.
─ Vai em mais uma viagem, Ja’far? ─ Perguntou enquanto olhava as malas prontas.
─ Sim, irei para a América do Sul, quer que eu traga uma lembrancinha? ─ Disse enquanto olhava fixamente para os olhos da grande mulher. Ele via a preocupação nos olhos azuis que ela tinha, mas ele não sabia como confortá-la ─ Eu vou ficar bem, mãe, não se preocupe, estarei levando tudo de necessário, tentarei me comunicar o bastante, e não me meterei em encrenca, e sim, vou voltar vivo.
A mulher nada disse, apenas puxou o garoto para um abraço apertado enquanto acariciava seus cabelos alvos, ela sempre se preocupou como seu filho, afinal, o Turismo Macabro pode ser algo totalmente perigoso.
─ Se cuida, Ja’far, e tente me ligar sempre que puder. ─ Disse dando um beijo em sua testa e logo saindo do apartamento de seu filho.
Passaram-se 2 dias e o dia da viagem finalmente chegou, Ja’far estava ansioso para embarcar no avião e ir em direção a seu destino. Pegou seu celular, conectou seus fones de ouvido e colocou alguma música aleatória. Começou a pesquisar mais sobre a cultura, os animais, e os habitantes locais, afinal, do que adianta ir sem saber de nada sobre o local? Depois de uma longa pesquisa, Ja’far estava bem informado sobre a floresta e sobre as tribos indígenas que lá habitavam e estava.
Depois de uma longa viagem, finalmente chegou em Manaus para pegar um transporte até a tribo local a qual queria visitar. Era um local isolado e tinha que ir de trilha, alguns quilômetros a pé, mas nada que interfira na vontade do garoto de conhecer a floresta macabra.
Chegando na tribo local, foi bem recebido por habitantes de lá, sentiu um pequeno desconforto de ver tantas pessoas seminuas, mas depois não ligou, afinal, era a cultura deles. Foi falar então, com o cacique da tribo, pedir a permissão de hospedagem por alguns dias, o velho simpático lhe disse um sim, e, então, começava a aventura do garoto.
Enquanto caminhava, ouviu um murmúrio de alguns índios. Como tinha estudado a linguagem brasileira, conseguiu entender um pouco o que eles estavam falando.
— Ele atacou de novo ontem a noite e levou a minha esposa! — Disse o índio, enfurecido pelo acontecimento. Curioso como era, foi perguntar para eles quem era esse tal sequestrador de mulheres.
— Com licença, desculpe por intrometer, mas de quem vocês estão falando? — Disse enquanto aproximava-se do grupo de índios.
— O Deus Yorixiriamori apareceu novamente na tribo, não sabemos mais o que fazer, ele está levando cada vez mais mulheres! Estávamos pensando em fazer uma oferenda, mas não sabemos mais o que oferecer. — Explicou um deles para Ja’far.
— Oh, poderia me dizer exatamente quem é esse tal deus? — Disse com a curiosidade aparente em seu olhar. Agora sim as coisas estão melhorando.
— Yorixiriamori é um deus que encanta as mulheres com sua beleza e talento, porém, ultimamente não só mulheres, mas até mesmo homens estão desaparecendo e caindo nas mãos de Yorixiriamori.
— Interessante, gostaria de aprender mais sobre os seus deuses. — Disse empolgado.
Ja’far sentou-se com o grupo de índios e então, eles começaram a lhe dizer suas crenças, ensinando técnicas da tribo e de sobrevivência. Pegou ajuda com os índios e então, foi a floresta adentro. Andava com cuidado junto a sua lança feita por si. Quando passeavam, viu várias espécies de animais, aranhas gigantes, cobras, rãs venenosas, era algo totalmente medonho. O jovem estava encantado com aquilo.
Passeava na mata junto ao grupo de índios, até que se deu conta de que não tinha mais ninguém a seu redor. O coração falhou uma batida e apenas um pensamento rondou sua cabeça: E agora?
Rondou por mais algumas horas e então, a noite estava chegando e, junto a ela, a escuridão. Estava preocupado, porém tinha os ensinamentos básicos dos nativos da região.
Foi para a árvore mais próxima e menos alta que tinha, e começou a subir até ficar em um galho alto o suficiente para tentar encontrar a tribo. Sem sucesso, apenas sentou-se ali e ficou parado por um tempo.
— Está perdido? — Uma voz junto a um brilho imenso apareceu no outro galho de outra árvore, em frente ao seu.
