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História Uma Princesa Entre Nós - Paris, Equitação e Guerra


Escrita por: srfish

Notas do Autor


Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Mais um capítulo saindo espero que gostem ♥

Boa leitura ....

Capítulo 14 - Paris, Equitação e Guerra


Fanfic / Fanfiction Uma Princesa Entre Nós - Paris, Equitação e Guerra

POV MARIA
Depois de uma longa viagem de helicóptero lá estava eu, parada em frente a um comprido hotel extremamente elegante que se encontrava no meio daquela rua com construções rústicas e antigas
Batia um vento gelado sobre minha face quando olhei para o meu lado direito para poder ver, entre a copa da árvore, uma pontinha da Torre Eiffel
-Chegamos em Paris -diz Catarina igualmente encantada cantarolando e rodopiando parecendo uma princesa da Disney
-Vamos Maria -me chamava meu avô já nas escadas da entrada
Entramos no hotel, algumas pessoas levaram as nossas malas enquanto o rei fazia o check in
-Vô, não foi um pouco errado deixarmos a rainha sozinha -digo
-Sim, mas eu tenho reuniões muito importantes pro futuro do reino que não podiam ser adiadas -diz o rei -Não foi a ação certa, mas foi precisa -ele me olha- Não precisa se preocupar querida. Amelia não estará sozinha, Thomas está lá e também pedi para que qualquer coisa ele me ligasse imediatamente
A recepcionista pediu para que agradecemos alguns minutos, então me sentei junto com Catarina em uma das poltronas daquele hall gigantesco. Enquanto isso meu avô foi em busca de uma bebida
-Ainda bem que essa viagem de helicóptero acabou! -diz Catarina -Digamos que eu tenho um pouco de medo de altura
-Sério? Pensei que você estava se tremendo porque queria ir no banheiro -digo
-Ainda tem a volta...se eu morrer fala pra minha mãe que eu amo ela
-Vamos estar no mesmo vôo, se você morrer eu também terei o mesmo fim -digo seria
Um pinguim...digo, um moço muito bem vestido com um smoke se aproximou ao mesmo tempo que meu avô retornava com um copo de whisky. Os dois começaram a falar em francês muito, mas muito rápido o qual eu não entendia nada!
Foi o pinguim que nos levou pros quartos. Meu avô se despediu de mim em frente ao quarto que dividiria com Catarina
-Maria...eu estou indo para as minhas reuniões. Sei que você sua dama de companhia tem muito a fazer e desbravar hoje -diz o rei -Deixarei o soldado Salut aqui com vocês pra acompanhá-las durante o dia
-Tabom! -digo já o vendo virar as costas para seguir pro seu quarto, ao lado do meu -Vô -ele se vira me.olhando -Olha...eu não tenho nada contra o seu soldado Salut, mas...porque o soldado Caballero não veio com a gente?
-Ele tinha alguns assuntos para resolver no reino, em nome de Avilan -meu avô ri junto com soldado como se soubessem de algo -Tenha um bom dia querida
Meu avô se foi e aquele soldado magricela de cabelos escuros e ralos (quase todo raspado) ficou ali parado me olhando. Ele me olhou de cima a baixo, mordeu os lábios e sorriu.
-Já pode ir Tadeu -diz Catarina
-Estarei esperando no carro alteza -diz ele saindo da minha frente
-Agora eu entendi o por que você veio estranha o caminho todo -diz Catarina batendo a porta
-Henry é o meu guarda costa...era ele quem deveria vir com a gente -digo me sentando na cama
-Será que seu avó desconfiou de alguma coisa? -pergunta ela agora caminhando em minha direção com os braços cruzados
-Não sei...acho que não já que ele ficou para cuidar de "coisas em nome de Avilan" -faço aspas e reviro os olhos
O quarto era o mais convencional possível. Duas camas de solteiro, um banheiro e uma varanda
A companhia do quarto tocou. Catarina abriu dando de cara com um  concierge com um maravilhoso café da manhã. Ele o arrumou naquela varanda de frente a lindissima Torre. A mesa do café se resumia em xícara de café (que eu amo), uma tigela com frutas vermelhas e uma tigela com ovos cozidos. Como prato principal tinha um negócio quadrado que eu não sei o nome, mas parecia estar muito gostoso
Agradeci e ele se foi. Me sentei em meu canto e Catarina ficou parada em pé ao meu lado
-Acho melhor você se sentar -falo
Ela se mantém parada
-É outra regra? -pergunto
Ela balança a cabeça positivamente
-Eu acho que daqui minha vó não consegue nos ver -digo tentando olhar pela varanda fazendo ela dar risada -Anda, senta aí e come alguma coisa...nunca ti vejo comendo nada...
Ela se senta
Coloquei um café em um xícara e a dei. Dividi com ela também o negócio quadrado
-Apesar de estar nervosa...você também me parece estar mais feliz hoje -fala Catarina
-Não tem como não ficar feliz em Paris -digo rindo
Comemos e depois, por alguns minutos, ficamos observando a linda vista que tínhamos, com direito a canto dos passarinhos
Estar em Paris sentada em uma varanda tomando café era uma experiência maravilhosa. A alguns meses atrás eu não achava que seria possível viajar para outro Estado, e agora estou do outro lado de oceano
-Você vai ser uma ótima rainha -diz Catarina sem me olhar
-Porque diz isso? -pergunto a encarando -Só me conhece a um mês
-Sei reconhecer uma pessoa com a alma boa... -ela coloca seu guardanapo em cima da mesa -Acho que não podemos mais perder tempo aqui! Tem um monte de lojas lá fora que precisam da nossa visita
-Eu não sou especialista em nada mas, acho que esse vestido que estou não está adequado para a reunião com a Elsa do Frozen -falo me referindo ao frio congelante que fazia lá fora
-Posso resolver isso -diz Catarina indo em direção a minha mala, a abrindo e pegando um urso polar em forma de casaco -Vista -estende para mim
-Eu espero do fundo do meu coração que isso não tenha saído de algum animal -falo o segurando
-Não, não foi...eu tenho amor pelos bichinhos. Tirando as baratas...essas merecem morrer
-risos -Sério? Porque você se parece mais com aquelas pessoas que saem para matar pato por pura diversão -digo terminando de vestir aquele casaco branco e peludo
-Eu tenho um tremendo bom gosto -diz Catarina toda contente com sua escolha
-To parecendo uma patricinha! Só me falta um pooldool numa bolsinha rosa
-Se você quiser eu arrumo um -fala Catarina me fazendo rir
Eu não estava achando aquela combinação muito a minha cara, mas...eu já estava vestida, já estava tudo pronto e Catarina tava toda contente então...
Saímos do hotel e o soldado Salut aguardava encostado a um carro inteiramente preto
-Se me permite dizer alteza, a senhorita está magnífica -diz ele abrindo a porta
-Ta afim de morrer, Tadeu? -pergunta Catarina nervosa me fazendo rir
Saímos para as compras seguindo uma lista cuidadosamente criada pela rainha, Thomas e suas torturadoras. Entre os itens estavam joias (para que eu tivesse as minhas) e iconicos, caríssimos e delicados sapatos. Não preciso dizer que eu detestava fazer compras, mas estava adorando passear por Paris.
Me sentia muito chique entrando naquelas boutiques acompanhada por Catarina e um segurança -risos Ao mesmo tempo estava incomodada por todos ficarem me olhando e cochichando por onde passávamos. Quase todos me reconheciam como a princesa francesa perdida de quem o mundo falou tanto nos últimos dias. Ou chamávamos atenção pelas nossas roupas. Parecia que tínhamos acabado de sair de uma máquina do tempo -risos
Fotos? É...Eu tirei algumas com um pessoal que eu nunca vi na vida
Comemos em um café e pela tarde fomos aos pontos turísticos e nos milhares de museus como o magnífico Louvre
Fazia tanto tempo que eu não saia daquele castelo que ver aquele mundo tão vivo me deixava excitada
A noite chegou e obviamente não dá para visitar Paris e não tirar aquela iconica foto em frente a Torre Eiffel, né? Vocês podem me dizer que eu fui tosca e passei vergonha, mas eu não me importo! Essa imagem ficará para sempre guardada não só na minha memória, mas nessa foto também!
Não sei o porquê, mas tudo naquele lugar simplesmente parecia mágico.
