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História Uma outra Alice - Delírios


Escrita por: AnonymousHunter

Notas do Autor


Hello!
Mais para vocês :3
espero que gostem

Capítulo 6 - Delírios


Fanfic / Fanfiction Uma outra Alice - Delírios

- Como se sente, Chaper? – Minha mãe passava a mão pelo meu rosto com ternura. Os olhos heterecromáticos amarelo e verde estavam fechados, e seus lábios carnudos formavam um sorriso. Minha mãe era uma mulher muito bonita. Branca, com bochechas naturalmente rosadas e cabelos loiros. Meu pai era um homem de sorte.

Minha mãe costumava dizer que eu também teria um homem de sorte, e que eu seria muito amada...cá estou eu...em um sanatório...

 

Acordo de meu sonho estranho e me sento na cama. Eu havia tirado um cochilo para conversar com a psicóloga quando fosse de tarde, mas já estava de noite.

Esfrego os olhos com força e abro a boca em um bocejo longo. Provavelmente foi a melhor soneca que já tirei em semanas. Me levanto e coloco minha cartola, saindo do quarto logo em seguida. Eu queria encontrar a médica, mas não tinha perguntado ao Nathaniel onde ficava a sala dela. Meus olhos passeiam pelo corredor comprido, e vejo que ainda tinham pessoas por ali. Ótimo, eu poderia andar normalmente sem me preocupar de ser vista por alguém.

Começo a caminhar devagar, ainda meio grogue de sono. Passo por pessoas falando sozinhas e pessoas que dançavam ao som do silêncio. No meio deles, eu parecia muito normal.

Apresso o passo e subo dois andares, parando no começo do terceiro. Provavelmente a sala dela estaria aqui, mas eu precisava passar pela enfermaria, e eu não queria encarar Cheshire outra vez. Não queria ter que encarar aquele sorriso espantoso outra vez. Me viro para descer, e então ouço a voz de Alice me chamar. Olho bruscamente para trás e a vejo parada na frente da enfermaria, sorrindo. Ela não parecia drogada, não parecia assustada. Começo a pensar se a história da droga não foi apenas invenção da cabeça da garotinha, mas eu não tenho certeza disso. Eu estava com vontade de sair correndo e acertar um chute nela. Para uma garota que estava chorando feito louca, ela me parecia muito bem.

Começo a me aproximar dela, pisando firme no chão. Os olhos dela acompanhavam meus pés e seus dedos pequenos mexiam na barra do vestido azul que ela não tinha trocado desde o primeiro dia que apareci aqui.

Seguro o cabelo dela, puxando para cima. Eu estava furiosa e não sabia o motivo disso. Ela gritava e tentava em vão soltar minha mão dos fios loiros, mas eu era mais alta e mais forte. Seus pés chutavam minha canela, mas eu não me movia. Eu começava a ter certeza de que a história com Cheshire era pura imaginação daquela garota louca, e os pensamentos de que eu poderia ter ido para o tratamento de choque por culpa de uma mente fantasiosa me faziam trincar os dentes de raiva.

Solto seus cabelos e seguro em seu pescoço. Tão frágil e branquinho...em um apertão eu poderia quebrá-lo ao meio. Aquela ideia tomava conta da minha mente, mas eu não era tão louca assim. Pressiono-o de leve, ouvindo um breve gemido da garotinha. De seus olhos azuis rolavam lágrimas, e seus lábios se apertavam de medo. Encaro-a com fúria e então a solto, virando as costas. Eu poderia simplesmente matá-la, mas isso seria assumir a insanidade, e eu sairia daqui com o cérebro são. Eu sairia daqui e esfregaria na cara dos meus pais amargos que eu tinha razão quando dizia que não era doente. Eu sairia por cima dessa história, e viveria feliz com isso assim que deixasse esse lugar nojento.

Desço rapidamente as escadas, sem olhar para trás. Eu estava irritada, assustada. Aquelas pessoas me assustavam, eu queria voltar para minha casa, para minha cama confortável. Eu só queria poder conversar com os amigos que tinha.

Começo a andar em direção ao meu quarto, mas Castiel aparece e para na minha frente. O rosto pálido do ruivo entrava em contraste com os lindos cabelos cor de fogo. Ele estava sorrindo.