— Q-Quem é você? — Perguntou o albino para a criatura a sua frente. Ele era totalmente diferente de um nativo, até mesmo de um ser humano normal.
— Sou conhecido, parcialmente, por Yorixiriamori. No mundo dos deuses, me chamo Sinbad, mas a verdade é que eu não tenho nome nem origem, sabe como é, não é mesmo? — Disse enquanto olhava fixamente para os olhos esverdeados enquanto dava sorrisos maliciosos direcionado para o garoto assustado. Ele nunca imaginaria que veria tal divindade a sua frente.
— Me responda uma pergunta, por que gosta tanto de roubar as mulheres dos nativos daqui? — Perguntou enquanto via o olhar dominador do outro. Quando os índios diziam que ele era bonito, nunca imaginaria que ele realmente fosse bonito.
Seu cabelo roxo escuro — Quase um preto — cheio de plumas, junto a sua pele morena e seus olhos cor de mel, sem contar no corpo definido que carregava. Usava várias peças de jóias, como correntes, cordões e duas argolas de ouro.
— Eu não roubo, só não tenho culpa de ser tão atraente. — Disse enquanto dava um riso sacana. Ja’far nunca pensaria que um deus poderia ser tão egocêntrico. — Mas o que um jovem tão bonito faz aqui nessa floresta tão perigosa? — Disse se aproximando o suficiente para pegar uma de suas mãos e levar ate seus lábios, dando singelo beijo.
Afastou a mão de uma vez enquanto fazia uma cara feia de reprovação. Não estava afim de ser molestado por um deus, ainda mais um que não servia para nada.
— Por favor, se afaste, não estou afim de contato com um deus do seu tipinho. — Disse com uma expressão de nojo.
Sinbad apenas fez uma expressão dramática enquanto ria da situação. Ja’far, vendo aquele sorriso, sentiu as bochechas esquentarem e sentiu um frio na barriga — ele esperava que não fossem as malditas borboletas no estômago.
— Sinbad, posso perguntar algo? — Disse timidamente enquanto olhava nos olhos de mel do outro.
— Pode perguntar, pequena acácia branca — Diz com um sorriso sacana chegando perto do menor enquanto pegava um tufo de cabelo branco, e enrolando um cacho que estava solto ali.
— Existe algum ritual para que você deixe as esposas dos outros em paz?
— Hmm, acho que, se usarem alguém muito bonito para o ritual, alguém virgem, então eu penso em desistir da tribo; Me contentaria de ter a pessoa mais bonita de lá. — Disse com um sorriso sacana. — Isso é algo totalmente difícil, poucas coisas me agradam, mas tente.
Com uma ponta de esperança nos olhos, Ja’far ia tentar perguntar algo, até ouvir gritos vindo da floresta. Parece que Sinbad também ouviu porque, depois disso, ele se transformou em um pássaro e sumiu entre as árvores em direção ao céu. Quando viu a movimentação embaixo do galho que estava, percebeu serem os índios da tribo na qual estava se hospedando. A felicidade junto a euforia subiu em seu sangue e ele logo começou a descer, estava ansioso para falar sobre o acontecimento com o cacique. Chegando na tribo, pediu para falar diretamente com o “chefão” do local, queria falar o mais rápido possível sobre o encontro com Sinbad — Ou Yorixiriamori.
— Senhor, gostaria de falar pessoalmente com você. Enquanto estava perdido na floresta, me encontrei com Yorixiriamori. Pode parecer estranho, mas eu sei como ajudá-los para que ele pare de insistir aqui. — Disse ele olhando diretamente para o chefe da tribo.
— Então, senhor Ja’far, o que você propõe para que a tribo faça? — Disse o cacique acendendo um cachimbo e levando até sua boca.
— Faça uma oferenda para ele, com um único jovem, seja homem ou mulher, com uma beleza totalmente exótica e virgem. Agora vocês, podem escolher. — Disse enquanto explicava passo a passo.
Depois de terminar a explicação, saiu da tenda do chefe e foi para a sua, precisava repensar todos os seus casos ao longo do dia. Com tais pensamentos, Ja’far pegou no sono.
Era de manhã quando o turista acordou de seu sono. Após se levantar e espreguiçar, saiu da tenda e viu um mutirão de nativos da tribo ao redor de lá, e, em frente ao, cacique.
Estranhou aquilo e começou a se preocupar, os olhares de reprovação, outros de esperança, felicidade, e apenas um único olhar aflito, que era do chefe da tribo.