-Soldado Salut, você poderia me dizer o que meu avô quis dizer com o fato de que Hen...o soldado Caballero ficou no castelo "para resolver no reino, em nome de Avilan" -pergunto
-Ai Maria! Esquece isso! -diz Catarina com a cabeça encostada no vidro
-Eu não consigo! Sou curiosa -digo rindo -Eai soldado Salut?
-Sim, todos os soldados sabem -responde ele
-Sabem do que? -pergunta Catarina também interessada, mas o soldado fica calado
-Terei que me inscrever pro exército de Avilan pra saber?
-Seria o certo -diz ele parando o carro em frente ao hotel, puxando o freio de mão e nos olhando -Mas...eu tenho um apresso muito grande pela alteza -ele sorri -Soldado Caballero ficou para por um fim em algumas pessoas que tem divergências com o rei
-Por um fim? -pergunto serrando os olhos
-Matar, tirar a vida, abater seja lá como a senhorita queira chamar -diz ele -O rei não pode sujar as suas mãos com sangue de inocentes então, ele manda o seu melhor soldado
-Mas, o soldado Caballero não seria capaz de fazer isso
-Ele só cumpri ordens alteza. E faz de tudo pelo rei 
-Acho melhor irmos. O rei deve estar esperando para jantar -diz Catarina me vendo sem reação
-São poucos desse reino que tem caráter alteza -diz soldado Salut ainda dentro do carro
-Não acredite em nada que esse idiota do Tadeu diz -fala Catarina me puxando pelo braço
Eu estava em choque em saber que o amoroso vovô poderia ser um sanguinário rei. Isso me assustou mais do que a revelação de minha avó
Como Catarina disse meu avô me aguardava para o jantar, mas não o convencional em uma mesa pequena do hotel. No hall de entrada ele conversava com um senhor de cabelos grisalhos, uma conversa que parecia estar muito acalorada. O rei ao me ver passar me chamou:
-Maria, vista o seu melhor vestido e me encontre aqui no hall em vinte minutos -disse ele
-Pra que? -pergunto, mas ele continuava a conversar com o senhor e não me deu atenção
Em meu quarto Catarina me deu um vestido roxo recheado de babados em que na frente era curto e atrás era comprido
-Depois que você arrumar o cabelo pode colocar esse sapato e esses brincos...
-Pera! Pera! Pera! -digo interrompendo -Você sabe pra onde eu estou indo?
-Não -responde Catarina com um olhar desconfiado
-Como não sabe se foi você quem arrumou a minha mala e colocou esse vestido...
-Em qualquer mala da realeza precisa ter um vestido de gala...ARRUMA O CABELO LOGO
Coloquei as joias e um sapato que tinhamos acabado de comprar
Meu avô me aguardava no hall, como tínhamos combinado, com o seu elegante terno cinza e cabelos lisos grisalhos penteados pra trás, um famoso engomadinho da zona sul -risos
-Está linda pequena Maria -diz ele me estendo a mão para me ajudar a descer os últimos degraus
-Eu estaria mais linda ainda se soubesse o que está acontecendo, o porque estou com esse vestido e pra onde estamos indo -respondo rindo
-Estamos indo pro Baile das autoridades -responde ele enrolando meu braço no seu
-O que? -pergunto o fazendo rir
Caminhávamos por dentro do hotel rumo ao salão
-Amanhã pela manhã irei a uma reunião um pouco difícil com os governadores das cidades francesas e com o presidente.
-E sobre o que seria essa reunião calorosa de amanhã?
-Aumento de impostos -responde ele. Eu adoro o fato de que meu avô me conta as coisas sem se importa com o fato de que eu sou uma ingênua princesa que não deve se preocupar com isso -Por conta dessa reunião o presidente resolveu fazer esse encontro para apaziguar as coisas e mostrar para todos que está tudo bem
-E porque eu tenho que ir?
Ele me olha sério
-Porque você é a princesa de Avilan...e as primeiras damas querem te conhecer...era pra sua avó estar me acompanhando -por alguns longos segundos ele fica cabisbaixo -São pessoas importantes Maria...
-Obrigado por não me deixar nervosa vô -digo o fazendo rir
Antes de chegarmos no salão pousamos para alguns jornalistas que tiraram inúmeras fotos nossas
Lá dentro um pianista era quem conduzia a música forte do ambiente, que se contrastava com a falação quase que imperceptível
Comprimentamos um pessoal muito bem vestido, não pude deixar de notar que quase todas as mulheres usavam vestidos brilhantes todas igualmente brancas e jovens
Meu avô foi conversar com os seus aliados enquanto eu tive que manter a minha linha de boa moça conversando com as primeiras damas
-A rainha Amélia está bem? -perguntou uma delas, vestida em seu vestido dourado -Por que ela não veio na companhia de vocês?
-Faz tempo que Amélia não aparece no nosso grupo de leitura -comenta uma moça de sorriso amarelo
-Ela está bem sim...minha vó...Só anda bastante ocupada com a minha educação e etc -respondo omitindo o fato da sua doença
Algumas das poucas mulheres maduras que tinham ali, como toda mãe, começaram a falar sobre o quanto seus filhos eram lindos, simpáticos, inteligentes...praticamente viraram um Tinder humano
-Lemos a sua matéria...você morou tanto tempo no Brasil...você tinha um macaquinho ou um papagaio de estimação? -pergunta a mesma moça do vestido dourado
-Não, por que eu teria isso? -pergunto sem entender franzindo a testa
-O povo de lá saber ler? Por
que...vocês moravam no meio da floresta com os índios! -diz uma moça com um sotaque puxado
-Acho um máximo esse tipo de vida alternativa -diz a mesma do sorriso amarelo
-Você aprendeu a sambar? -pergunta a moça do chapéu gigante 
-Olha gente, eu não sei de onde vocês tiraram essas informações -digo rindo -Ninguém lá tem papagaios e macacos. Nem todo mundo sabe sambar. E temos cidades bem grandes e desenvolvidas, ou seja, não moramos com os indigenas...e claro que tem muita gente que passa por dificuldade
-Falando em dificuldades...nós iremos fazer uma ação beneficente...gostaria de ir conosco? -pergunta a mesma moça do chapéu gigante
-Eu adoraria -digo feliz por finalmente tocarem num assunto interessante
Elas me contaram aonde e o que fariam. Obviamente confirmei a minha ajuda
O jantar que foi servido em uma mesa longa toda trabalhada na prata, era apenas aqueles pratos de gente rica com um pinguinho de coisa que chamavam de comida. Que desonra a minha lasanha
As dez da noite meu avô me chamou para podermos ir embora
-Parece que o grupo das damas gostaram de você -diz ele -Acho que sua avô vai adorar saber disso
-Ela vai infartar -digo rindo e o deixando preocupado -Em um bom sentido -ele solta um risinho fraco como quem julgava o palavreado do jovem -Vô...eu gostaria de ir nessa reunião
-Acho que vai ser uma boa ideia -diz o Rei me fazendo travar os passos
-Serio!? Sabe que a minha vó vai te matar ne?
-Ela vai me agradecer depois -diz ele beijando o topo de minha cabeça, me dando boa noite e me deixando em frente a meu quarto -Amanhã as nove no hall -o rei entra em seu quarto
-Soldado Salut...Eu sou top -digo rindo e entrando no quarto
-ME CONTA TUDO! -grita Catarina sentada em minha cama
POV REI ROBERT
Eu olhava a cada minuto no relógio batendo insistentemente meu pé direito no piso laminado do hall do hotel
-Cadê a Maria!? Ela está atrasada!
-Quer que eu vá chama-la majestade? -pergunta o soldado
-Claro que não...ela precisa aprender a ter responsabilidade -digo ainda olhando para a porta do elevador na esperança dela aparecer -Não posso  esperar mais
Fui para o carro decepcionado pela falta de responsabilidade da Maria e talvez a falta de amadurecimento que...
-Bom dia Majestade!
Tomei um susto danado! Quase que meu coração saiu pela boca
Olhei para dentro do carro e vi Maria sentada com um sorriso de orelha a orelha
-Maria! O que você esta fazendo aqui?