- Procurei você por todo lado, Chaper. Queria pedir desculpas por ter jogado uma colher em você e por ter sido esquisito. Eu tinha esquecido de tomar meus remédios, isso não vai acontecer outra vez. É uma promessa. Não, é um juramento. – Ele levanta o braço esquerdo e coloca sua mão em seu peito. Castiel estava diferente do garoto que eu tinha conhecido. Estava simpático, estava sorridente. Me pergunto se esse era o efeito dos remédios, e isso me entristeceu.

- Quero me desculpar também. Não estou em um dos meus melhores momentos, e acabei descontando em você. Enfim...amigos? – Estendo minha mão para ele, que é apertada logo em seguida. Vamos juntos para o meu quarto, e lá encontramos Lysandre sentado na minha cama. Ele olha para mim com um sorriso enorme, levanta e vem até mim, beijando minha bochecha. Fico um pouco surpresa com o ato, então apenas arregalo os olhos e permaneço parada.

- Você fez uma linda cartola, Chaper. Sinceramente, acho que você tem esse dom. Poderia fazer um chapéu para mim qualquer dia? – Ele pergunta enquanto confere as horas em seu relógio.

- Claro...quem lhe deu esse relógio lindo? – O platinado estende o objeto para mim, pedindo para que eu pegasse. Era pesado e brilhante. Ele fazia barulho ao ser tocado. Um tilintar gostoso de se ouvir. Com certeza era melhor que o som do sino do refeitório.

- Era do meu avô. Ele deu para mim assim que meus pais morreram em um acidente de carro. Quando ele soube que eu viria morar aqui com a minha tia, ele quis me dar uma herança da família.

- Ah...sinto muito. É muito bonito. – Devolvo o relógio para ele, sorrindo. – Afinal, onde está Alice? – Pergunto.

- Ela disse que iria falar com a psicóloga. Deve estar no terceiro andar. – Castiel responde. Digo que vou procurá-la e então saio do quarto. Subo rapidamente as escadas, parando no segundo andar para descansar, e então vejo Alice sentada no começo das escadas. Ela estava com a cabeça baixa, brincando com suas sapatilhas pretas de boneca.

- Ah, te achei! Estava procurando por você o dia todo! – Tento pegar em seu braço, mas ela se esquiva de mim, me olhando assustada. Tinha lágrimas em seus olhos e seu rosto estava todo molhado. – Alice...? Aconteceu alguma cois...

- Saia de perto de mim! Não me toque sua...sua...sua louca! – Ela me interfere, cuspindo as palavras. Arregalo os olhos e me afasto, descendo alguns degraus. Eu não acreditei que ela tinha me chamado de louca. Eu estava apenas querendo ajudar! Estava apenas esperando para contar tudo para a psicóloga sobre Cheshire e mandá-lo para a prisão. Mas ela era ingrata.

- Tudo bem! Fique aí com seus demônios, sua pirralha! Você me contou sobre o gato de Cheshire, você disse para mim que ele te drogava! Eu apenas queria ajudar você, Alice. Mas de agora em diante, terá de lidar com isso sozinha. Sua maluca. – Ela inclina a cabeça, confusa. Tinha parado de chorar e estava rindo. Uma risada baixa e irônica.

- Eu nunca disse isso para você, chapeleiro. Eu acho que a única maluca aqui é você. – Arregalo os olhos. Como ela nunca tinha me dito aquilo? Eu a vi no banheiro segurando a minha cartola.

- Não, você...você foi até o banheiro me ver, Alice! Me entregou a cartola que eu perdi no caminho.

- Não. Você a derrubou enquanto estava comigo no colo. Logo depois a pegou e colocou na cabeça de novo. Como eu poderia ter ido ao banheiro, se estava desmaiada?

- O quê...- Começo a descer alguns degraus, e então me viro e corro para o andar debaixo. Eu corro, e corro, e corro sem parar. Minha garganta começava a queimar, e lágrimas escorriam no meu rosto. E então eu paro bruscamente.

Meus olhos se arregalam e eu me vejo agarrando Alice pelos cabelos e apertando seu pescoço. Eu tinha a visto mais cedo, mas tinha me esquecido disso. Era por isso que ela estava tão assustada quando cheguei. Foi por isso que ela me chamou de louca.

Eu era mesmo louca? Eu já não duvidava mais disso. A insanidade estava tomando conta da minha cabeça.

 

 

 


Notas Finais


E agora? e.e
HOHOHOHO
Quem é a maluca? Chaper ou Alice?


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