— Senhor Ja’far, sobre a nossa conversa de ontem, quero dizer que achamos alguém perfeito para o ritual. Minha tribo decidiu isso por conta própria, então me desculpe pelo o que vamos fazer agora. — Disse ele com uma expressão triste.
Depois do discurso, dois índios pegaram os dois braços do Ja’far e amarraram para trás com uma corda. Um gemido foi deixado nos lábios pela a dor que sentiu. Logo depois de ser amarrado pelos índios, foi segurado com força enquanto era levado em direção para o meio da floresta, no fundo, escutavam alguns sussurros, e outros gritavam de alegria, afinal, agora que a oferenda ia para o deus Yorixiriamori, as mulheres do local ficariam seguras do deus “conquistador”.
— Espere! Eu não preciso dessas cordas, eu irei por vontade própria! — Assim que o explorador pronunciou as palavras, os dois índios pararam de lhe arrastar. — Por amor a essa tribo, eu, Ja’far, vou como oferenda ao deus Yorixiriamori. — Os que assistiram ficaram espantados. O chefe da tribo ordenou que os índios retirassem as amarras, e deixou os braços do albino livres.
Deixado no meio da floresta, num templo improvisado, Ja’far esperava Yorixiriamori aparecer para lhe levar para longe dali. Ele teria que ser a oferenda, era um favor a hospedagem e tudo que a tribo tinha feito por si. Ele faria aquilo com seu consentimento.
— Então você vai ser a minha oferenda? — Ouviu uma voz grossa atrás de si, e quando virou-se para ver quem era, se deparou com a divindade roubador de mulheres.
— Talvez sim. Ajudarei a tribo local, espero que tenha gostado da oferenda, senão, que se foda. — Disse grosseiramente enquanto olhava para aqueles malditos olhos cor de mel. Ele nunca se amaldiçoaria tanto por causa dessas íris.
— Opa, opa, vamos com calma, não precisa ser tão violento assim com seu novo deus, afinal, agora você vai ser meu. — Falou enquanto se aproximava e chegava ainda mais perto do jovem.
Quebrando tudo que é espaço entre eles, Sinbad parte para o primeiro contato entre eles, foi um singelo beijo nos lábios do sardento. Foi algo quase que inocente, até a língua do deus pedir passagem, separando os lábios dele, para então, virar um beijo mais quente. O ósculo estava indo lento e molhado, assim como a divindade gostava, e Ja’far apenas tentava acompanhar o beijo que seu novo “dono” gosta. O beijo foi quebrado com uma mordida no lábio inferior e um selinho. Sinbad se afastou para ver a visão que desejava, ver Ja’far com as bochechas rosadas, destacando assim, as pintinhas que macularam sua pele, mas que o deixavam ainda mais bonito. Ver os lábios separados em busca de mais oxigênio para satisfazer seus pulmões, e também, ver um filete de saliva escorrendo no canto da boca.
Ah, mas agora que Sinbad ia fazer proveito daquela própria obra dos deuses existentes desse mundo.
Sem esperar, Sinbad avançou de novo naqueles lábios adocicados, mas, dessa vez, com mais precisão e vontade do que da última. Dessa vez, suas mãos foram em direção a sua cintura, dando um aperto na mesma e causando um leve arrepio pelo corpo do albino. Ja’far levou suas mãos até os cabelos arroxeados, entrelaçando eles para a facilidade de conduzir o beijo. O jovem nunca pensaria que estaria fazendo isso, mas ele se sentiu embriagado com o gosto dos lábios daquele deus. E agora, Ja’far sabia exatamente o porquê das mulheres sempre irem atrás dele.
Com tantos beijos molhados, algumas arfadas, e gemidos, Ja’far se encontrava agora em meio ao paraíso com um deus entre suas pernas lhe estocando cada vez mais e mais. Tentava formular frases coerentes, mas tudo que saia de seus lábios — já maltratados de mordidas e chupões — eram gemidos e o nome de Sinbad. Ja’far tinha que se segurar em qualquer recipiente para não ser jogado fora por tanta força que ele estava fazendo.
— Não se segure, quero ouvir você gemer meu nome. — Disse enquanto estocava mais uma vez seu ponto doce.
E, com um grito, Ja’far chegou ao seu clímax seguido dele, a divindade. E esse dia foi marcado com as manchas roxas e vermelhas por todo o corpo branco do menor. Ele estava satisfeito e a divindade também.
E, então, depois de tal acontecimento, ninguém mais sumiu na tribo por culpa do deus Yorixiriamori, porque, agora ele se contentava apenas com a sua oferenda recebida naquele dia.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.