-Indo pra reunião com o senhor? -pergunta ela dando um gole no seu copo de café
-Era pra você me esperar lá fora
-Eu esperei e o senhor demorou MUITO TEMPO! Ainda não consegui me acostumar com esses saltos altos então resolvi esperar aqui no carro -conta ela de uma maneira muito acelerada -Parece que o majestoso foi quem se atrasou dessa vez! Minha vó vai ficar sabendo disso, vai arrancar o seu coro e fazer uma linda bolsa -ela ergue as sobrancelhas me fazendo rir
Entrei no carro e Maria me estendeu um outro copo de café, que minutos antes ela tinha comprado
Fomos para o prédio da prefeitura onde todos já nos esperavam. Subimos pelo elevador e fomos para a sala
-A senhorita não pode entrar -diz o segurança da porta impedindo a passagem de Maria -Se quiser pode aguarda ali nos sofás
-Ela está comigo -digo o fazendo se desculpar e sair da frente de Maria
POV MARIA
Okay, entrei naquela sala que estava mais segura do que o cofre municipal
Me sentei num sofazinho que tinha atrás da cadeira do meu avô, junto a secretaria do presidente, sim a única mulher dali. Você não leu errado, a sala em questão era recheada de velhos que faziam a maior barulheira
-Caros aliados, obrigado por estarem aqui nessa reunião! Precisamos discutir uma questão dificil -diz o presidente de pé -Decidimos aumentar os impostos sobre os produtos avilianos em 43%...
-QUARENTA E TRES!? Isso é um absurdo! -grita meu avô no mesmo instante
-Fique calmo Robert, vamos aumentar os impostos de algumas empresas internacionais também. Mas, como o senhor é nosso aliado achamos melhor comunicar-vos antes -continua o presidente -Os impostos cobrados sobre vocês iram aumentar a partir da semana que vem
-Todos que estão aqui concordam com isso? -pergunta meu avô ainda incrédulo. Os homens começam a falar ao mesmo tempo claramente concordando com a decisão patriota do presidente
-O seu reino é cheio de pedras preciosas e um solo fértil, Robert -diz o governador de Paris, Josh, com um sorriso debochado no rosto se reclinando na cadeira -Terá condições suficientes para pagar um imposto maior
-Estamos recebendo muitos refugiados, Robert, e precisamos de dinheiro para obras de infraestrutura e ações sociais -fala o presidente
-Isso não é problema meu. Já enviamos dinheiro SUFICIENTE pra vocês, já investimos em suas indústrias. Isso é um roubo!
-Vocês usam o nosso aeroporto e o nosso porto. Isso é inteiramente justo -indaga outro governador
-Isso vai acabar com o nosso reino -diz meu avô
-Talvez seja hora de transformar aquilo em uma cidade nossa -diz o presidente -Assim vocês ficariam isentos desse impostos
-Jamais! -diz meu avô -Se continuarem com isso irei parar de investir em suas indústrias
-Assim como o resto do mundo -digo em um sussuro impulsivo
Todos em silêncio me olharam
-Do que você está falando Maria? -pergunta meu avô
-Nada -digo inteiramente envergonhada
-Maria...diga -pede meu avô
-Bem, o senhor me falou sobre isso ontem então eu passei parte da minha madrugada estudando sobre, e com certeza aumentar os impostos não é a melhor forma de resolver isso
-Não vamos escutar o que essa garota tem a dizer né? -pergunta um dos governadores fazendo o restante rir
-Escutem! -diz o presidente calando todos e pedindo para eu prosseguir 
-Aumentando os impostos muitas indústrias vão sair daqui, ou pararam de investir em vocês. As empresas que permanecerem teram prejuízos, já que o preço dos produtos será bem maior e ninguém vai querer comprar, ou seja, a economia de vocês não vai girar. Se vocês já não tem dinheiro agora...com certeza daqui a alguns meses a situação será bem pior
-Então alteza, já que não podemos aumentar os impostos o que sugere? -pergunta governador Josh
-Eu não disse que vocês não podiam aumentar o impostos -falo -Talvez se vocês subissem os impostos só pra 10%, e pegassem esse dinheiro e investivessem em indústria de base que geraria empregos, as pessoas poderiam começar a comprar coisas o que traria dinheiro pra vocês...sem precisar perder o apoio do meu avô e de outros
-Aparentemente a senhorita não sabe só escolher vestidos bonito, alteza -diz o presidente rindo junto com os demais, me deixando novamente envergonhada -Anotou tudo o que ela disse, Joyce? -ele pergunta para a sua secretaria -Iremos estudar mais sobre essa ideia brilhante, mas saiba que foi ótima
-Você estará ficando louco se aceitar a ideia dessa, altezinha! -grita governador Josh -Robert, você não pode deixar ela tomar o seu lugar de homem! Onde já se viu aceitar as ordens de uma mulher!
-Daqui a alguns anos o meu reino estará nas mãos dela...então é melhor vocês começaram a aceitar as suas ideias e ordens, e a respeitá-la...assim como fazem comigo
-É melhor você arrumar um marido logo pra ela, precisamos de um rei de pulso firme! -continua Josh
-Se estiver incomodado abandone o seu posto de governador, pois a minha neta não abandonará o trono! Quando decidir algo me informe presidente, mas já esteja ciente das conseqüências militares que esse aumento causará
-Começará um guerra por conta de imposto? -pergunta o presidente
-Não, por não respeitaram a ideia brilhante de minha neta! -diz o Rei se levantando de sua cadeira -Começando pela sua cidade, Josh - ele abotoa o seu blazer -Vamos Maria! -eu prontamente me levanto e o sigo rumo a porta que já estava sendo aberta
-Nos não podemos entrar em guerra com Avilan -dizia governador Josh quando a porta se fechou
Meu avô tinha falado em um tom tão ríspido e grosso que daria medo até o ser mais valente dessa terra
Já dentro do carro eu o questionei:
-Vô, porque o senhor falou daquele jeito...tão nervoso?
-Quarenta e três porcento é muita coisa. É muito dinheiro -respondeu ele
-Foi só isso? -pergunto o fazendo me olhar
-Eles estavam rindo de você, querida. Estavam duvidando da sua capacidade.
-Eles são só velhos -rio
-Qualquer coisa que afete a você também me afeta. Se eles duvidavam da sua capacidade, também duvidaram da minha. Ninguem ri na cara da realeza de Avilan sem ter consequências
Naquele momento me lembrei do que o soldado Salut tinha nos dito no carro.
-O senhor seria mesmo capaz de matar inocentes? -pergunto
-Pra limpar e honrad o nome da nossa família eu faço qualquer coisa
-Mas talvez derramar sangue não seja a melhor coisa a se fazer
-Depende do tipo de sangue, Maria...-ele se vira encarandoa a janela
Daquela reunião fomos direto para o aeroporto onde Catarina ja nos aguardava no helicóptero
Chegamos em Avilan quase no finzinho de tarde, já que tínhamos parado em uma cidadezinha por conta da neve forte que caia
Ao chegar no reino o frio era tão forte que nem mesmo aquele casaco me aquecia. O céu estava todo eneblinado
A porta do helicoptero se abriu. Alguém me estendeu a mão. A segurei com força, com medo de despencar daqueles dois degraus que separavam o chão da aeronave. Já no último degrau me enrolei no vestido, ainda bem que o soldado segurou com força a minha cintura evitando que minha cara beijasse o chão
-Está tudo bem alteza? -perguntou uma voz em meio aos finos flocos de neve que começavam a cair. Uma voz que era impossível não reconhecer
-Henry... -digo seu nome
-Retire as malas e de aos serventes soldado -ordena meu avô
-Sim majestade -responde Henry imediatamente me soltando
Meu avô me olhava sério
Descemos as rscadas do heliponto e fomos pra dentro do castelo que estava quentinho. Fomos direto para o quarto de minha vó
-Majestade? Posso entrar? -pergunto arrastando a porta pesada de madeira
-Claro minha pequena -responde ela acompanhada por uma tosse seca -Como foi a viagem?
-Foi muito boa. Comprei tudo o que a senhora mandou e...conheci um pouco a cidade -digo me aproximando de sua cama
-E o baile?
-Perguntaram sobre a senhora. Eu disse que estava ocupada e cansada
-Não deveria ter respondido isso...vai parecer que sou uma velha -diz a Rainha me fazendo rir
-Maria se comportou muito bem, Amelia -diz meu avô retirando os sapatos
-Eu vim mesmo saber como a senhora está -digo
-Estou melhorando...só preciso de um pouco mais de repouso
-Eu sinto muito por ter te colocado nessa situação...
-Não foi culpa sua, querida.Deus sabe o que faz
-Acho melhor você ir pro seu quarto, Maria, já estar tarde -diz meu avô claramente me expulsando
Dei-lhes boa noite e fui para o meu quarto
Henry foi quem me acompanhou até o meu quarto
-Como foi a viagem? -perguntou ele no caminho
-Boa -respondo sem o olhar
-Aconteceu alguma coisa?
Parei em frente a minha porta. Voltando os olhos para ele pergunto
-Quero saber sobre as mortes de pessoas que não concordam com o rei
-Que? Quem te contou isso?
-Não importa Henry...
-Importa sim!
-Soldado Salut
-Tadeu? Foi ele quem te acompanhou na viagem?
-Foi e ele era muito educado e prestativo -digo cruzando os braços. Em silencio Henry me encarava, bufando de raiva -Isso é verdade?
-após segundos de silêncio -Não...
-Então porque você ficou aqui no reino sendo que deveria ir comigo?
-Não posso te falar...
-Bem, o soldado Salut me contou -digo
-Eu não sou ele. Se quiser, acredite no que Tadeu falou! Boa noite alteza -diz ele abrindo a porta do quarto
-Sei que meu avô seria capaz de dar uma ordem dessas -digo entrando
-É assim que funciona Avilan -diz ele com sua voz grossa em tom de sussuro -Mas, isso não aconteceu... -Henry fecha a porta
Vocês devem estar se perguntando, saber sobre isso o que mudaria na minha vida? Talvez, eu conseguisse tirar da cabeça do meu avô essa ideia maluca
E também me indgnava o fato de que eles querem que eu saiba tudo sobre o reino, mas não algumas coisas!
》NO DIA SEGUINTE
Passei por Henry que ainda estava emburrado comigo, de cara fechada e séria. Ele assim ficava ainda mais bonito e fofinho
-BOM DIA ALTEZA! -Thomas subitamente começou a caminhar do meu lado, dizendo em plenos pulmões, tudo o que eu tinha pra fazer hoje. Eu obviamente me assustei -Hoje, além das aulas convrncionais, você tem aula de balé, natação, luta, administração do reino...
-Nossa senhora! Tem mais atividades ai do que as de sempre -digo
-Foi a propria rainha que pediu para reformularmos o seu cronograma diário. Ela não quer que você perca uma só hora do seu dia -responde Thomas olhando de cima a baixo para Henry
-Claro...não posso "perder o meu precioso tempo" -digo fazendo aspas com as mãos
-No final da tarde esteja preparada para a sua primeira aula de equitação -concluí ele fechando a sua caderneta
-Epa! Epa! Epa! Como é que é? EQUITACÃO? -pergunto brecando
-Sim, saber andar de cavalo é essencial -responde Thomas me encarando sem saber o motivo do meu espanto
-Só se eu for competir nas olimpíadas e olha, eu não tenho esses planos para a minha vida
-risos -Todas as mulheres da realeza devem saber andar de cavalo. É algo majestoso, bonito, romântico...
-Sim, em 1800 era tudo isso!
-Foi o cronograma feito pela rainha! Ela quer que você siga os passos dela -fala ele sério como sempre -Te espero depois do café da manhã
Paramos apenas para almoçar e eu fui para a aula de balé. Um saco!
Natação, mais ou menos, pelo menos isso me seria útil para alguma coisa
E por fim a aula mais esperada do dia, equitação -ironica
Vesti uma roupa apropriada para a situação. Depois de um bom tempo volto a usar uma calça ALELUIA
Um professor me esperava perto do estábulo. Catarina e Henry me acompanhavam, como sempre
-Seja bem vinda alteza -diz um moço se curvando. Ele era bem magrelo, alto e pálido. Deveria ter quase os seus quarenta anos -Será uma honra imensa ser o vosso professor...
-Obrigado caro... -respondo -Qual é a sua graça?
-Edine -responde ele
-Merci beaucoup, Edine -falo com o meu ensaiado sotaque francês
-Pra se começar as aulas, antes precisa escolher o seu cavalo. Alteza, queira me seguir até o estábulo -diz Edine 
Eu nem mesmo sabia que ali tinha um estábulo. Essa parte do castelo Julie não tinha me mostrado. Era um lugar bem afastado do castelo
O estábulo era uma imensa casa cheia de feno com um cheiro forte de fezes, mesmo assim parecia ser um local confortavel para cavalos
Ali tinham pelo menos uns sete cavalos um para cada membro da familia real. Minha vó tinha um cavelo branco, meu avô um preto, Julie um branco com manchas marrons e olhos claros e Morgana um caramelo. Sobraram-me apenas duas opções
-Como se escolhe cavalos? Eles tem um curriculo ou algo do tipo? -pergunto os fazendo rir
-Todos são bons e de raça pura. Deve escolher o que achar mais bonito -responde Edine
Passei os olhos pelos dois cavalps que comiam feno, tentando encontrar um motivo que me faça escolher um dos dois. Mas o que me chamou atenção mesmo foi um que estava afastado de todos. Ele não tinha nada de especial, não era branco como nos contos de fada, era apenas amorronzado como tantos outros pelo mundo
-Por que aquele está separado? -pergunto como sempre curiosa
-É uma égua que vai para o abate -responde Edine -Não consiguimos doma-la! Além do mais, ela não é de uma raça pura
-Eu quero ela -digo
-Como? -pergunta Edine me olhando incrédulo -Ninguém nunca conseguiu dar meia volta com essa égua, alteza...
-Já tentaram conversar com ela para saber o motivo?
-Ficou doida de vez -diz Catarina rindo
-Por favor Edine, prepare essa égua -digo o fazendo olhar para Catarina e Henry, com esperança de que eles mudassem minha ideia
-Ela não vai mudar de opinião nem se um meteoro cair -diz Catarina
Edine com muito sacrifício equipou a égua com uma sela que até parecia confortável. E la fomos nós para o aras cheio de areia
Edine estava amarrando a égua, enquanto Henry me entregou um capacete preto que mais parecia um coco
-Está ao contrario, alteza -diz Henry fazendo Catarina gargalhar
-Não faço a minima ideia de como se põe isso -digo tirando o negocio que parecia ter emperrado
-Deixa eu te ajudar -diz Henry se aproximando -Essa confusão é plausível já que você nunca deve ter cavalgado antes
-QUE TIPO DE PALAVRAS INDECENTES estais a trocar com a nossa alteza, Henry! -gritou Catarina seriamente nervosa -Crie vergonha nessa sua cara deslavada! Nunca se deve perguntar isso a uma dama!
-Mas, eu realmente nunca cavalguei -digo franzindo a testa sem entender
-Ah...vocês estão falando de cavalos? -pergunta ela
-Estamos em um aras, Catarina, sobre o que mais seria? -pergunta Henry
-Nada -responde ela rindo -Deixa pra lá
Tá! Eu jatinha visto aquilo nos filmes, então não achei que seria dificil. Subir na égua foi a parte mais fácil
Eu não sou muito a favor de usar e chicotear um animal irracional. Os bichinhos não tinham culpa e nem mesmo a obrigação de nos carregar de um lado pro outro. E também, se ela quisesse poderia me lançar e carregar para quilômetros de distância
-De uma leve batida em suas costelas, com os seus pés -pede Edine
Faço o que ele pediu. Logo a égua se zanga, da um pinote ficando só sobre as duas patas traseiras. Não estava totalmente segura e presa aquele animal o que fez o meu corpo voar da sela
E tudo começou a girar, a girar, a girar...Sabe quando você vê tudo acontecendo em câmera lenta e a morte se aproximando?
-Te peguei -diz Henry me segurando em seus braços
Minha palpitação e minja respiração estava desenfreada
-Pode abrir os olhos, Maria -pede Henry e assim eu fiz. Olhando para Henry seus lindos olhos me acalmavam lentamente
-Está tudo bem com você querida? -pergunta meu vô parado a nossa frente
-Sim! Henry me salvou -digo rindo descendo do seu colo
-Eu percebi -diz ele encarando nervoso Henry -Eu não mandei matar essa estupida égua?
-Sim, majestade! Mas a alteza escolheu-a -responde Edine
-Maria! -o rei subitamente se vira pra mim -Essa égua não serve, escolha outra! De um fim nela...
-Não vô, não precisa disso -digo -Não tem motivos para mata-la...é uma égua saudável
-Ela poderia ter te machucado gravemente Maria, não quero que isso ocorra novamente...E também...ela não é uma égua de sangue puro iguais a todos os cavalos da nobreza
-Eu quero e irei ficar com ela -falo -No meu mundo não se precisa ter sangue real para ser da nobreza
Meu avô respira fundo, contendo a raiva
-Se você conseguir dar um volta completa nela, pode ficar com-a -diz meu avô
-Desafio aceito Grand-pére (vôvô em francês)
Meu avô ri e se afasta junto com Edine e Catarina. Sim, nem o Edine quis ficar próximo daquela égua selvagem -risos- Henry foi o único que ficou ali perto de mim para me ajudar caso acontecesse algo
-Você acha que eu sou louca? -o questiono
-Um pouco...mas os loucos são as melhores pessoas -responde ele sem me olhar
-Pensei que estava bravo comigo -digo já em cima da égua
-E estou -diz ele ajustando a cela
-Então porque não me deixou cair estatelada no chão?
-Porque o meu trabalho é salvar a alteza frágil -diz Henry olhando pra mim e rindo -Está tudo pronto
Meu avô meu olhava com atenção
-Estou morrendo de medo -digo
-Vai dar tudo certo -cochicha Henry se distanciando
Me curvei pelas costas da égua me esticando até chegar em sua orelha. Resolvo conversar com a égua. Li em algum lugar que isso ajudaria a acalma-la
-Oi moça, tudo bem? E-e-eu sou a Maria..sei que tem um pessoal ai que tão querem te matar- a égua relincha e se inclina novamente, me agarro em seu pescoço -Calma! Calma! Não vou deixar isso acontecer! Pode confiar em mim -ela volta a ficar com a quatro patas no chão, mas ainda relinchava muito 
-Maria, é melhor descer! -dizia Henry preocupado e afastado
-Nós só precisamos mostrar que sabemos o que estamos fazendo -digo ainda perto de sua orelha -Eu confio em você -beijo sua crina -Pode ir meu anjo -do leves batidas em suas costelas
A égua começou a andar bem de mansinho
-Tá okay...precisamos apenas dar uma volta um pouco mais rápida -falo e ela aumenta a velocidade
Depois de alguns minutos eu já estava cavalgando como se fizesse isso desde pequena. O galopeio da égua era tão confortável, calmo e macio que deixava qualquer cavalo de raça no chinelo! O vento frio batia em meu rosto assim como evoaçava a crina da égua, fazendo cosquinhas em minhas mãos
Demos mais do que uma volta completa e assim eu desci feliz pulando e a abraçando
-É isso aí menina! E disse que você ia conseguir -digo beijando o meio de sua cabeça. Ela surpreendentemente parecia feliz
-Isso não adianta de nada! Eu quero ela morta -diz meu avô se aproximando
-O QUE!? -pergunto franzindo a testa e o olhando nervosa, furiosa...
-To brincando -diz ele rindo -Vocês mandaram muito bem...continuem com as aulas, preciso ir resolver algumas coisas...Henry, venha comigo por favor!
-Claro, majestade -diz Henry seguindo os passos de meu avô
Mais uma vez Henry e meu avô de papinhos escondidos
-Já que deu tudo certo...precisa dar um nome a ela, alteza -fala Edine
-Que tal Menry? -pergunta Catarina de braços cruzados e olhando para mim como quem dizia: "Você vai ter essa audácia?"
A junção do meu nome com o nome de Henry...Ah! Eu detesto ser desafiada!
-Você agora faz parte da nobreza, Menry -digo sorrindo e a alisando
Continuamos à aula ensinando alguns truques para Menry que no começo foi bem resistente. Mas, não se aprende a ser da realeza de um dia pro outro...eu sei claramente do que estou falando -risos
Nos despedimos de Edine e fomos para o castelo, pois já estava quase na hora do jantar
A mesa novamente farta, mas que contava com a ausência de três pessoas. Minha vó que se mantinha no quarto, meu avô e Edward que segundo Morgana estavam em uma reunião. Uma reunião a noite, no castelo...óbvio que achei estranho
-Fiquei sabendo das suas aventuras no aras e a escolha de uma abastada e vira lata égua -comenta Morgana
-É...talvez para se fazer parte da nobreza não precise ter sangue real -digo em seguida bebendo os últimos goles do meu suco
-Não se engane, Maria! Isso só acontece no mundo animal -diz Julie limpando a boca em um guardanapo e saindo da mesa -Irei ver a minha querida tia
-Já está tarde, Julie! Vá para o seu quarto fazer sua limpeza de pele, se não amanhã acordará com olheiras terríveis! -diz Morgana
-Não gosto nem de pensar nisso! -diz Julie saindo terrivelmente abalada
-Por que ela liga tanto pra beleza!?
-Beleza atraia homens, querida...e homens atraem riqueza! -diz Morgana também limpando os lábios no guardanapo e saindo
-Acredita que a reunião do seu avô ainda não terminou? -pergunta Catarina finalmente podendo se aproximar
-Não acredito que você foi fuxicar isso -digo séria -Eu faria o mesmo -risos -O que você escutou
-Não muita coisa...só o seu avô falando com um senhor: "foram ordens da rainha" -ela o imitava com uma voz grossa
-Vamos ter que esperar pra saber o que é -digo pensando nas inúmeras possibilidades de coisas que a rainha poderia mandar fazer
Quando terminei o meu jantar subi na companhia de Catarina. Ao passar pela porta de minha vó Thomas disse que a rainha já estava dormindo, e que não queria ser acordada. Respeitando suas vontades fui direto para o meu quarto
Durante a madrugada escutei a risadaiada de meu avô, que provavelmente já estava cheio dos goró, que quase sempre eram acompanhadas de outras risadas masculinas e estranhas. Eu adorava dormir com a pprta da varanda aberta, pois entrava um ventinho gelado. Mas, parece que essa noite ela dormirá trancada
No dia seguinte, me acordei com um imenso barulho de um avião cruzando o céu. Isso era raro! MUITO RARO! Acordei logicamente assustada. Ao sair na varanda vi meu avô todo lorde e portado de espada, saindo do estábulo com o seu cavalo de pelo hidratado. Mais a frente ia o mesmo senhor que conversava com ele ontem a noite
Vesti um sobretudo e corri o mais rápido possível para poder alcança-lo e saber o que estava acontecendo e pra onde ele estava indo tão cedo
-Vô! Aonde o senhor vai? -gritei, mas ele parecia não me ouvir. Continuei correndo pelo gramado do castelo -Vô!? Vô!? ROBERT D'LA MANCHA! -ele finalmente parou o cavalo e virou a cabeça para me encarar
-A última vez que me chamaram assim foi minha mãe -diz ele rindo -Maria, isso não são vestes para estar em público
-O senhor não venha mudando de assunto!
-Me encontre no batalhão Alexandre... -diz ele dispensando a companhia do senhor
-O que está acontecendo? Pra onde o senhor está indo?
-Está tendo uma guerra no Egito, é pra lá que estamos indo
-Está acontecendo ou o senhor vai iniciar uma? -pergunto o deixando calado por alguns segundos
-Não te contei nada porque sabia que você ia ser contra e iria fazer de tudo pra mudar o meu pensamento. Mas, Maria...é assim que um reino cresce e fica mais forte...
-É, o senhor tem total razão...quando diz que eu seria contra!
Henry também aparece montado em um cavalo carregando uma bolsa amarronsada e grande
-Vai leva-lo?
-Claro! Ele é o nosso melhor soldado...não posso ir pra uma guerra sem ele na linha de frente -diz meu avô todo contente
-Linha de frente? -repito sua fala ainda sem acreditar. A linha de frente são os que morrem primeiro, os que não tem pra onde correr...é morte, ou morte!
-Temos que ir querida. Reze por nós e cuide da sua avó! -meu avô sai galopando, enquanto Henry fica pra trás me olhando
-Henry...
-Desculpe Maria, seu avô me proibiu de lhe dizer qualquer coisa -diz ele
-Não quero que você vá! Não quero que você se machuque! -digo segurando seu braço
-Esse é o meu trabalho...dar o meu sangue pelo povo -diz ele sorrindo e apertando minha mão, me fazendo sentir algo nela -Fique com essa minha medalha de honra...volto para buscá-la
Sentíamos que aquela viagem não terminaria bem, então por alguns longos segundos só ficamos nos olhando, talvez decorando cada parte do nosso rosto, talvez desejando um beijo em público. O que seria uma catástrofe
-Eu te amo, Maria -diz Henry, mas eu me calo. Um "Eu te amo" era uma forma dolorida de dizer adeus. E eu não queria dizer adeus. Então me calei
Henry também saiu galopando no mesmo rumo de meu avô
Henry tinha deixado comigo uma última lembrança caso ele não voltasse nunca mais. Ele já sabia o que poderia acontecer...e eu também
-Maria entre, vai pegar um resfriado! -gritava Catarina da porta
Voltei pra dentro do castelo com os inúmeros questionamentos de Catarina, e os meus rondando minha cabeça
-Vocês dois ficaram loucos!? Se a rainha saísse na varanda e visse aquela cena romântica de "Romeu e Julieta" ACABAVA com a vida de Henry!
Me sentei no sofá da sala da TV em que tinha uma lareira que aquecia o ambiente
-Meu avô tinha razão, se eu soubesse nunca que iria deixa-lo começar uma guerra idiota
-Do jeito que você é doida arrumaria um jeito de furar os pneus do cavalo -diz Catarina rindo, mas me vendo com um olhar cabisbaixo e preocupada ela para e suspira -Não precisa ficar aflita com Henry...ele sabe se cuidar e vai voltar bem. Ele sempre volta...por isso é o melhor soldado -risos
-Mas agora é diferente...alguém ordenou para que ele fosse, com o intuito de não voltar
-Pera...ah...a rainha? Claro! A Rainha ordenou...
-Que Henry fosse na linha de frente pra que ele morresse sem que ela precisasse sujar as mãos ou ficar com a consciência pesada...pra que a cozinha inteira fosse afetada, já que não contaram a ela onde a neta estava...
-Para que você se separasse dele -diz Catarina me fazendo a encarar
-Se Henry não voltar vai ser culpa minha...
-Maria, já acordada? É melhor ir se arrumar para a aula -dizia Thomas parado na escada. Ele levava uma uma bandeja de café da manhã, logicamente para a minha vó
-Thomas, pode deixar que eu levo o café da rainha...depois irei me arrumar
-Claro, alteza! Sua vó vai adorar a surpresa! -diz ele com um sorriso no rosto ao me ver levantar do sofá
-Maria...pegue leve com a rainha! -pede Catarina segurando meu braço
-Eu não vou fazer nada...
Não seria certo brigar com a minha vó naquele estado. Eu ainda tinha noção. Eu só queria saber como ela estava e, talvez ela fosse a única que entendia a angústia de ter um amor numa guerra
Peguei a bandeja e subi para o quarto. A rainha estava saindo do seu closet em um simples vestido vermelho
-Vejo que estava melhorando -digo pondo a bandeja em cima de sua cama
-Acordei com vontade de me sentir ainda mais bonita e poderosa -diz ela terminando de abotoar os seus brincos. Ela caminhou até a cama onde eu já estava sentada -Sei muito bem o porque está aqui e o porque está com essa cara
-Sabe? -pergunto assustada
-Sim, mas não fique irritada com o seu avô querida...foi eu quem mandei ele não te contar nada sobre a tal guerra. Eu e ele sabemos muito bem o que passa nessa sua cabecinha -a rainha se sentou na cama e começou a comer os pães fresquinhos -Seus pensamentos são iguais aos de sua mãe: impulsivos e piedosos -a rainha revira os olhos -E a sua ideologia, ah...ela é igualzinha a do seu pai...sem guerras! "Sem guerras, Dona Amélia! Sem guerras." Ele dizia sempre
Ela faz uma pausa de alguns minutos encarando o retrato da família que tinha em cima da mesa de sua cabeceira
-Mas sem guerras não há vitórias, não há novos territórios, não há riquezas e o nosso povo passa a desacreditar na gente...isso seria terrível! -a rainha bebe o seu café amargo -Mas sabe a maior controvérsia dessa história toda, Maria?
-Não -digo em meio a um suspiro largo dela
-Mark era o Capitão do Mar do nosso exército. Ele ficou tão contente com essa conquista...Mark também adorava filmes de guerra -ela sorri fraco encarando os farelos de pão no seu guardanapo
-Vai ver ele só não gostava de estar em uma -digo a fazendo soltar a risada -Vó...a senhora não tem medo de que o vô... não volte?
-Ele sempre volta -diz ela pondo o cabelo atrás de minha orelha -Quando um homem aviliano tem em casa a mulher que ama, ele faz de tudo pra voltar vivo e bem! -ela sorri me encarando, e aos poucos o seu sorriso vai caindo e em seus olhos surgem lágrimas -Você se parece tanto com ele...
-Com quem? -seguro sua mão que antes estava em meu rosto
-Mark era especial...um garoto brilhante! -ela se distancia de mim contendo as lágrimas. Majestades não podem chorar em público! -Já lhe contei da vez que em ele desapareceu por doze horas?
-Na verdade a senhora nunca me contou nada sobre meu pai -digo rindo
-Ah...é verdade...nesse dia nós enlouquecemos! Mobilizamos toda a tropa, avisamos todos do reino, estipulamos até um valor de recompensa caso alguém o encontrasse!!! Buscamos em todos os cantos, em todas as casas! Mark só a noite apareceu dizendo que tinha ido acampar no sótão -diz ela gargalhando junto comigo -Essa história não te lembra alguém?
-É, uma princesa doidinha aí -digo ainda rindo
-Sabe Maria -suspira -Por mais que eu queira que você seja uma rainha igual a mim...eu sei que não será
-E isso lhe decepciona?
-Muito -diz ela terrivelmente magoada -Mas se você se parecer tanto assim com o seu pai...eu estarei mais aliviada -diz ela finalmente me abraçando. Algo que ela não fazia a tempo. Algo que pareceu tão irreal algumas vezes, mas ali...era um abraço verdadeiro
-A senhora pretende sair desse quarto? -pergunto me separando dela
-Ainda não me sinto preparada pra encarar os nossos serventes, que a essa altura já sabem muito bem o que eu tenho -responde a rainha
-Eu preciso me arrumar pras aulas -digo me levantando de sua cama e caminhando para a porta -Tenha um bom dia, majestade -sorrio e fecho a porta
Nem sempre a rainha é aquela carasca
-Bom dia alteza! -grita alguém surgindo do meu lado -Soldado Salut!?
-Vejo que ainda se lembra do meu nome...algum motivo específico?
-Porque...esse...é...o seu nome?
-gargalhada -A senhorita é muito engraçada -dizia ele com o seu sorriso amarelo -Irei fazer a sua guarda esses dias que Henry não está e...caso ele não volte...a senhorita sabe que ele pode não voltar né?
-É eu sei...fique de olho em Edward. Não deixe ele chegar perto do meu quarto e nem de mim
-Claro, alteza!
POV ABIGAIL
Logo depois do jantar estava uma correria insana na cozinha, e todo aquele calor, vapor, poeira do chão estavam me fazendo passar um pouco mal
-Mãe...e-eu não estou me sentindo muito bem
-Pode ir descansar querida...nós terminamos aqui -diz ela
-Fugindo do trabalho Dona Abigail? -questiona Iolanda
-Acho que foi algo que andei comendo -respondo
-No nosso quarto tem um xarope, caso você queira...melhora isso ai rapidinho -diz Iolanda sempre muito agradável comigo
Sai daquele ninho de cobras. Não se enganem! Detesto todos dali! Não vejo a hora de sai daqui e ter o lugar que eu realmente mereço nessa sociedade!
Desci para o subterrâneo do castelo, onde antigamente ficavam presos os escravos. Eu tinha compromisso marcado
-O que você quer comigo Abigail? -pergunta Edward sentado em uma cama que tinha por ali
-Você não estava seco assim comigo ontem a noite -falo alisando seu rosto e sentando em seu colo
-Não tenho tempo para perder com putas -fala Edward me jogando pro lado e se levantando
-O que aconteceu barão?
-Se a princesinha na estivesse aqui poderíamos mandar o rei pro baleleu, envenenar a rainha e BUM...o reino seria nosso -explica ele
-Podemos fazer tudo isso ainda...a alteza está sem a guarda do Henry
-Não...daquela dali eu quero outra coisa...não posso negar...vocês me fascinam -diz ele sorrindo malvado pra mim -Diga logo o que quer!? Morgana já deve estar atrás de mim...
-Estou grávida -falo com um olhar contente. Teria em meu ventre o filho homem que o barão sempre quis. Não havia maior felicidade que aquela
Edward começou a dar risada. Uma risada escandalosamente alta
-Que tipo de brincadeira e essa garota -fala ele de mãos na cintura
-Não é brincadeira, Edward...eu estou grávida de um filho seu! -me levanto nervosa da cama
-Pois eu quero que você tire esse verme! -o barão nervoso grita e em seguida anda apressadamente pra cima de mim -Ou eu mesmo o arrancarei dai de dentro
-Você acha que eu tenho medo de você? -paro os seus passos pondo com força minha mão sobre seu peito -Você acha mesmo que eu queria estar grávida de VOCÊ? Um sujeitinho que matou o próprio sobrin...
Ele tapa a minha boca com força
-Você vai tirar esse filho -diz Edward de dentes sarrados me pressionando conta a parede
Arranco sua mão de minha boca
-Eu quero que meu filho seja o barão desse reino -falo sorrindo debochada
Vejo a furia nos olhos de Edward que soca a pequena mesa de madeira que se despedaça
-Se fosse pra escolher...eu preferia mil vezes que esse filho fosse de Henry. Meu eterno e único amor -falo -Mas, Henry é um pé rapado que não tem onde morrer...e então Deus me deu a sorte de ter um filho SEU! O barão rico...
Edward fica alguns minutos em silêncio encarando as paredes encardidas daquela antiga sela.
-Fale que esse filho é do soldado Caballero -fala Edward ainda transtornado
-Impossível! Ele nunca acreditaria em mim...
-Você mesmo disse que um dia desses ele chegou bêbado. Use isso contra ele -responde Edward
-A troco de que?
-Em troca da felicidade da princesinha -responde ele -Se fizer isso, prometo te tirar desse castelo e te dar uma boa vida bem longe daqui
-risadas -Sua malvadeza me encanta -falo o forçando a se sentar novamente na cama
-Você é quem me encanta -fala Edward
Agarro suas bochechas e mergulho em seus lábios
POV MARIA
Foram três longos dias com apenas cartas do meu avô, as quais obviamente não eram realistas. O rei sempre dizia estar tudo bem, mas ele estava em meio a uma guerra, canhões, corpos destroçados, tiros, sangue, bombas...Não tinha como estar tudo bem. Logicamente ele não falava nada de Henry, afinal...era só mais um soldado
Ainda tinha comigo a sua medalha que me fazia lembrar do seu toque, do seu beijo e do seu cheiro
Logo após o almoço, o mesmo avião barulhento cruzou o céu. Corremos todos para as janelas do castelo para ver o que causava tantos aplausos e gritos da população. Logo o pessoal do castelo também começou a comemorar
-O que aconteceu? -pergunto a Julie que estava alegremente pulando do meu lado
-Ta vendo aquela bandeira de Avilan pendurada no avião? -perguntou ela e eu afirmei -Significa que ganhamos a guerra querida prima!
-Ganhamos!?
Nem eu mesmo acreditava naquilo. Só então eu pude ficar igualmente feliz
Demorou algumas horas para que meu avô cruzasse a fortaleza do castelo igualmente montado em seu cavalo, de passos lentos, puxando o cabresto do cavalo de Henry. Aquela falta dele me fez voltar a triste realidade da morte
Thomas organizou a recepção do rei na sala dos tronos e me mandou aguarda-lo ali, junto com o corredor dos serventes. A sala dos tronos era onde o rei sempre entrava depois das guerras. Era tradição! Trazia sorte.
Mas a maior surpresa da tarde não foi o meu avô voltar vivo, ou a vitória da guerra e sim o reaparecimento de minha avó.
A rainha em seu vestido violeta, desceu finalmente as escadas para se juntar a nós. Ela estava ainda um pouco fragilizada, pálida e fazia uso de uma bengala. Óbvio que todos ficaram lhe olhando
-A senhora está bem? -pergunto segurando em seu braço, lhe dando mais um apoio
-Sim...eu disse que ele ia voltar -diz ela sorrindo para mim
As portas do castelo então se abrem e meu avô surge ao som dos aplausos de seus serventes. Sem nenhum arranhão, sem braço quebrado, quase não estava sujo. Ele beijou a sua amada e por último me deu um longo abraço. Logo em seguida dispensou os seus criados
-Cheguei a pensar que eu nunca mais veria vocês -diz ele
-Se você pensou isso imagina a gente! -diz minha vó o fazendo rir
-O que foi Maria...não está feliz com a minha chegada?
-Claro que estou! Mas é que...
-Com licença vossa majestades, mas é que meu filho...Henry foi com o senhor e...eu não tenho notícias dele -diz Dona Iolanda temendo a fúria da rainha
-Henry? -questiona meu avô dando um de doido que não se lembra das  coisas
-O soldado Caballero -digo o fazendo lembrar
-Ah, claro...bem...o Henry como a senhora sabe ele era linha de frente do nosso exército...Um homem muito corajoso até
"Era" um verbo do passado. Meu coração se preparou, minha boca ficou seca...minha vó me encarava. Aí meu deus eu não posso demonstrar nada!
-O que aconteceu com o meu filho, majestade? -perguntou dona Iolanda compartilhando a mesma angústia
-Morreu igual ao nosso!? -pergunta minha vó voltando a frieza de sempre
-Não...ele está bem...ele só está ferido e na enfermaria do batalhão...mas está vivo...eu acho -diz meu avô -Pode ir ve-lo agora se quiser
-Se vocês me derem licença -diz Iolanda se curvando e saindo apressada
-Fique! -diz minha vó me vendo fazer menção de ir junto com ela -Temos que organizar um baile de comemoração
-Um baile? -A encaro erguendo as sobrancelhas -Centenas de pe...
-Sim! -me interrompe ela -Não quer comemorar a vida do seu avô?
-Claro -digo. E tem como negar isso?
O jantar foi servido mais cedo com a presença de todos na mesa. Meu avô pode então contar as bravuras de seus exército invicto
-Mas como de fato ganhou a guerra, majestade? -perguntou Julie
-O soldado Caballero quem teve uma brilhante ideia -responde ele me olhando. Não tirei os meus olhos do prato de comida -Ele nos convenceu de atrairmos os inimigos para um pântano de areia movediça que tinha ali perto...parte dos inimigos caíram e o resto foi mais fácil -sorrio escutando a genialidade de Henry
-Então o soldadinho não morreu? -pergunta Edward
-Não... -diz meu avô levando a boca o garfo com comida. Minha bufa de raiva
Minha vó deixou por minha conta a organização do baile da vitória, já que ela ainda não se considerava apita para tal ação. Recusei de primeiro momento, mas ele me convenceu dizendo que seria algo que eu deveria aprender
-Nos orgulhe, Maria -diz ela saindo da mesa e subindo para o quarto junto com o meu avô
Julie e Morgana me ajudaram na lista de convidados. Thomas me ajudou a fazer contato com o pessoal da comida, da decoração, segurança e do resto de coisa que precisava
Fui dormir já tarde, exausta e com a cabeça totalmente voltada a Henry. Estaria ele bem? Dona Iolanda não tinha retornado e a minha presença na cozinha não era bem vinda.
Eu acabei pegando no sono mas, logo me espantei com um barulho em minha porta. Me sentei na cama assustada vendo um vulto preto se aproximar de minha cama. Sim o vulto preto, o mesmo vulto preto de sempre!
-Não se aproxime de mim...e-e-eu tenho uma faca!
O vulto não parava
Peguei meu canivete, o qual eu guardava de baixo do travesseiro, e fui pra cima de Edward. O prensei na parede segurando-o pelo pescoço com a lâmina afiada prestar a corta-lo. Ele, diferentemente das outras vezes não falava nada, não reagia
-Maria...não consigo respirar
O interruptor ficava ali próximo, naquela mesma parede que lhe prendia, então liguei a luz
-Henry...
Imediatamente o soltei. Henry tossia em busca de ar. Ele estava com o rosto todo machucado e parecia meio invergado, algo teria lhe atingido na altura das costelas
-Você queria me matar? -questionou Henry
-Sim -ele me olha incrédulo -Quer dizer, não! Você entrou no meu quarto do nada, durante a noite! O que queria que eu achasse que fosse!?
-Ta bem...eu errei nessa parte -diz ele -Mas o seu soldado errou mais ainda em dormir no posto
-Ele não é meu soldado...você é o meu soldado -digo sorrindo e o abraçando. Nunca pensei que um simples abraço demorado poderia fazer-me também -Tive muito medo de que você não voltasse
-Eu sempre vou voltar -sussura ele
Me lembrei da fala de minha vó onde ela disse que todo homem aviliano volta.
-Como minha vó disse -digo em um sussuro imperceptível
-O que? -pergunta Henry me olhando sem entender
-Nada -respondo me separando de seu abraço
-Eu precisava te ver imediatamente...queria que você fosse a primeira a quem eu visse depois da vitória -eu continuava encarando-o -Por mais que você seja contra guerras -
-sorrio -Você cumpriu com a sua palavra soldado -digo caminhando até a minha penteadeira -Voltou para buscá-la -coloco a medalha de volta em seu colete
Sua mão segura o meu queixo puxando os meus lábios até os seus. Fiquei nas pontas dos pés para alcança-lo. Sua mão cruzou minha cintura me dando mais segurança. Sua mão mergulhava pelos meus cabelos bagunçados do cochilo que eu tinha dado. Nossas línguas se mexiam e se enrolavam inúmeras vezes entre si. Minha mão foi então acariciar o seu rosto machucado, o que lhe perder o ritmo e parar o beijo mantendo nossas testas coladas
-Eu te amo Henry -digo o fazendo me encarar com os seus lindos olhos verdes que chegavam a brilhar
-Eu também, Maria -diz soltando um sorriso largo -Preciso ir...nos vemos amanhã -Henry caminha para a porta enquanto eu me sento anestesiada no sofá que tinha nós pés de minha cama
POV HENRY
Pela manhã seguinte o pior já tinha passado, mas o rei ainda não tinha me autorizado a voltar e sim a tirar o dia de folga. Como eu não tinha muito pra onde ir, fiquei pela cozinha beliscando algumas comidas.
-Onde está Abigail? -pergunto notando o seu sumiço
-Ela não aparece aqui faz alguns dias, está a passar mal -responde Célia passando por mim com uma bandeja
-Como vai você e Maria? -pergunta Adão cortando algumas cenouras
-Maria é a pessoa mais especial que existe nessa Terra...
-Logo depois de mim - diz minha mãe
-Com certeza Dona Iolanda! -digo pulando da cadeira em que estava sentado -Ninguém ganha da senhora -lhe dou um beijo na bochecha
-Conheço um homem apaixonado a distância -diz Adão rindo
-Meu filho, eu já disse pra você não se meter com essa altezinha...ela está só brincando com você
-Se ela estivesse "brincando comigo" não teria dito que me ama -falo
Todos da cozinha se espantam e param o que estavam fazendo. Na nossa cultura dizer Eu te amo é algo muito sério entre um casal, quase como um pedido de casamento!
-Bom dia meu povo lindo! -diz Abigail cruzando a porta
-A cobra chegou -sussurra Adão
-Henry...graças a Deus você está bem! -diz ela correndo para me abraçar. Fico parado sem lhe retribuir -Tenho uma maravilhosa notícia para te dar -ela finalmente me larga
-Tem? -pergunto
-Você vai se mudar desse castelo? -pergunta Adão
-Não! -diz ela ríspida -Estou grávida!
Houve novamente aquele mesmo barulho de espanto
-Como assim grávida? Você não tem namorado, noivo MUITO MENOS É CASADA!? -perguntava Célia a mesma coisa que passava na minha cabeça -Não nos diga que é um bastardo...
-Claro que não, Célia! Me respeite! -grita Abigail nervosa com as sérias acusações -Este filho é de Henry
Me engasgo com a maçã que comia
-Como é que é? -pergunto ainda sem ar
-Vamos ter uma filho, Henry -fala Abigail vindo novamente me abraçar
-Pode ir parando essa loucura por aí! -digo me afastando dela -Eu nunca toquei UM DEDO em você!
-Isso é uma brincadeira de muito mal gosto, Abigail -diz Adão
-Não se intrometa onde não foi chamado, velho barrigudo -diz Abigail -Henry, eu não esperava isso de você...não esperava que você renegaria um filho...pensei que você fosse um homem de verdade!
-Eu só assumo coisas que eu verdadeiramemte fiz - digo arregalando os olhos
-Hãm...você não se lembra de semanas atrás? Daquela noite em que te encontrei bêbado em um bar e te trouxe pro castelo? -pergunta ela com um sorrisinho no rosto -Nós chegamos no quarto, você me beijou, tirou a minha roupa...
-Pode ir parando por aí, Abigail! -fala Dona Hortência, sua mãe, enojada
Eu não me lembrava desse dia. Me lembrava até ao ponto de que tinha ido até o quarto de Maria. Depois voltei para o bar e...bebi mais. Na manhã seguinte acordei em meu quarto desnudo sem me lembrar de nada.
Seria difícil não me lembrar da voz enjoada de Abigail, do seu cheiro horrível e do seu toque áspero em meu corpo
-Isso nunca aconteceu -falo
-Ah então você está me chamando de puta agora? -pergunta Abigail começando a chorar
-O que?
-Pare de ser idiota Henry! -grita Dona Hortência -Assuma o que você fez! Você tirou a pureza de minha filha, agora arque com as consequências!!!
-Mas...
-EU VOU SER AVÓ!!! -gritava minha mãe agarrando meu pescoço toda contente -Deus está te mostrando o caminho, meu filho! -ela agora olhava em meus olhos -Ta dizendo por meio desse erro, desse serzinho tão indefeso que seu futuro não é com aquela princesinha...
-Mãe, isso é errado! -digo ainda sem acreditar que todos estavam caindo na lábia de Abigail...e talvez até eu
Não me lembrava de nada daquela noite então, possa ser que tenha acontecido não é?
-Aceite Henry -Abigail se aproximava de mim -Desde de pequenos sonhamos com esse momento -
-Você sonhava com isso
-Desde criança eu sabia que você seria o pai dos meus filhos -ela em fim me abraça
-Não diga nada a Maria...eu é quem quero dar a notícia -cochicho em seu ouvido
-Não se preocupe querido, eu farei isso...quero ver a carinha dela! -diz Abigail me dando as costas e partindo pra porta
-ABIGAIL VOLTA AQUI!? -gritei, mas óbvio que ela não iria parar
-Vocês -me viro pro pessoal da cozinha -Não contem pra ninguém...não quero que Maria saiba disso pro outra pessoa -saio correndo atrás de Abigail sentindo o rasgo da minha costa se abrir, sentindo a dor infernal
Não encontrei mais Abigail
-Não deveria estar correndo assim, soldado! Deveria estar descansando
Olhei para o lado direito e vi Maria parada prestes a entrar em sua aula de balé
-Maria, estava te procurando! -digo contente e fadigado ao ve-la 
-Também estava te procurando -diz ela rindo ainda parada no mesmo lugar
Agarrei em sua cintura nos rodopiando e nos escondendo atrás de uma das enormes cortinas. Maria levemente ria
-Você se encontro com Abigail? -pergunto
-Não, faz dias que eu não a vejo
-Ótimo!
-Por que? -pergunta Maria erguendo uma de suas sobrancelhas
-Por nada...você estava me procurando?
-Sim...pra isso -entre nós ela ergue um envelope -É um convite formal pro "Ballon de Victoire" -diz ela com o seu sotaque francês engraçado me fazendo rir -Meu avô contou da sua bravura, então eu achei melhor te convidar...dessa vez não precisa ficar se escondendo atrás das vigas...você será nosso convidado!
-Você parece estar bem empenhada nesse baile -digo pegando o envelope
-Não se engane, eu tô detestando isso! Mas, talvez eu goste desse negócio de decoração -diz ela rindo -Eu preciso ir...adeus soldat Caballero
Era mais do que claro que Maria não sabia de absolutamente nada do que estava acontecendo por trás dos panos. Teria que contar pra ela e isso seria muito difícil 


Notas Finais


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Quero saber o que vocês estão achando da história.
Está emocionante? Clichê? Melosa?
Quero saber tudinho 😂

Até o próximo capítulo ...


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